Sempre escrita por dearcarol


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Onde estão minhas recomendações eim?!?! Estou carente delas!
mais um ai hahah ficou menos porque estou postando mais rápido
enjoy



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Apoio umas das mãos na parede ao lado para não cair, os objetos do quarto ainda tremem um pouco à minha visão.

Ele recua e põe a mão na maçaneta quando percebe que me aproximo. Minha mente é preparada para penetrar a parede de concreto que venho construindo a minha volta. Uma parede bloqueando meus sentimentos e as pessoas à minha volta, bloqueando as lágrimas, porém levando também os sorrisos. Eu bem sei que a parede é na verdade de vidro, aparentemente tão forte, mas cheia de rachaduras visíveis em meu aspecto.

“Eu preciso de um tempo, Katniss.” Seus olhos vazios direcionados aos meus revelam que aquelas palavras são difíceis de expelir quanto de ouvir. “Acabei criando expectativas demais a respeito de nós dois, fugi da realidade.”

Ele acredita que não o amo? Que nunca o amei? Foi tão fácil acreditar que mais algo estava dando errado na vida de Katniss Everdeen, tudo sempre foi tão falho quando a vida traçava meus caminhos pelo tempo. Um Peeta espião, traidor, só confirmaria minha teoria, novamente errada. A confiança nunca me foi uma dádiva, é perigosa para pessoas como eu, tão subliminares.

Luto contra ele, mas o vidro não quer ceder.

“Você entendeu errado, não sou acostumada a confiar nas pessoas, sei que foi um erro não postar confiança em você, mas- Paro quando vejo a maçaneta ser comprimida entre as fortes mão dele, olhos cerrados me assustam.

Coragem Katniss.

“Como entendi errado?! Nunca deixei dúvidas do seu papel na minha vida, sem você ela não tem sentido. Dei-a para você. Então, um amigo que tinha te abandonado durante a revolução ressurge das cinzas desmentindo a minha identidade e me acusando de traidor. Você simplesmente acreditou nele. Nunca esperei que correspondesse meu sentimento por você na mesma magnitude, mas depois daquele dia, do lago, daquela noite...Criei esperanças demais.” Suas pupilas dilatam-se e sua respiração é árdua, seu semblante vai se transformando. Ele aproxima-se, seus pulsos cerrados. “Você alimentou minhas esperanças pra não ter que ficar sozinha não foi? Pra ter alguém pra te consolar.”

Peeta já é irreconhecível, recupero de minhas lembranças mais conturbadas no profundo de minha mente, onde tinham deixadas ao esquecimento. Ele está tendo uma recaída de suas crises pós-lavagem cerebral.

“Você é realmente um monstro.” Diz entre dentes.

Minhas costas e mãos são jogadas contra a parede, meus pulsos imobilizados. A palavra medo é excluída de minha mente quando puxo o ar para falar.

“Sou, eu sou mesmo um monstro. Mas com você eu me sinto uma pessoa melhor, como se pudesse apagar o passado e viver somente o presente. Sempre fui eu que precisei de você e não o contrário. Essa ideia de que você realmente queria ficar ao meu lado era tão absurda para alguém como eu, todos ao meu redor sofrem. Sou fraca, não sou capaz de lidar com o que não posso controlar, o que sinto por você é assim. Tentei fugir ao máximo de qualquer situação com que eu pudesse me decepcionar novamente, mas quanto mais eu fugia mais urgia a necessidade de ficar ao seu lado. Por favor, me perdoe.”

Ao libertar minhas mãos ele dedilha meus braços de baixo para cima com seus dedos e pressiona-os ao redor de meu pescoço, tento apertar seus pulsos, mas ele é forte demais. A única coisa que vislumbro são seus olhos negros pelas pupilas que cobrem toda sua extensão, nenhum sinal de reconhecimento.

Bam.

Posso ouvir minhas paredes de vidro estilhaçarem-se em mil pedaços pairando no ar em câmera lenta.

“Peeta!” Eu grito. “Sei que você ainda está ai, por favor me escute.” As mãos dele vão se fechando, tornando minha fala difícil e extinguindo a voz ao longo da frase. “Eu..te..amo”

Quando as palavras intercaladas por respirações frenéticas soam em meus ouvidos percebo que é a primeira vez que digo isso em voz alta, sinto a lágrima quente descer minha bochecha e aventuro-me a levar uma de minhas mãos a acariciar seu rosto.

“Eu te amo, Peeta.” Digo o mais alto que posso, o que torna a frase um murmuro. Fecho os olhos esperando que a consciência me deixe.

O aperto em meu pescoço alivia e me surpreende subindo o toque até o meu rosto me puxando para perto.

Meus olhos cinza. Passam a encarar olhos novamente azuis úmidos.

Meus lábios. Estão a apenas um centímetro dos dele. Perto demais para ignorar, longe demais para experimentar.

Seus lábios. Tocam os meus com desespero levando as mãos ao meu cabelo. Sinto saciar um pouco da saudade que eu estava de seus lábios doces e do calor e arrepio que me percorre a cada segundo que passa a cada movimento feito. Dou passagem para sua língua que dança com a minha rapidamente e sorrio de leve ao perceber sua necessidade, tão desesperadora quanto a minha.

O ar faz-se necessário e interrompemos o beijo, suas mãos ainda firmes em minha cintura e as minhas entrelaçadas em seu pescoço. É palpável o meu desejo por ele, uma urgência.

“Eu também te amo.” Ele sussurra ao meu ouvido, trêmulo. “Nem posso acreditar no que quase fiz, nunca me perdoaria se machucasse você. Claro que te perdôo, eu deveria ter te contado tudo. E me desculpe por isso. “ Ele olha horrorizado as marcas em meu pescoço e pulsos. “Sou o único monstro aqui.” Enxugo a única lágrima que percorre seu rosto e sorrio. Não um sorriso de alívio especificamente, mas um sorriso de uma felicidade totalmente nova e involuntária.

Isso é real.

Olho profundo em seus olhos, como se tentasse fisgar a alma. Seus olhos já demonstram o desejo também estampado nos meus. Arrasto-o até a cama e o sento. Sua expressão é de dúvida, mas um sorriso de lado paira em seu rosto.



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Notas finais do capítulo

não se esqueçam dos comentários e recomendações eim?! bjs