POV Carlos

Era outra manhã em Rocque records, confesso que me senti bem quando cantei minha canção e me elogiaram, não sei por que motivo o Gustavo se estressou e pediu um intervalo ele é um homem que necessita se relaxar às vezes... Que pena que isso nunca acontece.

Aproveitei que tínhamos esse intervalo para voltar a PalmWoods e me relaxar um pouco...

Quando ia caminho ao prédio, vi uma menininha pedindo comida na rua, senti pena por ela, devia ter uns 6 anos, estava ali sozinha... Aproximei-me dela e perguntei como quem não quer nada:

- O que se passa?

- Tem uma moedinha garoto?- Perguntou ela esperançada.

Sorri levemente e peguei uma moeda de 1 real do meu bolso e lhe entreguei. Ela agradeceu enquanto a segurou forte e uma lagrima caia pelo seu rosto, eu a abracei.

- Está tudo bem... Não chora.

Ela abaixou a cabeça, duvidou ao sentir meu abraço, mas logo adquiriu confiança e o retribuiu.

- Amanda, o que tu tá fazendo, guria?- Disse uma garota com sotaque gaúcho, acho que tinha minha idade, parecia brava.

A menininha assustada se afastou de mim e secou suas lagrimas rapidamente.

- O que eu disse sobre falar com desconhecidos?

- Ele me abraçou. – Disse a menininha em tom inocente.

A garota olhou pra mim, ela estava toda suja, afinal era uma garota da rua, e aquela menininha era algo dela, eu não tinha certeza o que...

- E eu posso saber o que tu acha que faz abraçando menininhas na rua?- Disse ela enquanto se aproximava de mim.

- Eu... Só fiquei com pena, não fica assim, nunca quis machucar a sua...

- Filha. – Disse ela seriamente – E não tem por que ficar com pena, não necessito que ninguém sinta pena da gente, só porque tu é um famoso desses de Hollywood não significa que tem o direito de humilhar os outros.

- Humilhar? Mas eu só tentei ajudar... - Disse eu olhando-a fixamente.

- Olha aqui guri, não sei quem tu é, nem de que revista de fofocas tu saiu mas pode voltar pra tua residência no teu prédio luxuoso, e espero não te ver por aqui nunca mais, falou?

- Beleza – Respondi abaixando a cabeça.

- O que tu tá esperando, tché? Vai embora, meu.

Depois dessa fui embora né, era inevitável ficar com pena daquela menininha, filha daquela gaúcha vaca, ainda piorou né... Será que ela se sentiu humilhada mesmo? Ou simplesmente é grossa com todo mundo que passa por ali? Se eu tivesse uma filha e qualquer estranho a abraçasse eu iria ficar com raiva também, mas não seria assim... Eu acho, bom, não sei, não tenho uma filha. Pelo jeito ela sim, e a teve muito jovem ainda, eu fico com pena dessa gente, sem maldade, é que sinto que deveria fazer algo para ajudar, mas não sei que, alias ela acabou de rejeitar qualquer tipo de ajuda que eu pudesse lhe proporcionar.

Enfim, voltei pra PalmWoods, tomei um banho relaxante, olhei algumas fotos de eu e meus amigos em Minnessota, fiquei com saudade, afinal eu cresci naquele lugar, no momento que vim pra cá eu fiz uma promessa a mim mesmo, Hollywood não iria me mudar, depois do acontecimento lá na rua, fiquei com a consciência pesada, não quero me tornar um desses cantores metidos, um garoto plástico que não sente e que suas canções são uma mentira internacional. Eu não sou assim, sou um simples menino que nasceu em Minnessota e adora os esportes, a neve, as motos aquáticas e o espaguete, não posso me esquecer disso, não posso esquecer quem eu sou.

Não me sinto bem com a maneira que eu agi, é como se eu tivesse que voltar pra aquele lugar, não podia deixa-las sozinhas, não podia abandona-las desse jeito...

Depois de alguns minutos eu voltei pra Rocque records, para variar, atrasado, os meninos já estavam me esperando lá, o Gustavo ficou bravo, como sempre, mas pulando essa parte, começamos a falar sobre o nosso Demo.

- O Demo de vocês é um cd que vai sair antes do primeiro cd original, é assim, o Demo tem que ter canções que as pessoas gostem, porque é a primeira impressão que vocês vão causar, é o primeiro pensamento, a primeira ideia que as pessoas vão ter sobre quem vocês são, como vocês pensam, quais são as suas ideias e sentimentos, então, o seu Demo será conformado por 5 canções, necessitamos pensar em 5 ideias, eu pensarei uma, e cada um de vocês pensará uma, combinado?

Nossa, o Gustavo falava como um homem com muita experiência no mundo musical, ele me impressionou, realmente, e acho que também pelo fato de ser a primeira vez que o ouço falando normalmente, até mesmo como se fosse uma pessoa civilizada.

Depois de uma breve pausa ele continuou:

- Então, ideias?

Todos ficaram em silencio, eu tinha uma ideia, mas o Gustavo me assustava, cada vez que eu iria falar uma coisa, duvidava, por medo de que me gritasse, medo de ser humilhado, acho que seja isso... Depois de alguns segundos ele repetiu:

- Nenhuma?

Calma aí que estou no meu processo de criação de coragem para falar... Chega.

- O que você acha de uma canção sobre as pessoas da rua?

Disse eu quebrando a tensão enquanto todos os olhares se dirigiram a mim.

- Por exemplo, pessoas que moram na rua e estão sofrendo, mas não querem receber a ajuda de ninguém, pessoas que rejeitam a ajuda por medo ao desconhecido.

Expliquei, nossa, minha ideia era realmente boa, acho que nunca tive uma ideia tão boa, o James fez um comentário:

- E volto a repetir, meu amigo, Hollywood está te deixando inteligente. - Ele riu.

Eu também soltei uma risada. Mas o Gustavo ainda me olhava sério e pensativo, daria tudo pra saber o que se passava por essa cabeçona dele, ele é uma pessoa muito estranha, dificilmente encontraria pessoas assim em Minnessota, lá todo mundo é legal, acho que recém agora estou descobrindo a vida real...

- Eu achei legal... - Disse ele ainda sério, acho que esse olhar de bravo já é natural nele, não pode ser alterado.

- Sério? – Perguntei surpreendido – Você não vai me gritar? Me xingar? Ou pedir outro intervalo?

Pude ver como os meninos seguraram o riso.

- Não, mas o trabalho é seu, você vai fazer essa canção.

Eu sozinho? Nossa, ele é muito malvado, acho que está usando uma nova técnica, me fazer engolir minhas ideias pra ver o ruim que elas são, mas não, eu vou vencer dessa vez, farei uma canção, e será a melhor do Demo.

- Outras ideias? – Perguntou Gustavo.

 James deu a ideia de escrever uma canção sobre meninas, não podia ser diferente, afinal, ele é o James. Logan falou que seria legal escrever uma canção sobre o lugar aonde você cresceu, a sua família, sua historia, eu concordo, hoje eu estava nostálgico. E o Kendall preferiu escrever uma canção sobre os sonhos que vão se realizar e a luta pra alcançá-los. Eram boas ideias, acho que afinal sairiam boas canções.

Ficamos ali mais meia hora conversando sobre o nosso Demo e voltamos para PalmWoods.

POV Camille

Hoje passei uma manhã perfeita junto a Sam, a gente se divertiu pacas, e até almoçamos juntas, que sorte que encontrei ela, eu estava tão triste aqui, e o Logan também, ele me ajudou muito, pois a Jo está totalmente desaparecida, supostamente somos melhores amigas e não sei nada dela, há semanas...

Nunca tive muita sorte nas amizades, a maiorias dos meus amigos me traíram ou me trocaram, me abandonaram, não quero que seja assim com a Sam e o Logan, eles parecem ser tão gente boa, apesar de que recém os estou conhecendo né...

Fiquei pronta pra outro dia de trabalho, me arrumei e comecei a praticar na frente do espelho as minhas falas, logo depois desci e sai direto pro meu estúdio de gravação. Ali encontrei os meus colegas, o elenco, meus amigos, e... A Jo, nossa, não acredito, corri até ela e a abracei.

- Jo! Meu Deus menina, o que aconteceu contigo? – Disse eu enquanto a abraçava forte.

Ela retribuiu o abraço e seus olhos se encheram de lagrimas.

- Tive que fazer uma viagem, eu fui pro Canadá filmar um episódio do meu seriado... Foi de repente e não tive como avisar, você me perdoa? – Ela fez um bico enorme, como resistir?

- Claro amiga, nossa, que saudade! – Voltei a abraçá-la.

- Ai, eu te amo muito, sabia disso não? – Ela soltou uma risadinha.

Então ouvi o meu chamado: ‘‘Camille Sanders’’

- Sou eu agora, amiga, tenho que ir, vai ficar pra a gravação?

- Claro, assim como sempre né? – Ela respondeu emocionada.

Eu sorri e fui embora feliz para gravar a minha primeira cena.

A gravação foi ótima como sempre, o elenco faz um trabalho incrível, no final de tudo, a Sandy, nossa encarregada de seleção de pessoal disse que tinha algo importante que falar comigo. Então as duas fomos para uma sala onde pudéssemos conversar tranquilas tomando um cafezinho.

- Pode começar Sandy, o que foi que houve?

- O outro dia, minha colega Marissa estava selecionando atores para um novo seriado de MTV e uma menina participou, mas a Marissa não gostou, do contrário, eu achei que ela pode ser muito talentosa, realmente vi o seu potencial, e gostaria que você a conhecesse, quem sabe tem algum papel disponível aqui ainda.

- Claro que eu gostaria de conhecê-la, vamos ver né, se ela for boa o suficiente sempre haverá um lugar pra ela aqui... Como é seu nome?

- O nome dela é Carly, Carly Shay.

Sai do lugar emocionada para me encontrar com a Jo lá fora, fomos passear pela cidade antes de voltar pra PalmWoods.

- Você não sabe Jo, eu conheci uma garota muito legal, o nome dela é Sam, ela esteve comigo nesse tempo que me encontrei sozinha, sabe?

- Nossa, tu já me trocou já? – Disse ela entre uma risada.

- Não! Claro que não amiga, estás louca? – Fiz um biquinho, ela apertou o mesmo, e continuei falando – Também conheci um menino chamado Logan, ele é lindo e legal, eu estou ajudando ele a conquistar a Sam, por que eles são melhores amigos e se gostam...

- Ui, sua cúpida – Ela riu – Tenha cuidado com essas coisas, Mille.

- Cuidado? Como assim? – Olhei pra ela confusa.

- É, às vezes já passei por isso sabe?... E acabei me dando conta que dei de presente pra outra o garoto que eu amava...

- Você não passou por isso não

- Passei sim

- E como que eu não sabia? Te conheço desde os três anos.

- Tá bom, não aconteceu comigo, mas pode acontecer com você, já vi isso em muitas novelas...

- Amigas novelas não são o mesmo que vida real, na vida real o amor é egoísta, a gente sabe o que queremos pra nos mesmos e o que vamos dar de presente pra os outros.

- Se tu dizes né, guria? – Ela riu.

Será que é possível isso acontecer comigo? Não, eu não acredito, por vários motivos, se eu gostasse de uma pessoa eu iria perceber e outro, meu coração já não funciona. Ou pelo menos eu sinto isso, depois de tudo que passei é muito difícil pra mim abrir o meu coração,  parece quase impossível...

A Jo continuou falando e falando e eu não estava mais prestando atenção, fiquei com aquilo na cabeça, então ela chamou minha atenção:

- O que você acha, Mille?

- Han? De que?

- Do meu cabelo, quero pintar ele de vermelho, o que você acha?

- Como é que é? Ta louca? Só pode.

Ela soltou uma gargalhada.

- Eu estava te perguntando do que você acha dos meus novos sapatos, mas pelo jeito nem me ouvindo você estava...

- É desculpa, fiquei perdida.

POV Freddie

Hoje foi um dia ótimo, eu e a Carly conhecemos Palm Woods, agora sim me sinto em casa, o Spencer conseguiu um novo trabalho e hoje a gente comeu uma lasanha bem gostosa, é tão bom estar aqui... Não tem absolutamente nada a ver com a vida que eu levava, as coisas mudam rápido... Enfim, agora estou aqui relembrando coisas enquanto o Spencer dorme e a Carly fica lendo fofocas de famosos na internet.

- Olha isso aqui Freddie! – Disse ela emocionada – A Paris Hilton comprou um novo cachorrinho! Nossa, o nome dele é Tiger.

- Não brinca! – Respondi eu ironicamente e ela riu – Hein, Carly, eu vou ali dar uma volta, tá? Pra ver com o que vou me encontrar.

- Tá bom, mano.

Então sai e desci até a sala principal, ali estava sentado no sofá um garoto, então sentei do lado dele, já está na hora de fazer amigos.

- E aê? O que está fazendo de bom?

- Admirando meu fone de ouvido, ele brilha quando eu ligo meu mp4 – Disse o menino me mostrando seu fone, eu soltei uma risadinha leve.

- Aham, ele brilha, é por causa de um transformador que existe dentro dele, o mp4 produz calor em forma de energia elétrica e essa energia é transmitida até o fone de ouvido, o mini transformador recebe a energia, por isso esquenta e para não acabar queimando libera a mesma em forma de luz é muito simples.

O garoto ficou me olhando assustado, acho que eu falo demais.

- Muito simples né? Só sei que gosto de luzinhas brilhantes.

Eu ri, era absurdo, mas engraçado, então perguntei:

- Como é seu nome?

- Carlos, e o seu? – Ele respondeu.

- Freddie...

- E ai Freddie, ta a fim de ir numa festa semana que vem?

- Festa? Claro, onde?

- É o aniversário do meu amigo e estamos planejando uma festa surpresa pra ele, será aqui pertinho.

- Claro, vai ser ótimo!

- Então, tá bom... Você vai me ajudar com tudo, mas antes vamos conhecer os meus amigos né?

- Sim sim, vamos.

Ele me levou até o quarto deles, os amigos dele eram muito gente boa, o Logan, o menino da festa, era muito inteligente, ficamos horas e horas conversando sobre a importância do nitrogênio para os seres humanos... Os outros também são interessantes, o James me ofereceu um corte de cabelo no seu cabelereiro pela conta dele! Sou sortudo eu sei, mas ainda estou considerando essa oferta, e o Kendall disse que vai me ensinar a tocar violão. Estava tudo ótimo, quando de repente...  Ouvimos pessoas falando, pessoas que tinham entrado no apartamento...

- Mãe, sobrou frango frito? Tô morta de fome, tché. – Disse uma menina

- Ah, eu também quero frango! – Respondeu a outra.

- Calma meninas, tem frango pra todo mundo. – Disse a mãe delas.

- Vamos comer frango? – Sugeriu o James

Então, todos fomos até a sala, e BAM! Quem era a menina que estava comendo frango feito uma louca? Aquela que não gosta de mim, já imaginam qual é né.

- Af, Logan, o que ele está fazendo aqui? – Disse ela ao me ver

- Você o conhece, Sam?

- Claro esse é o menino do qual te falei.

- Ah, não sabia, somos amigos agora né, Freddo? – Disse ele mexendo no meu cabelo.

- É sim, mas cuidado, deve estar penteado pro corte. - Todos riram, tirando a Sam, que debochou de mim.

- ‘‘Deve estar penteado pro corte, nha nha ’’ Af, vou comer meu frango no meu quarto, com licença.- Levantou-se e foi embora.

Não sei o que eu fiz pra ela, gostaria até de ser seu amigo, tenho certeza que por trás dessa grosseria toda ainda existe uma pessoa... Mas, fazer o que, ela me odeia.

Abaixei a cabeça e sentei no sofá.

- Não fica assim, a Sam é intensa às vezes, mas isso passa, ela gosta de você – Disse o Logan tentando me acalmar.

- É, bem lá no fundo – Acrescentou o James.

- Sim, bem lá... no fundo – Esclareceu o Carlos.

- Acho que ele já entendeu – Disse o Kendall.

Eu comecei a rir, e eles me olharam confusos.

- Vocês são foda.

Todos riram e a gente comeu nosso frango, eu contei pra eles porque vim pra Hollywood, falei sobre minha irmã Carly e eles me explicaram qual o motivo de estarem aqui, sobre o seu sonho de ser cantores, etc. Depois assistimos um filme e eles se dormiram, então eu aproveitei e fui tentar resolver as coisas com a loirinha besta lá.

Fui até o quarto dela o mais de vagar possível, e abri a porta e dei de cara com o monstro.

- O que você faz aqui, nerd?

- Eu só vim conversar contigo, os meninos dormiram.

- Isso não lhe da direito a entrar no meu quarto, viado.

- Eu não sou viado.

- Não me interessa, af, pode ir embora, beleza? Estou lendo um livro.

- Ah, um livro, qual o livro que você está lendo?

Sentei do lado dela tentando puxar um papo.

- Como acabar com um nerd em 15 segundos, a versão adaptada de Sam Puckett. Quer ver como funciona?

Eu ri e ela me olhou bem séria.

- Está rindo do que? Seu cara de batata.

- De ti, é engraçada.

- Eu não sou engraçada, agora para de rir na minha cara e vai embora pra tua casa, me faz esse favor? Obrigada.

- Tá bom, revoltadinha, eu deixo a senhorita lendo seus livros, mas se eu fosse você, tentaria fazer Yoga pra me relaxar no lugar de ler, você precisa, acredite.

Ela estava se mordendo de raiva, mas eu ignorei, sai do quarto dela e voltei pra minha casa. Desisti de resolver as coisas, essa menina está louca, pra valer.

POV Carly

A noite é tão linda e eu aqui num quarto de um prédio... Olhei pra a lua pela janela e sorri, fechei os olhos e pedi um desejo:

‘‘ Que este ano tudo seja diferente’’

Estou cansada de coisas repetidas, coisas que não mudam, quero emoções diferentes, quero atuar, quero ter amigos, me apaixonar, sorrir, chorar, sentir, sentir principalmente... Sentir muito mais do que já senti, porque estou aqui, cheguei muito longe, quero poder sentir tudo isso.

Coloquei meu biquíni e lentamente sem fazer nenhum ruído desci pra a piscina, eram as 2am, eu sei que isto é estranho, mas esperei o dia inteiro pra isto.

 Cheguei correndo e me atirei na agua, acho que esta é uma das primeiras vezes que me sinto livre na minha vida, mergulhei algumas vezes e sai da agua, me sequei um pouco com a toalha e do nada um menino veio correndo  e se atirou deixando a agua espalhar pelo lugar todo me molhando. Pois é.

- Ei! Um pouco de consideração né – Berrei.

Ele me ignorou e mergulhou, saiu da agua e me olhou lentamente.

- Oi... gatenha – Ele disse rindo

- Af, nem vem que não tem.

- Quer tomar banho de piscina comigo? Vem cá, eu te ensino a nadar – Brincou o tarado.

- Ensinar? Como se eu precisasse da sua ajuda né, sonha, eu ganhei a competição de natação em Seattle por três anos seguidos, o que você acha disso ‘‘gatenho’’?

- Eu acho, sua linda, que foi sorte, só ganhou porque não estava em Minnessota, se não teria perdido.

- Minnessota? Ah sim, perdido contra quem?

- Contra o James lindo e poderoso, resumindo: EU.

- Convencido você, moleque.

Soltei uma risada e me atirei novamente na agua.

- Nada contra mim?

- Contra você? – Ele riu debochando.

- É, anda, será uma honra.

- Nossa com certeza tirou as palavras da minha boca.

Ele mergulhou e começou a nadar.

 - EI, eu não falei ‘‘Já’’ ainda. – Berrei com raiva.

Mas mergulhei, comecei a nadar o mais rápido possível e o alcancei, e adivinha? Cheguei antes que ele.

Ele me olhou seriamente e disse:

- De novo?

Eu sorri, e sai da piscina, me envolvi na toalha.

- Tá frio aqui...

- Vai dormir ué... – Disse o metido de Minnessota

- Não to com sono ainda...

- Nem eu. Ele saiu da piscina e sentou do meu lado.

Eu olhei pra ele confusa e soltei uma risadinha baixa, e abaixei a cabeça.

- Estraguei seu momento a sós foi? – Perguntou ele envergonhado.

- Ou eu estraguei o seu...

- Não, gosto de meninas.

- Nem percebi - Eu ri e ele retribuiu com um sorriso. – Então você é o James – Continuei.

- Sim e você é a...?

- Carly, a irmã do Freddie.

- Eu tinha te imaginado feia e nerd, que nem ele.

Os dois rimos.

- Ei, posso ser um pouco nerd as vezes.

- Estou acostumado, meu melhor amigo Logan, ele é...

- Entendo.

- Ei, vai ter uma festa semana que vem pra ele, você gostaria de ir?

- Claro... Seria legal.

Eu sorri, por dois segundos me perdi naqueles olhos profundos que ele tem, mas preferi acordar pra a realidade, esses meninos gostam de se divertir e ficar com todas, se eu realmente não quero desilusões este ano, devo me afastar disso, mas nada me impede de ser sua amiga... Eu creio que não.

POV James

Ali estávamos os dois, por um momento ficou um silencio que me deixou tempo pra pensar, mas não pude, eu não parava de olhar pra ela, seu rosto era perfeito, seus lábios vermelhos, que assumo que sentia vontade de beijar, mas ela não parecia o tipo de menina igual as que eu sempre ficava, ela parecia ser diferente, ela era diferente, tinha algo nela que de certo jeito era especial, isso a fazia muito mais interessante, mas tenho certeza que como todas, ela não vai poder se resistir a mim.

- Nunca vi a lua tão enorme – Disse ela sorridente enquanto olhava para o céu.

Então olhei, era grande mesmo.

- Por que o maior queijo do mundo tem que estar tão longe da gente? – Eu ri e ela me olhou séria.

- Por que a gente acabaria com ele, como a gente acaba com tudo.

Wow, realmente não esperava uma resposta assim.

- Acho que eu sozinho poderia acabar com ele, me bateu uma fome agora – Respondi soltando uma risada.

Ela ainda me olhava séria, af, na boa, foi engraçado, não foi?

- Eu acho que gosto mais da lua assim, pelo fato de ser inalcançável é que ela é interessante.

Talvez a Carly fosse assim, como a lua, inalcançável e era certamente isso o que chamava minha atenção.

- O que você está pensando? – Perguntou ela me olhando fixamente – Que eu sou como a lua? – Sugeriu rindo.

- Nossa, lê mentes hein – Eu ri e continuei – Por que estaria pensando isso?

- Não sei, conheço garotos como você, são todos iguais...

Iguais? Ok, ela está brincando né, espero que esteja porque eu sou ÚNICO, exclusivo e perfeito... Tá bom, exagerei ou não.

- Vai negar isso? – Perguntou ela.

- Hm... SIM! – Berrei com raiva.

- Igual a todos né – Ela riu, levantou-se e foi embora, enquanto eu fiquei aqui sentado, paralisado, olhando-a.

Inalcançável... Vamos ver né.

Depois de um tempo de ficar meditando do lado da piscina, decidi subir pro meu quarto, me deitei e fiquei pensando naquela menina, até que cai no sono e me dormi...