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- E como fazemos isso? – Louis perguntou ao Mestre o que todos ali se perguntavam.

- Treinando e provando o seu valor. – Respondeu o velho misterioso – É o único jeito. – Completou.

- Que assim seja. Nos treine e nós faremos o que for preciso, Mestre. – Liam deu um passo a frente e se ajoelhou ao pés do Mestre, em sinal de reverência. Todos os jovens homens fizeram o mesmo.

                O Mestre olhou satisfeito para o grupo que se formou a sua frente.

- Comecemos pelo aquecimento. Flexões.

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- Já começa a anoitecer. – Lili observava o céu enquanto andava cuidadosamente pela floresta.

- Não seria a hora de montar acampamento? – Perguntou Julie.

- Não será preciso. – Jass disse, parando de andar. – Chegamos.

                Jass tirou alguns galhos do caminho e revelou a grande pedra as amigas. Era realmente grande; serviria de um refúgio alto e seguro para um grupo grande de pessoas.

- Vamos subir. – Disse Jass, recomeçando a andar.

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- Você é realmente bom no arco. – Disse o Mestre quando viu Zayn acertar mais uma flecha.

- Espero que seja o suficiente. – Zayn disse concentrado no que fazia.

- Me diga meu jovem, o que sente pela minha rainha?

                Zayn parou o que fazia para responder a pergunta.

- Não sei exatamente. Nunca senti isso antes... – Ele pensou por um segundo antes de continuar - Sei que é grande e forte. Resistiria ao tempo de mil anos e é o suficiente para que seus fardos e sonhos também se tornassem os meus.

- É capaz de assumir a responsabilidade por um povo que não é o seu? – O Mestre perguntou, procurando saber mais.

- Se é o povo de Jass, significa que metade de mim nasceu aqui. – Zayn respondeu naturalmente.

                E como se fosse tomado por um fogo próprio, o arco queimou a mão de Zayn, que o largou com espanto. Zayn olhou para sua mão assustado, e viu um desenho de arco e flecha ser marcado em brasa na palma de sua mão. Quando vou a olhar para o arco que antes segurava, percebeu que ele se elevara no ar em movimentos giratórios. Seu material foi se tornando ouro puro e uma luz ao seu redor denunciava que aquela não se tratava mais de uma arma qualquer.

- Seu coração tem lealdade e amor para todo um povo. Seu arco terá a mesma lealdade a você; não o deixará sozinho quando enfrentar o inimigo e guiará suas flechas segundo sua vontade. – Era o Mestre quem dizia as palavras em uma espécie de transe.

                Quando o arco voltou voluntariamente as mãos de Zayn, ele se tornou madeira novamente.

                O grupo se juntou em torno do jovem e juntos admiraram o que havia acabado de acontecer.

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                Quando chegaram ao topo da pedra, todas esperaram pelas instruções de Jass.

- E agora? – Kate perguntou, quebrando o silêncio.

- Não sei. – Jass respondeu para a surpresa de todas – Sei que tínhamos que chegar até aqui. – Ela completou respondendo aos olhares impacientes.

- E como você sabia que tínhamos de chegar até aqui? – Claire perguntou, tentando manter a calma.

- A pedra. – Jass segurou a pedra que levava pendurada no pescoço – Ela me disse o que fazer.

- A pedra falou com você? – Lili perguntou assustada.

- Claro que não... Pedras não falam... Né? – Julie parecia confusa.

- Não. – Jass não evitou o sorriso – É como se ela me mostrasse o que fazer.

- E justo agora ela resolve ficar quieta? – Kate disse dando um passo a frente em direção ao meio exato da pedra. Seu pé parou em cima de alguns galhos que fizeram barulho ao serem quebrados.

- Aí! – Jass disse, assustando todas as amigas – Kate tire o pé daí!

                Kate levantou o pé cuidadosamente. Jass se ajoelhou e tirou os galhos quebrados. Abaixo deles havia uma pequena fenda na pedra, no formato exato da pedra que trazia no pescoço.

                Jass tirou o colar do pescoço e encaixou seu fragmento de pedra de volta a matriz.

- Tem algo escrito aqui. – Ela limpou a pedra e forçou os olhos para ler:

“Sunu uhv englas kläm Feorh fruhm Hëah. Kuh d  yo’o ak’ spet prahys?”

- O que tá dizendo? Que língue é essa? – Perguntou Claire.

- Inglês antigo. Da época de meus primeiros descendentes. – Respondeu Jass, voltando a se levantar. – Aqui diz: Filho do anjo reclama vida do alto. Você pode aceitar o preço?

- Vida do alto? - Perguntou Julie, sem entender.

- Magia. - Respondeu Jass.

- Como se diz “sim” em inglês antigo? – Perguntou Kate.

- “Ahy doth” – Disse Jass. Em seguida todas repetiram em alto e bom som.

- Ahy doth.

                Uma rajada de luz contornou a pedra de Jass, que se elevou a centímetros da pedra-mor.

                As jovens, que se encontravam de pé foram atravessadas ao meio pela rajada de luz e cederam desacordadas. Antes de seus corpos se chocassem no chão, eles foram elevados à altura da pedra. Jass foi mais alto que todas, e o colar se colocou a frente de seu peito, ainda sem tocá-lo.

                Os olhos de Jass se abriram e se revelaram negros em todo o seu preenchimento. Os cabelos se encheram de ar e faziam desenhos em volta de sua cabeça. As outras jovens aos poucos foram colocadas na disposição de um quadrado perfeito aos pés de Jass. 

                Kate foi elevada à altura da amiga e seu corpo foi deitado pelo ar na frente de Jass. Uma áurea transparente se soltou do corpo de Kate e foi sugada pela pedra no colar. Em seguida, um ponto de luz verde escura se soltou da mesma e foi até a boca de Kate, onde sumiu ao penetrar os lábios entreabertos da moça. De repente o corpo de Kate se enrijeceu. Seus braços não mais pendiam ao lado do corpo; eles repousaram em forma de “x” acima no peito. Seu corpo voltou a vertical e sua cabeça estava reta e firme. Aos poucos o corpo de Kate foi voltando ao chão. E antes que pudesse tocá-lo, uma grossa raiz de árvore começou a envolvê-la pelos pés, puxando-a para a terra. Kate foi enterrada viva. Mas sem gritos e nem medo... Sua expressão era serena, como se pertencesse ali.

                A segunda foi Julie. Mas a luz que se desprendeu da pedra de Jass e entrou em seus lábios era de um vermelho flamejante, como de fosse uma fagulha. O corpo de Julie emanou flamas até tocar o chão e ser envolvido em uma única flama que não se alastrava. Dentro do fogo o corpo de Julie permanecia intocável.

                Em seguida o corpo de Lili se elevou.  Sua luz era de um branco fino e móvel, como o vento. O ar começou a girar em torno do seu corpo e pareceu levá-lo ainda mais alto no céu. Lili voava acima de Jass.

                Por fim, Claire se apresentou a Jass. O brilho de sua luz era azul vivo, como o mar mais cristalino. De trás da pedra uma coluna de água de apresentou e envolveu a princesa em um movimento calmo. Ela foi levada ao mar, onde parecia apenas descansar em um mergulho até o fundo.

                Quando todas já passavam por suas transformações, o colar voltou a se depositar no pescoço de Jass. Uma sombra envolveu a rainha dos selvagens e em um movimento rápido ela penetrou a pedra, como se esta fosse feita de ar.

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