A day before tomorrow escrita por Gabrielle Reis


Capítulo 8
Dean


Notas iniciais do capítulo

Trilha sonora do capítulo 8: In the End - Link Park
http://www.youtube.com/watch?v=1yw1Tgj9-VU



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Encontrar Tom fez-me sentir insegura. Tudo parecia bem, antes dele aparecer. Estava sonhando, em algum momento pensei em meu passado e sonhei com ele, era a única solução lógica para tudo aquilo. O que ele estava fazendo ao meu lado? Não deveria estar ao lado de alguém famoso ou mais bonito? Não seria superficialidade minha, vivíamos em galáxias diferentes, distantemente perto. Nada coincidia com isso, era impossível. Criar esperanças a essa altura seria em vão, uma decisão tola.

O incontrolável desejo de tocá-lo diminuía quando não o encarava imperceptivelmente.

- Então é esse seu nome? Marie? - Podia sentir que corava por seus olhos estarem voltados em mim, agradecia constantemente por estar no escuro.

- Pode ficar em silêncio, adoro esse filme e você está atrapalhando. - Disse sem olhá-lo, o que tornava nosso diálogo mais fácil.

- Quer silêncio? - Assenti – Muito bom. Eu quero saber seu nome, parece que temos um impasse. - O impacto de sua voz aos meus ouvidos fez-me estremecer.

- É só isso? Quer saber meu nome? É Marie, Marie Evans. - Ele sorriu satisfeito, suspirei emburrada. Quando o filme acabou me misturei na aglomeração de pessoas que saíam, esperei Mals no carro, abaixada caso ele aparecesse de surpresa. Depois que entrou parecia diferente, misteriosa. Não disse nada sobre o que aconteceu em seguida quando sumi de vista.

Esta noite não precisei tomar remédios, meus olhos pesavam. O que resultou em sonhos, sonhos com Tom. Não estava de bom humor, não queria ir a faculdade, no entanto era preciso, e a ideia de que teria aulas com o professor charmoso quase me fez sorrir. Minha mente estava confusa, não sabia o que sentia por Ben, e Tom, era um caso perdido.

Minha impressão sobre intenções subliminares em relação a Ian, persistia. Ao final da aula quando entregava meu papel de transferência, sua mão tocou a minha desnecessariamente, e demorou um tempo – que pareceu uma eternidade – se não a puxasse logo. A atração que sentia por ele não passava disso, tudo o que poderia esperar dele é uma relação de professor e aluna.

Deparar-me com Ben, fez-me sentir normal. Sua beleza permanecia estonteante, entretanto, não eram apenas aspectos físicos que chamavam minha atenção, estar com ele fazia- me sentir... Viva.

Passava por mesa após mesa, anotando os pedidos com completa atenção.

- Desculpe, não encontrei no cardápio algo que gostaria muito. - A voz me parecia familiar, ainda assim continuava a encarar o bloco de notas esperando o pedido.

- Pode falar, talvez tenhamos. - Disse, em um tom de indiferença.

- Bom, gostaria de conversar com a garçonete. Pago se preciso. - Virei-me para encarar de onde havia saído esta terrível coisa. Não, por favor não.

- Dean? - Estremeci ao vê-lo assentir. Meu ex- namorado estava parado à minha frente, encarando-me sorridente. - Me deixe em paz.

Quase corria, mal sentindo meus pés tocarem o chão, Ben me seguia com uma linha de preocupação na testa, ia em direção aos fundos. Meus olhos ameaçaram a soltar minhas lágrimas traiçoeiras, me recusava, não podia chorar por Dean, não dessa vez.

- Ei, tudo bem? - Ben me abraçava, nosso primeiro contato físico de verdade. Respirei algumas vezes antes de falar.

- Sim, só preciso respirar um pouco. - Minha resposta não fora nada convincente, Ben notara, com suas sobrancelhas arqueadas.

- Tem certeza?! Porque não me parece que seja somente isso. - Suas mãos acariciavam minhas cabeça, causando-me sonolência. 

- Não se preocupe, estou ótima. - Me aninhava em seu peito. Não queria contar a ele sobre Dean, não queria ter que lembrar de cada momento agoniante que me fizera passar, ele não precisava saber de meu passado obscuro. Mas que diabos Dean fazia em Los Angeles? A ideia de perseguição deveria ser considerada várias vezes. Em certos momentos me permitia pensar que tudo isso não passava de um terrível pesadelo.

- Quer entrar? - Balancei a cabeça em gesto de negação. Não queria ter que encontrar com Dean, era como se um filme passasse em minha mente, os socos, chutes, o hospital.

- Encontrei você. Esperava uma recepção melhor. - Sua tentativa de fazer alguma piada falhara, ele estava parado na porta com um sorriso maligno que me arrepiava, não havia percebido, minhas unhas estavam cravadas nos braços de Ben, que fixou seus olhos nos meus, sua expressão estava confusa, como se tentasse ler minha mente.
- E-eu... Eu, estava resolvendo um problema. - Gaguejava, esperava que meu medo não fosse tão óbvio. - É uma surpresa revê-lo.

- Sim, espero que seja uma surpresa boa. Posso falar com você em particular? - Ben me observava, esperando se eu aprovaria ou não.

- Desculpe. Estou trabalhando. - Não sabia de onde haviam saído essas palavras, de qualquer forma, me deram alívio. Ao passarmos por Dean, Ben esbarrara em seu braço propositalmente. Lentamente sua mão se entrelaçou na minha, e naquele momento senti-me segura.






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