Pretending escrita por yris


Capítulo 8
8. Complicações


Notas iniciais do capítulo

Voltei, espero que gostem .. ficou meio normalzinho, mas eu vou melhorar o próximo pra vocês!



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ISABELLA

Era impossível se concentrar em qualquer coisa naquele momento. E era impossível que alguma coisa tirasse aquele sorriso largo e idiota do rosto dela. Por mais que parecesse idiota, ela ainda achava que poderia acordar a qualquer momento e começar a chorar feito uma criancinha, mas estava demorando demais para ser mais um sonho com. Se fosse um sonho, ela teria acordado na parte em que ele se aproximou para beijá-la.

E Isabella estava radiante de felicidade por ter tido uma das melhores ideias de sua vida e ter ido à Milkshake City com Tami, e principalmente por ter encontrado Harry na porta. E como ele poderia ser tão perfeito daquele jeito? Como alguém como ele poderia existir de fato? Ela achava que nunca conseguiria entender as respostas dessas e de outras perguntas, até porque a mente dela estava ocupada demais rememorando cada detalhe dele, cada palavra dita, cada sorriso dado enquanto ele esteve na frente dela.

E Isabella olhava de cinco em cinco segundos na agenda de contatos do telefone para verificar se o número dele continuava lá. Seu maior medo era que aquilo desaparecesse dali inexplicavelmente, então ela vivia praticamente grudada com o aparelho, era o seu tesouro. E ela não sabia quando deveria ligar, mesmo estando com vontade de fazê-lo naquele momento. Mas não era certo, não fazia nem meia hora que Harry a havia deixado em casa, e Isabella não queria estragar tudo. Ela iria esperar que ele ligasse.

Isabella suspirou e se sentiu flutuar ao tocar na bochecha que ele havia beijado, ela fechou os olhos e reviveu aquele momento. Sentiu aquele frio na barriga e as pernas fraquejarem ao sentir a respiração quente dele em seu rosto... Ela era a idiota mais feliz do mundo naquele momento.

Mas o celular dela tocou e ela teve que abrir os olhos. Ela ficou triste porque não era o Harry e se sentiu péssima por ver que era Tami que ligava quando ela mesma já deveria ter feito isso antes.

– As coisas foram tão boas assim que você nem lembra que eu existo? – Tami resmungou irritada do outro lado da linha.

– Me perdoa, amiga, eu já ia te ligar, acabei de chegar em casa... – Isabella respondeu com a voz tristonha. – Como o seu pai está?

– Ele está fazendo uma cirurgia agora. Alguma coisa com desobstrução de uma artéria do miocárdio... foi um infarto perigoso, quer dizer, ainda é... – Tami disse com a voz baixa e abalada.

– Eu sinto muito, amiga... tem algo que eu possa fazer por você? Sei lá, qualquer coisa? Posso te fazer companhia aí, mesmo. Eu aviso o meu chefe que não posso ir e vou pra aí.

– Eu estou aqui no hospital com a minha mãe, ela tá devastada e é melhor que eu fique aqui sozinha com ela, sério. Ela não quer ninguém aqui a olhando com pena e muito menos iniciar um velório... Mas obrigada, Bels, eu vou te devolver o carro assim que a cirurgia terminar, não posso deixar minha mãe aqui agora.

– Pode ficar tranquila, Tami, fique com o carro por quanto tempo precisar, e se quiser que eu vá pra aí é só me ligar que eu vou, sério!

– Mas mudando de assunto, me conta como foi ficar sozinha com o Sr. Styles! – Tami mandou com a voz um pouquinho mais animada.

– Aaaii, Tami! Foi... foi incrível! Sério, nós conversamos mais do que eu esperava e ele é incrivelmente perfeito, educado, cavalheiro, legal, lindo, divertido... e mais um milhão de coisas! Tipo, nós tivemos uma conversa supernormal, falamos do Brasil e coisas que não fazem muito sentido, mas ele é simplesmente perfeito! Aqueles olhos dele de perto são tão mais lindos e profundos, o sorriso dele é cativante...

– Ah, que pena que eu não pude ficar mais, queria constatar tudo isso aí que você disse, quer dizer, eu sei que ele é lindo e perfeito, mas eu queria ficar mais que cinco minutos! Nas gravações eu só falei com o Harry e com os outros no primeiro dia e foi rápido demais, e ontem eu só meio que dei um “oi” pro Zayn... – Tami foi falando e gradativamente sua voz foi sumindo, até que ela suspirou e perguntou – Será que ele vai me ligar?

– Mas é claro, Tami! Ah, o Harry também pediu meu número! Eu estou morrendo de ansiedade pra que ele ligue, mas ele foi passar o fim de semana em Holmes Chapel, então eu não posso ser apressada. Vai ver que o Zayn também está em Bradford hoje.

– É até melhor que ele não me ligue hoje, Bels, não vou poder sair daqui e passear com ele... Tenho que ficar aqui, to com medo de algo pior aconteça com o meu pai.

– Vai dar tudo certo, Tami! Seu pai vai ficar bem logo logo!

– É, vaso ruim não quebra... – Tami deu uma risada desanimada. – Minha mãe tá mandando eu desligar agora, beijo, Bel.

– Beijo, Tami! Vou ficar aqui torcendo pelo seu pai, ok? Até logo. – Isabella disse e a ligação terminou.

Isabella colocou o celular em cima da mesa e voltou a olhar para o notebook aberto que exibia o início do relatório que deveria fazer. Ela ainda tinha muito trabalho pela frente, mas não sabia se iria conseguir se concentrar. Estava pensando em tudo ao mesmo tempo. Harry, Tami, faculdade, emprego, sua família em outro continente. Ela ainda tinha duas horas até seu turno na pizzaria começar.

De repente ela se sentiu tão sozinha entre aquelas paredes sem graça da sala. Era assim que ela passava suas noites, sozinha, e era tão chato não ter ninguém pra falar de qualquer coisa. Mas ela tinha que viver assim por enquanto, ela queria alcançar seus planos, e precisava disso para atingi-los, então não tinha como ser diferente.

Então Isabella foi até a cozinha e pegou um pedaço da pizza que estava na geladeira e comeu assim mesmo, feliz. E os pensamentos dela foram preenchidos por quem estaria a caminho de Holmes Chapel naquele momento.

TAMI

Ela colocou o celular no bolso e abraçou sua mãe que estava com um olhar perdido e preocupado. Elas permaneceram abraçadas por longos minutos naquela saleta de espera iluminada do hospital, sem trocar nenhuma palavra, porque ninguém sabia o que dizer naquele momento, porque nada precisava ser dito.

– Mãe, a senhora não quer comer alguma coisa? – Tami perguntou encarando os olhos tristes de sua mãe.

– Não, meu amor, não vou conseguir engolir nada agora... – a voz da Sra. Andrews saiu baixa e abafada.

– Mas, mãe, a senhora não comeu nada desde de manhã cedo... Não quer nem um café?

– Não, não vou conseguir pensar em mais nada até que alguém venha nos dar notícias do seu pai... Como aquilo foi acontecer com ele? Ele parecia tão bem... – a Sra. Andrews refletiu consigo mesma.

– Essas coisas acontecem quando a gente menos espera... Mas ele vai sair dessa vivo. – Tami tentou sorrir corajosamente para sua mãe. – Tem certeza que não quer nada? Vou até a cantina, rapidinho, ok?

A Sra. Andrews apenas assentiu para Tami deixando que a filha fosse.

E na verdade Tami estava muito preocupada, mas não queria demonstrar nada disso. Queria transmitir forças para sua mãe, não deixar as coisas mais desesperadoras. Justo agora que ela havia conseguido um emprego e poderia recuperar seu carro que fora vendido devido à crise, justo agora que ela assinaria um bom contrato com agência e receberia muito bem pelo trabalho no videoclipe e poderia pagar sua faculdade e ajudar em casa. Logo agora que havia se aproximado dos cinco motivos que a fazia sorrir todos os dias tinha que acontecer algo assim para desestabilizar tudo.

E Tami concluiu mesmo que nada seria plenamente perfeito nunca.

Ela pediu um café quente expresso na cantina do hospital e esperou um pouco. Ela queria respirar mais tranquila, mais leve, mas ela sentia como se estivesse sendo sufocada por aquele lugar. Era tudo muito branco, muito limpo, muito silencioso, muito triste demais.

Ela pegou e pagou o café e foi para o canto da cantina sentar-se a uma das várias mesinhas. Tomou um gole do café e se sentiu um pouco mais aquecida. Não conseguiu ficar olhando para aquelas paredes sem vida e para aqueles rostos entediados e resolveu pegar o celular e mexeu no Twitter.

Ela olhava para as atualizações com a mesma cara de desanimo, até que viu uma foto que a deixou sem reação, literalmente. Um paparazzi tinha tirado uma foto de Zayn e Perrie saindo de um restaurante do centro mais ou menos meia hora atrás. Na foto, os dois estavam sérios, de mãos dadas e óculos escuros. Havia várias fotos como aquela, mas era uma tortura para Tami ver aquilo.

E sem que ela percebesse, uma lágrima escapuliu dos olhos dela. Era óbvio que ela nunca teria qualquer coisa com Zayn, ele estava com a Perrie há alguns meses e segundo uma entrevista ao Sugarscape, também havia escrito uma música para ela. Esse tipo de coisa a destruía por dentro, mesmo sem querer. Ela já havia tentado destruir qualquer remota esperança de um dia estar com ele, mas aqueles dois dias perto de todos eles...

Aqueles dois dias, aqueles momentos... Era impossível controlar o lado insano da mente de planejar as coisas mais idiotas que fossem ao lado dele. Mas agora o pai dela estava à beira da morte e Zayn estava feliz com a namorada loira e bonita que tinha. Aquilo causava uma dor estranha, um tipo de vazio dentro do peito dela que machucava. A sensação de estar sufocando se intensificou.

Ela saiu do Twitter antes que pudesse ver qualquer coisa pior. Antes que algum enfermeiro a visse chorando descontroladamente e resolvesse lhe dar um calmante. Tami enxugou as lágrimas com a manga do moletom e tentou fingir que nada havia acontecido. E tomou todo o café se xingando por ser tão idiota, ela não deveria estar chorando tanto por alguém que nem se importava com ela.

Ela não sentiu se o café estava queimando sua garganta, ela não se importava se estivesse pegando fogo contanto que não estivesse sentindo.

Tami não queria sentir mais nada, queria não se importar com mais nada, só com ela mesmo, só com sua vida. Mas ela sabia que ele inevitavelmente fazia parte de sua vida. E ela se xingava ainda mais por aquilo... Ela tentou ficar feliz por ele estar feliz, mas não conseguiu completamente... era doloroso. Perrie não tinha culpa de ser bonita e talentosa, e por Zayn ter gostado dela... Tami respeitava a escolha dele, e tentava não se importar, mas era complicado demais.

Tami não precisava sofrer tanto por alguém tão distante, mas aquilo não era uma opção.

Ela encarou o copo vazio de café desoladamente. Amarrou o cabelo preto e liso com um elástico que tinha no bolso e respirou fundo. Ainda precisava de mais alguns minutos para se recompor e voltar para sua mãe.

Até que o celular dela apitou. Era uma mensagem dele.

Oi Thalia, como você tá? (: xx” era o que dizia.

E ela teve vontade de enviar vários palavrões como resposta, mas não o fez.

Bem, na medida do possível (:” Tami enviou a resposta.

“Vas happenin?” chegou segundos depois e a fez sorrir.

Problemas em casa, você não precisa se preocupar.” ela enviou, mas queria mesmo era perguntar se ele não deveria estar com Perrie ao invés de trocar mensagens com ela. Tami estava morrendo de ciúmes.

“Não quer desabafar?”

“É coisa com o meu pai, ele passou mal, mas vai ficar bem”

“Você está onde? No hospital?”

“Yep, estou esperando aqui.”

“Hm, desejo melhoras pro seu pai... é algo muito sério?”

“Ainda não sabemos, mas tomara que não seja”

“Precisamos conversar depois que você estiver livre, ok?”

“Pode ser, quer dizer, acho que não...”

“Por quê?”

“Você ainda pergunta?”

“Eu quero saber, sério.”

“Zayn, só pense um pouco... só um pouquinho em tudo, principalmente na sua vida, você vai entender.”

“Eu não quero pensar, só me encontrar com você e conversar!”

“Tenho que voltar pra minha mãe agora, depois a gente resolve isso. Tchau (:”

“Tudo bem... beijos pra você (: xx”

Tami jogou o celular no bolso e voltou para encontrar com sua mãe. Não queria pensar no que aquilo significava, se é que significava alguma coisa. Mas ela estava decidida a não se aproximar demais dele enquanto ele estivesse com Perrie. Só a faria sofrer mais do que ela já sofria. Eles iriam ficar sendo amigos de sms, se continuasse daquele jeito.

Assim que ela voltou para a sala pequena onde estava sua mãe, um enfermeiro veio avisar que a cirurgia ainda poderia durar algumas horas, mas que até agora todo o procedimento estava sendo realizado como deveria, era só esperar.

Tami pegou na mão da Sra. Andrews se jogou no sofá que havia ali. Ela queria sumir dali, acordar daquele pesadelo.


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Notas finais do capítulo

e aí gente? só eu que acho que esse Take Me Home tá demorando demais?
bj ;) xx



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