Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 22
Capitulo 22 – Cabaré: Carreiristas contra Distrito


Notas iniciais do capítulo

Saga 3 Arena



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Capitulo 22 – Cabaré: Carreiristas contra Distrito 5



– Eu não vou nessa direção! - Gritou Onix segurando Atalanta e Steven, cada um por um braço. - Vocês estão ouvindo os gritos e gemidos. - Onix afirmava que eles não estavam surdos.



O grupo dos carreiristas haviam parado de seguir o rastro de Oliver, um pouco mais de uma hora após começarem a escutar os gritos do rapaz, ecoando pela noite. Sabiam que não deveriam estar muito longe e agora sabiam que era provável que ele estivesse parado em algum lugar, provavelmente preso.



– Tem duas opções, ou ele está na mão de um bestante ou de um tributo. - Diz Carlos. - Acho que deveríamos conferir qual é a opção. - Carlos suspirou. - Se for um tributo temos a oportunidade de enfrentá-lo agora que ele no minimo está distraído com o que está fazendo. -



Tinham demorado para identificar que tratava-se de Oliver, mas quanto mais se aproximavam, mais alto ficava os gritos e as súplicas de piedade. Deste momento em diante, Carlos conseguira identificar a voz do tributo e isso fez com que o grupo parasse a caminhada com o impasse de seguirem ou não.



– Mas, se for um bestante, não creio que seja prudente enfrentá-lo a noite. - Diz Amber. - Não entenda como medo, mas pelos gritos eu imagino que ele está sendo torturado. Se não é um tributo e sim um bestante, não acredito que apenas um esteja causando esse terror. Se dermos de cara com um bando de bestantes, nossas armas não serão tão eficientes. -



Carlos ponderou com a cabeça. Ele já tinha mencionado que seguiria a decisão da maioria. Mas, Onix se fazia maioria em impedir o grupo de seguir. Steven e Atalanta queriam ir até lá, mas Onix estava a usar de força para convencê-los do contrário.



– Isso é má ideia! Está com cara de armadilha! - Dizia Onix. - Gritos próximos quando começamos a ver que o rastro dele está ficando fresco? - O jovem tanque já começava a arrastar os dois companheiros para trás. - Além disso, ele estava fugindo de algo que não identificamos. Certamente é um bando de Bestantes. Como vamos enfrentar um bando enfurecido? -



– Vamos simplesmente dar a volta, subir por cima das arvores que são mais altas e firmes daquele lado e identificar qual o problema, ok? - Canivete falou com calma. - Seja o que for, é importante que saibamos o que é para podermos bolar um plano de como enfrentaremos. -



Os outros cinco se olharam concordando. Onix saltou os dois jovens tributos do 2 que rapidamente apontaram as armas para ele.



– Faça isso de novo e a aliança está desfeita. -



Onix riu e simplesmente deu as costas para eles. Ele não tinha medo dos dois, mesmo que eles estivessem bem armados. Aquelas armas ele sabia, poderia quebrar com sua força se tivesse a intenção de se arriscar levar um ou outro ferimento.



O grupo caminhou, circulando o que eles acreditavam ser o local de onde os gritos vinham e não cessavam. Os gritos já os tinha atormentado de certa forma. Por mais que o medo não estivesse claramente presente neles, ouvir alguém implorando aos berros em meio a uma escura noite não era nada bom.



O que incomodava-os era que aquele era o segundo alvo que eles chegavam atrasados para pegar. Inicialmente, quando encontraram o corpo mutilado de Maria, pensaram em seguir Jack e Lirian, mas o rastro não estava tão fácil de seguir. O menino havia feito uma bagunça de rastros falsos que não dava para seguir um deles, sem que perdessem algum tempo.




– Também está sendo atacada por mosquitos? - Perguntou Canivete vendo Amber coçar o braço direito.



– Ela eu não sei, mas eu levei umas três picadas aqui na altura do pescoço. - Disse o Tanque.



Atalanta da um tapa em seu ante braço o que faz Steven parar e olhar ao redor. Carlos também parou olhando. Eles deveriam poder escutar ou sentir os mosquitos, no entanto, parecia que apenas podiam ver as picadas.



Steven fez um gesto e todos formaram um circulo e foram afastando-se. Cada qual com sua tocha foram abrindo um perímetro. Logo podiam ver bastante espaço em volta. Olharam e puderam ver alguém caminhando até eles. Os mosquitos continuavam, as picadas permaneciam, mas eles não os viam, mesmo a luz do fogo.



– O que vocês desejam? - Uma voz melodiosa invadiu-os. A silhueta chamava atenção eles se preparam, com suas armas, mas não estavam totalmente certos de que deveriam atacar, já que estavam com a visão limitada.



Carlos olhou ao redor mais uma vez. Sentia uma pequena tontura. Aquilo mais fazia ele pensar que estava no mar do que num pântano. Parecia um balanço nostálgico.



– Galera... Acho que... - Tentou dizer algo, mas Carlos acabou tropeçando em uma raiz e caindo no chão. Seu corpo não respondia muito bem.




– O que é que mais desejam em suas vidas? - A silhueta se tornava cada vez mais nítida, mas, agora sentiam que a voz vinha do outro lado. Melodiosa como a primeira, mas um pouco mais grave.




E aos poucos Amabile e Alex aproximavam-se do grupo dos carreiristas. Alex já havia usado de sua zarabatana espetando-os com pequenos dardos carregados da toxina alucinógena. Mas, era evidente que o grupo estava aguentando bem.



Mas, o plano seguiria. Seduzi-los. Tirar a pureza de Canivete e por fim matá-la. E isso quem precisava fazer era Alex.



Talvez ninguém compreendesse a profundidade do plano de Selena, além dela mesma. Mas, Alex sabia exatamente no que ela se baseava. E ele sabia, contra aquilo, não havia escapatória. Ele havia mostrado a Amabile que entendera exatamente o que era necessário, e agora, ambos tentavam mostrar aos patrocinadores que estavam cumprindo a parte do trato deles. Que um dos dois sairia vivo.




Steven partiu com seus facões e Atalanta preparou a flecha. No entanto, não houve desespero por parte de dos jovens do distrito 5, que apenas desviaram de forma graciosa, como se na verdade nem houvessem desviado.




Alex que estava próximo a Steven tocou com calma no ombro, escorregando por seu tronco rapidamente, passando levemente as unhas. Steven estacou naquele momento e tentou chutar o jovem para longe de si.



Era difícil, Steven não tinha ideia de quem era. Mas, já sabia exatamente o que precisava fazer.



No entanto, do outro lado Amabile já havia se aproximado do grupo e afagava levemente os cabelos, tanto de Carlos caído, quanto de Amber que tentava ajudá-lo.



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– Parece até brincadeira. - Resmungou Odair. - Mas, parece que vou ter que dar o braço a torcer, você realmente pegou os carreiristas pelo único ponto em que os jovens de hoje não são experientes. -



Selena sorriu. Estavam os dois mentores sentados na varanda. Clark resolvera assistir o que viria a seguir em meio aos habitantes da Capital, para ter noção do impacto que as cenas iriam causar. Selena ficava observando suas duas telas, vendo como Alex e Amabile se comportavam, mas recebeu a inesperada visita de Odair.



– Jovens! - Comentou a moça. - Por toda a história da humanidade, luxuria era o caminho para corromper qualquer pessoa. - Ela sorriu. - Nós dois, sabemos melhor do que ninguém como o erotismo é amado pela Capital. -



Odair torceu o nariz sentando-se, observando suas duas telas. Ele não gostava de conversar sobre aquele tipo de assunto. Os favores que era obrigado a fazer a capital eram por demais doentios para que ele compartilhasse com alguém.

No entanto, estava ali alguém que sabia pelo que ele havia passado. Na verdade, estava ali alguém que sofrera junto com ele. Bastava fechar os olhos que Selena e Odair lembravam-se da noite em que os dois se encontraram na porta dos aposentos de um dos organizadores dos jogos.

Naquele ano os jogos haviam alcançado um ibope e uma marca histórica. E como prêmio, aquele que coordenou tudo pode escolher a presença dos dois mentores para festejar durante a noite.



Se Odair ou Selena duvidavam que mais alguém sofria do mesmo destino da promiscuidade, naquela noite eles tiveram a certeza de que, ninguém estava a salvo dos desejos que as pessoas poderosas da capital possuíam.



– Hoje os jovens dos distritos sequer sabem o que é afeto. - Selena sorriu. - Um carinho, um afago, um simples olhar doce, por menor que seja, desperta os instintos selvagens e os hormônios, ou feromônios, presentes em todos. -



– E na arena, quando tudo parece perdido... Ter a oportunidade de saciar esse tipo de fome, antes de morrer, é algo que não conseguirão recusar. - Odair balançou a cabeça concordando.



O plano de Selena era muito simples. Todos os jovens na adolescência queriam afeto, queriam contato físico. Queriam sexo. Mas, nos distritos ninguém tinha tempo para namorar, os carreiristas treinavam e os demais trabalhavam, todos tentando garantir suas vidas. Fora que a consciência de que poderia assistir alguém especial morrer nos jogos, ou caso viesse a constituir família, veriam os mesmos ir para os jogos era doentio. Ninguém ligava para o amor.

Estando na arena, no entanto, a poucas horas de morrer, fariam qualquer coisa para poder sentir este prazer como seu último momento de regozijo. Que jovem realmente nunca pensou em beijar, achou uma pessoa bonita e quis tê-lo para si? Nos jogos, até o mais feio se tornava belo depois que os estilistas trabalhavam neles, então... qualquer tributo masculino era um deus grego para as tributos femininas, e vice versa.



Alex duvidava que aquilo funcionasse com todos, mas até mesmo ele, que tinha suas convicções firmes, sentia-se balançado diante ao contato com Selena, que tentava lhe seduzir durante as aulas. O jovem foi para arena sabendo que poderia seduzir e possuir qualquer um na arena, desde que conseguisse entrar em contato físico com o tributo, de forma não truculenta. O destino fez com que um alucinógeno caísse em suas mãos, e assim ele pudesse se aproximar, para fazer a magica que Selena havia lhe ensinado.



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– Fujam! - Gritou Steven cambaleando.

Mas, nem todos puderam escutar e responder ao comando do jovem. Amabile conseguia manter a atenção de Canivete, Amber e Carlos ao mesmo tempo. Eles estavam realmente seduzidos pelo pouco momento de atenção que recebiam.



Alex sumiu das vistas de Steven, que apenas via Tanque e Atalanta prontos para o seguir.

Steven ergueu suas armas, os dois facões caseiros e foi contra silhueta feminina, mas, quando chegou nela, via apenas Carlos caído na lama e Amber parada olhando para os lados. A silhueta havia desaparecido e com ela Canivete havia ido.



– O que foi que aconteceu aqui? - Dizia Steven olhando em volta e não conseguindo encontrar suas tochas, que se apagavam uma a uma deixando os cinco carreiristas na escuridão. Com apenas suas armas a brilhar.



– Não se preocupem... - Disse Amber. - Vamos esperar alguns segundos e seguir o rastro luminoso das armas de Cani...-



Mas, Amber não conseguia mais mexer-se devido as drogas que foram espetadas nela pelos dardos da zarabatana. Ainda foram surpreendidos pelo fato de as armas de Canivete estarem ali, na lama junto a Carlos. Todos os cincos sentiram os corpos pararem de responder e na escuridão um tiro de canhão foi escutado.



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– Panem... - A voz de Jack podia ser escutada aos berros na noite. - Quem vocês querem que seja o próximo? -



Oliver não havia resistido as torturas e agora John preparava o corpo para ser levado pelo aerodeslizador, ou encontrado por outro tributo.



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– Que sorte! - Fred abraçou Ellen enquanto eles caminhavam rumo ao prédio onde a administração dos jogos acontecia. - As atenções começavam a se dividir. -



Havia duas ações acontecendo em simultâneo. Felizmente, Oliver não poderia mais aguentar de dor e acabou morrendo. Jack, o estripador do 10, teve sua fama. No entanto, o começo da sedução de Amabile e Alex ao grupo de carreiristas era ainda mais chamativo. As atenções se dividiam.



Com o fim da tortura, Panem voltava suas atenções para as ações do distrito 5, mas não antes de formarem filas de doações para o distrito 10 continuar sua carnificina.



– Fred... - Ellen parou olhando o telão. - Não sei se quero ver o que o distrito 5 fará com a menina... Quero dizer... - Ela parou por alguns instantes. - Você disse que o plano de Selena era transformar a arena num cabaré. Onde os tributos irão realizar algumas obscenidades e você não sabia o limite, certo? -



Fred cumprimentava muitos da capital, enquanto se dirigia de volta para o prédio onde poderia se livrar daquelas pessoas e pensar em que tipo de dadiva seus protegidos poderiam receber com o dinheiro que havia sido arrecadado. Mas, ele escutava perfeitamente a Ellen, apesar tê-la deixado sem resposta, até que conseguisse entrar no prédio.



– Tenho que te falar... - Respirou fundo. Fred procurou as palavras que não vinham. - Não há limites. Eu não sei bem o que dizer, mas desde que vi aquela cena de Alex e Amabile treinando as formas de seduzir dentro da arena, tenho apenas uma coisa em mente. Aquilo vai se tornar um orgia... Com ou sem permissão. -



A palavra que Fred evitava, devido a não ter certeza, já ecoava pela Panem. E todos pareciam agitados para ver o ato acontecer.

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– Você não teria coragem de fazer isso com outra pessoa! - Grita Odair a Selena.



– Eu e você fomos e somos usados como objetos da Capital. - Dizia a mulher apontando o dedo para ele. - Você sabe que se Canivete voltar, ela será a sua companhia constante em muitas de suas obrigações para a Capital. -



– Você é doente! - Odair soca a face de Selena rapidamente. - Impeça isso! - Mais um soco. - Estou mandando! -



Selena após o segundo soco tonteou, mas revidou imediatamente com um chute nas partes de Odair.



– Da mesma forma que eu e você fomos, Canivete será... - Selena parou e olhou uma de suas telas. - … Já está sendo... - Selena levantou os braços. - E escute Panem a gritar em euforia pela cena! -



Odair levantou-se, ainda sentindo a dor provocada pelo golpe baixo.



– Eu … - Odair parou por algum tempo. Ele desligou suas duas telas. Não queria continuar a escutar o que vinha delas. Apesar de que a gritaria de Panem estava mais alta.



– A Capital está adorando a cena. Nossos tributos agora são os mais desejados. - Selena sorria. Parecia não ter se incomodado com os socos levados. - Nesse momento, cada organizador, patrocinador, cada ser da Capital que é pervertido está fazendo as contas de como trazê-los de volta da arena e quanto tê-los irá custar. -



– Eu... - Odair olhou para Selena sacudindo a cabeça. - Nós não tivemos escolhas. Fomos obrigados! Mas, você agora desceu ao nível deles e forçou seus companheiros de distrito ao próprio destino. Condenou a minha tributa a esse destino. - Odair gritava. - Você conseguiu chegar nos carreiristas e tem eles nas mãos, porque não apenas matá-los? Por que prostituí-los daquela forma? -



Selena ia responder, mas acaba deparando-se com um grupo de pacificadores parados na entrada da varanda.



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Canivete ia sendo conduzida de forma rápida, mas suave, para longe dos carreiristas. Andaram por vinte minutos, até que Canivete viu um lugar iluminado por pequenas tochas e com uma espécie de cama de folhas feitas.

Tudo era penumbra em volta, e parecia que as tochas eram pequenas velas e iluminavam apenas o local. Era como uma cena bonita que qualquer um poderia dizer que o local fora preparado com carinho para dois amantes.



– Isso é para você. - Com um sorriso, Amabile conduziu a menina até o local. - Tire as botas e essa roupa suja. Vai sujar sua cama. -



A voz de Amabile era tão melodiosa que no final, mesmo sem o efeito das drogas, era possível que alguém se rendesse aos seus pequenos pedidos. Canivete tirou as botas, e quando terminou com elas percebeu que a menina havia desaparecido e algo brilhando caminhava na direção dela.



Alex estava coberto pelo material brilhoso que tingia as armas dos carreiristas. As pequenas tochas foram se apagando e deixando tudo na escuridão, onde restava apenas Canivete parada em cima das camas de folhas, completamente atordoada e tentando movimentar seu corpo para fugir. A sedução havia acabado e ela percebia que estava dopada e que algo ruim iria lhe acontecer.



Na escuridão da noite ela pode identificar o Deus de Energia personificado no jovem nu, coberto com a seiva das algas e musgos que ela mesma criara. Brilhando o jovem agarrou a jovem tributo do distrito 4, rasgando sua roupas.



A capital assistia tudo atentamente, tendo as vezes câmeras de infravermelho mostrando as coisas, e outras vezes apenas a iluminação do corpo de Alex dando um tom as coisas.



Amabile havia se escondido atras de uma arvore. Encolhida na posição fetal, levou as mãos aos ouvidos ao começar ao escutar os gritos e pedidos de ajuda. Mas, mesmo tentando evitar escutar todo o barulho, ela sabia que a Sedução havia tornado-se um pesadelo horrível para Canivete que agora era possuída contra sua vontade. E o tormento das duas, e talvez até mesmo dos carreiristas que talvez pudessem escutar o sofrimento da companheira de aliança só terminaria com a substituição dos gritos de dor pelo som mais conhecido na arena.



Amabile chorando escondida na escuridão implorava mentalmente que o som fosse logo produzido e assim substituísse os gritos que ela escutava. Mas demorou uma hora até que ela escutasse o tão desejado tiro de canhão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do episódio. Tentei fazer algo que passasse exatamente o que estava acontecendo, mas sem ter que descrever ou vulgarizar nenhuma situação.



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