Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 15
Capitulo 15 – A dura conversa entre Pai e filha


Notas iniciais do capítulo

Saga 2 - Vidas



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Capitulo 15 – A dura conversa entre Pai e filha



A Sexagésima Nona edição dos Jogos Vorazes havia acabado de se apresentar.

Começou mostrando seus 24 jovens tributos, vindos dos doze distritos existentes. Jovens de 11 a 18 anos que iriam servir de oferenda a capital. Aquele que sobrevivesse viveria uma vida de pseudo gloria, desde que mantivesse um comportamento exemplar.

Continuaram apresentando o algoz dos tributos, Croconal. Um crocodilo geneticamente modificado para caçar os tributos pela arena. Um bestante tipico dos jogos.

Finalizando com a apresentação da arena, Panem estava pronta para começar a assistir aos jogos. Mas, os tributos ainda estavam tentando digerir arena e o bestante de caça.



Pântanos. Formados por águas paradas e pouco profundas, possui vegetação bastante densa e um solo com grandes quantidades de vegetação em decomposição. O ambiente perfeito para repteis, anfíbios e procriação de insetos. Mas, também há presença de aves com grandes pernas como flamingos.



Talvez fosse um local interessante para se visitar, e certamente pós jogos, aquela arena se tornaria um local turístico onde os visitantes quase se sentiriam nostálgicos ao lembrar que acompanhou um jovem a passar a noite em determinado tronco, ou um confronto em alguma parte com terra.

Mas, enquanto esse tempo não chegasse aquele local seria o palco de grande derramamento de sangue e existiam diferenças. Em geral, nenhum tributo realmente conhecia um pântano, mas aqueles que sabiam um pouco sobre aquele inóspito local tinham a noção de que, aquele lago onde estavam deveria ser mais raso. Aquilo foi feito para prendê-los.

Também sabiam que a pequena neblina que passava a um pouco mais de um metro do chão, em muitos locais seriam tóxicos.



Amabile sentia seu coração pulsar com força. Um frio na espinha e uma vontade grande chorar. A visão daquele crocodilo lhe fez entrar em desespero. Suas pernas quiseram começar a tremer, mas sentiu que um dos tributos próximo de si já estava fazendo isso.



Tremedeira. Isso lembrou-a de como estava seu pai ao entrar no seu quarto na última noite.



Lembranças:



– Estou acordada pai... Pode entrar. - Respondia a menina sentando-se em sua cama ao escutar umas batidas na porta. Não havia necessidade de ir verificar quem era, conhecia as batidas de porta de seu pai.



Mas, mesmo que as batidas fossem diferentes, Amabile esperava apenas por uma pessoa para conversar. Alguém que fosse revelar o que estava acontecendo e qual era o plano que ela deveria seguir.



A menina estava atormentada desde que a apresentação para os organizadores dos jogos foi realizada. Sentia que algo estava muito errado e nunca havia se sentido tão exposta quanto naquele momento. Queria sentir-se segura e protegida contra aquela sensação que teve. Queria que seu pai chegasse e dissesse que estava tudo bem.



Clark entrou e sorriu para a filha. Os dois percebiam que o sorriso era sincero, mas que tinha uma força para se manter. Clark encostou a porta atras e foi para junto da filha abraçando-a com vontade.

Parecia que Clark lia os pensamentos e sentimentos da menina, e que o abraço tinha a intenção de tirar todos os sentimentos sentimentos ruins que estavam incomodando sua pequena.

Para Amabile aquilo parecia ser um presente vindo de algum lugar. Pois realmente sentia que o pai a entendia, sem necessidade alguma que ela tivesse que falar. Como se o pai estivesse todo o tempo ali, parado junto aos organizadores, vendo o que estava acontecendo durante a apresentação e apenas não fez nada para protegê-la porque sua cabeça estava encostada nas potentes armas dos pacificadores.



– Filha... - Clark acariciou os dourados cabelos e afastou-se olhando diretamente para os olhos da menina. - … Você é sua mãe em pessoa. -



A menina sorriu abertamente. Sentia-se quase em casa e quase desejou que o dia terminasse ali. Mas, a verdade era que a menina sabia, o pai havia ido ali para lhe contar o que ela deveria fazer na arena.



– Já lhe contei como escapei da arena? - Perguntou Clark.



A menina balançou a cabeça confirmando que não. Ela odiava aquelas histórias de arena. Evitava assistir todos os anos, então sabia que o pai havia vencido, sabia que o pai havia matado e sabia que o pai era diferente dos outros mentores, cheio de tiques e outras estranhezas.



Realmente Clark era um dos poucos vitoriosos que não levava consigo muitos traumas de sua arena. Apesar de muito chocante, ele havia passado sem levar muitas sequelas mentais.



Clark fora um rapaz franzino em que nada chamava a atenção. Suas habilidades na arena eram criar armas de pequeno porte e identificar o veneno nas plantas. A floresta era densa e chovia o tempo todo. Clark usou um veneno para matar um animal, e pretendia tentar comê-lo, mas fora cercado pelo grupo de Carreiristas no quarto dia. Os carreiristas, que estavam em um grupo de 4 pessoas, já haviam matado 14 pessoas na arena. Restavam ainda seis pessoas para que eles liquidassem e assim começassem a se enfrentar.



– Eles pegaram a carne do animal que abati e comeram. O problema é que eu errei a dosagem do veneno e contaminei toda a carne. Eles caíram duros na mesma hora. - Ele riu. - Depois disso, quem estava na arena e identificou quatro mortes seguidas, desesperou-se e acabaram sofrendo acidentes ou se matando. Como eu estava amarrado, não pude fazer muito. -



Amabile e o pai riam. Fora um ano realmente interessante nos jogos. A vitória de Clark foi dada como sorte para alguns e astúcia por outros. Ele teve alguns pesadelos por algum tempo, sonhando comer a carne envenenada, mas acabou aceitando como destino.



– Acha que posso ter essa chance? De conseguir sobreviver e deixar que os demais se matem? - Perguntou Amabile.



Clark suspirou e deixou transparecer a preocupação. O motivo pelo qual ele estava ali era que Amabile não ia poder passar pela arena sem fazer algo.



– Amabile... Você é uma menina doce e meiga. Sorridente! - O pai parou por alguns instantes. - Mas, na arena isso não vai ser o suficiente. Serão ótimas armas, mas terá de fazer algo mais. Selena preparou-a para isso e agora eu preciso te fazer uma pergunta, para saber se você está pronta para isso. -



Amabile parou olhando o pai e lembrava-se das aulas exaustivas com Selena. Ela realmente não sabia o que viria.



– O que você faria para salvar sua filha? - Disse Clark, sem desviar o olhar dos olhos de sua filha. - Essa foi a pergunta que me foi feita por Selena e muitos outros. E não há duvidas que minha resposta seria morrer no seu lugar. -



Amabile apertou as mãos do pai. Sentiu que aquela resposta ele não havia demorado para chegar nela e sentia que ele falava a verdade.



– O que você faria para viver, Amabile? - Perguntou Clark. - Até aonde você acredita que conseguiria ir para sair viva daquela arena? -



– Eu... Eu não sei pai. Eu acho que posso enfrentar um tributo de minha estatura e idade, mas não os carreiristas. - Disse a menina. - Eu sei que precisarei matar, mas não sei se vou conseguir a oportunidade para fazer isso... - Amabile viu seu pai fechar os olhos, parecia sentir tanta dor.



– E se eu te disser, que você foi ensinada a conseguir essa oportunidade de dar um golpe fatal. De conseguir proteger-se dos carreiristas? - Disse Clark.



Clark e Amabile ficaram em silêncio e na mente do Clark ressuou a pergunta que ele deveria fazer para a menina. A pergunta que Selena fez ao pé de seus ouvidos e que o fez ficar todas essas noites acordado.



– Não existe magia para isso. - Diz Amabile em meio sorriso.



– Sedução. - Disse Clark, que manteve os olhos fechados, apertando-os com força e finalmente fez a pergunta. - Você seria capaz de entregar seu corpo para outro tributo, para conseguir sair da arena viva? -



– Ahn? - Amabile fora dizer algo, mas então a palavra sedução dita antes enlaçou-se com a ideia de entregar seu corpo.



A menina ruborizou-se e de logo começou a tremer em seu lugar.



Tudo começou a fazer sentido e sua cabeça começou a girar. Todas as danças, reboladas, roupas curtas. A forma delicada e sensual de mexer e aproximar-se das pessoas. Tudo levava ao mesmo ponto. Seduzir e entregar-se. Até mesmo aos organizadores. A apresentação e os gritos animados eram justamente pelo corpo que estava sendo mostrado. Para sair da Arena, Clark e Selena pretendiam vender os corpos Alex e Amabile.



– Neste momento Selena está conversando com Alex. - Clark parou. - Ele foi treinado para a mesma coisa. O plano é simples. Um de vocês seduz o alvo e o outro, na primeira oportunidade, o mata, enquanto ele estiver enebriado com o encanto de um dos dois. -



– Eu... Eu nunca... Nunca nem beijei alguém... - Amabile tentava dizer algo, mas não sabia como formular as frases para com seu pai.



Clark mantinha os olhos fechados. Não ousava olhar nos olhos da filha.



– Para garantir os patrocínios, vocês receberão dadivas códigos. Pequenas instruções. Nisso é Alex que vai decifrar o código. Quem deve ser seduzido, se deve beijar, acariciá-lo, onde acariciar e até aonde deve ir. -

– Até aonde devo ir papai? - Amabile chorando já não sabia o que perguntar.

– Você seria capaz de entregar seu corpo para outro tributo, para conseguir sair da arena viva? - Repetiu Clark abrindo os olhos e vendo a filha em lagrimas. Ele agarrou-se a ela em um abraço terno e apertado igual ao primeiro.



O primeiro abraço, igual ao segundo, tinha a intenção de retirar todo o sentimento ruim. Mas, era impossível retirar a sensação de que para sobreviver a menina teria de desistir de si mesma.



– Eu... Eu não quero... - Balbuciou Amabile em meio as lagrimas. - Eu... O que vão falar de mim em casa? No nosso distrito? E se eu sair da arena com isso? O … O que vai acontecer depois? -



Clark entrou em um choro convulsivo junto a filha. Eles já não tinham escolha.



Fim das Lembranças.



Lagrimas vertiam dos olhos da jovem menina dita como o anjo de luz, enquanto a contagem regressiva chegava ao 10.



Na frente dela estava o Croconal, o algoz de todos os tributos. Ela pode identificar Alex fazendo sinal para ela ficar parada após a contagem. Alex também tinha os olhos vermelhos de choro e parecia tão revoltado com a situação quanto Amabile.



Fechando os punhos com força, Amabile tentou ficar parada, mas isso apenas ajudou as câmeras a conseguirem um melhor foco de seu choro que era dito por Caesar como o choro mais suplicante e sensual que ele já vira.


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Notas finais do capítulo

Segredo revelado!!!!
Claro que muitos já haviam entendido o que ia rolar, mas a confirmação veio agora!
Sou obrigado a perguntar, surpresos? Satisfeitos? O que acham do plano de Selena?



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