Queria saber o por que. O porquê dessa sensação estranha que eu estava sentindo. Parecia que existia uma bomba dentro de mim que ameaçava explodir todas as vezes que eu via Jeremy. Não sei lidar direito com essa coisa que eles chamam de paixão, sempre acaba dando errado e deixando cicatrizes. E eu não entendia por que eu havia sentido vontade de fazer uma música naquela manhã. Eu nem pensava, meus dedos conduziam o lápis sobre o papel automaticamente.

– Hayley? – Jeremy perguntou do lado de fora da casa olhando pela porta de vidro.

– Oi – eu disse levantando da cadeira onde estava sentada próxima a mesa para a abrir a porta.

Eu abri a porta e ele disse:

– Eu trouxe o café da manhã, pensei que você ainda não tivesse tomado. – ele disse segurando algumas sacolas de compras.

– Jeremy, é sério isso? Não precisava mesmo.

– Não vai querer? Então vou embora – ele disse se virando para a rua.

– Não! – eu o segurei e nossos olhos de cruzaram – Fica! Você acertou, não tomei café da manhã ainda. Não tomei porque eu estava compondo.

– Sério? Mostra a música. – ele disse entrando em minha casa.

Andei até a cadeira onde eu estava, sentei e peguei meu violão com a palheta em minha boca, pois não havia lugar para deixá-la.

– Vou começar então. – eu disse

“When I was younger I saw my daddy cry and curse at the wind. He broke his own heart and I watched as he tried to reassemble it and my momma swore that she would never let herself forget and that was the day that I promised I'd never sing of love, If it does not exist, but darling, you are the only exception, you are the only exception, you are the only exception, you are the only exception”

– Eu só fiz até aí, não terminei de escrever, não sei está boa. – eu disse

– Está ótima! – Jeremy parecendo satisfeito com a canção que eu fiz.

Ele me olhava nos fundos dos olhos e aquilo sempre fazia rolar um clima “romântico” considerado por alguns, mas por mim estranho porque sempre me deixava nervosa. Estávamos quase nos beijando, Jeremy puxou-me delicadamente para perto dele, minha mão estava acariciando seus cabelos, eu e ele de olhos fechados, mas nossos lábios ainda não tinham se tocado, quando finalmente eu cheguei mais perto e ele me beijou. Eu podia sentir sua barba serrada no meu rosto, o gosto de sua boca, tudo. Aquilo foi tão bom, a melhor sensação do mundo.

– Eu ainda gosto de você – ele disse pausando o beijo por um minuto.

Paramos de nos beijar e eu me calei.

– Quando você foi embora, eu não te esqueci. – ele disse olhando para mim.

– Eu...

De repente ouvi uma voz me interrompendo, uma voz que gritava: “Ei, cheguei!” olhei para a porta e quem estava ali era Taylor York.

– Taylor? – perguntei em quanto Jeremy se virava para checar se era mesmo ele ali gritando na porta.

Taylor abriu a porta e veio ao meu encontro.

– Quantas saudades de você Hayley – ele disse me dando um abraço

– Saudades de você também! – eu disse sorrindo.

– E você Jeremy? Cuidou bem da minha Hayley em quanto eu não estava?

– Foi um dia e ela não é sua – ele disse parecendo um pouco furioso.

– Ei, calma, eu sou dele sim, sou a melhor amiga dele. – eu disse abraçando-o

– Eu sei disso, eu estava brincando. – Taylor disse me pressionando ao seu lado – o que houve aqui? Parece que vocês dois viram um fantasma.

Jeremy e eu nos olhamos, entendendo que o motivo de estarmos estranhos era porque tínhamos acabado de nos beijar.

– Ouvi alguém na porta? – Taylor perguntou

– Minha casa está tumultuada hoje – eu respondi.

Havia um homem na porta, irreconhecível por de trás do vidro mesclado que ali havia. Abri a porta e para minha surpresa quem estava ali era Synyster que estava bêbado.

– O que aconteceu com você? – eu perguntei indignada.

– Oi Hayley, tudo bem, você me largou, nunca mais falou comigo – ele dizia me agarrando.

– Meu Deus, você está acabado. Vem aqui pra dentro – eu disse trazendo-o

– Taylor me ajuda aqui – eu disse em quanto fechava a porta.

– Eu não preciso de ajuda – Brian disse.

– Quem é esse? – Taylor perguntou segurando Synyster.

– Brian, Synyster, é meu vizinho. – eu expliquei – coloca ele sentado do sofá, por favor.

Brian sentou no sofá e dormiu.

– Que cara louco – Jeremy disse observando-o dormir.

– E agora? O que eu faço?

– Espera ele acordar e manda ele pra casa dele – Taylor disse.

– Claro, vou dispensar ele nesse estado?

– É só o que você pode fazer – Taylor respondeu.

– A Hayley – Synyster disse em quanto dormia.

– Ele falou dormindo? – Jeremy perguntou

– Eu beijei a Hayley, ela beija bem! – Brian disse

– O que? – Jeremy perguntou com raiva.

– Calma! – eu disse

– Ele já te beijou e você nunca me falou? Esperava que eu descobrisse quando?

– Já faz muito tempo isso... – eu disse

– Tá bom, fica aí com o seu amiguinho bêbado. Só não dou um soco nesse desgraçado por pena. Jeremy disse indo embora e batendo a porta com ta força que fez um barulho estrondoso. – Jeremy disse.

– Taylor, você fica aqui com o Brian? – eu perguntei preocupada

– Fico, vai lá atrás dele e depois você me explica porque ele está nervoso.

– Obrigada! – eu disse correndo atrás dele e batendo a porta com forma também.

Olhei para a rua, Jeremy já estava distante.

– Jeremy! – eu gritei! – Jeremy! – eu gritei novamente, mas meus gritos não adiantavam.

Corri rapidamente tentando chegar até ele. Segurei seu braço e disse:

– Ei!

– Me solta! – ele disse repuxando seu braço.

– Para! Por favor. – eu pedi.

– Por quê? – ele disse parando de andar. – só me dê um bom motivo para eu não voltar para Franklin agora?

– Eu preciso de você aqui.

– Não me convenceu – ele disse voltando a caminhar. – você não gosta de mim, só brinca com meus sentimentos, mas não diz o que sente por mim de verdade.

– Mas... – eu hesitei.

– Mas... O que? – ele perguntou pausando o passo. – viu? Você não fala.

– Eu te amo – eu disse firme.

– O que? – ele perguntou parecendo surpreso pela minha declaração.

– Foi isso o que você ouviu, eu te amo. – eu suspirei.

Ele juntou seu corpo ao meu e me beijou.

– Eu também te amo, eu sempre te amei.