Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 35
Capitulo 35 – Sacrifício


Notas iniciais do capítulo

Quem será que venceu os jogos?



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Capitulo 35 – Sacrifício

Campeões normalmente são vistos como heróis. Pessoas que carregaram consigo, por todo o percurso, as esperanças e sonhos de todas as pessoas que o apoiaram, e de todas as pessoas que derrotou pelo caminho.

Campeões normalmente são tratados com todas as honrarias possíveis, mesmo que por um curto espaço de tempo. Tratados com as mais formais e informais glórias, eles veem a satisfação dos seus feitos estampados nos rostos de outros.

A cada edição dos Jogos Vorazes, um campeão surge e este é reconstituído por completo, e as vezes até melhorado. Seus ferimentos são curados, suas debilidades aparadas, cicatrizes são apagadas e seu corpo levemente modificado para que passe a ser um capitalista. Um campeão se torna um deus da perfeição fisicamente. Mas, era incrível que uma cicatriz no rosto seja impossível de ser retirada, deixando um talho grotesco no que deveria ser o rosto de um deus.

O Campeão é coroado, pelo presidente em pessoa. A honraria que qualquer um em Panem poderia querer, apesar de para isso ter de enfrentar o desafio que nenhum habitante gostaria de viver.

Mas, o campeão só é realmente idolatrado ao fazer sua turnê pelos distritos. Onde o psicológico é testado e assim as famílias dos outros 23 tributos mortos ficam frente a frente com o possível algoz. Todo o ano a turnê ocorre, e nenhum ano seria diferente.

No distrito 1 o vitorioso era aclamado. A família de Onix e Amber estavam em cadeiras especiais e aplaudiam aquele tributo que havia voltado vivo. A família de Amber havia presenteado a família de Onix com uma de suas joias, assim como Amber havia prometido que a família faria. A dor da perda era sentida, mas as duas famílias haviam ficado amigas.

E era necessário um discurso a cada distrito visitado. Mas, o que um vitorioso deveria falar nos distritos que visitava? E se os filhos daquele distrito tivessem morrido pelas mãos do vitorioso? O que dizer? Pedir perdão? O que fazer? Fingir que nada aconteceu?

Talvez para distritos como o distrito 3, 6, 7 e 8 fosse fácil para dizer algo. Foram os primeiros a saírem dos jogos e não haviam protagonizado grandes feitos. Um pesar que poderia ser imitado dos anos anteriores. Todos, em todos os distritos, eram obrigados a prestigiar o vitorioso em sua turnê, todos escutavam discursos, e para distritos que foram eliminados nas primeiras horas, o discurso era sempre o mesmo.

“Não cheguei a ter muito contato com seus filhos... ” Começava com tais palavras. “... Honraram seu distrito até o ultimo segundo...” em algum momento era falado. “... gostaria de ter a qualidade … ” nesse momento um pequeno cartão era lido, com uma característica que Caesar dizia que aquele tributo tinha. “... Quando olharem para mim... vejam em mim seu filho e sua filha...” Se percebesse uma pequena hostilidade ou se o vitorioso tivesse o matado rapidamente nas primeiras horas de arena, tinham que apelar para aquelas palavras. “... Sei que não posso substituir ninguém... Mas, vivo com eles nos meus sonhos...” O que era a verdade absoluta. Dificilmente um vitorioso não ficava atormentado com a imagem dos outros 23 tributos morrendo na arena.

Um discurso moldado para simplesmente confortar e mostrar-se um vitorioso. Pesares que eram dados seis meses depois do fim dos jogos e dos enterros. Pesares que eram dados de forma tímida e sem saber ao certo o que dizer, independente da pessoa que estava ali como vitorioso.

Mas, fazer um discurso no distrito 5 certamente seria revoltante. Amabile e Alex haviam abusado de muitos na arena. Haviam levantado o furor sexual da capital e feito o vitorioso viver uma vida de promiscuidade. Passar pelo distrito 5 era jogar álcool em muitas feridas. A população se envergonhava do que Alex fizera, a população chorava junto a Clark a perda de Amabile. A população estava surpresa que a menina tímida havia seduzido a tantos na arena e a população não acreditava que uma de suas mentoras campeãs havia morrido no caminho de volta.

Fazer um discurso para uma população envergonhada enquanto sua vontade é socar a cada um que esta ali por terem criado o monstro que Alex se tornou na arena era complicado.

“Jovens de beleza incomparável...” E uma longa pausa lembrando-se de quão belos realmente eram. Em especial a cobiçada Amabile. “... Uma beleza perigosa e fatal...” E o que mais dizer a partir dali? Que para Amabile a morte foi pouco? Que Alex teve o que merecia? Não teria sido ele responsável pela dor causada em Alex? “... Mas também dotados de carisma e inteligência” procurar elogiá-los era difícil. “... Talvez ninguém entenda o porque fizeram o que fizeram... Mas, sem eles Croconal jamais cairia... ” E esse talvez fosse o único caminho, pois sabia que sem Alex e Amabile, Croconal jamais teria sido vencido.

E talvez, quando encontrasse Croconal em suas lembranças, falar sobre Alex e Amabile não viesse a ser tão difícil. Talvez se torna-se mais simples se deixa-se de lado o fato de que havia um jovem, olhando de forma ameaçadora para o vitorioso. Mas, o jovem não era de nenhuma das duas famílias, então talvez apenas a revolta pela forma como Alex morreu o perturbasse realmente. Um possível amigo do jovem Alex Sander. Um rapaz que parecia pronto para se voluntariar no próximo ano e vingar a morte de seu amigo. Mas, o vitorioso sabia, isso sempre ocorreria.

Naquele ano o problema era discursar frente ao distrito 9 que teve seu tributo cruelmente torturado. No distrito 6, a tortura surpreendeu, mas não alcançou a pressão que teve no 9, onde uma revolta foi iniciada. O que dizer a um distrito naquelas condições? O que fazer? Como retirar a culpa da tortura de suas costas? Como convencer aos pais de Oliver que a tortura que o filho sofrera não fora culpa dele? Que o vitorioso não era culpado? Que o autor havia sido John Jack do distrito 10 e que a culpa que lhe era empregada era unicamente por tê-lo deixado fugir da ilha da cornucópia?

“O valente e forte Oliver...” Seria mentira? O cara havia conseguido fugir de seis carreiristas que o cercavam após o banho de sangue. Ele ferido fugira e sobrevivera por mais de 12 horas. “... Um vitorioso por vencer os carreiristas em sua batalha saindo vivo...” E escapar vivo de seis pessoas mais preparadas não era vitoria? “... Ele mostrou a força do 9 e vocês sentiram com ele a dor em cada momento...” Mas como dizer aquilo sem falar da revolta e atiçar nova confusão? “... e essa dor que se transforma em força... Que levará os próximos tributos de vocês a honrar a memória de Oliver e inspirarem-se em sua coragem e garra...” E não seria essa a saída de um Carreirista? Mandar os próximos tributos daquele distrito revoltado mostrarem do que realmente são capazes? Não seria isso que ocorreria em um distrito carreirista?

Mas, os demais distritos tinham que possuir um discurso mais pessoal. Um discurso que falasse sobre cada tributo de uma forma única. Discursar no distrito 2 era horrível. Steven queria lutar até a morte, mas não teve a chance. Atalanta morreu em batalha em meio a sua traição. E neste ponto falar dos dois seria uma ofensa. Sua presença seria uma ofensa.

“Uma irmandade do mais forte forjadas pelas habilidades natas com armas ou os amigos criados pelos laços da alma para os quais nada precisava ser dito, mas tudo era entendido?” Começar assim um discurso era a coisa mais perigosa, mas ao mesmo tempo a mais admirável. E de fato Carlos Neves era o melhor vitorioso para aquele momento, pois conseguia cativar a qualquer um com suas falas. “Não vou pedir desculpas por mudar de aliança quando fomos emboscados e eu tinha a chance de sair vivo e como líder de um outro grupo que estava cheio de recursos... Vou dizer que não suas ideias... Dando arma a Onix quando não podia salvá-lo, dando a Canivete uma vingança digna e uma luta gloriosa ao guerreiro Steven.”

O distrito 2 respeitava o vitorioso Carlos Neves de qualquer forma. Ele ganhou na sorte, ele ganhou graças a John. Mas, era provável que ganhasse por suas próprias habilidades, já que quase afogados, apenas um mágico dos mares como ele sobreviveria.

E a emoção poderia ser contida no nos distritos 11 e 12? Seus melhores amigos da arena? A casa das famílias daqueles que depositaram suas esperanças nele. Queria poder fazer mais do que dizer palavras, queria poder fazer mais do que dizer obrigado. Queria poder fazer algo, mas nada podia. Não precisava medir palavras, não era difícil saber o que falar, era apenas difícil parar de chorar diante a memória de seus amigos. E se a união naqueles distritos nunca pareceu tão grande, os mentores demonstravam que aquilo os levaria mais longe no futuro. Afinal, era o melhor resultado deles em anos.

Mas, ter deixado o distrito 10 como ultima visita era necessário. Ordenado pela capital para que tivessem mais tempo de conter um distrito que estava agora sem nenhum vitorioso. Um distrito que abertamente se preparava para enviar a arena o melhor jovem que pudesse. A capital se preparava para esconder aquele treinamento que ela fazia vista grossa.

Na próxima edição dos jogos o distrito 10 enviaria um jovem de 18 anos totalmente preparado para matar. O jovem que iria levaria todas as esperanças e sonhos de um distrito. Sua companheira seria apenas uma carne de abate e saberia disso desde o primeiro momento. E o vitorioso seria do 10, pois a capital precisava de alguém para controlar o 10 e Snow organizaria pessoalmente os jogos naquele ano.

E mesmo alheio a tudo aquilo Carlos Neves sentia o peso em seu discurso. O Tributo que todos queriam enfrentar viera dali. A lenda da tortura dos Jogos Vorazes. A menina que considerava que todos já estavam mortos. O jovem que pedia permissão a Panem para tudo fazer. O que dizer naquele momento?

“Eram uma dupla temida...” E se começasse daquela forma, honraria a memória daquele que lhe deu a vitória? “ A tributa pequena mais formidável que já pisou nas arenas...” E aquilo ninguém poderia negar. “... O tributo mais salvador que já tivemos história...” E as palavras paravam de sair da boca de Carlos Neves, Campeão da 69ª Edição dos Jogos Vorazes, pois ele fechava seus olhos e revivia os momentos finais na arena.

Os momentos finais onde tudo era água, a chuva não parava. A luta pela sobrevivência havia se tornado natureza contra tributos. Assim como o jovem queria. Se bem que a natureza era tão controlada virtualmente pelos organizadores que talvez alguém pudesse duvidar que eles não tinham seu predileto.

Steven e Carlos eram levados pelas águas, sem conseguir uma arvore para se agarrar. Nadavam, já sem suas armas, em meio a toda torrente de água que lhes afligiam de cima e de baixo. Um já não tinha mais consciência que o outro estava próximo. Tudo o que sabiam fazer era nadar para sobreviver a tempestade.

Um tronco flutuando colidia com o R]rosto de Carlos, rasgando-o fora a fora e fazendo quase perder a consciência. Começou a afundar, com pouco ar nos pulmões, certo de que aquele seria seu fim. Um homem do mar morrendo numa imitação de mar.

Sentiu um cipó em seu braço. Provavelmente afundara suficiente para chegar próximo a uma das arvores. Não se fez de rogado agarrando-se a ele fortemente. E então escutou uma voz, uma espécie de grito do qual ele só pode distinguir o começar.

Se ele começasse a nadar encontraria uma arvore maior. Os relâmpagos constantes iluminariam por um pequeno período todo o local mostrando por onde ele poderia nadar e até aonde poderia chegar. Se conseguisse se manter poderia alcançar uma das quatro arvores gigantes.

Com o sangue escorrendo de seu rosto voltou a superfície e chegou no momento que via um clarão do relâmpago cortar os céus. Dando a ele a visão que precisava, mesmo que fosse por pouco mais do que um segundo. Uma arvore de seis metros a pouco mais de 100 metros de si. Uma arvore quase que totalmente submersa, com um uma pessoa no topo dela esticando algo para cima.

– Vem em mim! - Era a voz de John Jack. - Raio vem em mim... -

Carlos compreendeu o plano de Jack, estava entregando tudo ao destino. O tributo do distrito 4 nadava desesperado na direção que acreditava estar a arvore maior que vira. Não tinha tempo de nadar na direção das quatro maiores, John planejava terminar com tudo, e talvez com todos, em questão de segundos.

John estava no topo de uma árvore, com uma faca levantada para cima. Lirian estava amarrada as costas dele e parte do seu corpo já estava dentro d'água. O plano era o mais simples possível, usar sua faca para atrair o raio e seus corpos para conduzir a eletricidade por toda a arena alagada. Todos receberiam o relâmpago. Se todos fossem receber o relâmpago todos levariam o mesmo golpe, já que estavam molhados. Os organizadores fariam algo para que alguém sobrevivesse a aquele ataque. Eles precisavam de um vitorioso.

Steven continuava sendo levado, nadando a esmo, indo em direção a uma das grandes arvores.

“ Quando o relâmpago atingiu a faca de John eu havia acabado de chegar a arvore... Foi o tempo de me amarrar em um cipó e me jogar, na esperança que a corrente que passasse pelo cipó fosse pouca... Nunca façam isso, não foi pouca, mas fiquei pendurado, desacordado na arvore, enquanto os demais se não morreram na hora, ficaram desacordados e morreram afogados.”

Não muito podia ser dito e não mais poderia ser feito. E como família dos tributos do 10, existia apenas uma senhora com algumas crianças. Pode identificar umas parecidas com Lirian e uma única, da idade Lirian, que muito lembrava John Jack. A mãe morrera de depressão dias após o enterro deixando a filha sozinha. A pequena irmã de John Jack agora vivia com a família de Lirian.

Cada distrito tinha sua dor, mas a Capital tinha seu vitorioso, um vitorioso que não desejavam. A população queria John Jack e não um traidor. A elite queria a belíssima Amabile e não um jovem deformado. Os organizadores queriam um brinquedo sexual e se contentavam com Carlos, apesar de todo o protesto e tentativas falhas do jovem de não ser usado daquela forma.

– Obrigado! - Dizia Carlos ao finalizar sua apresentação no distrito 10.

Existia apenas uma solenidade a mais para ser feita. Uma coisa que normalmente não era feita, mas que Carlos Neves estava fazendo questão de fazer, deixar flores nos túmulos dos mortos. Ninguém entendia o motivo dele querer fazer isso e ninguém queria acompanhar o jovem nessa solenidade, apenas Odair o fazia.

– Essa cicatriz salvou-o de um destino e tanto. - Diz Odair caminhando com ele para o local onde estariam sepultados os corpos de Lirian e John, bem ao lado de um suposto corpo do mentor Fred, que morrera misteriosamente no retorno a seu distrito.

Carlos apenas meneou com a cabeça sabendo que ele não era convocado para mais favores devido a sua feiura.

– Lembra de uma conversa que tivemos uma noite antes de você ir para arena. - Odair encarando-o esperou que ele confirmasse que lembrava-se. - Naquele dia eu te perguntei se estava pronto para pagar por cada pão que receber... - Odair suspirou. - O preço dos pães ficou mais caro depois da vitória, não é? -

Carlos fechou os olhos abaixando a cabeça. O preço na arena era tirar a vida e trair as pessoas. Agora, saindo vivo de lá, o preço estava sendo cobrado a cada cama visitada e nesses dias pelos distritos, estava sendo caro demais, por ter de encarar as famílias de cada tributo.

Os túmulos eram tão simples que não se podia distinguir entre eles a não ser devido a escrita nas lapides. Um buque encada um dos três túmulos. E Odair se preparava para retornar. Ele sabia que Carlos ficaria ali alguns minutos agradecendo a eles por qualquer coisa que ele acha que devia a eles.

– Como será que as famílias deles estão se virando? - Murmurou Carlos. - Eles apostaram tudo na tentativa de melhorar a vida das famílias, fosse vencendo ou mesmo dependendo da piedade de alguém... - Carlos segurou para não chorar ou mesmo gritar de raiva. - E agora na próxima os tributos deles não terão quem os oriente ou mesmo quem envie dadivas certas. -

– O que vai rolar na próxima edição dos jogos com o pessoal do 10 eu não sei... Mas... - Sorriu Odair. - Entre os grupos de apostas dos mentores, Fred foi o que venceu. Entreguei a pouco todo o dinheiro que Fred ganhou a mãe de Lirian.. -

– Apostas? Grupo dos mentores? - Carlos balançou a cabeça não compreendendo.

– Eu vou te explicar mais tarde... Mas, O mentor do 10, Fred, foi o mentor que mais faturou nessa edição dos jogos. Como não havia outro para receber o dinheiro dele, demos o dinheiro a mãe de Lirian. - Odair olhou em volta. - Claro que isso é segredo. Orientamos que ela use com moderação que ela iria evitar as terríveis tessálias para seus filhos por pelo menos mais uns quatro anos. -

– O que? Como? Quando? - Carlos se acalmou por alguns instantes. - De onde ela vai justificar a vinda desse dinheiro? -

– Ela dirá que Fred lhe fez essa doação antes de partir. - Comentou Odair. - E ninguém vai ficar preocupado de onde vem o dinheiro se ela gastar com moderação... -

Carlos sorriu. Aquilo pelo menos era algo que eles puderam fazer pela família de John e Lirian.

– Falo disso outra hora... Reze para termos um vitorioso na próxima edição também... - Dizia Odair já de costas. - Uma família chorando em sua porta é caro o suficiente. Não precisamos de duas. -

Carlos engoliu um seco. Entendia perfeitamente o que ele queria dizer. Por um minuto imaginou que alguém o havia amaldiçoado. Ele ainda não havia pesado essa questão. Iria agora ser responsável pela vida de cada jovem tributo de seu distrito e sabia, teria de conviver com o sangue de cada um em sua mão.

Tocou as três lapides e preparou para sair, mas viu um pequeno pedaço de papel preso a lapide de Fred. Pegou de forma rápida e olhou em volta para ver se ninguém havia percebido. Sabia que ninguém mais da família daquele mentor estava vivo, então aquela menagem presa ali era algo estranho.

“CN suporte a sedução por seis anos que ao fim você poderá libertar a todos desse pesadelo. SS”

Carlos franziu o cenho e virou-se para todos os lados, procurando para ver se alguém o vigiava. Os repórteres estavam longe e apesar de atentos a ele, não pareciam saber do bilhete.

– CN deve ser minhas iniciais. Então SS é outra inicial? Que diabos é essa... - Ao longe, talvez oculto ao todos que estavam na entrada do cemitério, Carlos podia ver uma mulher vestida de vermelho sentada e encarando-a.

A mente de Carlos viajou até os dias dos jogos, onde via Amabile e Alex ao lado de uma mulher parecida com aquela.

– Selena do distrito 5? - Balbuciou Carlos aturdido. Ele sabia que a mulher havia morrido, pelo menos foi o que haviam dito sobre ela. Que havia morrido na volta para seu distrito.

– Vamos embora Carlos! - Gritou Odair quase próximo da entrada.

Carlos olhou Odair fazendo sinal de que já ia e voltou a olhar na direção em que acreditava ter visto Selena. Mas, não havia nada lá e nem mesmo ao redor. Olhando novamente seu papel e o local onde acreditava ter visto Selena ele rapidamente colocou o papel em sua boca e o engoliu e começou a caminhar.

– Estava falando com um fantasma? - Odair brincou devido a demora assim que ele se aproximou. Mas, ele parou percebendo que ele estava um pouco pálido. - Você viu um fantasma? -

– Eu vi... - Carlos suspirou. - Algo especial acontecerá daqui a seis anos? - Perguntou Carlos.

– Massacre Quaternário. - Diz Odair que parou antes de chegar a entrada e voltou-se para Carlos ficando de costas para os repórteres. - Eu te explico tudo quando estivermos no distrito 4. - Diz Odair sorrindo. - Apenas não fale mais sobre fantasmas. -


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao final de nossa aventura. Agradeço imensamente a você que leu os 35 capitulos. Agradeço a quem deixou um comentário e também a quem recomendou a fic.
Espero que tenham gostado e se quiserem podem conferir minhas outras estorias, são fandoms diferentes, mas acredito que se gostou dessa abordagem... vai gostar das outras.
Muito Obrigado!