A Moonlight Waltz - Spellbound escrita por JoyceSW


Capítulo 9
Capítulo 9




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Lirith Venuto

Ver Bill parado em minha porta, era a última coisa que eu pensei que podia acontecer. Eu o havia deixado 
para que a morte se encarregasse dele, mas pelo visto ela me passou a perna e o mandou de volta... atrás de mim. 
Seus olhos castanhos me lembravam as taças de licor de chocolate que eu bebia na taverna, após o termino de cada 
show com a nossa pequena banda há centenas de anos atrás. Bill fitava-me intensamente, porém estava muito acanhado para dizer-me algo. Ele fez menção para perguntar-me e antes que ele começasse a dizer alguma coisa como temos algo em comum, bloqueei nossa ligação dentro da minha mente. Sua voz anteriormente alta, penosa estava emaranhada em meus pensamentos e eu mal podia entender o que meu “eu” interior dizia, agora tudo estava calmo e silencioso. Ainda bem. Bill se pôs a tagarelar enquanto contava-me com todos os detalhes, tudo que se passou em sua mente nas ultimas vinte e quatro horas após eu tê-lo mordido. A forma como eu o larguei na casa em cima do morro. Todos os meus pensamentos que ele ouviu. A forma como ele conseguiu me achar e agora se perguntava o porquê de estar aqui.

-Você não vai acreditar, mas... parou. -Disse ele dando um sorriso amarelado sem me encarar.

-Oh, que pena! Sua teoria estava tão interessante. –Falei dando de ombros. Juro que se ele vier com papo de que eu sou o amor da vida dele eu chamo a policia. Mas ao mesmo tempo não consigo fazer isso, minha educação não deixa. -Você quer entrar? – Encostei-me ao batente da porta e dei livre passagem a ele que me olhava confuso.

-Claro, fico agradecido pelo convite. – Bill entrou e eu bati a porta brutalmente. Droga! O que foi que eu fiz? Alias o que é que eu estou fazendo? Eu não sou assim.

Bill a principio entrou com um grande sorriso, parecia que ele estava tão animado em me ver . Seus olhos se encontraram com a decoração da casa e ele ficou perplexo. Era luxuosa e confortável, mas também tinha uma pitada dark e misteriosa. Sombria. Seus olhos absorviam tudo que estava ao se redor, porém ao cruzar seu olhar com Ariel, o encanto acabou e Bill se sentiu desconfortável com a presença dela.

-Está com visita?- Sussurrou Bill em minha direção.

-Sim, sente-se. -Ele caminhou até a poltrona azul camurça que ficava na frente da janela e sentou-se nela, mantendo distancia de nós duas. -Esta aqui é minha querida amiga Ariel.

Ariel apenas olhou para ele, que retribuiu da mesma forma. 
-Aceita algo para beber? -Droga!Por que eu disse isso?A garrafa só tem sangue. E agora o que eu vou fazer? Não posso deixar que Ariel descubra que ao invés de matar eu o transformei.

-É melhor você pegar outra garrafa Lirith, eu tomei as duas enquanto você... -Ariel olhou para Bill.- Atendia ele. – Murmurei um tudo bem inaudível e segui para cozinha a procura de uma boa bebida para Bill. Não daria sangue a ele. Não poderia. Não com Ariel aqui. Se bem que ela me fez um favor enorme esgotando as duas garrafas que eu tinha levado para a sala. Bill provavelmente está com fome e com sangue por perto ele não se controlaria, ou conseguiria? Ele nem sabe o que ele é! Vasculhei toda a extensão da cozinha e não achei nada. Droga! O que eu vou fazer agora? Sem muitas delongas caminhei em direção ao enorme tampo de mármore carrara, embaixo dele grandes placas de madeira incrustada de ostras e flores formavam a singelo e majestoso bar, a principio inúmeras garrafas de vinhos de todos os lugares do mundo estavam ali, deitadas. Tirei uma por uma e embaixo de todas achei uma totalmente diferente. Era em forma de triângulo e o liquido era verde fluorescente, virei-a deparando-me com o rotulo, no qual continha uma fada verde enorme e o nome Absinto. Aquela coloração, o vidro... tudo havia chamado minha atenção; nos tempos em que era uma humana essa bebida simplesmente não existia. Se eu não fosse vampira eu com certeza tomaria essa garrafa inteira sozinha mais tarde... ela deve ser simplesmente fantástica. Fechei o bar e caminhei de volta a cozinha, abri o enorme armário de taças e dedilhei uma a uma até achar uma taça negra. Peguei-a e retornei a sala. Ambos estavam calados e com expressão de tédio. Nenhuma palavra fora dita após eu ter ido buscar a bebida de Bill. O clima estava... como se diz hoje em dia? Tenso? Como os dois além de não se encarar, estavam aparentemente cansados e também não notaram minha presença ainda, resolvi puxar assunto.

-Olha que eu trouxe! – Disse girando a garrafa entre meus dedos enquanto Bill fitava-me com um olhar sapeca.

-Fada verde!-Os olhos de Bill brilharam, parecia uma criança para a qual você mostra um pacote do melhor biscoito do mundo.

- vocês gostam não é? -Disse enquanto abria a garrafa e enchia a taça de Bill, logo após estiquei-a a ele que pegou de bom grado.

-Vocês quem? -Bill bebericou de leve sua taça enquanto questionava-me confuso. Droga, porque eu nunca meço as palavras?

-Ah... sim... claro, eu quis dizer vocês aqui dessa... dessa região.-Bill novamente fitou-me sem entender nada enquanto eu me embaralhei completamente comas palavras.

-Deve ser isso. – Ele apenas voltou sua atenção a janela enquanto bebia com fervor o absinto. Pelo jeito isso deveria estar uma delicia.

-Lirith. -Voltei meu olhar para Ariel. -Eu acho que vou indo, sabe... tenho um Senhor para cuidar. Ariel se levantou e veio até mim, entrelacei minha mão na dela e a levei a porta. Antes que ela pensasse em dizer algo a abracei forte sendo ligeiramente retribuída. 

-Fiquei muito feliz por te ver! – Disse fazendo um leve afago em seus cabelos.
-Também adorei te rever, mas agora tenho que ir.
-Está bem, até logo. - Ariel apenas limitou-se em sorrir esforçadamente enquanto se despedia de mim com um aceno. Logo ela sumiu por entre a neblina que abraçava a cidade. Agora estávamos somente eu e Bill naquela enorme casa. Fechei a porta e suspirei pesadamente enquanto caminhava de volta a sala.

-Quieta sua amiga. -Ele comentou sem graça.
-Ariel sempre foi assim. – Dei de ombros enquanto esparramava-me no sofá.

-Mas estou mais animado por poder ficar as sós com você. -Bill se levantou e teve a ousadia de se deitar sobre mim no sofá atacando furtivamente meu pescoço. Espalmei seu peito magro e o afastei Militricamente de mim, apenas fitando-o intensamente. Hoje eu não queria nada. Ou talvez eu até quisesse, mas não seria fácil. Droga, eu não sei o que quero!

-É mesmo? – Abracei-o pela cintura fazendo-o se virar sob o sofá ficando completamente por baixo de mim. Eu adorava ter o controle da situação.

-Sim, mesmo. -Bill agarrou meus punhos prendendo-os sob suas mãos no encosto do sofá enquanto me trazia lentamente próximo de seu corpo. Lascivamente ele novamente atacou meu pescoço.

-Bill! – Gritei desvencilhando-me de seus braços e pondo-me de pé numa ponta da sala.

-Ok, Ok, Sem segundas intenções! – disse ele batendo no sofá para que eu me sentasse ao seu lado. Arrastei-me ao seu encontro e Bill enganou-me puxando-me para seus braços e me sentando sobre seu colo como se eu fosse uma criança. –Sabe Lirith, tem algo que não quer calar.

-o que foi? - Perguntou ele visivelmente preocupado.

-O que realmente aconteceu naquela noite? Eu acordei sozinho naquela casa com dois furos em meu pescoço. O que foi que nós fizemos? – Droga e agora o que eu poderia dizer? Não podia revelar que eu era uma vampira, até porque ele não acreditaria.

-Sabe Bill, quando nós chegamos a casa, eu havia feito inúmeros tipos de batida... Você ficou muito curioso e quis provar... eu te servi um pouco de cada uma delas e o resto eu me lembro tanto quanto você. – Bill ouvia atentamente e absorvia cada palavra dita por mim com um brilho diferente em seu olhar. Eu odiava mentir, mas não tinha como dizer-lhe a verdade. E se ele fosse um daqueles caçadores malucos religiosos? Ou então um completo fissurado por vampiros? Eu iria estar em maus lençóis do mesmo jeito. Ele apenas me serviria para diversão. Somente para isso.

-Mas ainda assim, porque eu acordei sozinho? – As palavras de Bill despertaram-me de meus devaneios. - Porque você me largou lá? – Como eu posso deixar claro que ele só me serviu de comida? Droga Lirith, seja mais sensível!

-Eu... eu tinha que fazer compras, não havia muita coisa na dispensa e eu realmente imaginei que quando você acordasse iria estar com fome. – menti. - Lamento tê-lo deixado sozinho e ter demorado mais do que necessário. Me entreti com os doces. - menti de novo. - Bill voltou seu olhar para a noite que caia lá fora; pegou seu celular e olhou as horas.

-São duas da manhã. – Comentou ele apreensivo. - Droga!É melhor eu ir embora!

-È, esta mesmo tarde. –Talvez seja tarde para você porque eu vou me divertir, só ainda não sei como!

-Bom, eu vou indo. – Bill entrelaçou minha mãe entre as suas e beijou meu rosto. Automaticamente levantei-me fazendo-o levantar também.
-Está bem. –Disse enquanto acompanhava ele até a porta.

-Até qualquer outro dia. – Bill também sumiu entre a neblina forte que tomava conta da cidade.

-Até outro dia. – disse ao vento enquanto fechava a porta. Olhei lá fora, olhei ao redor, deparando-me com a casa completamente vazia e silenciosa. Tanto como eu estava. Vazia. E agora o que eu vou fazer?


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