O Fantasma De Paradise Farm escrita por Maiumy hime


Capítulo 4
Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Acho que já sei quem vai ser o fantasma =D



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Ágatha almoçou com Abel, mas apesar da fome que estava a comida não descia. O garoto a olhava como que pedindo silêncio, mas não tinha o mínimo direito de fazer isso.

-Abel, gostaria de conhecer a cachoeira que há aqui na fazenda? -ela olhou-o ameaçadoramente.

-Claro, eu adoraria.

-Ágatha eu já lhe disse para não ir até lá.

-Mas eu só quero mostrar a região para meu noivo!

-Já o chama de noivo? Isso me deixa de bom humor...podem ir.

Saíram pelo meio da plantação, mas no meio do caminho ela parou.

-Escuta aqui, se você não quer que eu diga a ninguém vai ter que seguir todas as minhas instruções.

-E quais são elas?

-Por enquanto você só deve ir pra bem longe de lá, sem ser percebido. Depois eu te digo mais alguma coisa.

-Tudo bem.

Ele tomou o rumo contrário à cachoeira. Enquanto ainda andava, o celular (que era a única coisa que pegava naquela fazenda) de Ágatha tocou e ela pôde ver que era sua mãe.

-Ágatha querida, como vai com sua avó?

-Quando você volta pra me tirar daqui?

-É sobre isso que queria conversar contigo filha. Sabe, eu conheci uma pessoa aqui na Etiópia.

-O que isso quer dizer?

-Que eu vou pedir o divórcio do seu pai e me casar novamente, amor.

-Quando vem me tirar daqui?

-Aí é que está: eu não vou. Meu futuro marido não permitirá que eu deixe o país, ele tem medo que eu fuja. Seu pai vai buscá-la assim que voltar de viagem.

-E quando isso vai acontecer?

-Pelo o que estou sabendo, no começo do ano que vem. Você vai tomar aulas aí mesmo, então aproveita pra avisar suas amigas nas férias.

-Então você quer dizer que eu vou ficar nesse inferno até ano que vem?

-Inferno? Eu cresci aí, filha.

-Minha avó quer que eu me case.

-A mamãe continua com as mesmas manias...sabia que eu me casei com seu pai assim?

-Agora vocês estão separados e nenhum dos dois liga pra filha. Quer prova maior de que isso não dá certo?

-Filha, meu amorzão me chama. Adeus.

Ágatha nem chegou a ouvir o adeus, desligou assim que ouviu-a falar de outro homem da mesma maneira que falava com seu pai. Com certeza esse cara devia ser um ricaço qualquer que queria uma loira gostozona com ele. Estava com raiva, então seguiu para a cachoeira esperando encontrar Veridiana para poder descontar tudo nela dando como motivo o beijo. Mas não encontrou. Decidiu então fazer a coisa mais maluca da sua vida: tirou toda a roupa ali mesmo e mergulhou nas águas que corriam rapidamente. Estava quase alcançando a outra margem quando um peixe pulou ao seu lado. Com o susto, Ágatha escorregou numa das pedras no fundo do rio e perdeu o controle do próprio corpo, que afundava enquanto ela batia os braços freneticamente. Seu fôlego já quase não existia quando sentiu seu corpo ser puxado, com alguma dificuldade, para fora da cachoeira. Quando recobrou os sentidos, viu que foi Veridiana quem a salvara.

-Maluca! Tá querendo se matar, Ágatha?

-M-mas eu sei nadar...

-Consegue se levantar?

Como resposta ela ficou de pé.

-Vem, eu vou te mostrar uma coisa.

Elas seguiram vários metros por dentro da mata até um ponto em que o rio fazia uma curva. Haviam muitas coisas depositadas ali: folhas, galhos, pedras e...ossos.

-Mas o que é isso?!

-Muita gente já morreu nesse rio, inclusive o meu avô. O corpo sempre vem parar aqui.

-O que é aquilo ali? -ela apontou para uma cruz que aparecia no meio de tudo.

-Um túmulo.

-De quem?

-Não sei direito, só sei que o nome dela é Bárbara Wenrye e que morreu há muito tempo.

-Wenrye? Esse é  meu sobrenome!

-Tenho uma dica pra você então: vá até a biblioteca da mansão, lá existem todos os registros da sua família.

-Vou sim, mas e você?

-Eu? Eu fico por aqui mesmo, esse lugar me lembra meu avô. Ah, antes que eu me esqueça: desculpe pelo beijo, mas eu não resisti.

-Como assim não resistiu? Aquilo não significou nada, não é?

-Isso é você que tem que responder. Significou alguma coisa pra você?

-E-eu...

Veridiana tocou seu queixo e aproximou seus lábios do ouvido de Ágatha.

-Você gostou do meu beijo?

Ela estava tão perto que seus perfumes se misturavam e os hálitos se confundiam. Novamente o coração da ruiva acelerou e sua respiração ficou ofegante. Beijou-a. Mas não foi um beijo igual ao outro, foi muito mais. Mais intenso, com mais sentimento e muito melhor. Quando se separaram as duas sorriam um pouco tímidas, Ágatha se vestiu e saiu correndo sem se despedir direito, sentia-se feliz pela primeira vez desde que pisara ali. No meio do caminho encontrou Abel e decidiu dar mais algumas ordens a ele.

-Venha comigo até a biblioteca, vai me ajudar a procurar uma coisa.

Ele a seguiu, os dois entraram na casa e foram direto para a biblioteca.

-Procure livros sobre a fazenda ou a família Wenrye do século passado.

Começaram os dois a correr aquele enorme salão, arrancando alguns livros das estantes e olhando para eles. Meia hora depois tinham arranjado trinta livros e, já no fim do dia quando faltavam seis deles, Ágatha deu um grito  que deixou o loiro assustado.

-O que foi?

-Vem ver isso! Mas vê se não chega muito perto de mim.

-Tá, tá. O que aconteceu?

-Aqui, leia.

-Bárbara Wenrye, segunda dona da fazenda. O que tem?

-Tem que junto com essa anotação há um diário, o diário dela. Leia essa parte.

"Meu marido ameaçou-me novamente, disse que me mataria e jogaria o corpo no rio. Meu amor por João Pedro fica cada vez mais perigoso, mas eu não desistirei. Um amor nunca deveria ser proibido, o que tem demais uma Wenrye se apaixonar por um Belchior?"

-Tá, o que tem isso ruivinha?

-Menos intimidade, por favor. Tem que eu achei o túmulo dessa Bárbara Wenrye na beira do rio e tenho a impressão de que já ouvi esse sobrenome Belchior em algum lugar...

-Claro que já, é o sobrenome da Veridiana.

Ágatha então lembrou-se da vez em que Louise contara sobre sua família, elas eram da Belchior.

-Abel, você quer se casar comigo mesmo?

-Bem, eu vou ganhar muito dinheiro se isso acontecer.

-Então me leve até a cidade, quero visitar todas as delegacias daqui.

-Certo. Nem vai precisar procurar, só há uma delegacia em Carter Rich. Cidade do interior é assim.

Os dois desceram e Abel deu a desculpa de mostrar a cidade para ela. Chegando na delegacia eles pediram para ver os arquivos mais antigos, mas não lhes foi permitido. Então, usando a influência de suas famílias, pediram para falar com o delegado.

-Está tarde, em que um velho delegado pode ajudá-los?


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