Anna P.O.V

Eu acho que foi a pior coisa que me fizeram, eu sabia que havia algo errado, mas não imaginei que fosse tão ruim, eu realmente não esperava por isso, sinto como se não pudesse contar com mais ninguém, queria que isso fosse apenas uma sonho.

-Aaanna? O que houve? – minha mãe falou quando cheguei em casa.

-Ah mãe, foi horrível, o Diego, a Cris, era tudo mentira, nunca mais quero voltar pra aquela escola – falei desesperada

-Ai minha filha, eu não sei bem o que aconteceu, mas parece muito ruim – ela falou me abraçando

-Mas quer saber, tenho uma notícia boa pra ti – e secou minhas lágrimas

-Aé, e o que é? - eu perguntei curiosa

-Recebi uma ligação hoje, sabe de quem?

-De queeem?

-Do seu pai, ele vai vim nos visitar

-Ahh é sério mãe? Eu to com tanta saudade, e quando ele vem? – eu perguntei animada

-Vem amanhã de manhã cedinho, e ele disse que é pra você fazer aquelas panquecas com caramelo deliciosas que você sabe fazer

-Aiin ta bom, eu faço, mas agente tem que ir no mercado comprar as coisas – eu falei

-Vamos então – minha mãe respondeu pegando a bolsa.

Eu ainda estava muito mal, muito magoada por tudo o que estava acontecendo, mas não é se lamentando que vai resolver, até porque meu pai estará aqui amanhã e quero aproveitar esse pouco tempo com ele. Chegamos no mercado, compramos tudo para as panquecas e o café da manhã, compramos também um sorvete novo que tinha no mercado, parecia delicioso, eu tinha que experimentar.

-Pegamos tudo? – perguntou a minha mãe

-Acho que sim... não, esquecemos do suco, vai indo pro caixa que eu vou pegar e já estou indo – eu respondi

-Ta bom – minha mãe falou

Fui pegar o suco, estava escolhendo o sabor, quando fui pra pegar o suco na mão, vi que alguém iria pegar também, e acabou segurando a minha mão, me virei para traz e era o Diego, não acredito, o que ele estava fazendo aqui?

-Anna, por favor, precisamos conversar – ele disse

-Não temos nada o que conversar, e você sabe disso vocês me usaram, me fizeram de tola, brincaram com os meus sentimentos!

-Eu sinto muito, estou muito arrependido mesmo, me perdoa por favor, eu preciso de você

-Sente muito, sente muito? Quem sente muito sou eu por ter confiado em vocês, mas... quer saber, ta tudo bem, eu te perdoo – eu disse desanimada

Ele tentou me abraçar, mas eu me afastei.

-Mas, o que foi, tu não me perdoou?

-Perdoei, não esqueci, é diferente, agora tenho que ir, minha mãe está me esperando – falei e fui para o caixa encontrar a minha mãe.

Percebi que ele ficou parado me olhando, com os olhos cheios d’água, me deu pena, mas voltar e falar com ele eu não ia, afinal ele não sentiu pena de mim quando fez aquilo comigo.

-Porque demorou tanto filha?

-É que encontrei com alguém – respondi

-Ata – ela falou despreocupada.

Chegamos em casa, estávamos no fim da tarde, umas seis horas, tudo tranquilo, calmo. Abrimos a porta de casa para entrar e levamos um susto, o meu pai estava ali, sentado no sofá olhando TV.

-Pai? Eu falei em voz alta e corri abraçar ele

-Minha filha, que saudade – ele falou me abraçando

-Pai, mas você não ia vim só amanhã de manhã? – eu falei contente com um sorriso no rosto.

-Ia, mas vim antes porque tenho que voltar antes também

-Awn, estou tão feliz pai

-Eu também filha... agora vamos fazer as panquecas?

-Vaaamos – eu fui m direção a cozinha

-Anna, vá começando, eu e o seu pai vamos conversar – minha mãe falou como um sorriso meigo no rosto.

O que será que eles vão falar? Bem, eu não quero atrapalhar em nada, então vou fazer as minhas coisas aqui na cozinha.

Fiz as panquecas, o caramelo, coloquei a mesa, fiz tudo e quando coloquei o último prato eles voltaram.

-O que tanto conversaram? Acabei fazendo tudo sozinha hahaha – falei com um sorriso de orelha a orelha

-Tu já vai saber – meu pai falou

-Ok, vamos nos servir então – eu falei

Durante o jantar de “panquecas doces” percebi que meus pais se olhavam de uma maneira especial, parecia que haviam se apaixonado de novo, como se fosse a primeira vez. E isso me deixou ainda mais feliz, meus pais não haviam se divorciado, nós morávamos em uma pequena casa, meu pai comprou uma fazenda em uma cidade pequena não muito perto dali, só que minha mãe teve que alugar um apto aqui na cidade grande, porque viajava muito á serviços, não pude ficar com o meu pai durante esse tempo porque ele estava reformando a casa na fazenda, e lá ainda não teria lugar para mim ficar, então fiquei com a minha mãe, mas ela viajava muito, então pagava alguém pra cuidar de mim enquanto eu não tivesse idade e ela estivesse fora. Por isso sentia muita falta dos meus pais, e fazia um tempo já que nós não ficávamos todos juntos, e me alegra de saber que eles ainda se amam.

-Filha, a casa já está praticamente pronta lá na fazenda, eu e sua mãe conversamos e achamos que você podia ir morar comigo, o que acha?  

-Ah sério? Eu quero muito, mas como ficaria a mãe?

-Não se preocupe filha, vou fazer uma viajem muito longa, a última e depois que ela acabar eu irei morar com vocês, todos juntos, como uma família – ela falou com um sorriso enorme no rosto.

-Awn, finalmente, eu quero, eu queero! Quando vamos?

-Amanhã de manhã depois do café – meu pai respondeu

Terminamos de jantar as panquecas e fomos dormir, mal consegui dormir de tanta ansiedade, e em uma dessas vezes que eu me acordava de madrugada eu recebi uma mensagem do Diego, estava assim:

“D – Não consigo dormir, não consigo parar de pensar em você, e em tudo o que te fiz, sinto muito, queria poder voltar no tempo e concertar tudo, porque agora eu vejo que eu realmente te amo.

PS: Dessa vez é sem aposta.”

Não me aguentei e o respondi:

“Sinto muito, é tarde de mais, se eu pudesse voltar no tempo, eu também voltava, mas para ter te recusado, assim eu não sofreria tanto, eu sei que você está arrependido, mas arrependimento não muda o que você fez, e agora é tarde, eu acho que não vamos mais se ver daqui em diante.

PS: o que eu senti ou o que sinto nunca foi uma aposta”

Ele continuou mandando mensagens e mensagens, mas não respondi mais e voltei a dormir.

Acordei, eu e meus pais tomamos café e se arrumamos, me despedi da minha mãe e fui para o carro, enquanto o meu pai se despedia dela, pude ver eles com um sorriso bobo no rosto e logo depois se beijaram, nossa isso fez o meu dia, meu pai veio para o carro também e fomos para cidade que meu pai tinha a fazenda.

Dormi quase a viajem inteira, era longe, percebi que meu pai estava realizado, ele me acordava quando passávamos por lugares mais bonitos, era muita coisa encantadora, mas principalmente a cidade nova, era tudo tão simples, calmo, cheio de gente passeando, ou até mesmo andando de cavalo hahaha me encantei, fiquei pensando como pude nunca ter vindo pra cá.

Antes de chegar na fazenda, paramos para tomar sorvete, o pai se sentou o banco e pediu pra mim ir comprar, eu comprei, nossa até o sorvete era diferente hahahaha. Estava indo em direção ao meu pai e admirando o delicioso sorvete, quando sem querer esbarrei em alguém, ou ele esbarrou em mim:

-Ai meu Deeus! Desculpa, nossa, olha o que eu fiz – eu falei assustada

-Não, quem pede desculpas sou eu, estava distraído observando v... Hahahaha olha só estamos sujos de sorvete, vamos ali, eu compro mais pra você – ele falou com um sorriso enorme.

-Ta – eu falei com um sorriso enorme também.

Ele comprou os meus sorvetes de volta e se despediu de mim, fui até meu pai, e dessa vez sem esbarrar em ninguém, alcancei o sorvete pra ele, ele riu e perguntou:

-Se sujou de sorvete foi?

-Sim, esbarrei em alguém – falei rindo

-Em quem? Ele perguntou

-Ah, naquele garoto lá, de cabelo claro – eu falei com um sorriso

-Ele é o Joshua trabalha pra mim na fazenda.

Então era Joshua o nome dele, nossa ele era...encantador.