" You're insecure don't know what for. You're turning heads when you walk through the door. Don't need make up to cover up, being the way that you are is enough... " 

(Você é insegura não sei porque. Você faz cabeças virarem quando passa pela porta. Você não precisa de maquiagem pra se cobrir, sendo do jeito que é já é suficente...)

     Lá estava ela toda preocupada se olhando no espelho, eu ficava observando o jeito que ela pegava no cabelo e a sutileza que ela passava rímel. 

- Para de me olhar assim. - ela disse chamando minha atenção. 

- Desculpe. Só acho que não precisa se maquiar... - disse dando os ombros.

- Preciso sim! Isso ajuda a cobrir a minha feiura. - ela soltou um riso baixo.

- Você é linda. - disse a olhando e ela riu mais. 

- Claro que sou, tão linda que não tenho um namorado. - ela disse bufando. 

- Ah porque os caras que te rodeiam são uns babacas. Quer dizer, eu não... só os outros. 

- Você é um ótimo amigo, mas temos que ir, senhor auto estima. - ela disse guardando o rímel no estojo.

- Ok. - assenti sorrindo e segui com ela até a sala. 

     Abri a porta e a deixei passar, notei que todos a encararam e pude ouvir o som dos meninos suspirando... Forcei meu maxilar, e encostei a porta da sala, depois a segui sentando na carteira atrás dela. 

" Everyone else in the room can see it, everyone else but you..."

(Todos na sala podem ver, todos menos você...)

     Eu olhava Katty de longe, adoro o jeito que o vento balança o cabelo dela, ainda mais quando ela olha na direção do sol, fazendo seus olhos se iluminarem. O jeito que ela sorri... - ouvi Sam e desviei meus olhos e meus pensamentos.

- Harry? 

- Oi. - disse o olhando, ele sorriu.

- Oi. Esta sonhando acordado?

- Não. - disse sorrindo.

- Então é pior do que eu pensei... - ele disse sorrindo mais.

- Pior? Como assim?

- Acha que eu não reparei? Que ninguém reparou?

- No que? - franzi a testa. 

- Que você esta afim da Katty. - ele disse sorrindo torto.

- O que?! Não! Não! Somos amigos... - ele me interrompeu.

- Não inventa. Todo mundo da sala já reparou, na verdade, todos da escola sabem disso. 

- Mas eu... eu não gosto dela...

- Então porque estava olhando pra ela com a maior cara de mané? 

- Eu estava pensando... e se eu estava olhando pra ela... foi só por coincidência. 

- É estava pensando... pensando nos beijos molhados da Katherine! 

- Fica quieto! - disse rindo, ele sorriu.

- Qual é mano, somos amigos. Pode confessar, eu guardo segredo. - ele disse piscando, ri mais. 

- Eu ja disse que somos só amigos... 

- Eu sei, mas você esta apaixonadão, não esta?

- Eu não sei... - disse rindo, ele sorriu.

- Eu sabia! Palmas pra mim! - ele levantou e eu sorri.

- Fica quieto! - disse voltando a rir - Jura que não vai dizer pra ninguém?

- De coração. - ele disse sussurrando.

- Ok, eu estou afim dela... mas só um pouco... - ele riu.

- Tão pouco que a baba esta escorrendo! - limpei o rosto e o fazendo rir ainda mais. 

"Baby you light up my world like nobody else, the way that you flip your hair gets me overwhelmed. But when you smile at the ground it ain't hard to tell you don't know... You don't know you're beautiful... "

(Querida você ilumina meu mundo como ninguém, o jeito que você vira seu cabelo me deixa arrepiado. Mas quando você sorri para o chão não é difícil notar, você não sabe... Você não sabe que é linda... ) 

        Voltavamos pra casa juntos, eu como sempre levava a bolsa dela. A única coisa que estava diferente era o silêncio, nunca ficamos sem assunto e isso me incomoda - suspirei.

- Katty você esta bem?

- Claro. - ela disse suspirando.

- Não precisa mentir pra mim, pode dizer o que esta acontecendo. - disse a olhando, nossos passos foram ficando lentos e paramos na frente da casa dela. 

- Coisas de menina. - ela disse sentando na escada que dava acesso ao portão, sentei ao seu lado.

- Se eu me fazer de menina você vai me contar? - ouvi sua risada baixa e depois seus dedos jogaram seus cabelos pra trás, senti meu corpo se arrepiar e respirei tomando fôlego.

- Obrigada Haz. - ela disse tocando minha mão. - Mas não sei se posso te dizer isso... 

- Eu te conheço melhor que ninguém, pode confiar. - disse acariciando a mão dela. 

- Mas tenho medo que você se afaste, que me odeie... - franzi a testa preocupado.

- Nunca vou te odiar. - disse a fitando, ela sorriu e desviou seus olhos pro chão. - Eu adoro o jeito que você sorri. - pensei alto, seus olhos me encararam surpresos.

- O que disse? 

- Quando você sorri olhando pro chão... - disse devagar fitando seus olhos - eu gosto, é como se você não soubesse o quanto é linda... - disse descendo meus dedos por seu rosto. 

- Haz eu... - ela ficou me olhando e depois parou a frase se levantando - Eu tenho que entrar.

"So come on you got it wrong to prove I'm right I put it in a song. I don't know why, you're being shy and turn away when I look into your eyes... "

(Então vamos lá, você entendeu errado e pra provar que eu estou certo eu vou colocar isso em uma canção. Eu não sei porque, você esta tão tímida e se vira quando eu olho nos seus olhos...)

- Katty você não entendeu. - disse a segurando. 

- Eu preciso entrar. - ela disse desviando os olhos dos meus. 

- Me escuta. Você é linda, só não sabe disso... - falei a fitando, ela me encarou por tum tempo e respirou fundo.

- Obrigada por me dizer isso... 

- Por dizer a verdade? - sorri - Não tem que me agradecer. 

- Você é o melhor amigo que uma garota poderia ter. - ela disse devagar abaixando os olhos. 

- Ainda não acredita? - perguntei erguendo seu rosto - Dúvida que é linda? - ela ficou me fitando, seus olhos estavam confusos e aprensivos. 

- Eu acredito... só que nunca me disseram isso... muito menos, um garoto... - ela disse pensativa. 

- Pra provar que eu estou certo vou colocar isso em uma música. - disse sorrindo, seus olhos fitaram os meus surpresos.

- O que disse?

- Você ouviu! - disse sorrindo mais - Vou colocar isso em uma música, quem sabe assim acredite que você é linda. Que não precisa ser insegura... 

- Uma música...? - ela perguntou boquaiberta, depois sorriu me abraçando - Obrigada por me amar tanto assim... - ela disse baixo com a voz tremula. 

- De nada. - disse devagar, descendo meus dedos por seu cabelo. 

" Everyone else in the room can see it, everyone else but you... "

(Todos na sala podem ver, todos menos você...)

     "Obrigada por me amar tanto assim..." - aquela frase não saía da minha cabeça enquanto eu almoçava. Ela nem imagina o quanto é enorme e especial o amor que sinto... 

- Filho? - ergui os olhos encarando minha mãe - Esta no mundo da lua?

- Não. - disse me ajeitando na cadeira e prestando atenção na comida.

- No mundo da Katherine? - ao ouvir o nome dela, meu coração acelerou e meus olhos encararam os da minha mãe.

- O que? - ela riu baixo.

- Ainda bem que não se esforça pra negar. - ela disse sorrindo - Você esta tão apaixonado filho...

- Mãe eu e ela somos amigos. - disse franzindo a testa. 

- Eu sei meu amor, mas isso não impede que você a ame, não é? - suspirei devagar a olhando e desviei meus olhos dos dela pensativo. 

- Não sei. 

- Tudo bem. - ela disse pegando em minha mão - Só não se esqueça de dizer isso à ela. 

- Como? - perguntei a olhando aflito.- Do seu jeito meu amor. - ela disse sorrindo carinhosa. 

- Obrigado. - disse sorrindo aliviado. 

"Baby you light up my world like nobody else, the way that you flip your hair gets me overwhelmed. But when you smile at the ground it ain't hard to tell you don't know... You don't know you're beautiful... " 

(Querida você ilumina meu mundo como ninguém, o jeito que você vira seu cabelo me deixa arrepiado. Mas quando você sorri para o chão não é difícil notar, você não sabe... Você não sabe que é linda... )

     Peguei meu material e o guardei na mochila, depois peguei o caderno de cima da escrivaninha e fiquei o fitando por um tempo. Hoje ela saberia de tudo, desde o quanto é linda até o tamanho do meu amor por ela. - pensei enquanto lia o pequeno trecho que havia escrito na noite anterior. Me despedi da minha mãe e passei na casa dela, andamos juntos até o colégio. 

- Aquilo que você me disse ontem, me fez muito bem. - ela disse sorrindo me olhando, sorri.

- Que bom, porque é tudo verdade! - ouvi sua risada baixa.

- Você é um ótimo amigo. - ela disse abraçando meu braço e segurando minha mão.

- Você merece que eu seja ótimo. - disse baixo beijando sua testa, ela sorriu olhando o chão.

- Vou ficar vermelha! - ela riu.

- Até vermelha é linda. - disse a olhando, ela mexeu no cabelo me olhando, senti meu coração acelerar e sorri vendo seus olhos baixos e o sorriso envergonhado.

- Para com isso Haz... - beijei seu rosto e acariciei de leve seu cabelo.

- Você não sabe que é linda... - disse cantarolando devagar, ela riu envergonhada. 

"If only you saw what I can see you'll understand why I want you so desperately. Right now I'm looking at you and I can't believe you don't know... You don't know you're beautiful. That's makes you beautiful..." 

(Se você pudesse ver o que eu vejo entenderia porque eu te quero tão desesperadamente. Agora olhando pra você, não posso acreditar que você não sabe... Você não sabe que é linda. Isso te torna linda...)

     Na volta pra casa eu sentia meu estômago se contorcer de nervosismo. Ouvia ela falar sobre seus planos para o fim de semana e eu apenas concordava, paramos na entrada da casa dela. Meu coração se acelerou e depois senti um nó em minha garganta. 

- Você esta estranho. - ela disse preocupada.

- Só preciso te mostrar uma coisa, mas não sei se vai gostar... - disse suspirando.

- Mostrar o que? - ela perguntou curiosa. 

- Lembra de ontem? - ela sorriu e assentiu - Então... eu disse que escreveria uma música... 

- É eu lembro. - ela disse mexendo no cabelo, respirei devagar. 

- E eu escrevi, mas só um trecho... - ela sorriu mais. 

- Canta pra mim. 

- Ta. - disse devagar, respirei fundo. - Agora olhando pra você e não posso acreditar que você não sabe oh, oh... Que você não sabe o quanto é linda, isso é o que te torna linda... - cantei devagar olhando seus olhos.

- Haz... - ela disse devagar, depois ela sorriu e me abraçou. - É linda! Não acredito que fez isso pra mim! 

- É. - disse devagar descendo meus dedos por suas costas - Faltou uma parte... mas acho melhor não cantar. 

- O que? - ela se afastou - Canta! Por favor! - ela pediu curiosa. 

- Mas não quero que me entenda mal... - disse devagar.

- Canta! Eu estou implorando! - ela disse ansiosa, eu respirei fundo. 

- Ta. - disse tomando fôlego - Se você pudesse ver o que eu vejo, você entenderia porque eu te quero tão desesperadamente... - cantei a olhando, sua expressão ficou surpresa.

- Nossa... - ela disse boquiaberta. 

- Viu? - disse suspirando - Esquece essa parte... eu só escrevi pra dar mais ritmo pra música... - disse disfarçando. 

- Só pra dar ritmo... ? - ela perguntou franzindo a testa e eu assenti - Claro. - ela disse desviando o olhar - Nos falamos amanhã.

- Katty eu disse alguma coisa de errado? - perguntei segurando sua mão.

- Não. - ela sorriu fraco - Eu adorei a música e a sua voz é linda... - ela disse devagar me fitando.

- Obrigado. - disse suspirando.- Até amanhã. - ela disse beijando meu rosto.

- Até. - disse a olhando se afastar. 

"Baby you light up my world like nobody else, the way that you flip your hair gets me overwhelmed. But when you smile at the ground it ain't hard to tell you don't know... You don't know you're beautiful... "

(Querida você ilumina meu mundo como ninguém, o jeito que você vira seu cabelo me deixa arrepiado. Mas quando você sorri para o chão não é difícil notar, você não sabe... Você não sabe que é linda... )

     No dia seguinte ela estava estranha comigo, mais distante. Na volta pra casa criei coragem de perguntar o que estava havendo, e ela apenas disse que estava tudo bem, mas aquilo não me convenceu. Eu tinha feito algoerrado... acho que foi minha desculpa esfarrapada... mas porque isso iria deixá-la triste... ?

- Katty não mente pra mim! - disse a olhando preocupado.

- Não estou mentindo, já disse que esta tudo bem.

- O que eu fiz de errado? - perguntei a olhando.

- Nada. - ela disse franzindo a testa.

- Foi o que eu cantei ontem? Se não gostou eu vou entender...

- Não! A música é linda... - ela deu os ombros. 

- Foi por causa da parte que eu não queria cantar? - perguntei aprensivo.

- Não... - ela disse olhando o chão. 

- Desculpe se eu confundi as coisas. - disse erguendo seu rosto - Mas você faz eu sentir tantas coisas... eu sei que somos amigos e que isso é errado mas eu não posso controlar! 

- O que? - ela perguntou surpresa. 

- Eu adoro o jeito que você mexe no seu cabelo, amo quando sorri olhando o chão e ainda mais quando fica com vergonha quando eu digo que você é linda. - disse isso rápido.

- Mas Haz... - ela começou a frase e parou. 

- Eu sei que somos amigos, mas eu preciso te dizer. Você é linda e não sabe disso! - falei sentindo meu coração acelerado.

- Você cantou isso ontem... - ela disse confusa.

- Eu escrevi uma música inteira sobre você, sobre o que você me faz sentir e só cantá-la não é o bastante. 

- Eu achei que fossemos amigos... 

- Somos, infelizmente ou felizmente somos... - disse assentindo - Mas eu queria que soubesse que aquela parte que eu disse que só era pra dar ritmo a música... ela é muito mais, ela esta lá pra você saber que eu te quero,quero muito mais que amigo... - disse sentindo meu peito se mexer rápido. 

"Baby you light up my world like nobody else, the way that you flip your hair gets me overwhelmed. But when you smile at the ground it ain't hard to tell you don't know... You don't know you're beautiful... If only you saw what I can see you'll understand why I want you so desperately. Right now I'm looking at you and I can't believe you don't know... You don't know you're beautiful. That's makes you beautiful..." 

(Querida você ilumina meu mundo como ninguém, o jeito que você vira seu cabelo me deixa arrepiado. Mas quando você sorri para o chão não é difícil notar, você não sabe... Você não sabe que é linda... Se você pudesse ver o que eu vejo entenderia porque eu te quero tão desesperadamente. Agora olhando pra você, não posso acreditar que você não sabe... Você não sabe que é linda. Isso te torna linda.)

     Se eu disse tudo que eu sentia por ela? Claro que sim, e pra minha surpresa nos beijamos ali mesmo, na frente da sua casa. Sentir os lábios dela nos meus foi a melhor sensação de todas! Ainda mais depois de eu ter escrito uma música pra expressar tudo que eu sinto. 

     Segui o conselho da minha mãe e me confessei, primeiro com a música e depois com o beijo. Se ainda sinto o que eu canto? Ah é impossível não ver seus olhos e seu sorriso pro chão, e é ainda mais díficil controlar o arrepio que eu sinto quando lembro do jeito que ela vira o cabelo. - sorri sentindo o arrepio subir por meu corpo, enquando eu cantava o último trecho da música. 

     Eu disse que cantar não é o bastante, e realmente não é, não pra mostrar o quanto eu a amo, mas esse é o meu jeito de dizer o quanto ela é linda.