A day before tomorrow escrita por Gabrielle Reis


Capítulo 13
Ben


Notas iniciais do capítulo

Trilha sonora do capítulo 13: I won't give up - Jason Mraz
http://www.youtube.com/results?search_query=I+won%27t+give+up+jason+mraz



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A luz branca e as paredes de um azul claro, pareceram-me familiares. O alívio me inundou quando percebi que não estava em uma sala de hospital. Detestava hospitais, o que era irônico, já que estudava medicina e minha mãe era médica. Estava em meu quarto, escutava vozes ao longe, sentei-me em minha cama concentrando-me para reconhecê-las.

Suspirei pesadamente pondo meus pés no chão, caminhei em direção ao banheiro para enfim, olhar-me no espelho. Não era tão horrível, alguns hematomas – que aliás, eram feios - marcavam meu rosto e meu corpo, uma faixa branca estava envolta de minha testa, como um curativo. Poderia ser pior, poderia estar morta.

O som de passos grunhindo nos degraus da escada, fez com que voltasse correndo para cama. Era Mallory, em seu olhar triste surgia um pequeno relance de brilho, sorri em troca. Me abraçara cautelosamente, ainda estava dolorida.

– Você me assustou. Não faça isso, nunca mais. - Uma pequena lágrima brotava no canto de seus olhos. - Vê- la naquela situação, fez- me ansiar pela morte. Eu te amo. - Seus lábios tocaram minha testa docemente. Fechei meus olhos, esperando que aquela sensação de conforto não passasse. - Tem uma pessoa lá em baixo, que não desgrudou de você enquanto dormia. Suponho que queira vê-la, eu, Alice e sua mãe iremos sair. - Assenti, não sabendo quem poderia ser. Quando Mals deixara o quarto, o vazio de sua presença quase fez-me chorar, se não fosse Ben adentrando o quarto arrancando- me um sorriso.

– Olá. - Disse ele, seus cílios longos sobre o olhar cansaço deram- me uma piscadela. Ele se sentara em minha cama, nossos corpos à centímetros de distância. - Espero que esteja melhor. Você dormiu por dois dias.

– Obrigado por não me levar para o hospital. - Imaginei que minha aparência estivesse terrível, encolhendo- me constrangida.

– Prometi que não levaria. - Uma pausa, parecia buscar as palavras certas. - Eu estava andando para o restaurante, iríamos ver um filme. Ouvi alguns barulhos estranhos, no início pensei que assaltavam o Tina's. Até que o vi. Quando a reconheci, o ódio consumiu- me e não raciocinava. Pensava apenas que ele pagaria pelo o que lhe fez. - Sua expressão se distorcia pelas lembranças. - Você parecia estar morta, estava desesperado. Então em sussurros você me pedia para levá-la para casa, encontrá-la com vida, era como encontrar um anjo no inferno.

– Obrigado. - Não sabia o que dizer, estava realmente grata. Se não fosse por Ben... Suas mãos tocaram as minhas acariciando- as. Meu coração congelara, o impacto de seus olhos eram como de um carro em alta velocidade impactando- se com algum obstáculo. Retirei minhas mãos rapidamente. - Ben...

– Preciso ser honesto com você, não sei como, e estou tentado fazer o melhor que posso para explicá-la. Marie, quando a vi, não haviam intenções subliminares em minhas ações. Porém, com o passar do tempo conhecendo-a, me aproximei tanto. E devo lhe dizer que me apaixonei. Por cada e mínimo detalhe, por seus defeitos, sua forma de revirar os olhos e seu sorriso. Sua risada me faz rir e sua pele é como marfim. - Engolia em seco, as paredes pareciam girar. - Entende, como é perfeita para mim?! Aconteceram coisas horríveis em sua vida, e vê-la chorar é como se o mundo não importasse. Você deveria ser beijada todos os dias, todos os minutos, todos os momentos. - Seu rosto se aproximava lentamente, seu olhos fixos aos meus, suas mãos segurando meus rosto carinhosamente. Um súbito desejo de beijá-lo me invadia, meus lábios doíam, ansiando pelos os seus.

– Não posso, seria injusta. Eu... Eu estou apaixonada por você. - Dizia aquelas palavras com os olhos fechados, era mais fácil pensar. - Não posso. Sinto muito.

– Por que não? - Podia sentir seu hálito, me esforçava com todas minhas forças para não agarrá-lo.

– Porque também sinto o mesmo por outra pessoa. - Abri meus olhos, era a primeira vez que assumia em voz alta, embora isso insistisse em meus pensamentos. A expressão de Ben estava ilegível, ainda encarando-me.

– Agora tenho o benefício da dúvida. Deixe-me fazê-la escolher. - Seus lábios tocaram os meus suavemente, logo em seguida com um pouco mais de intensidade. Retribuí seu beijo da mesma forma, entrelaçando minhas mãos em seus cabelos, puxando-o para mim. Suas mãos passeavam por meu corpo tendo o cuidado de não tocar nas partes doloridas. Ben traçava uma linha de beijos de meu pescoço até meu ombro, abaixando a alça de minha camisa.

– Espere. - Estava ofegante, seus lábios estavam avermelhados pela pressão dos meus.

– Prefere que eu vá? - Ele distribuía beijos em minha barriga.

– Não, fique comigo. Apenas, não quero apressar as coisas. - Uma parte de mim, implorava para que eu avançasse, enquanto a outra, ainda sã, mantinha-me no controle. Ele assentiu sorrindo, deitando- se ao meu lado, envolvendo- me em seu abraço. Por incrível que seja depois de dois dias dormindo, adormeci, em seus sussurros.












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Notas finais do capítulo

Reviews??? ;)