E, no vazio, no nada,

ele sempre o esteve a observar...

.

Cada sorriso, cada momento,

todas as lágrimas e lamentos.

Observava o pequeno crescer,

viver e, todos os dias, mais se fortalecer.

Olhava com olhos piedosos, e,

ao mesmo tempo, emocionados:

era seu filho e era tão determinado.

.

Sua morte foi difícil

e um tanto perturbada,

por muito tempo não pode deixar de se culpar

pela solidão do filho.

“Eu posso até ter sido um grande ninja,

mas de que isso importa se não fui um bom pai?”,

pensou, o falecido.

.

Acompanhou o filho em cada instante,

mesmo que não em corpo presente:

suas almas nunca realmente se separaram,

pois tudo em que Minato pensava

era no pequeno Uzumaki,

que sempre pensou estar sozinho,

mas que não estava realmente. Nunca esteve.

.

Vê-lo crescido era seu sonho;

queria abraçá-lo e chamá-lo de filho.

Mas isso nunca foi possível, pois,

quando deu por si, já havia partido

– e Kushina também.

Agora o pequeno Naruto estaria sozinho...

Naquele dia,

suas lágrimas escorreram e fizeram chover.

Os corpos de separaram,

mas as almas permaneceram unidas.

.

Naruto Uzumaki cresceu e,

mesmo sozinho e odiado, nunca desistiu de seu sonho:

um dia ainda seria o Hokage, prometeu.

Nesse momento, Minato sorriu; seu filho

queria trilhar o mesmo caminho que um dia seguiu.

.

Os anos passaram e o menino virou ninja.

Acompanhou tudo, em especial a cerimônia.

Por que ele tinha que estar sempre tão sozinho?

Mas não pode se conter de uma certa dose de emoção:

o aluno do pai seria mestre do filho.

“Não podia estar em melhores mãos”,

pensou, no outro mundo.

.

E as estações viraram e o ano passou.

Seu sossego só aumentou mais ainda

quando o padrinho finalmente à vila retornou.

“Podia ter vindo antes...”,

riu, no outro mundo.

.

Minato não mais derramou lágrimas pelo filho,

afinal Naruto era forte, determinado

e rodado de amigos.

Mas mesmo assim nunca o deixou de observar,

Também porque era o pai,

e devia zelar sempre pelo bem do filho.

.

Mais anos se passaram

até o dia finalmente chegar.

Minato conversou e tocou o filho,

que há tantos anos só podia observar.

Depois de lágrimas e conflitos,

se viu novamente obrigado a partir.

Naruto chamou Minato de pai,

o que fez o hokage novamente sorrir.

Com uma rápida despedida, os dois se separaram,

mais agora estariam ainda mais juntos

em pensamento, e ambos sabiam disso.

.

No futuro,

o filho superaria o pai,

e Minato isso sempre soube.

A vontade de fogo no jovem era forte,

e todos isso percebiam.

.

O loiro voltou aos céus e ao seu posto de observação,

agora não mais preocupado com o filho.

Esperava a vinda do futuro,

uma manhã bem radiante que Naruto aguardaria.

“O futuro Hokage de Konoha...”,

refletiu em pensamentos,

“Só podia ser meu filho.”

.

E o céu de Konoha iluminou-se novamente.

Se antes eram por relâmpagos do pai,

agora seria pelas chamas do filho.