Do Amor Às Alturas escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Segunda one Bella&Edward, espero que gostem :)



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Nova Iorque, EUA.

Em Manhattan vive o jovem Edward, cujo você saberá um pouco sobre sua vida a partir de agora.

Edward Anthony Masen, vinte e cinco anos de idade, casado com Isabella Marie Swan, vinte e quatro anos. Pai de um casal de filhos, sendo esses: Renesmee Carlie, seis anos de idade e Anthony, com apenas oito meses de vida.

A família Masen reside em um prédio próximo ao Central Park. A escolha da localização da residência fora de total escolha da esposa Isabella, alegando que gostaria que seus filhos pudessem crescer tendo o privilegio de passearem no Central Park sempre que se sentissem dispostos a isso.

A pequena Renesmee adora andar de bicicleta nas manhãs de fins de semana, sempre que um membro de sua família pode acompanhá-la.

Estamos em dezembro, nos aproximando do natal. Decorações natalinas se espalham a todos os locais onde a visão alcança, deixando a cidade envolvida em uma beleza sem igual. Em algumas igrejas corais ensaiam canções para a noite de natal, despertando lembranças antigas.

Bem ali, ao lado do Central Park, em um prédio com fachada rustica, decorado exatamente como a época sugeria estavam os Masen, vivendo suas vidas normalmente a espera do dia de natal.

A pequena Renesmee acordara por volta das oito e meia da manhã animada com a chegada do domingo, um de seus dias favoritos para ir ao Central Park. Usando um pijama de tema natalino e pantufas de Papai Noel, a garotinha afastou os cobertores que a aqueciam e correu para o quarto dos pais.

Parou em frente à porta da suíte e girou a maçaneta devagar, tão logo a porta fora aberta correu se jogando na cama dos pais. Por baixo dos cobertores, ela ficou entre ambos, seus olhinhos cor de chocolate brilhando na expectativa de acordá-los.

– Acorda, acorda, é domingo. É dia de papai me levar ao Central Park para andar de bicicleta – falou impaciente.

Edward sorriu ainda deitado de bruços. Isabella se remexeu virando para o lado oposto. Renesmee cutucou as costas da mãe. Essa, por sua vez, resmungou sonolenta.

– Papai – a garotinha o chamou, encostando seu queixinho nas costas dele.

– Bom dia, filha.

Renesmee deitou por cima das costas dele. – Papai hoje você não vai pilotar, vai?

– Não filha, papai hoje vai ficar o dia inteiro com vocês.

– Então me leva para andar de bicicleta – pediu dengosa.

– Levo, sim, meu amor. Mas deixa o papai levantar – pediu. Renesmee sentou no centro da cama para que o pai pudesse levantar. Assim que Edward levantou, cochichou no ouvido da filha. – Vamos fazer sua mamãe levantar também?!

Com os olhinhos brilhando, Renesmee maneou a cabeça positivamente. Ambos fizeram um cumprimento com as mãos e então Edward puxou os cobertores de Isabella. Renemee aproveitou para fazer cocegas em sua mãe.

– Acorda mamãe, acorda. Vamos levar o Anthony para ver os esquilos no Central Park.

Isabella virou, ficando de barriga para cima, rindo das cocegas que recebia do marido e filha.

– Filha, esquilos só são fofinhos e bonitinhos em desenhos animados. Na vida real, eles são malvados.

Renesmee rolou os olhos.

– Não é nada disso, mamãe. Eles são bonitinhos. Não seja uma mamãe malvada. Levanta, por favorzinho – juntou as mãozinhas e ficou piscando os olhinhos estrategicamente.

Isabella olhou para Edward, dizendo:

– Culpa sua, fica incentivando.

– Qual é amor, não seja tão dorminhoca. Vamos sair um pouco. É domingo, dia de passeio em família – Edward justificou.

Isabella bateu a mão no colchão em sinal de rendição.

– Ok, vocês venceram.

– Ehhhh! – uma garotinha sapeca começou a pular na cama comemorando sua vitória naquela manhã de domingo.

Seus pais sorriram pela empolgação de sua primogênita.

Enquanto Renesmee comemorava, um choro manhoso fora se fazendo audível, vindo do quarto ao lado.

– Tudo bem, eu vou pegá-lo – disse Edward saindo da cama. Era seu caçula que acabara de acordar, talvez querendo fazer parte da folia no quarto ao lado.

Renesmee pulou da cama e saiu cantarolando uma música natalina pelo apartamento. Isabella fora para a cozinha, sorrindo da empolgação de sua filha.

Não demorou muito, Edward chegou com o pequeno Anthony em seus braços. Um bebê de bochechas rechonchudas e rosadas, olhos atentos e no mesmo tom de verdes que os do pai. Os poucos fios de cabelos que tinha não deixavam dúvidas de que seria uma copia fiel do pai.

Renesmee chegou logo em seguida. – Olha mamãe o Anthony já está pronto para ir passear. Papai vestiu ele direitinho – olhou para o irmão e beijou seu pezinho, que estava calçado em sapatinhos confortáveis. – Ei, bebê, eu vou te mostrar os esquilinhos lá do Central Park – colocou as mãozinhas como se fosse lhes contar um segredo. – Mamãe disse que eles são malvados, mas você vai achá-los bem bonitinhos – Anthony sorriu para a irmã. Renesmee olhou para o pai com um sorriso orgulhoso. – Ele gosta de mim papai.

Edward fez carinho na cabeça da filha antes de lhe responder. – Claro que gosta princesa, você é a irmãzinha dele.

Renesmee sentou no seu lugar à mesa, com um sorriso radiante. Isabella deu um beijo em Edward antes de pegar o pequeno Anthony no colo para lhe dar mamadeira. Assim que Isabella sentou-se Edward sentou-se na cabeceira e ajudou Renesmee a se servir.

– Mamãe a tia Rose falou que no dia de natal ela vai levar presentes para as crianças que não tem um papai e uma mamãe, lá no orfanato. Eu posso ir junto? – perguntou após uma generosa colher de cereal.

– Claro que pode amor – Isabella respondeu. Renesmee lhe sorriu e continuou comendo.

Anthony terminava sua mamadeira, com os olhinhos esmeraldas vidrados na mãe, enquanto ela lhe fazia carinho nas bochechas rosadas.

[...]

Alguns minutos depois, todos estavam adequadamente agasalhados para irem ao Central Park. Do pequeno Anthony só se via o rostinho de bochechas coradas.

No elevador, Edward levava a bicicleta cor de rosa de sua filha e o carrinho de bebê desarmado. Isabella ainda segurava o pequeno em seus braços. Renesmee tentava negociar entre usar o gorro ou as luvas.

– Por favor, mamãe, sem as luvas – pedia com carinha de choro.

– Não, está muito frio lá fora. Se você quer brincar com sua bicicleta vai ter que usar os dois.

Renesmee colocou as luvas fazendo um beicinho. Edward tocou o beicinho dela afetuosamente.

– Ei cadê aquele sorriso que o papai adora, hein?

A garotinha sorriu lindamente, seu sorriso se refletiu no rosto do pai. Assim que saíram do elevador, Edward abriu o carinho de bebê e Isabella colocou o pequeno Anthony agasalhado em seu cobertor macio. O pequeno sugava uma chupeta, ficando com os olhinhos sonolentos.

Edward continuou levando a bicicleta da filha até o Central Park, na rua atrás do prédio onde eles vivem. Uma vez no Central Park, Isabella sentou em um dos bancos e ficou observando Renesmee montar em sua bicicleta para dar as primeiras pedaladas do dia. A bicicleta ainda tinha rodinhas, mas a garotinha não se incomodava com isso.

Edward sentou ao lado da esposa, passando seu braço direito em torno dos ombros dela aconchegando-a em seu corpo.

– Só vocês mesmo para me fazer sair de casa nesse frio descomunal – resmungou ela.

– Veja pelo lado bom, amor. Não nevou ontem à noite e não temos previsão de que vá nevar hoje – disse Edward antes de unir seus lábios aos de Isabella.

Quando eles se afastaram se depararam com uma certa garotinha, de olhos cor chocolate, brilhando, enquanto os observava.

– O que foi amor? – Isabella perguntou para a filha.

– Eu gosto quando você e o papai se beijam – disse Renesmee, com um sorriso que não deixava seus lábios rosados. – Meu coração fica feliz, sabia mamãe?!

– Vem cá amor – Isabella convidou a filha para um abraço carinhoso. Renesmee agarrou-se ao pescoço da mãe sentando-se em seu colo.

Vez ou outra passava alguém e os olhava, achando-os uma família perfeita. Em outro local, ali mesmo no Central Park, alguém cantava uma música natalina, soando agradavelmente aos ouvidos. Renesmee tentava cantar junto seguindo o mesmo ritmo. Alguns pombos levantaram voo após recolherem migalhas na grama seca devido ao frio. O pequeno Anthony dormia em seu carrinho, alheio a tudo.

– Ah, mamãe – disse Renesmee parecendo lembrar algo. – Eu vi alguns esquilinhos bem ali, perto daquela árvore, mas agora Anthony está dormindo. Posso acordar ele? – perguntou esperançosa.

– Não amor, senão ele vai ficar enjoadinho.

Renesmee sorriu. – Então tá. Eu vou andar de bicicleta, mas se ele acordar mamãe, você me avisa?

– Vai lá, qualquer coisa a mamãe te chama – disse Isabella.

Renesmee pulou do colo da mãe, e antes de sair levou uma palmadinha de incentivo no bumbum. A garotinha sorriu e montou em sua bicicleta cor de rosa novamente.

– Vamos andar um pouco, assim Renesmee aproveita e vai um pouquinho mais longe – sugeriu Edward.

– Bem, é melhor que ficar sentada aqui no frio – Isabella resmungou, seguido de um sorriso.

– Vem filha!

– Ah mamãe – Renesmee resmungou. – A gente já vai embora?

– Não amor, vamos dar uma volta, mas vamos por aquele lado – Isabella explicou. – Mas eu quero que você vá à frente para que seu pai e eu possamos ficar de olho em você.

– Tá – Renesmee respondeu, pedalando na direção que a mãe sugeriu.

Isabella empurrava o carrinho do pequeno Anthony, que ainda dormia. Enquanto andavam Edward mantinha seu braço direito em volta da cintura de Isabella.

Renesmee ia um pouco mais à frente, vez ou outra ela gritava.

“Olha aquilo mamãe”. “Olha aquilo papai”, isso os fazia sorrir.

E assim eles ficaram por certo tempo no Central Park, até que o pequeno Anthony acordou e ficou um tanto enjoadinho. Isabella tinha levado uma mamadeira pronta para caso ele sentisse fome, mas, ainda assim, ele continuava cheio de manha. Acabou que Renesmee nem conseguiu mostrar os esquilos para seu irmão como ela pretendia.

Todos voltaram para casa e passaram o resto do dia vendo TV, sob o aquecedor do apartamento.

No fim da tarde, o pequeno Anthony brincava com a irmã no meio da sala, com alguns brinquedos, cercado de almofadas para não se machucar.

Esme ligou para saber noticias dos netos, e acabou ficando ao telefone por cerca de trinta minutos falando apenas com Renesmee, que lhe contou que pretendia mostrar os esquilos para o irmão, mas que esse não viu porque dormiu demais. A pequena chegava rolar os olhos enquanto falava.

À noite, depois do jantar, Renesmee foi assistir Discovery Kids, e acabou dormindo no sofá. Edward a pegou no colo e levou para o quarto. O quarto da garotinha era decorado com temas da gatinha Marie, escolha totalmente dela.

Edward arrumou os cobertores para que a filha ficasse bem aquecida, se despediu com um beijo na testa, deixando um pequeno abajur ligado antes de sair.

[...]

Ao entrar em seu quarto encontrou sua esposa se preparando para dormir. Edward se aproximou por trás, deslizando suas mãos sobre os ombros desnudo dela enquanto lhe beijava a nuca demoradamente. Segurando-a pelos ombros a fez virar mantendo contato visual. Envolveu seus dedos na nuca de Isabella trazendo-a para um beijo urgente e necessitado.

As mãos de Isabella mergulharam nos fios curtos dos cabelos cor de bronze do marido deixando-os ainda mais bagunçados. Ele a ergueu do chão levando-a para a grande cama de casal sem impedimento algum.

Seus filhos já dormiam tranquilamente, aquecidos e protegidos. Sendo assim, o casal teria a noite inteira somente para eles. Para se amarem.

Isabella jamais conseguiria explicar todas as sensações que Edward lhe fazia sentir a cada vez que faziam amor.

[...]

Na manhã seguinte, por volta das cinco da manhã, Edward fora o primeiro a acordar. O céu estava acinzentado a temperatura do clima lá fora deveria estar relativamente baixa, sinal que uma possível nevasca estava a caminho.

Edward saiu da cama, atravessou o cômodo indo para o banheiro. Lá, abriu o registro do chuveiro permitindo assim que a água quente caísse sobre sua cabeça, levando consigo pelo ralo a preguiça e o sono.

No quarto, Isabella tateou o espaço na cama ao seu lado em busca do marido. Notando que ele não estava mais ali, ela bateu no colchão frustrada. Virou-se ficando de barriga para cima. Aconchegou-se um pouco mais nos cobertores de inverno ainda sentindo frio. De onde estava podia ouvir o barulho do chuveiro ligado, só de pensar naquele banho seu corpo protestava. Ela sabia que Edward estava se preparando para ir trabalhar, e que somente por isso estava no banho tão cedo em um dia tão frio.

Não demorou muito, ele passou em direção ao closet para vestir seu uniforme de piloto de caça aéreo. Já pronto para sair, ele se aproximou da cama para se despedir da esposa. Ela estava de olhos fechados, porém, Edward sabia que ela estava acordada, ela sempre estava, quando ele estava prestes a ir trabalhar. Deslizou uma das mãos por baixo dos cobertores acariciando a barriga dela, instantaneamente ela abriu os olhos encarando-o intensamente. Edward chegou mais perto e a beijou em despedida.

– Até mais tarde, amor – disse ele ao se afastar. – Dê um beijo nas crianças por mim...

– Eu te amo – Isabella sussurrou.

– Você é minha vida, Bella – ele respondeu com a mão na maçaneta da porta.

Isabella sentou-se na cama segurando os cobertores contra seu corpo. – Tenha cuidado e, por favor, volte para nós.

– Eu sempre voltarei Bella – respondeu mantendo um sorriso torto nos lábios ao se retirar do quarto.

Isabella pulou da cama, recolheu seu pijama de seda que estava no chão e o vestiu, antes que sua garotinha entrasse correndo no quarto e lhe bombardeasse com milhares de perguntas. Como ainda era muito cedo, Isabella voltou para a cama novamente e só tornou acordar cerca de três horas depois, com Renesmee pulando em sua cama.

– Mamãe, mamãe – Renesmee a chamava sacudindo-a.

– Bom dia, amor – disse Isabella, abrindo os olhos visualizando a imagem da filha a sua frente, ainda com carinha de sono.

– Cadê o papai?

– Ele já saiu filha.

Renesmee fez beicinho, frustrada.

– Ah, mas eu nem me despedi dele...

Isabella abraçou a filha trazendo-a para deitar ao seu lado, na grande cama de casal.

Renesmee olhou para a mãe, seu rostinho bem próximo ao dela. – Mamãe você acha que hoje vai nevar?

– Por que, amor? – perguntou, tocando a pontinha do nariz da filha.

– Porque eu só quero que neve quando o papai voltar, para a gente poder brincar juntos lá fora, fazendo anjinhos na neve.

O choro manhoso do pequeno Anthony atraiu a atenção de ambas.

– O bebê está com fome, mamãe – disse Renesmee.

– É, acho que aquele pequeno manhoso está sim – Isabella respondeu no momento em que se retirava da cama, indo ao auxilio do caçula. Renesmee a seguiu pela casa, sorridente.

[...]

Como Renesmee estava em recesso de férias escolares, Isabella aproveitou para passar o dia na casa de seus pais com as crianças. Retornando somente à noite, após o jantar.

Sentada no sofá de sua casa, com o pequeno Anthony em seu colo, Isabella assistia o noticiário. Renesmee estava deitada ao seu lado mantendo a cabeça apoiada em uma das almofadas. Logo as crianças estavam dormindo, então Isabella as levou para suas respectivas camas. Voltou para a sala e continuou assistindo TV, até que pegou no sono também. Acordou por volta das três da madrugada e surpreendeu-se por Edward não ter regressado ainda.

Levantou esfregando as mãos uma na outra, devagar se aproximou da janela de vidro. Lá fora a neve caia deixando tudo coberto por uma camada branca. Ao se afastar Isabella viu seu próprio reflexo no vidro, estava com uma cara péssima. Sentindo um aperto no peito voltou a deitar no sofá, se cobrindo com uma manta macia. Pensando em Edward, ela pegou no sono novamente ali mesmo onde estivera antes.

A manhã fria chegou trazendo consigo noticias nada agradáveis.

O porteiro interfonou avisando a chegada de Rosalie – irmã de Edward –, e seu marido Emmett, também oficial das forças aéreas, e um outro oficial, enviado para prestar esclarecimentos a família.

Antes mesmo que tocassem a campainha Isabella abriu a porta. Seu coração palpitou forte no peito ao ver a expressão fatídica que ambos mantinham em suas faces.

– O que houve? – Isabella perguntou dando passagem para que ambos entrassem em seu apartamento.

Rosalie se aproximou e segurou sua mão.

Assustada, Isabella disse:

– O quê? Para! – se afastou de Rosalie, mantendo uma expressão assustada.

– Bella você precisa nos ouvir – Emmett se manifestou.

– Não – Isabella relutou. – Saiam! Eu não quero ouvir – correu para a porta colocando a cabeça para fora em busca de Edward, encontrando o corredor vazio. Voltando a olhar para aqueles que estavam em sua sala, ela disse.

– Onde ele está? – seus olhos estavam suplicantes e marejados de lágrimas.

O oficial que os acompanhava pediu a palavra.

– Senhora Masen, o seu marido... Bem, o caça aéreo o qual ele pilotava sumiu dos radares ontem à noite por volta das vinte horas.

Isabella sentiu suas pernas fraquejarem e seu coração vacilar uma batida.

– O que quer dizer com isso? – o desespero chegava a seus olhos lentamente. – Ele está bem, não está?

Rosalie segurou a mão dela novamente e dessa vez ela não se afastou. Precisava do apoio da cunhada para se manter de pé diante do que estava prestes a ouvir.

– Bella o caça que ele pilotava está sem comunicação. Buscas estão sendo feitas por toda aérea onde ele manteve contato pela última vez – disse Emmett.

– Ele está vivo, eu sei que está – disse Isabella. – Em algum lugar... – lágrimas molhavam seu rosto.

– Sinto muito senhora Masen, mas é provável que ele possa estar morto...

Ali, no corredor de acesso aos quartos, uma garotinha estava paralisada, usando pijama de bichinhos e pantufas de ursinho.

Emmett a viu, seus olhinhos estavam assustados. Com o coraçãozinho batendo forte contra o peito, ela correu para seu quarto.

– Renesmee... – Isabella murmurou assim que ouviu a porta do quarto da filha bater.

– Acho que ela ouviu tudo – informou Emmett, preocupado.

Isabella já não conseguia segurar as lágrimas, o medo de ver sua família ser destruída a apavorava. Isso não poderia estar acontecendo, muito menos tão próximo do natal, todos comemorariam em família enquanto a sua afundaria em sua própria dor pela perda de um ente querido.

– Senhora, as buscas continuam – informou o oficial. – Pode levar dias, mas vamos encontrá-lo vivo ou morto.

– Pare. Por favor, pare – Isabella pediu, deixando seu corpo ceder sobre o sofá. – Ele está vivo. Edward nunca deixaria a mim e as crianças. Rose... – murmurou ela, com os olhos cheios de lágrimas.

– Eu vou falar com ela – disse Rosalie, se dirigindo ao quarto da sobrinha.

Rosalie abriu a porta lentamente. Olhou em volta e a encontrou deitada em sua cama, com o rosto escondido no travesseiro. Seu chorinho infantil e seus soluços eram notados de longe.

Ela se aproximou da cama sentando-se na beirada.

– Amorzinho – disse Rosalie, massageando as costas da sobrinha. Ao ouvir a voz da tia, a pequena chorou ainda mais. – Seu papai está bem – assegurou, tentando acalmá-la, mas nem mesmo ela tinha certeza disso. – Ele só teve um probleminha com o avião, mas ele vai voltar – continuou reconfortando-a.

A garotinha virou, ficando de barriga para cima.

– Titia... – seus olhinhos estavam cheios de lágrima e a boca projetada em um beicinho. – Eu não me despedi dele... – disse sentindo-se culpada. – Quando eu acordei papai já tinha saído... – sua barriguinha tremia por conta dos soluços, de seu choro. – Aquele senhor disse que o meu papai morreu... – e então o choro a dominou.

Desesperada, Rosalie a abraçou trazendo-a para seu colo. – Ei, Ei... Meu amor, não fique assim. O avião está fora do radar, mas ele vai ser localizado. Seu papai vai voltar.

Renesmee olhou para a tia, ainda protegida em seus braços.

– O papai do meu amigo da escola também era piloto de avião e ele sumiu, depois disseram que ele estava morto... – soluços a atrapalharam.

Rosalie beijou a testa da sobrinha reconfortando-a. – Mas o seu papai vai voltar, minha bonequinha.

Renesmee fungou. – Você promete titia?

Rosalie não sabia ao certo se deveria prometer algo que não estava ao seu alcance, mas era apenas uma criança, e afinal as esperanças ainda não tinham sido jogadas fora. Era possível, sim, que o papai daquela garotinha estivesse vivo em algum lugar, e pensando nela nesse exato momento.

Passando as mãos no rostinho molhado da sobrinha, Rosalie a convidou a saírem do quarto.

– Vem, minha bonequinha, sua mamãe precisa de você agora. Vocês precisam ser fortes para evitar que seu irmãozinho sofra vendo-as chorar.

Renesmee fungou e maneou a cabeça positivamente. Rosalie a colocou de pé no chão, e juntas foram de mãos dadas até a sala. Assim que viu a mãe chorando, Renesmee correu para seu colo em uma tentativa de reconfortá-la.

– Ele vai voltar mamãe – disse no momento em que secava as lágrimas da mãe. – Faltam poucos dias para a manhã de natal e eu vou pedir para o Papai Noel o meu papai de volta. Ele não precisa trazer nem um presentinho, nenhum mesmo mamãe, eu só quero o meu papai de volta, para a gente sorrir outra vez.

Isabella esboçou um leve sorriso diante da esperança inocente de sua garotinha.

– Não chora mamãe – Renesmee pediu.

O oficial que estava de pé ao lado do sofá, pigarreou colocando o chapéu na cabeça.

– Voltaremos com mais notícias em breve. Com licença! – disse ele, indo em direção à porta.

Do outro lado da sala, Emmett se aproximou de Rosalie tocando em seu braço. – Rose eu preciso ir também.

– Tudo bem amor, não se preocupe, eu ficarei aqui. À noite Renée virá ficar com elas – Rosalie informou, seguido de um beijinho de despedida. – Mamãe está muito mal com tudo isso, preciso ficar com ela também. Então quando Renée chegar eu irei.

Emmett assentiu e se retirou.

[...]

Alguns dias depois...

Era véspera de natal, Renesmee estava sentada ao lado da janela olhando a neve cair na calçada. Seu rostinho inocente, abatido pela saudade. Para sua família esse natal tinha tudo para ser o mais triste de todos. Sem Edward a família já não era feliz como antes.

Foi então que a pequena Renesmee viu um carro parar em frente ao prédio. De dentro do veículo saiu seu tio Emmett. Seu coraçãozinho palpitou forte contra o peito, imaginando ser boas noticias. Em um piscar de olhos a garotinha correu em busca da mãe.

– Mamãe, mamãe – ela gritava pelo apartamento. – O titio Emmett vem vindo – continuava gritando correndo de um lado para o outro.

Isabella sentiu suas esperanças se renovarem diante daquele preludio. Segurando o pequeno Anthony nos braços, ela estendeu a mão livre para Renesmee e juntas correrem para o elevador.

Emmett conversava com um conhecido na portaria do prédio quando elas o encontraram. Ele as viu chegar e lhes sorriu revelando covinhas encantadoras. Aquele sorriso significou o que mãe e filha imaginavam, eram boas noticias, sim.

– O encontraram? – Isabella questionou, parando abruptamente em frente à Emmett. O pequeno Anthony brincava com um mordedor de borracha.

– Sim – disse Emmett. – Ele está vivo, Bella, e nesse exato momento está sendo levado para a base das forças aéreas. Vou levá-las para reencontrá-lo.

Isabella olhou para a filha com um sorriso enorme. – Ele voltou para nós, meu amor – logo depois deu um beijo na bochecha do pequeno Anthony.

Quase que instantaneamente Renesmee começara a pular, comemorando com as mãozinhas pra cima.

– Ehhhh! Papai voltou. Ei, meu papai foi encontrado – ela gritou para uma senhora que passava. Essa, por sua vez, lhe sorriu.

– Então, vamos lá? – Emmett perguntou sem tirar o sorriso do rosto.

[...]

Já dentro do carro, Isabella perguntou:

– Ele está ferido?

Os olhos de Renesmee ficaram assustados ao ouvir aquela pergunta. Mãe e filha estavam tão felizes por estarem trazendo Edward de volta a suas vidas que esqueceram por completo que ele pudesse estar ferido.

Emmett sorriu sem desviar os olhos da estrada.

– Só algumas escoriações e alguns probleminhas por conta do frio que passou, mas fora isso, ele está bem. Ele teve problemas com o caça aéreo que pilotava e foi obrigado a fazer um pouso de emergência. Os problemas afetaram a comunicação com a base aérea, por isso foi tão difícil encontrá-lo.

Isabella estava no banco traseiro, ao lado de Renesmee, para que pudesse levar o pequeno Anthony no colo, pois o carro que Emmett estava não tinha cadeirinha de segurança. Ao seu lado, Renesmee saltitou no banco esbanjando um sorriso genuíno.

Quando chegaram à base das forças aéreas, Emmett estacionou ao lado da pista de pouso. Renesmee estava eufórica para sair correndo do carro. Um a um eles saíram do veículo e se dirigiram a pista de pouso cujo avião que trazia Edward se encontrava. Algumas pessoas saíram da aeronave e até então, nada de Edward sair.

Apenas há alguns metros de distância, Isabella parou. Renesmee estava agarrada a um dos braços da mãe, com os olhinhos brilhando em expectativa. Emmett estava ao lado de Isabella, apenas observando a reação de todos.

Então, lá estava ele, saindo da aeronave, seu uniforme de piloto de caça aéreo estava em péssimas condições devido o tempo em que esteve perdido. Seu rosto tinha algumas escoriações assim como Emmett tinha dito, também era notável uma leve camada de barba por fazer. Mas o que importava mesmo era que ele estava bem.

Isabella sentiu o coração palpitar forte contra o peito tamanha felicidade que estava sentindo. Em seu rosto, um sorriso genuinamente verdadeiro se revelou.

Edward caminhava em sua direção – mancava um pouso –, mas mantinha aquele lindo sorriso torto nos lábios, enfeitiçando Isabella no mais profundo de sua alma.

– Papai! – Renesmee gritou assim que o viu, e em um piscar de olhos saiu correndo a seu encontro.

Isabella caminhava diminuindo a distância entre ambos. Em seus braços estava o pequeno Anthony, seus olhinhos espertos olhando em volta.

Mais adiante Renesmee se jogou nos braços do pai, que a pegou no ar, abraçando-a contra seu corpo a cobrindo-a de beijos.

Com o braço em volta do pescoço do pai, Renesmee olhou sorrindo para a mãe, que se aproximava.

Isabella abraçou Edward com urgência e saudade sufocante. Com a filha em seus braços ele abraçou a esposa da melhor forma que pode, aspirando o perfume dos cabelos dela como se sua vida dependesse daquilo.

Renesmee estendeu o braço livre em torno da mãe, fazendo assim um grande abraço em família.

Ao longe, Emmett sorria satisfeito com a cena. Enfim aquela família seria feliz novamente. E ele fora o mensageiro da ótima notícia.

Edward se afastou minimamente de Isabella, apenas para beijar o rostinho do filho que ela carregava nos braços. O pequeno lhe sorriu da forma mais inocente de todas.

Tomado por uma felicidade que jamais havia sentido antes, Edward beijou a esposa sofregamente.

Ainda nos braços do pai, Renesmee bateu palminhas sorrindo lindamente. Sua família estava unida novamente e a felicidade estaria de volta ao lar.

Não havia dúvidas de que aquela garotinha teria um natal perfeito, anjos de neve poderiam ser feitos na companhia de seu papai, assim como ela desejava.

Isabella teria a felicidade de volta ao lado do homem que ama, e juntos poderiam presenciar o crescimento de seus filhos. Rirem a cada bobagem dita por um deles. Se preocupar com seus problemas e, acima de tudo, amá-los para a vida toda, independente de suas escolhas.

O pequeno Anthony teria a imagem paterna preservada. Daria seus primeiros passinhos segurando mão do homem que ele aprenderia amar para o resto da vida. O homem no qual ele se espelharia e se encheria de orgulho de poder chamá-lo de papai.

Edward Masen sempre teria o amor de sua família em terra firme, e a adrenalina de sua profissão nas alturas. Porque sua vida sempre seria; do amor às alturas.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Espero que tenham curtido tanto quanto eu :) o/
Vejo vocês nos reviews, e quem sabe uma recomendaçãozinha :)
Beijo, beijo
Sill