A Moonlight Waltz - Spellbound escrita por JoyceSW


Capítulo 13
Capítulo 13




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Lirith Venuto

As lágrimas vermelhas haviam cessado, mas minha alma ainda chorava com toda a força, e eu não estava com paz. Cibele ainda estava comigo; sentada em um dos sofás da sala impaciente olhando as horas, e eu estava na janela vendo crianças brincando de assustar umas as outras. Olhando para seus rostos inocentes, perdi a noção do tempo e do espaço e comecei a pensar se elas não tinham sequer resquício de cuidado. Estar a essas horas na rua vazia de noite é muito perigoso, será que os pais dessas crianças não sabem disso? Será que eles não se preocupam com isso? Droga! Por que eu me importo com isso?

-Lirith? –A voz de Cibele me tirou de meus devaneios, recuei e me virei em sua direção caminhando até onde ela estava sentada. .
-O que foi? – O desconforto de Cibele estava escrito em sua testa e seus olhos o denunciavam.
-Preciso de um favor seu.
-Que tipo de favor?
-Acho que faz dois dias que Vlad não me vê... e hoje tenho encontro com o Evan no parque da cidade e preciso que você chame o Vlad até aqui. – A olhei perplexa enquanto tentava processar o pedido incomum feito por ela.
-O...o Vlad? –Repeti sua pergunta automaticamente enquanto sentia uma sobrancelha minha arquear de forma intrometida. O que ela quer com isto?
-Lirith, por favor!-Ela correu até a mim e se ajoelhou aos meus pés, obrigando-me a me levantar naquele exato momento deixando-a para trás. -Estarei grata para sempre! – Cibele encarou chão coberto por um tapete de pelúcia azul marinho enquanto encolhia seus ombros. Eu sabia o quanto ela amava Evan, porém o que ela me pedira me custava demais. Era um preço alto a se pagar, mas analisando por outro lado talvez essa seja a prova de amizade que uma de nós precise – mesmo não sendo nem um pouco amigas- acho que aceitar não deve ser tão doloroso. 
-Cibele!Se levante! –Caminhei até ela e a ergui fazendo-a me fitar. -Está bem! Eu faço o sacrifício, o que você quer que eu faça? 
-Durma com o Vlad. – Cibele falou sem rodeios como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Talvez até fosse... em outra época.
-Por Deus Cibele! –joguei-me no sofá sentindo náuseas só de pensar outro acontecimento como os antigos. Eu não teria coragem, ou teria? Que confusão!.-Não acredito que você está me pedindo isso. – Disse indignada com a situação, como ela poderia me pedir isso?
-Lirith... duvido que você não gostava das noite que o Vlad passava com você.- Cibele fez seu comentário de forma natural, porem aos meus ouvidos eram como lâminas que entravam em meu corpo e faziam o passado sangrar.
-Acontece que agora é diferente. – dei de ombros e ajeitei-me melhor sob a macia camurça abaixo de mim.
-Você tem certeza? -Ela se ajoelhou e me fitou com seu olhar malicioso. -Será que é tão diferente assim mesmo? – indagou consigo mesmo fazendo sua plantinha de duvidas crescer em minha mente aflorando sua curiosidade.
-Tá Cibele, não é tão diferente assim!- Confessei, ela gargalhou e eu fiquei corada. -Mas ele não vai aceitar.
-E porque ele não aceitaria? Você é aquela que ele mais buscou satisfazer. – As palavras dela ecoaram em meu ouvido, como eu nunca havia percebido isso? Ora essa Lirith, saber desse mero detalhe agora não faz a menor diferença. Levei um dos dedos aos lábios pensando no que eu iria responder para Cibele, aquela simples frase havia me deixado sem palavras. Surpresa.
-Eu disse pra ele que eu iria provocar uma rebelião. – Confessei arrancando um olhar malicioso seguido de uma gargalhada dela.
-Jura? -Ela se levantou e rodopiou no meio da sala. -Isso seria incrível!
-è pode até ser, mas vamos deixar isso para depois, vou chamar o Vlad.
-Isso... chama ele aí! -Ela se sentou.
Concentrei-me o máximo que pude afastando os pensamentos de duvidas de minha mente, eu não sabia se estava fazendo a coisa certa ou a errado ou indo mais afundo do inferno, porém algo dentro de mim bateu de forma diferente. Que droga! Que saudade dos tempos em que eu conseguia controlar meus sentimentos. Pensei em Vlad e o chamei por telepatia. No mesmo segundo sua presença fria e perceptível apareceu sentado como um rei em minha sala.
-Me chamou?- A voz rouca ecoou por todo ambiente apagando as poucas velas que ali jaziam acesas. Surpreso olhou para Cibele que imediatamente bloqueou seus pensamentos e o encarou como uma criança com medo do bicho papão.
-Chamei. –O tom de voz dele estava baixo sua expressão parecia abatida. Vlad aparentava estar chateado com algo. Ou alguém. Olhei para Cibele de soslaio e esta apenas limitou-se a levantar r caminhar rumo à porta.
-Eu vou indo sabe... vocês tem muito a conversar e não sou eu quem vai estragar isso.-Ela saiu e nós deixou a sós.Meu Deus! Como eu pude aceitar isso?
-Vlad, aceita uma taça de sangue? 
-Claro. -Sua voz fria me arrepiou. Peguei a taça e o vinho,que já estava na mesa e enchi a taça. -Obrigado.
-De nada. -Me sentei em sua frente. Estávamos separados pela mesinha no meio.
-E você? Não vai tomar nada?
- Eu já estou satisfeita Vlad.
-Hum... –Vlad virou a taça em sua boca e bebeu tudo em um gole só. -Por que você faz isso Lirith?
-Isso o que? – Do que ela estava falando agora? -Ele colocou a taça sob a mesinha.
-Me engana, foge de mim, me ameaça e tem a ousadia de me chamar. –Vlad contava os fatos em seus dedos, esse simples gesto me arrancou um sorriso sem eu me dar conta. Mas para que raios estou sorrindo? Droga de emoções fora de hora.
-É que eu sou assim Vlad. -Dei um sorriso malicioso, ele percebeu meu interesse.
-Nem sempre você foi assim. Em algum lugar da caminhada, você perdeu quem você é, e se misturou ao mundo dos humanos.
-O que você quer que eu faça? -Me levantei e empurrei a mesinha para longe, logo a taça de cristal sobre ela, caiu e se fez em mil pedaços. -Quer que eu me ajoelhe? -Me ajoelhei em sua frente.-E peça seu perdão? -Peguei sua mão e a beijei delicadamente e o olhei. - È isso que você quer?
-Lirith... -Ele abriu um sorriso triste. -Levante querida. –Suas mãos frias abraçaram meus ombros fazendo-me recuperar o equilíbrio enquanto restaurava o chão abaixo de meus pés, Vlad enlaçou suas mãos em minha cintura enquanto encostava sua testa a minha. -Lirith... quanto tempo eu não sentia frieza da sua pele?-Ele fechou os olhos e eu fiz o mesmo. -Você foi a que eu mais corri atrás. Quando você fugiu, tudo ficou vazio.
-Então você sentiu minha falta...
-Como não poderia? -Ele subiu suas mãos até meu pescoço. -Como deixar de te amar Lirith?
Ele me beijou com fúria, como se eu fosse dele para sempre,é um beijo que se eu fosse humana me deixaria sem ar, mas como sou uma vampira isso apenas me deixa arrepiada.
-Vamos para a cama? –Ao mesmo tempo em que achei que fosse uma pergunta retórica me dei conta de que era algo mais parecido com uma ordem, pois ao abrir os olhos já estávamos deitamos em uma cama, na mansão dele. Adoro e odeio os poderes de Vlad.-Eu esperava te possuir a muito tempo.
-Eu esperava há muito tempo te sentir de novo Vlad.
O beijei com volúpia dando a brecha necessária para que uma serie de emoções e sentimentos desconhecidos por mim dessem as caras finalmente. 

Talvez todos não passassem de desejos reprimidos. 

Beijávamos-nos com voracidade e ele abriu meu corpete com uma facilidade descomunal. Vlad estava sedento por meu corpo e eu pelo dele. Eu o odiava profundamente, mas o ansiava demais.
Ele subiu para meu pescoço e ficou por alguns segundos roçando seus dentes pontiagudos em minha carne tenra e macia. Era tão bom ter aquela sensação de eu ser uma vampira nova, a sensação da primeira vez com o Vlad. Acordei de meus devaneios quando Vlad mordeu meu pescoço fazendo um gemido rouco e alto escapar por minha garganta. Eu sentia o sangue escorrer e ele limpava com seus lábios. Olhei-o de canto, seus olhos estavam levemente avermelhados e sua boca lambuzada de liquido carmesim. Vlad levantou posicionando seu corpo sob meu. Os pingos existentes em suas presas levemente deixadas para fora, escorriam e caiam sobre meu rosto, como as lagrimas que eu havia chorado algumas horas antes. Não contendo minha ansiedade, revirei minhas pernas jogando-o debaixo delas e sentei-me em seu colo assumindo o controle. Segurei seus pulsos contra a cabeceira da cama e com meus lindos caninos fui abrindo um por um dos botões de sua camisa de cetim cor da noite. Meus lábios frios tocaram sua pele nua causando alguns arrepios. 

-Lirith? –Vlad me interrompeu obrigando-me a olhar para ele, seus olhos apesar de estarem como um lago de sangue, não foram capazes de ocultar a duvida e a curiosidade do que eu faria. 
-Os tempos mudaram Vlad. -Dei um sorriso malicioso.-Você não sabe o quanto eu posso ser.......

Cibele Milan

Após deixar a casa de Lirith segui velozmente para meu encontro com Evan, já estava atrasada. Ao chegar ao local, um enorme outdoor em neon indicava a lateral do parque como entrada. Desconfiada andei sorrateiramente até lá através de corredor estreito iluminado por luzes baixas azuladas, ao término do corredor Evan me esperava sentado sob uma pedra com uma rosa vermelha na mão. Corri até ele, sendo logo abraçada por seus músculos enquanto o mesmo me rodopiava pelo ar. Tirei à rosa de sua mão e coloquei em meu cabelo. Evan pagou nossas entradas e assim demos inicio a nossa noite divertida no parque de diversões do centro da cidade. Tudo está maravilhoso! Acho que nunca fui tão feliz na minha amarga eternidade. A noite estava passando rápido e eu me sentia como uma criança que estava descobrindo o mundo e suas coisas boas. Essa foi a primeira vez que eu fui a um lugar como este. Andando de mãos dadas pelas ruas mais afastadas, Evan avistou uma praça e ao longo dela vários casais e alguns bancos livres.
-Vem, vamos sentar um pouco aqui.-Evan pegou em minha mão e me levou com ele até o centro da praça para sentarmos em um banco.
-Obrigada Evan.- Agradeci sorrindo sendo levemente retribuída.
-Pelo que? – Evan arqueou a sobrancelha em sinal de dúvida ficando lindamente mais sexy – se é que isso fosse possível- Droga, era impossível não desejá-lo dessa forma.
-Por esse dia... Eu nunca vou esquecer.
-Eu também, foi especial pra mim. -Ele me beijou. -Toda vez que a gente se encontra só transamos, não que seja ruim, mas queria conhecer você.
-Gostei de conhecer melhor você Evan,gostei mesmo.
-A gente poderia até ...ahn...namorar?
-Namorar? –Fiquei surpresa com o pedido repentino.
- È, namorar.
-Eu aceito. -Ele sorriu e me beijou. -Evan tenho que ir.
-Deixa eu te acompanhar.- Não! Ele não pode me acompanhar se Vlad sonhar com isso eu sou uma garota morta.
-Não...o ..o meu pai é bravo. – menti... Mas quem é que não menti nessa vida ao menos uma vez. E se for pecado eu já estou no inferno de qualquer jeito mesmo.
-Sério que o sogrão é bravo? –Abanei a cabeça positivamente, se o Vlad sonhar em ser chamado de sogrão, você irá ser no mínimo decapitado; isso se ele estiver de bom humor -coisa que nunca acontece- Tadinho de você. - Tá bem, posso te ligar amanha? – Ai meu deus! me ligar como? Eu nem tenho celular. Eu sei que é aquele aparelhinho fininho que tem uns toques esquisitos e um monte de números e letras e... espera, já sei.
-Me dá o seu numero, prometo que te ligo amanha a tarde.
-Tá bem. -Ele tirou um papel do bolso escreveu seu numero e me deu. -Vai pela sombra.
-Eu irei.- Despedi-me dele com um beijo e seguimos nossos caminhos.Pelo menos foi assim que ele pensou. Com minha velocidade voltei ao centro, uma loja de eletrônicos estava prestes a fechar, rapidamente entrei nela e em questão de milésimos de segundos peguei uma caixinha sem ninguém perceber. Sai de lá da mesma forma que entrei e segui para casa.

-Por que todo mundo tem essa coisinha boba? –Questionei-me enquanto retirava da caixa um celular.


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