Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 33
Capitulo 33 – Término da Sedução


Notas iniciais do capítulo

Galera! Desculpem pelo sumiço nas festas de fim de ano.
Mas, agora vamos terminar a nossa fic! Os capitulos finais de nossa edição dos jogos vorazes já estão prontos e seguiremos as postagens normalmente até o final!



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Capitulo 33 – Término da Sedução

Certos eventos acontecem para gerar situações improváveis e inesperadas. Sobreviver a uma emboscada não deve ser algo fácil. Sobreviver a uma segunda certamente não era algo que deveria acontecer. Mas, sobreviver a três emboscadas deveria ser algum tipo de recorde.

Amber era uma jovem que poderia ser chamada de sortuda. Foi selecionada na colheita apenas com 18 anos, encontrou alguns carreiristas leais para se aliançar. Sobreviveu a uma emboscada feita pelo distrito 5, onde por sorte ela não era o alvo. Foi emboscada novamente, agora por um carreirista traidor. E quando sua emboscada de vingança vira-se contra ela, pelas coisas saírem do controle, ela consegue escapar com vida.

Amber agradecia por toda aquela sorte. Principalmente pela aliança com John. Antes de começarem a torturar psicologicamente a Alex receberam uma dadiva que os manteria vivos por bastante tempo. Uma roupa justa ao corpo que assemelhava-se a uma armadura. Praticamente uma proteção quase que total.

Não impediria de fraturar ou mesmo de sentir o impacto. Mas, diminuiria o poder do ataque levado e impedindo que qualquer coisa pudesse transpassar seu corpo.

Após uma forte explosão e clarão, onde ela sentiu um liquido espesso e fétido encharcar seu corpo, a menina sabia que os demais, incluindo a voz misteriosa, estiveram muito próximo da explosão, para poderem fazer algo. Ela precisava rapidamente iluminar o lugar.

Respirou fundo buscando forças. Com ela não havia nada para fazer fogo. Mas, lembrava-se de onde estava o material de Carlos, e de onde Lirian havia escondido um pouco do seu material. Para pegar o material de Carlos, iria passar pelo local onde a explosão aconteceu. O material de Lirian era mais seguro.

Ela estranhou que a explosão não tivesse criado chamas posteriores ou nada desse gênero. Realmente a bomba que eles criavam para a plataforma eram letais. Complexo era a tarefa de colocar suas ideias em ordem. A cabeça rodava, os olhos ardiam, e os tímpanos zuniam. Certamente os tímpanos haviam estourado na explosão. Mas, ela sabia, era a que estava mais longe da explosão. Se alguém ainda estava vivo, precisava dela. Fosse quem fosse.

Afinal, John e Lirian era uma promessa. Amabile e Carlos morreriam pelas mãos dela se ainda estivessem de pé. Certamente a voz misteriosa era do carreirista sobrevivente e ele iria se aproveitar da debilidade da menina para por fim a ela. Restando apenas Alex que estaria em alguma parte da arena, fazendo algum plano terrível. Talvez até mesmo preparando outra bomba.

Ela se arrastou, sem conseguir manter a força nas pernas para se levantar. Escutou alguns gemidos e sabia, estavam vivos. Acelerou e conseguiu alcançar o material oculto. Não demorou para fazer uma tocha e logo que estava com iluminação em mãos olhou ao redor. Pegou rapidamente outro material para tocha e finalmente foi conferir o estrago da bomba.

As vistas doíam. O clarão criado no meio da escuridão realmente havia afetado. Pode perceber que o que banhava seu corpo era o sangue de Croconal, junto com alguns pequenos pedaços de suas entranhas.

– Fico feliz que esteja viva. - A voz rouca assustou Amber que saltou virando-se de costas e colocando a tocha a sua frente.

Iluminado pela tocha, ela pode conferir a figura desfigurada de Steven arrastando um amarrado e ferido Alex.

– Você explodiu o Croconal. - Disse Amber com um misto de surpresa e tristeza. Ela queria que seu amigo Onix ainda estivesse vivo, mas Steven era um carreirista como ela. Ele estar vivo já era algo a comemorar. Afinal, não precisaria se preocupar em ter que matar Onix.

– Alguém precisava fazer isso. - Disse Steven jogando a corda que prendia Alex.

Olhou em volta e viu John agachado junto ao corpo de Lirian. A menina ainda respirava, mas havia tido parte de seu rosto queimado na explosão. John atentou-se a Steven e os dois se encararam por alguns instantes.

Ali estava o tributo do 10. Todos os carreiristas queriam enfrentá-lo, pois nitidamente ele era o melhor tributo não carreirista que havia. Mas, para os carreiristas daquele ano, existia algo mais urgente que John Jack.

– Cuide de sua protegida. Apenas seja leal e não vá tentar me atacar pelas costas enquanto vingo a Aliança Carreirista desse ano. - Steven falava com a voz rouca.

Amber olhava, até Alex havia sofrido com a explosão, mas Steven parecia ter ficado imune a ela. Ele realmente havia conseguido afastar-se de Croconal e da explosão dentro daquele curto espaço de tempo. Aquilo realmente era possível?

Um tiro de canhão se escutou e todos virão surgir nos céus a imagem de Amabile. A menina veio a óbito naquele instante. Todos olharam e viam o corpo de Amabile que fora transpassado pela calda pontiaguda de Croconal. Devia ter acontecido antes da explosão, pois o corpo de Amabile estava completamente chamuscado.

Por toda a capital os telespectadores sentiam e choravam pela morte da menina. Realmente havia sido um golpe do destino. O presidente Snow cerrou os punhos já esperando pelo momento em que seus aposentos seriam invadidos por gritos furiosos dos antigos organizadores que esperavam receber Amabile como um presente. Mas, de todos o mais desolado estava a ser Clark que chorava desesperadamente a morte da filha.

Apesar de triste, dentro de si agradecia por ela ter morrido e saído daquele destino promiscuo ao qual estava destinada desde a sua concepção. Nenhum pai conseguiria entregar a filha a homens para que a filha fosse usada como um objeto. Mesmo que inicialmente este tivesse sido o plano, pensar que nunca teve o poder de escolha de proteger a filha desse destino o deixava muito abalado.

– Sorte você ainda estar vivo, não é mesmo Carlos? - Steven apontou a espada para o tributo que tentava esgueirar-se pela penumbra do local.

Carlos que engatinhava tentando passar por entre as arvores caídas suspirou. Ele tinha grandes queimaduras no corpo e tentava, a todo custo, não gemer. Olhou para Steven que empunhava a espada em sua direção e fechou os olhos abrindo os braços para receber o golpe final.

Amber observou aquilo incrédula. Ele não lutaria? Não faria nada para se livrar da morte? Nem ao menos tentaria? Para Amber aquilo era irreal, mas ela não via que para Carlos a situação era desfavorável.

– Abra seus olhos verme... Antes de me vingar de um porco traidor, temos outra vingança para concretizar. - Dizendo aquilo Steven olhou em volta. - Acho que aqui está bom. Você tem 10 minutos, se tentar fugir vai ter que se preocupar em lutar sozinho contra dois carreiristas e John Jack. -

Dizendo aquilo Steven fez sinal para Amber. A menina não compreendeu muito bem, mas percebeu que Alex tentou fugir, mas estava debilitado demais para o mesmo. Ela engoliu um seco e percebeu, Steven iria permitir que Carlos vinga-se o abuso e a morte de Canivete. Iria entregar um acabado Alex para Carlos dar fim a ele.

A menina olhou para John que ainda estava com Lirian. Uma pequena confirmação veio da cabeça de John. Amber percebeu que aquela era a oportunidade de cuidarem de Lirian. Steven poderia dar a oportunidade a Carlos para matar Alex, mas estaria vigiando a todo momento. Teriam tempo para fazer algo com Lirian.

Amber caminhou puxando Alex pela corda. O garoto tentava se soltar de todos os jeitos, mas percebeu que seria inútil. Foi jogado para perto de Carlos e mantido ali. Viu Amber se afastar apressada indo em direção a John e Lirian, deixando tudo ali na penumbra.

– Está falando sério? - Carlos questionou a Steven.

Carlos escutou apenas silêncio como resposta. Steven realmente estava falando sério. Carlos olhou para Alex e o viu pronto para lutar, apesar das mãos estarem amarradas, o que diminuiria, em muito suas chances.

Carlos fechou os olhos por alguns instantes, ali estava a pessoa que havia assassinado covardemente sua companheira de distrito. Ele sabia que suas chances de vencer tudo aquilo era pequena, mas ali estava a chance de honrar e vingar seu distrito.

Canivete havia sido capturada e abusada até a morte por Alex Sander do distrito 5. Aquilo era raro de acontecer nos jogos, os tributos daquele ano nunca tinham visto tal ato, apenas escutaram boatos, que mais pareciam lendas, sobre coisas que aconteciam na arena e normalmente não eram televisionado.

– Vou perguntar uma única vez, e espero que não fique tentando enrolar. - Diz Carlos olhando Alex. - O que sentiu quando fez aquilo com canivete? -

Alex em alerta piscou algumas vezes incrédulo com a pergunta. Carlos querer lhe fazer uma pergunta era uma das últimas coisas que ele esperava, mas nunca lhe perguntar o que sentira. As perguntas poderiam ser inúmeras, principalmente o motivo que o levou a fazer aquilo, mas o que sentiu era algo que ele jamais imaginaria.

Um soco. Rápido e forte, estalando em seu rosto, na ponta de seu nariz. Quebrando-o como se fosse algo tão frágil como o ar. Alex viu estrelas e sentiu seu corpo tombar para trás, mas foi puxado pelos braços para frente impedindo que caísse.

– O que sentiu? - Com um berro Carlos voltou a questionar Alex.

– Nojo! - Alex respondeu entre os dentes. - Fiz o que eu tinha de fazer. Mas, eu tive nojo em todo o … - Um novo soco calou o rapaz do distrito 5. Esse garantiria que ele não conseguiria mais falar de forma entendível por todo o restante do jogo. Só mesmo saindo vivo da arena para poder voltar a falar com coerência.

Alex olhava para o chão e via seis dos seus dentes caídos no chão. Se não estivesse tão escuro ele teria certeza de ver o sangue neles, mas não havia motivos para precisar ver, o gosto de sangue que sentia em sua boca já fazia aquela tarefa.

– Vou fazer você descobrir o que é nojo. - Carlos socou a barriga do rapaz jogando-o no chão. - Steven, cuide para que Amber ou a pequena do 10 não veja isso. -

– O que vai fazer? - Questionou Steven vendo que Carlos se ajoelhava próximo de Alex.

– Uma mágica... - Carlos começou a abaixar sua calça. - Vou fazer o palhaço desaparecer. -

John e Amber haviam levado Lirian um pouco mais para longe. Tinham a nítida impressão que os 10 minutos que Steven havia dado para Carlos dar fim a Alex iria demorar. Principalmente quando perceberam que Carlos iria se vingar não pela morte, mas pelo abuso.

O primeiro grito de gemido de Alex foi distante e abafado. Eles já sabiam o que havia começado a acontecer com Alex.

Amber sentada junto a John abraçou-o chorando em meio a soluços. O rapaz estava bem ferido, mas a exaustão era o que mais lhe pesava. Ele a acolheu de forma tímida enquanto olhava ao redor em meio a escuridão.

– Estamos condenados John. - Choramingava Amber.

John nada disse. Não havia muito o que dizer para aquela afirmação. Ela havia prometido se matar assim que Carlos morresse. Isso logo aconteceria. Mesmo que John a libertasse dessa promessa, eles ainda teriam de se enfrentar até a morte. Sem contar que Lirian estava ali, caída próximo a eles, perdendo sua vida a cada segundo.

– Eu... Já não sei se quero que Carlos morra. - Diz Amber. - Você sabe o que vai acontecer com o vitorioso? -

John suspirou apertando Amber no abraço. Ele se lembrava bem do que Amabile e Alex haviam dito. Momentos antes de receberem a armadura e começarem a torturar Alex, uma dadiva havia chegado para o distrito 5. O que era inteiramente esquisito, já que eles estavam presos e não poderiam pegar a dadiva.

Mas, a dadiva era apenas a ultima mensagem de Clark, antes de ser levado para a presença do Presidente Snow. Uma mensagem que Alex chorou ao entender e apenas balbuciou a todos que achavam que ele estava louco. A mensagem codificada dizia que o tributo que saísse dali iria ser prostituído.

– Eu não levei a sério quando Alex falou, mas... Vendo o que Carlos está fazendo com Alex... Sabendo que todos lá fora foram atiçados pelo distrito 5... - Amber chorava. - Eu sei que não sairei viva daqui, mas não quero que você ou Lirian tenham que viver assim para o resto da vida de vocês. - Amber chorava sem parar. - Que espécie de vida é essa? -

John no abraço tentava fazer Amber diminuir as falas. Ele sabia que se ela falasse algo a mais, os organizadores iriam jogar contra eles algo que certamente os destruiria de imediato.

– Se Carlos sobreviver... Ele é que terá de viver para sempre nessa vida. - Diz John. - Seria um castigo eterno. -

Amber apenas concordou mostrando que não sabia se isso era justo para com Carlos. Mas, sabia que também não seria justo para nenhum dos vivos, e nenhum dos mortos.

E o tempo passava devagar, arrastando-se sem que Alex viesse a óbito para que a situação caminhasse para um fim. John estranhava nenhuma dadiva mais ter chegado, mas após as armaduras, imaginava que não havia mais dinheiro ou mesmo tempo.

– Queria te pedir uma coisa... - Amber havia parado de chorar algum tempo atras. - Na verdade, duas coisas... -

John inclinou o corpo olhando-a.

– Me... Mata agora.... - Balbuciou Amber.

– Como é? - John escutou aquilo incrédulo.

Relâmpagos cortaram o céu e uma chuva forte começou a cair. Um tiro de canhão foi escutado no meio da tempestade que iniciava-se.


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