“Louis,

Foi inesperado o modo como nos encontramos, e acho que mais inesperado é ainda o modo como nos perdemos de vista.

Espero que guarde lembranças minhas, embora não as deixe atrapalhar sua vida. Foi completamente maravilhoso o tempo que passamos juntos, como se apenas nossa vontade importasse e fosse válida realmente. Mas descobrimos de uma forma dura que não é assim que acontece não é Boo?? Tenta seguir em frente, imagina que, não importa onde eu esteja, estarei olhando por você. Guardando você de todo mal, de tudo que possa atrapalhar tua carreira ou qualquer outra coisa que preze em sua vida OK? Tenho uma coisa pra te contar, agora é tarde porque não vai fazer diferença alguma, eu parti, mas infelizmente, não fui sozinha. Levei comigo, talvez, a única coisa que provasse que o que passamos juntos foi real, foi mágico. Levei comigo uma criança. Que talvez nascesse com o teu sorriso, ou quem sabe teus olhos... Ela teria também um pouco de mim, é claro. Mas minha vontade é que ela pudesse ser uma cópia fiel tua. Isso não vai acontecer não é Lou? Por mais que seja difícil, tenta seguir em frente, ser forte. Não deixa de ser aquele Louis que encanta a todos com uma simples piada sem graça... Não fique abatido, pois agora, nesse quarto de hospital posso perceber que isso tudo teve um propósito, tanto aquele bendito café derramado no meu vestido até agora. O sofrimento tem sempre um propósito: Fazer com que nos tornemos pessoas melhores. Talvez agora não faça sentido o que eu digo, mas lá na frente perceberá que foi melhor assim. Deus pode ter te deixado sofrer agora, para te poupar de algo pior lá na frente não é? Já falei demais. Só quero que saiba que eu Te Amo!!

XX Sua Allisha..."

Deixei-me escorregar sobre a porta fechada até que estivesse sentado no chão, com a cabeça entre os joelhos e a carta ao meu lado.

Minha Allisha havia partido, lembrei de como nos conhecemos. A garota do café. Lembro-me bem de como me irritei, ou quando Zayn falou que a conhecia ao nos ver discutindo sobre um reembolso que nunca aconteceu. Lembrei das risadas que demos, em sua maioria por implicações idiotas, de como comecei a desconfiar que a amava e de quando resolvi me abrir com o Harry sobre isso. Quando tive coragem o suficiente pra admitir isso na frente de todos e o sorriso estampado em seu rosto ao me escutar falar aquilo em pleno jantar de natal. Chorava copiosamente pelo fato de que nunca mais a veria, não ouviria sua risada ou escutaria suas reclamações sobre a bagunça no meu apartamento, que em questão de meses virou nosso.

As batidas na porta e os pedidos para que eu a abrisse eram escutados, mas bem baixinho, como se estivessem vindo de longe. Eles estavam fazendo isso desde que chegamos do enterro e eu me tranquei aqui, no nosso quarto. Aquele que foi cenário pra discussões sem sentido, inúmeros pedidos de desculpas e principalmente cenário para o amor, aquele que eu só poderia ser sentido por nós dois e que morrera no momento em que o coração da minha pequena deu sua ultima batida.

Um vento frio adentra no quarto pela janela aberta, e como se ela estivesse ouvindo minhas palavras, sussurro a despedida que fui privado de ter.

–Te amo minha pequena. Nunca vou esquecer você...

Quando eu estou perdido, quando eu estou sentindo falta de você como um louco

Digo a mim mesmo, eu sou tão abençoado

Por tê-la tido em minha vida