Afirmo com a cabeça sem jeito. Quando a porta é aberta é possível ouvir a música ainda tocando, a valsa está quase no fim. Na sala, há também algumas velas, me pergunto se o fornecimento de luz estaria com algum problema ali, mas o tal não tinha atingido minha casa. A caixa de discos empoeirados logo do lado do toca discos está lotada, porém Peeta tira com precisão um deles, aparentemente um dos mais velhos, com a capa vermelha remendada com fita. Há entre os rasgos a figura um piano negro, me lembro de pessoas tocando esse instrumento em bailes capitolianos, nunca via pianos nos Distritos tampouco. O disco começa a tocar a música instrumental leve, um solo.

É quase inevitável cantarolar o ritmo da música em minha mente. Peeta estende a mão, me chamando para dançar.Apesar de já ter dançado com ele nos inúmeros bailes antes do Quarter Quell todos os tipos de danças exóticas, era como se essa fosse a primeira vez que dançávamos, eu não tinha outros vários casais a minha volta para poder espelhar e o vestido justo até os joelhos dificultava ao andar e tornava o dançar ainda mais impossível.

“Eu detesto vestidos.” Reclamo.

Leva minha mão ao seu pescoço e me prende bem perto com uma mão em minha cintura e outra se junta com a minha.

Dançar é como voar.