- Nós vamos vê-la hoje papai? – perguntou-me Rose com aquele olhar esperançoso.

- Sim, nós iremos. – respondi só para ter o prazer de ver aquele sorriso tão idêntico ao da mãe.

- Podemos levar flores?

- Claro.

- Posso fazer um desenho pra ela?

- Com certeza, faça um bem colorido, ela vai adorar.

- Vou fazer um agora! – antes de Rose ir pedi que chamasse seu irmão para tomar café da manha.

Não demorou muito e Hugo veio, bufando.

- Algum problema?

- Não quelo ir! – ele resmungou.

- Não quer ir? Como assim, não quer ir?

- Não gosto daquele lugar, me dá arrepios, não me sinto bem.

Às vezes penso em como esse garoto pode ser meu filho. É tão diferente de mim, Rose e principalmente Hermione.

- Ela é sua mãe! – a única coisa decente que consegui dizer.

- E daí? – deu de ombros.

- E daí? – repeti descrente.

Hugo tem os cabelos claros, achei isso muito estranho, mas os médicos me disseram que isso poderia acontecer, foi algo como “os genes dos pais podem resultar grandes transformações!”. Tem um temperamento muito diferente do da irmã, ao invés de doce e gentil é irritado, mal-humorado e chega a ser agressivo, isso porque ele tem apenas cinco anos. Já me perguntei se ele foi trocado na maternidade... Impossível. Tentei ser o pai mais compreensível do mundo, mas não consigo... Preciso de Hermione pra isso e bem, ela não pode me ajudar, não por hora... Digam o que disserem, mas tem algo errado nele. Por ele não sinto a mesma conexão que sinto por Rose...

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- Você é uma pessoa incomum Draco. Normalmente os pais ficam felizes com o fato de seu filho ser doce, gentil e amável.

- Não enche Pansy! Eu tenho cara de doce, gentil e amável?

- Não, não mesmo.

- E ele é ruivo, como meu filho pode ser ruivo? Diz-me!

- A avó de Astoria era ruiva, isso pode ter influenciado!

- Talvez. – resmunguei. – Mas isso me permite duvidar da fidelidade dela.

- Draco, que horror, Astoria nunca teria feito nada disso.

- Desculpe, eu só queria que ela estivesse aqui pra me ajudar a cuidar do menino.

- Enquanto ela estiver no hospital eu ajudo, é para isso que servem os amigos! – ela sorriu-me amigavelmente.

- Papai, nós podemos jogar beisebol hoje? – Filipe veio com aquele sorriso bobo nos lábios falar comigo.

- Não, não podemos, vamos ver a mamãe hoje.

- Legal, vou chamar o Scorpius! – e do mesmo jeito que veio se foi.

Doce, gentil e amável, essas são as qualidades do meu filho. Já não bastava o Scorpius? Tem algo de estranho nesse menino, já cheguei a pensar que ele foi trocado na maternidade. Isso não é coisa que um pai diga, mas não amo tanto esse garoto como amo Scorpius e Astoria... Tem algo errado nele...