Eu te diria o meu nome se eu soubesse.

Sim, eu sei que é um pouco confuso, mas tudo o que me lembro era ter acordado dentro de um mausoléu. Eu não sabia nem em que cidade eu estava, muito menos o dia e o ano.

Bem, sai do mausoléu, afinal, não poderia ficar lá para sempre.

Já estava próxima ao portão quando algo começou a ficar muito estranho. Era como seu eu estivesse sendo vigiada. De repente notei o que era. Havia uma mulher parada e me observando. Ela parecia me reconhecer de algum lugar. O que era suspeito, porque ela estava com um vestido preto e havia uma rosa murcha, que parecia estar renascendo, presa ao cabelo dela, falando nos cabelos dela, esses eram maravilhosamente escovados, sem nenhum nó e eram castanhos. Ela tinha a pele bronzeada e os olhos frios, que estavam me observando secamente. Ela estava descalça.

— Com licença, eu te conheço? — eu perguntei.

— Infelizmente sim, Andrômeda.

Fiquei mais confusa ainda, meu nome era Andrômeda?

— O que?

— Ah é mesmo, você não se lembra. Seu nome é Andrômeda.

— Como assim? Eu não me lembro de nada, você poderia me dizer o que está acontecendo? — Pude perceber que ela se divertia com o “sofrimento” na minha voz.

— Mesmo se eu soubesse o que está acontecendo, eu não contaria para você.

— Já que não vai me ajudar, quem é você e o que está fazendo aqui?

— Bem, eu só posso visitar a Terra durante a primavera e o verão, não sei se você percebeu, mas ontem começou a primavera.

Estávamos em março afinal.

— Você ainda não respondeu a primeira pergunta.

— Meu nome é Perséfone, a rainha do mundo inferior. 

— Bem, “Perséfone”, não sei que tipo de drogas estão te dando, mas eu acho que não existe esse negócio de “mundo inferior” não. Na verdade tenho quase certeza de que ele não existe.

—Há há, quando o seu pai me disse que você era engraçada, nunca pensei que  você seria capaz de brincar com algo tão sério assim.

Meu pai? Mas que diabos ela estava falando? Me dei conta de que a flor estava cada vez mais jovem e bonita, como se gostasse do clima e da temperatura do cemitério. O que era realmente irônico.

— Bem, queridinha Andrômeda, falando em seu pai, ele não pôde vir te visitar para te contar isso, mas você tem que chegar em Long Island o mais rápido possível. Você vai encontrar Sofia e Alexandre no caminho, por isso, escute bem mocinha, é bom a senhorita deixar eles te levaram ao Acampamento. Você ainda corre perigo, embora. . . Bom vamos deixar para outro dia, estão me chamando no Olimpo, e tome esses dólares e alguns dracmas, e ainda , o seu pai me pediu para te dar isso (ela pegou uma caixinha preta e abriu, dentro ela tirou um anel com uma pedra preta lapidada nele) . Lembrando que se você precisar é só tirar ele dá sua mao e ele irá se transformar naquilo que você mais precisa.

Coloquei o anel no meu dedo, e percebi que ela tinha desaparecido.

"Ela sumiu. Simplesmente sumiu" pensei.

Eu sai do cemitério, e o Sol estava à pino, então deveria ser mais ou menos meio dia.

Entrei em uma lanchonete, porque estava morrendo de fome.

Será que aquela mulher  era louca e estava apenas querendo me assustar? Eu não sabia dizer, mas eu realmente achei melhor seguir o que ela havia mandado, afinal, ela não meteria meu pai no meio, a menos que fosse realmente perigoso para mim ou sei lá o que, mas eu tinha me decidido a seguir para Long Island, assim que terminasse de comer, é claro.

Sentei em uma mesa próxima da janela, e percebi que não estava em nova York. Estava em Los Angeles.

"Beleza", pensei, "vou ter que ir para o outro lado do país só para me encontrar com Alexandre e Sofia". Será que eu conhecia eles?

Assim que a garçonete veio me atender, olhei atentamente para o crachá dela, e notei que estava escrito: “Olá, meu nome é Morra Semideus idiota!” .

Ela seguiu o meu olhar e disse:

— Eu percebi que você era especial assim que entrou.

Notei que ela parecia uma galinha vampira, e fiquei tremendamente assustada.

— O que você quer de mim?

— Só quero saber se você está pronta para pedir —  disse ela com um sorriso estranho no rosto.