Shattered By Broken Dreams escrita por srtabaker


Capítulo 2
Apenas o começo




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Ficar quatro horas dentro de um caminhão de mudanças não é bom, não me deixa feliz, apenas me estressa. Morar com a minha mãe seria uma coisa boa, eu percebia que em tudo que ela fazia ela queria recuperar os anos que não passamos juntas. Eu na verdade queria que esse verão fosse diferente de todos os outros, queria fazer algo novo, iria me dedicar mais ao Paramore, mas deixei tudo em Franklin, até mesmo a banda. Prometi a mim mesma que iria voltar e assumir a banda de novo quando o verão acabasse. Não é tão fácil quanto parece ter uma banda, existem compromissos a cumprir, ensaios, músicas novas. Mudar-me para Huntington Beach seria uma desintoxicação de tudo aquilo que me prendia a Franklin, tudo o que algumas vezes me fazia mal.

Lá eu estava, olhando pela janela de um caminhão com as mãos entrelaçadas às bolsas que estavam em meu colo, na qual havia coisas que eu levaria na mão mesmo por serem coisas pequenas e desnecessárias ocupando espaço na carga do caminhão. Estava frio, o que era bem estranho para um início de verão, mas meu casaco preto e aveludado no interior me deixava aquecida. Eu cochilei enquanto escutava música nos meus fones de ouvido antigos, um deles já não estava funcionando tão bem como antes devido ao muito tempo de uso ou talvez faltasse cuidado de minha parte, mas eles me lembravam de casa.

– Nichole, filha, acorde, já chegamos. – dizia a minha mãe com sua voz suave ecoando em meus ouvidos na tentativa de me fazer acordar, chamando-me pelo meu segundo nome. Ela preferia Nichole à Hayley, e insistia em me chamar assim, mas aquela forma de me chamar nunca me incomodou, eu gostava na verdade, mesmo não dizendo.

Abri delicadamente meus olhos ainda com sono e cansada por estar viajando durante tanta hora sentada em um caminhão e ainda um pouco tonta desci daquele veículo com a ajuda de minha mãe sem qualquer equilíbrio. Comecei a dar passos lentos em direção a casa tentando não escorregar com a calçada molhada pela chuva constante. Huntington Beach é um lugar ensolarado, mas sem explicação alguma dos meteorologistas aquele dia estava frio, gélido, chuvoso, exatamente o oposto do que realmente é.

Olhei para o alto, observei a casa e entrei. A casa estava empoeirada, estava de manha, eu estava com sono, portanto ignorei a minha mãe tentando limpar a casa e subi para meu novo quarto com minhas malas. O quarto ainda estava vazio, qualquer coisa que eu dissesse faria eco e então os funcionários da empresa de mudanças subiram com os móveis, meus antigos móveis. Sentei na cama fria, mas por curiosidade levantei me aproximando da janela ao tentar ver seu estado por a casa ser velha e de madeira achei que algo ali poderia estar podre. Apoiei-me na janela para olhar a vista da rua molhada, não dava para ver muitas coisas, apenas uma árvore alta no jardim, a rua onde carros passavam com constante frequência e crianças brincando, mas em meio a tudo aquilo eu vi alguém vindo em direção a nossa casa, não alguma das crianças que ali havia, mas sim um adulto, um homem, porém impossível de reconhecer da janela do segundo andar de uma casa cujo primeiro andar já era alto. A campainha tocou.

– Nichole, você pode abrir a porta? Estou ocupada. – minha mãe gritou com a voz estridente.

Não disse nada, me calei, eu apenas não queria abrir a porta e ver quem era a pessoa que estava ali tocando a minha campainha, eu estava péssima, então me olhei de cima abaixo e observei toda a minha roupa, estava vestindo uma calça jeans, tênis roxo, uma blusa antiga, mas com grande valor para mim, uma blusa do Led Zeppelin banda que meu pai amava e que me trazia recordações dele. Eu também estava com o mesmo casaco de sempre, eu não tinha tido tempo para me trocar, era um casaco de capuz preto cobrindo a minha pele ainda mais pálida no clima frio a fim de me aquecer, meu cabelo extremamente ruivo não melhorava minha aparência apesar de eu realmente gostar dele. Eu só não estava preparada para visitas. Desci as escadas enquanto a misteriosa pessoa continuava a tocar a campainha da porta, puxei a maçaneta gélida e abri a porta me surpreendendo com a voz da pessoa que estava ali esperando alguém o atender.

– Oi? – eu disse desejando saber o que queria.

– Oi – ele disse se virando para mim e me olhando fixamente – Meu nome é Synyster, eu moro aqui na casa ao lado e vim dar as boas vindas – ele explicou observando minha blusa do Led Zeppelin em quanto eu a escondia por estar bem velha.

– Meu nome é Hayley. Synyster? – eu perguntei.

– Brian, Synyster é meu nome artístico na verdade.

– Sim, mas você não é o guitarrista do Avenged Sevenfold? – eu questionei confusa.

– Na verdade sou, conhece nossa banda?

– Conheço. – afirmei

– Você tem cara de quem toca algum instrumento – ele disse

– Toco, eu... Tenho uma banda na verdade.

– E qual o nome? – ele perguntou parecendo realmente interessado.

– Paramore. – eu disse suspirando e o olhando.

– Agora eu tenho que ir, mas quem sabe eu passo aqui mais tarde e a gente sai? Pode ser? – ele perguntou animado.

– Pode ser. – eu sorri em quanto fechava a porta.

De alguma forma ele me encantou, na verdade eu não sabia o que fazer, eu só ficava me perguntando: Ele vai voltar aqui? Eu gostei tanto de conversar com ele, de sentir o calor dele perto de mim, Será que ele vai voltar? Queria apenas tê-lo de novo aqui.

– Já o conhecia? – minha mãe perguntou

– Não, por quê?

– Você o olhava de um jeito diferente – ela disse com o sorriso que ela sempre fazia quando sentia que estava me constrangendo.

– Não acho. – discordei. – em quanto sobia as escadas à caminho de meu quarto.

O dia ainda estava começando, os móveis já estavam arrumados, então deitei na minha cama, revirando meus olhos para o teto, ouvindo música, por algum motivo ouvir música me deixava feliz.

A campainha tocava de novo, mas dessa vez minha mãe não me chamou, se quer mencionou meu nome, ela apenas atendeu a porta. Eu só conseguia ouvir os passos de Cristi sobindo as escadas.

– Nichole – da porta do meu quarto ela me chamou – Tem alguém te esperando na porta, parece que vocês se conhecem.

– Brian? – eu perguntei esperançosa, porém ainda deitada sem nem me virar para minha mãe, continuei olhando para o teto.

– Acho que sim, é um garoto alto e tatuado.

– É ele. – saltei da cama com pressa para vê-lo o que era estranho, eu só o vi uma única vez, mas já sentia algo diferente, não entendia o que era.

Desci as escadas correndo sem qualquer cuidado, sem me preocupar com o que poderia ter acontecido se eu tivesse caído eu só queria vê-lo. Aproximei-me da porta e disse:

– Oi – sorri – ele estava bonito naquela noite, com uma touca preta, de blusa preta, calça jeans e tênis azuis.

– Não esqueceu não é? – ele retribuiu o sorriso.

– Do que? – eu perguntei assustada.

– Que eu ia passar aqui para a gente sair

– Ah, claro. Não, não esqueci.

– Já podemos ir? – ele perguntou

– Sim.

Eu desci o pequeno degrau de entrada e fechei a porta, eu queria saber apenas aonde íamos. Meu coração estava batendo forte, já estava de noite e eu saindo com ele.

– Vamos para minha casa, tudo bem para você? – ele perguntou parecendo preocupado com a possibilidade de eu rejeitar a proposta.

– Sim, sem problema algum. – eu respondi.

Andamos pela rua molhada e fria, as mangas do meu casaco cobria as minhas mãos para deixá-las aquecidas, ele andava do meu lado e o meu nervosismo aumentava.

– Então, por que veio para Huntington Beach? – ele perguntou curioso.

– Meus pais se separaram e então fiquei morando com meu pai, mas ele viajava muito à trabalho, mas ele achava que não estava cumprindo seu papel como pai por estar sempre ausente e eu sabia que isso o preocupava, fiquei sabendo que minha mãe iria se mudar e me mudei junto com ela. Eu na verdade estava precisando mesmo passar mais tempo junto à ela.

– Entendi. É bem aqui, chegamos. – ele apontou para a enorme mansão que existia bem ali na esquina da rua onde ficava a minha nova casa, era grande, porém eu nunca havia percebido a sua existência ali.

Chegamos e ele abriu a porta para mim, entrei na casa e me dei de cara com duas Gibson e uma Schecter Custom.

– Wow – eu disse olhando para aquelas perfeitas guitarras.

– Sabe tocar guitarra? – ele perguntou pegando uma de suas guitarras e sentando em seu sofá forrado a couro preto.

– Sei – respondi sorrindo.

– Pega uma então.

Peguei uma das guitarras e sentei em uma poltrona forrada também a couro, mas couro branco.

– Vamos tocar Stairway to heaven? – sugeri.

– Perfeita – ele disse me entregando uma palheta escrito “foREVer”.

– Sente saudades dele? – eu perguntei

– Não há um único dia que eu não sinta. – ele respondeu mudando sua feição para uma de tristeza.

– Jimmy sempre estará bem aqui. – eu disse na tentativa de consolá-lo colocando minha mão sobre seu peito esquerdo e sentindo seu coração bater.

– Obrigado – ele disse me puxando para perto e me dando um abraço. – Vamos tocar? – ele perguntou parecendo enxugar uma lágrima que havia escorrido de um de seus olhos.

E então começamos a tocar, nos fez sentir melhor, deu um alívio de todos os problemas é indescritível.

– Errando as notas Hayley? Que isso. – ele brincou.

– Para de palhaçada, não errei nenhuma – eu respondi sorrindo. De repente naquela brincadeira, nossos olhos se fixaram nos fazendo se aproximar um do outro o que levou a um beijo, um beijo que eu não planejava e não passava pela minha cabeça.

– Desculpa, eu não devia ter feito isso. – ele disse olhando para baixo.

– Não precisa se desculpar – eu disse tentando me reconcertar de qualquer jeito.

Olhei para um relógio pendurado ao centro de uma das paredes e nele estava marcando 01h02min assustada com o fato de já estar bem tarde e eu estar fora de casa naquele horário eu disse:

– Vou para casa.

– Foi o beijo? – ele perguntou

– Não, já está tarde, eu preciso voltar para casa – eu disse levando uma das guitarras ao seu lugar e pegando meu casaco.

– Calma, eu te levo.

– Tem certeza? Não precisa – eu disse.

– Tenho certeza, vou te levar – ele disse levantando do sofá. Ele abriu a porta, deu espaço para que eu pudesse passar e à trancou.

O tempo fora de sua casa estava mais frio e apenas o casaco que eu estava não me aquecia completamente, então a tremedeira foi inevitável. Synyster me viu tremendo e logo se aproximou e me abraçou, ele andou o caminho inteiro até minha casa abraçado comigo a fim de me aquecer.

– Obrigada. – eu disse abrindo a porta.

– Espera! – ele exclamou fechando a porta novamente tentando fazer com que eu não entrasse em casa.

– O que?

– Boa Noite – ele disse dando-me um selinho.

– Boa Noite – eu disse entrando em casa e fechando a porta.

Andei até o sofá onde deitei e fiquei pensando no que foi aquilo. Eu estava me apaixonando mesmo ou eu estava encantada com o jeito carinhoso que ele me tratava? Estava tudo cofuso na minha mente, mas fiquei ali deitada, pensando em tudo o que tinha acontecido naquele dia e me rendendo ao sono.



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