A Traição De Krakion escrita por Kai Phoenix, Clara


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Acho que só vou realmente conseguir achar um nome bacana para os capítulos quando eu finalmente terminar a estória. O enredo está tranquilo, bem pensado, mas temo que os títulos não rendam muito, já que não sou lá tão criativa com essas coisas.
Até agora nada demais aconteceu, estou apenas introduzindo os personagens. ;) Aguardem.
O clássico começo, sendo um adolescente com uma vida normal e um pouco atrapalhada se depara então com um mundo completamente diferente do que já sequer imaginara. Porém, em momento nenhum eu disse que isso era algo bom.



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Um perturbante ruído cutucou meus ouvidos, fazendo com que eu abrisse os olhos. Não, mais uma vez, eu não consegui dormir. A luz do Sol  refletia em meu rosto, mas aquilo já não me incomodava. Sempre gostei do Sol, dias de chuva sempre foram os mais sem graça, na minha mera opinião. Levantando-me da cama, olhei em volta, avistando minha mochila em cima da escrivaninha, com meu material espalhado pela mesa. Teríamos prova de álgebra hoje, e eu até pensei em estudar... Mas estudar não é fácil para quem tem déficit de atenção e dislexia. Além disso, estava muito ocupado ontem ganhando da minha irmãzinha no basquete, em nosso campo no quintal.

Aliás, me dei conta de que o ruído vinha do quarto dela. Deveria ser seu despertador, mas como ela nunca o ouvia (pois dormia como uma pedra), Charles, o mordomo, teria de acordá-la como sempre fazia. Eu me sentei na cama, sonolento. Fiquei observando as paredes. Até as paredes tornam-se interessantes quando se tem de estudar álgebra. Respirei fundo, e quando estava prestes a me levantar, minha irmã entrou correndo no quarto, estourando a porta contra a parede.

-Kyros, vamos logo! A gente vai se atrasar pra escola! –Disse ela, num tom um tanto alto. Levantei-me rapidamente e peguei a mochila, enfiando meus livros e bagulhos ali dentro, fechando-a em seguida. –Não vai trocar de roupa, não? –Ela perguntou, como se fosse a coisa mais normal do mundo ficar de cueca em frente a crianças de 10 anos.

-Assim que você sair, Claire. –Eu esperei que ela se virasse e saísse, porém ela não o fez. Optei pela opção mais fácil: Empurrei-a até o corredor, e antes de fechar a porta, sorri e pedi que ela me desse licença. Ouvi-a me chamar de “irmão ogro”, e dei uma leve risada.

Assim que me aprontei para a escola, pendurei a mochila no meu ombro esquerdo e fui até a sala, onde mamãe penteava o cabelo de Claire. Ela sorriu ao me ver, e continuou a pentear. Pus a mochila no braço do sofá e peguei uma torrada com manteiga em cima da mesa de jantar. Comi, e virei um copo d’água inteiro na boca.

-Esse é seu café? –Mamãe perguntou, com um tom de preocupação na voz. –Não vai sentir fome na escola?

-Não, pode ficar tranquila, mãe. –Sorri, indo ao banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes.

-Ele vai me pedir lanche mais tarde, quer ver? –Disse Claire, correndo até o quarto para pegar sua mochila azul-clara.

Ao voltar pra sala, ela já havia ido e voltado do quarto. Céus, que menina rápida! Charles nos chamou, abrindo a porta.  O motorista já estava nos esperando fazia alguns minutos. Abraçamos mamãe, e apostamos corrida até o carro. Não sei o que tem nas pernas dessa criatura, que a faz tão rápida. Mas não perdi, nós nos jogamos dentro do carro e caímos um em cima do outro. 

Se perguntando por que eu escrevo tão formalmente? Simples: sou um poeta maroto. Mas, já que insiste, serei mais informal a partir de agora.

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Já na porta da escola, fomos direto à nossas salas, em diferentes andares. Bastou eu entrar na sala e pronto: a cambada feminina já corre pra mim, me abraçando, dando bom dia e tudo mais. Eu apenas sorri, me achando o maioral,  apenas respondendo com um “bom dia, meninas!”. E, é claro, uma piscada bem dada. Uma delas, porém, nunca vinha falar comigo, nem sequer olhava pra mim. Eu não ligava muito, também não falava com ela a não ser que eu tivesse o que dizer. Mas, o que me incomodava mais era que essa tal menina, Rayvn Clearwater, era muito bonita. É claro que as meninas da sala poderiam ser consideradas bem mais bonitas, mas tinha algo naqueles cabelos dourados que me impressionavam um bocado.

Enfim, chega de bancar o babaca.  Sra. Clockwards entrou na sala, com aquela cara amarga de sempre, e entregou a prova. Até então, eu tinha completamente esquecido de que teríamos prova de álgebra e geometria. Ah, mas que lindeza. Babou-se.

Olhei pro papel, o papel olhou pra mim. Entender as questões que é bom, nada. Ficamos nos encarando por alguns minutos, e as únicas que eu sabia eram as duas primeiras, mas eu já não tinha lá tanta fé que iria acertar.

-Que se dane, tenho pontos sobrando... –Murmurei para mim mesmo, desviando o olhar da minha prova e tentando alcançar a prova da pessoa ao lado, que por meu azar, devia saber menos que eu. Trevor estava em piores condições, pobre coitado. Eu até o daria cola, se eu ao menos tivesse cola pra dar.

-Dez minutos. –Anunciou a professora, imediatamente olhando para Trevor, que nem percebeu. Bem, é bom saber que às vezes, há pessoas em situações piores que você. Digo, não que seja bom, mas... Você me entendeu. Ao menos a bronca não seria só em mim.

Após o anúncio dos dez –tecnicamente, nove minutos restantes, usei minha estratégia de última hora: Chutar B, C ou D. Pra variar, a última eu chutei A. Ao pegar minha prova, com a ponta do dedo ela empurrou os velhos óculos, fazendo-os escorregar até a ponta de seu grande nariz.

-Estou de olho em você. –Ela disse, me encarando. Não me movi, apenas forcei um sorriso até que ela continuasse a recolher as provas. Esqueça Trevor, a bronca será só minha, mesmo. Bom, agora ao menos já sei que não vou mostrar a prova à minha mãe.

Ao entregar a caneta azul que peguei emprestada de uma colega, ouvi os altos e célebres agitos da professora ao recolher a prova de alguém. Virei para ver quem era, e para minha nem tão surpreendente surpresa, era a tal Rayvn.

-Pelo que vejo aqui, já garanto que a primeira página você gabaritou! –Exclamou Sra. Clockwards, colocando ainda mais amostra suas longas rugas ao exibir seu sorriso amarelado. Afinal, o que aquela loira tem que eu não tenho?

“Inteligência, talvez.” Pensei, apoiando meu rosto em meu punho direito. 


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