Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 4
Capitulo 4 – Uma conversa com estilistas


Notas iniciais do capítulo

Saga 1 - Preparativos



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Capitulo 4 – Uma conversa com estilistas

Os jogos vorazes era uma versão nova de o pão e circo das épocas antigas. Edição após edição Panem assistia, jovens gladiadores matarem-se na arena para a diversão da Capital e reenvio da mensagem que a Capital era mais forte. Assim era o circo. Mas, havia o pão, aqueles que ganhavam eram enormemente recompensado com dinheiro, assim como os envolvidos em sua vitoria.

Como na teoria era proibido treinar para os jogos vorazes, tudo começava após a colheita. Mentores e acompanhantes esforçando-se para conhecer os tributos de seus distritos, montando estratégias e ensinando-os tudo o que eles precisavam saber sobre sobrevivência. Ensinar jovens a sobreviver a morte para qual eles estavam sendo encaminhados parecia ser milagroso. Certamente, mentores e acompanhantes sentiam-se em êxtase por ver seus pequenos alunos voltarem vivos por causa dos seus ensinamentos.

Mas, a equipe seguinte aos mentores e acompanhantes, diziam ser os verdadeiros mágicos. Sim, estilistas e maquiadores realmente faziam mágicas durante os jogos. Profissões que existia desde muito antes dos jogos, não podia ser menosprezada.

Cada tributo para sobreviver na arena dependia das habilidades que possuía e dos patrocinadores que lhe favoreciam. O problema era que seus patrocinadores eram conquistados por suas habilidades, normalmente envolvendo simpatia, carisma e beleza. Tudo oque os estilistas tinham que enfiar nos jovens que lhes eram entregues. Mas, como fazer alguns jovens, que chegavam a ser subnutridos, verdadeiros deuses? Ainda mais em um ambiente em que a ideia de beleza já estava deturpada ao extremo.



– Se eles forem árvores novamente... Meu machado vai partir quem as plantou! - Gritava Joana Mason, mentora do distrito 7, tentando garantir que seus tributos teriam alguma chance.



– Façam o que quiser, desde que quando eles entrarem naquela avenida... - Haymitch apontou para um lado onde nada havia. - … depois naquele palco e depois naquela arena. Todos possam saber que são os mesmos tributos. -



– Vou ter que bater mais quantas vezes nessa sua cabeça bitolada para entender que não vou me depilar? - Questionava a tributo do distrito 2.



Estilista e maquiadores viviam o seu próprio pão e circo. Se divertiam com cenas bizarras que eram construídas por seus rivais, aqueles que cuidavam dos tributos de outros distritos. Também se rejubilavam com as chances de mostrarem seus trabalhos e com um pouco de sorte, ter seu tributo sendo vitorioso e tornar-se uma celebridade. Mas, nem sempre era tão fácil. Sempre havia alguém querendo dar pitaco. Sempre havia alguém desgostoso. Sempre havia alguém melhor.

Existia dois momentos distintos em que eles precisavam se superar. Normalmente as entrevistas, era um traje de gala que não dava muito trabalho, então a superação ficava por conta de inovar e não matar visualmente o tributo. Mas, o desfile em carruagens sempre era o mais difícil. Como fazer os tributos vestirem algo que lembrasse seu distrito e ainda deixá-los belos?



– Qual é o conceito de beleza que eu deveria seguir? Qual o conceito de moda? - Questionava Ramen, o estilista do distrito dez a Ellen e a Fred.



Ellen sorriu deixando Fred com Ramen o estilista designado para John. Bamen, seu irmão gêmeo cuidaria de Lirian, ele acompanhava a pequena discussão de mentor e estilista calmamente sem se intrometer.



– Escute. Não quero ensinar vocês a fazerem o trabalho de vocês. Assim como não gostaria que alguém viesse me dizer como sobreviver na arena. - Fred respirou fundo. - Quero que trabalhemos juntos para que meus dois tributos possam ter uma chance. Tenho uma estratégia, mas preciso que desde o começo, desde o momento em que eles entrem por aqueles portões todos entendam quem são eles. -

– E nós vamos fazer esse trabalho como nos foi instruído. - Dizia Ramen. - O que não consigo entender é qual o problema no figurino que escolhemos. Que eu saiba o dez é conhecido pela criação de animais. - Ramen foi interrompido.

– E por isso vai dar uma merda de fantasia de gado para eles? - Gritou Fred. - Quer que eles entrem dizendo a todos, somos carne de abate? Que beleza há em carne para abate? Já estiveram em um abatedouro? -



Ramen parou pensando naquilo. Era uma visão curiosa. Todos os anos o distrito 10 entrava na passarela com uma roupa que lembrava um dos animais que eles criavam. Variava nos animais, mas nunca viu as pessoas do 10 como carne de abate por estarem vestidos de vacas, bois, galinhas ou outros mais.

Touro. Esse era o tema que Ramen havia escolhido com Bamen. Grandes chifres, deixando os músculos, se houvessem algum, a amostra. Na falta deles, colocariam enchimentos para demonstrar músculos. Touros eram imponentes. Eram símbolos de força, mas claramente Fred parecia querer algo mais.



– Senhor vitorioso e mentor... - Banem chamou a atenção dos dois. - Talvez o problema aqui não venha a ser nossas visões diferentes de moda, ou nossa concepção de símbolos. Mas, sim nossas vidas. - Bamen caminhou até dois manequins onde estavam os trajes dos tributos do 10. Sofreriam ajustes conforme a necessidade, principalmente do tamanho, mas ainda assim eles já estavam definidos. - Nascemos na Capital, conhecemos as coisas que a capital ensina e vivencia. Você por outro lado nasceu no distrito 10. Desta forma tem a mentalidade do dez. Não podemos esquecer que também é um vencedor e conhece a arena como ninguém. -



Fred escutava aquilo tentando imaginar onde aquele outro gêmeo queria chegar. Eles tinham a pele azulada, certamente pigmentada ao nascimento, pois era claro que tirando a parte física eles não se pareciam em personalidade. Corpo azul, olhos amarelos com cabelos amarelos. Eram criaturas chamativas.



– Acredito que tenha usado a vestimenta de um animal em sua vez, como todos os seus antecessores e sucessores. - Bamen parou. - Precisa mudar, não é verdade? Está cansado da mesma coisa. Para você os animais significam carne de abate porque é o que eles representam para vocês do dez. E saber que alguém vai entrar numa briga vestido de animal de abate, é bem amedrontador. -

– Entendi... - Disse Ramen sorrindo. - Se o caso era não ser um animal, por que não disse antes? Que outro tipo de coisa criadores de animais fazem? Nós só sabemos de criação de animais é que existe animal. Apesar de achar que nossos trajes estão fabulosos, adoraria fazer história e inovar na entrada do distrito 10. -



Fred piscou os olhos por alguns segundos. Bastava dizer aquilo? Bastava dizer que outras profissões existiam no dez? Batava dizer o que estava relacionado a criação de animais, que simplesmente teriam uma vestimenta melhor?



A aparência era realmente algo importante nos jogos. O conceito de beleza era muito chamado e pedido, afinal era um programa de televisão, no final de tudo. Um tratamento de beleza de horas era realizado. Imperfeições na pele eram mascaradas. A falta de cuidados eram resolvidos. Se pudessem fariam até cirurgias plasticas para deixar os tributos dignos de serem tributos.



A palavra tributo era uma piada de mal gosto. Nos tempos antigos, os grandes imperadores exigiam da população dadivas e presentes, para que os mesmos continuassem sobre a pseudo proteção dos grandes. Até mesmo os deuses recebiam oferendas por seus milagres. Dadivas, presentes e oferendas eram entendidas como tributos. Tudo dado aos superiores era um tributo pago, ou ,para os mais cegos, ofertados, pela benevolência dos superiores.

Os tributos dos jogos eram as oferendas dos distritos a capital. Estilistas e maquiadores eram aqueles que deviam fazer tais presentes se tornarem ainda mais belos.


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