POV Harry:´

Quando vi Mila naquele estado no quarto de banho o meu sangue gelou, pareceu que por momentos eu não possuía um único pingo de sangue dentro de mim, eu senti uma enorme necessidade de a proteger, e senti culpa, por não ter estado lá para defende-la e também porque em parte sabia que a culpa era de facto minha pois eu tinha quase a certeza absoluta que tinha sido Julie a fazer aquilo a Mila. Não fui capaz de proferir uma única palavra, simplesmente tirei a minha t-shirt e vestia em Mila e puxei-a para um abraço. Depois decidi levá-la ao diretor, mas esta não lhe contou nada, ela não denunciou Julie, será que teve medo?

Agora estava conduzir em direção a minha casa enquanto Mila estava encolhida. Decidi não ligar o rádio, acho que Mila precisava agora de silêncio para descansar. Uma vez por outra tirava os olhos da estrada e olhava para Mila, ela estava pensativa e olhava fixamente pela janela.

– Foi a Julie não foi? – Cortei o silêncio não tirando os olhos da estrada, eu precisava de saber se tinha sido mesmo a Julie

– Foi – ela disse, a voz dela não saiu como costumava sair, ela estava a chorar Olhei para ela, ela ainda não tinha parado de olhar para a janela.

– Porque não disseste nada ao diretor?

– Acho que tive medo, quando eu estive fechada naquele quarto de banho eu pensei que ia morrer, tive dificuldade em respirar e o meu coração bateu depressa, eu tive medo.

– Eu vou proteger-te de tudo, não vou deixar que mais ninguém te faça mal, prometo – falei olhando novamente para ela, desta vez ela também olhou para mim, tinha os olhos vermelhos de choro, mas mesmo assim esboçou um sorriso. Pouco tempo depois chegamos a minha casa, estacionei o carro em frente à garagem e disse:

– Chegamos

Ela olhou para mim de repente como se tivesse lembrado de alguma coisa e falou:

– Os teus pais não vão estar em casa, digo, se eles me virem assim podem começar a pensar coisas …

– Calma, a minha mãe e o meu pai não estão em casa eles viajaram, eles às vezes têm que ir em negócios, tem que ir algumas semanas, a única pessoa que pode estar lá é talvez a Marie a minha empregada

– Os meus normalmente passam algumas semanas comigo e o resto do ano em negócios – ela disse voltando a encarar a janela

– E tu ficas sozinha?

– Não, fico com Rosie a nossa empregada, ela está connosco desde que nasci. Eu nasci em NY, e vivi lá até aos 10 anos, mas depois os meus pais acharam melhor virmos viver para cá e como Rosie não tinha família veio connosco também. Nós nunca passamos muito tempo juntos, nunca tive uma daquelas famílias unidas mas desde que nos mudamos as coisas pioraram, eles passavam cada vez menos tempo em casa, a Rosie sempre foi como uma mãe para mim, acho que apesar de tudo tenho sorte em tê-la por perto. – Ela olhou novamente para mim e disse um bocado tímida – estou a ficar com frio, acho melhor entrarmos.

– Claro, vamos – abri a porta do carro e sai, assim como Mila, eu abracei-a pela cintura e dirigimo-nos para a porta, abri a porta e entramos em casa.

Entramos em casa e Marie não estava em casa, fui à cozinha e tinha lá um bilhete de Marie a dizer que teve que ir, mas que deixou o jantar no frigorífico para ser aquecido.

– É melhor ires tomar um banho de água quente para te aqueceres e eu empresto-te uma roupa minha, e… se quiseres… podes dormir… aqui… comigo – disse e engasguei-me na última parte, a verdade é que estava envergonhado, porque eu nunca pedi isso a nenhuma rapariga simplesmente acontecia e pronto elas ficavam lá. Eu estava a olhar para ela que sorria e corava um bocado.

– Adorava dormir contigo – ela disse aproximando-se de mim e beijou-me, levou as mãos ao meu cabelo e eu levei as minhas mãos à cintura dela, paramos o beijo com pequenos selinhos e olhamos nos olhos um do outro.

– Agora vai tomar banho, eu vou procurar uma roupa para ti – eu disse e subimos as escadas em direção ao quarto e quarto de banho. Eu peguei num hoodie, numas calças de fato de treino para ela se sentir mais confortável e entreguei-os a ela que se encontrava de pé à minha frente, ela deu-me um selinho rápido e foi para o quarto de banho.

Enquanto ela tomava banho eu fui para a cozinha e preparei um chá, passado algum tempo ela desceu, ainda tinha o cabelo molhado mas as minhas roupas ficavam-lhe muito bem, ela aproximou-se de mim e sorriu. Eu puxei-a para um abraço e pousei as minhas mãos nas costas dela e ficamo-nos encarando por um momento, ela olhou em redor mas sem nos soltarmos disse:

– Fizeste chá?

– Sim, para te aqueceres

– E agora o que é que vamos fazer? – ela perguntou Pensei durante algum tempo e falei quando me lembrei de algo:

– Que tal vermos um filme, tu escolhes

- Parece-me bem Soltamo-nos, eu peguei nas chávenas de chá e fomos para a sala, pousei as chávenas na mesa em frente ao sofá e fui buscar os filmes para Mila escolher. Sentamo-nos no sofá e eu entreguei-lhe os filmes. Ela olhou para eles e por fim disse:

–Pode ser este? Olhei para o filme e vi que era “Henry Pool is here” nunca tinha visto esse filme

– Claro – fui colocar o filme e sentei-me no sofá, Mila aconchegou-se no meu peito e começamos a ver o filme enquanto bebíamos o chá. Eu ia fazendo carinhos em Mila, ora brincava com o cabelo dela ora dava-lhe beijos no topo da cabeça que ela retribuía com beijos ora no ombro, no peito ou no pescoço. Ao fim de algum tempo, o filme ainda não tinha terminado, olho para Mila e vejo que ela já estava a dormir. Estava tão calma, tão linda, sorri automaticamente. Sai sem acordá-la e desliguei o filme, depois peguei nela e levei-a para o meu quarto, lá em cima, deitei-a na minha cama e vesti rapidamente o pijama (http://weheartit.com/entry/46981847#) e deitei-me ao lado dela, cobri-nos e voltei a aconchega-la ao meu peito, a cara dela estava no meu peito e a minha estava por cima da dela, as minhas mãos abraçavam-na em torno da cintura. Fiquei a observá-la e a pensar no quanto ela era perfeita até adormecer, agarradinho a ela.