Strange Love. escrita por Milena


Capítulo 15
I think that i love you


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez começo pedindo desculpas, espero vocês lá embaixo!



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Sky’s P.O.V On.

Justin havia caído no sono, assistimos alguns filmes logo depois da nossa “guerra” que acabou em beijos, e assim, adormeceu. Acho que estava cansado, também, o dava razão. Não deve ser fácil ser famoso com apenas essa idade dele – e por mais que ele fosse um pirralho completamente irritante, percebi que ele também tinha seu lado adulto -, sorri de leve ao vê-lo dormindo. Doía pensar que Justin poderia ir embora a qualquer hora, qualquer minuto, sem avisar e isso era o que me fazia ficar preocupada na maioria das vezes.

A Droga. Seu cheiro veio como o perfume mais doce adentrando em minhas narinas, ah, como eu queria a provar de novo... Fazia tanto tempo que... Eu não fumava. Não sei como cheguei até aqui e isso é surpreendente pra mim mesma. Eu queria tanto... Justin estava dormindo e talvez ele nem...

Não! Pare de ser idiota, menina. Olhe ao seu redor, vê onde você está? Isso mesmo, apartamento novo, coisas novas, um amigo – ora essa, amigos se beijam? -, uma vida nova, tudo isso por causa de Justin. De sua promessa. Da promessa dele. Vai agir como se isso não fosse nada? Vai estragar tudo, Sky? Como sempre? Ou quer apenas permanecer quieta e continuar sua vida?

Mas...

Mas nada!

Droga, eu estava conversando comigo mesmo. A falta de droga realmente me deixava maluca.

Levantei o braço de Justin, com todo cuidado pra ele não acordar, e coloquei ao meu redor ficando mais próxima dele.

Eu queria sair por aquela porta mais que nunca, mas se tentasse, ele não deixaria, sei que não.

Xx

- Acorde... – Justin me cutucava freneticamente.

- Me deixa, panaca! – falei com a voz rouca e tentei me virar.

Tentativa falhada, pois acabei caindo de bunda no chão.

Justin olhou pra mim e riu alto, como era previsto.

- Foi você! – me levantei me apoiando no sofá.

- Você que não lembra do que acontece e muito menos de onde dormiu – sua voz estava rouca e seu rosto risonho.

- Lembro de você me atacar como um pedófilo cheio de testosterona – retruquei o olhando brava.

- Se esqueceu de que você gosta quando eu te ataco – ele continuo rindo, cheio de si.

- Eu... – ia falar, mas hesitei ao ouvir o toque de seu celular.

Ele me olhou como se estivesse me advertindo. Dei de ombros indo em direção da cozinha, mas sua conversa ou pelo menos seu lado da conversa dava pra ser ouvido.

- Reunião? Hoje? Daqui a 1 hora? – ele pausou arfando e esperando a resposta do outro lado da linha – tudo bem.

Voltei pra sala com um refrigerante de cola o interrogando com o meu olhar.

- Vou sair hoje a noite – ele me olhou logo após guardar seu celular no bolso – e você vai.

- Ah, não! – levantei meus braços tentando argumentar – essa vida é sua, não tenho nada a ver com isso.

- Mas eu quero te levar, prometo que não vai durar nem uma hora direito!

- Não, Justin. Porque... – pausei – você não confia em mim o suficiente pra me deixar sozinha – soou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

- Eu confio em você – ele levantou vindo em minha direção e só parou a pouco centímetros de mim – mas sei que você que não confia em si mesmo – me remexi inquieta e ele percebeu, continuando - não ainda.

- Se durar mais que uma hora, posso te socar e sair de lá correndo? – sorri e ele riu.

- Sim.

- Olhe, isso é uma promessa – bati em seu peitoral de leve.

- Você sabe que eu cumpro minhas promessas, não sabe? – ele perguntou se aproximando.

- Sei e você não precisa me beijar toda hora pra provar isso – ri sarcástica e sai de perto dele voltando a cozinha, pegando um pacote de doritos e voltando até a sala.

- Sabe, me pergunto como isso veio parar aqui em tão pouco tempo, até minhas roupas estão no guarda-roupa – o olhei, pronta pra prosseguir – e tem roupas novas.

- Eu mandei Allison escolher, ela tem bom gosto – ele falou ainda em pé.

- Não sei quem é ela – dei de ombros, enfiando a mão no saco e logo após dirigindo a mesma até minha boca.

- Você vai saber – ele falou se virando em direção ao banheiro.

- Que seja.

- E termine logo, não quero me atrasar – o olhei tipo quem é você pra me dar ordens?, mas ele ignorou totalmente meu olhar adentrando no banheiro.

Voltei minha atenção a TV que reportava sobre algo que eu desconheço. Peguei o controle e mudei de canal. Desenho. Jornal. Propagandas. Ah, que chatice. Me encostei no sofá ficando quase deitada e observei bem meu novo apartamento, é totalmente estranho estar aqui, sinto como se isso não fosse meu, de verdade. Aquele lustre que brilha mais que a lua em noite de lua cheia não parece comigo, nem aquela TV enorme que parece que ocupa o apartamento todo nunca vai combinar comigo, ou até mesmo, esse sofá branco e espaçoso tão macio que parece uma cama... Essas coisas não são minhas.

São de Justin.

E toda vez que eu relaxava e pensava em como tudo mudou, minha mente me alertava que talvez isso não fosse certo. Quero dizer, é certo eu deixar as drogas e tudo mais. Mas, aceitar algo de alguém que eu conheci faz poucos dias tipo ah, essa casa parece legal, pode comprar pra mim? Eu preciso e você prometeu me ajudar.

- Sua vez – Justin me interrompeu me fazendo dar um pulo no sofá.

Olhei bem Justin, nunca poderia negar o quanto ele é bonito. Não porque a gente se pega ou se gosta, ou sei lá o que a gente tem... Mas, ele é realmente bonito. Bonito demais pra ser meu amigo. Ou ficante, minha mente fez questão de me alertar. Ah, só o que me faltava.

Ele já estava pronto e tomou o refrigerante e o saco de doritos de minha mão, rolei os olhos pra ele e fui ao banheiro. Me despi, tomando um banho rápido, me sinto tão estranha... E não sei por que.

Sai do banho e coloquei a melhor roupa que encontrei. Terminei caminhando até Justin que ainda comia o meu saco de doritos e o meu refrigerante.

- Pronto – murmurei enquanto admirava a porta.

- Sim – ele respondeu passando seus olhos por mim e abrindo a porta, saímos do apartamento em direção ao seu carro.

Entramos nele e respirei fundo.

- O que foi? – ele perguntou enquanto dava a partida bruscamente.

- Nada...

- Te conheço, você sabe – ele falou indiferente.

- Sei – falei antes de fechar a boca completamente.

Chegamos em um estúdio que deduzi onde deveria ser o lugar da reunião. Justin entrou acenando pra todo mundo e a cada tchau, as pessoas suspiravam como se ele fosse Deus ou seu súdito.

Credo.

Justin parou em frente a uma sala me olhando.

- Eu fico, já entendi – dei de ombros procurando o lugar mais próximo pra sentar. Não vi seu rosto, mas pude sentir um sorriso formar em seus lábios. Sentei em um banco perto da enorme sala esperando o tempo passar o mais rápido que fosse. E como já era de esperar, não deu certo.

- Ora, ora – ouvi uma voz feminina surgir ao meu lado e quis não estar ali quando vi que era aquela loira que eu tanto odiava. Permaneci calada, desejei que ela fosse embora, mas não foi o que aconteceu – o que faz aqui?

- Isso não te interessa – respondi firme olhando em seus olhos.

- Não mesmo – sua fala foi seguida de um riso fresquinho e sarcástico – não cansa de andar com Justin pra cima e pra baixo, não? – ela falou afiando sua voz, como uma cobra, pronta pra dar o bote.

- Me erra – tentei me controlar, eu não tinha paciência pra aquele tipo de coisa.

- Calma, querida, quero apenas conversar.

- Querida é o caralho! – explodi olhando pra ela.

- Só estou perguntando se não cansa de perseguir Justin, sabe, isso é realmente chato.

- Deve ser porque você quer dar pra ele e ele sempre está comigo, né? – fiz uma cara e voz chorosa, a provocando mais do que deveria.

Tá, ela tinha o dobro do meu tamanho, era loira e dona de uma beleza estonteante, não posso negar, o fato de eu a odiar não me faz ficar cega. Ela era linda, pena que vadia.

- Desista, você é tão tola, uma criança perto de mim – ela ignorou o que disse e prosseguiu.

- Cala boca, você dá pro primeiro que passa.

Ela riu alto.

- Tão engraçada, pena que tola.

- É a tola que o Justin beija – soltei um sorriso fingido e acho que me arrependi de ter dito aquilo. O que acontecia entre mim e ele, ficava entre nós.

Sua expressão mudou, pude ver a raiva em seus olhos.

- Você vai ver, logo ele vai cansar de brincar de beijinhos com você e vai atrás de uma mulher de verdade, como eu. Você não pode dar a ele o que eu posso, você não tem o que eu tenho.

- Eu tenho o Justin, e você? - perguntei e ela permaneceu calada - Cheque-mate – soltei mais um sorriso sarcástico antes de ser interrompida por Justin. Ele pigarreou parecendo meio constrangido.

Ela se remexeu, levantando rapidamente e ficando próxima demais pro meu gosto.

- Ah, oi Justin – ela sorriu beijando seu rosto – estava falando com a sua amiga – ela deu ênfase no amiga – depois passa lá em casa pra terminar o que a gente começou aquele dia, tá? – suas palavras foram como ácido na minha cara, mas que mulherzinha puta!

Justin não correspondeu, mas não deixou de olhar seu rebolado ao sair por aquela porta. Bufei. Talvez ela tivesse razão, eu não tenho o que ela tem.

- Me leve embora – falei o obrigando a olhar pra mim – agora.

- Calma, eu tava pensando em...

- Foda-se o que você pensa, eu quero ir pra casa.

- Vai ficar assim comigo por causa dela?

- Por causa de uma vadia – o corrigi.

- Que seja, eu não tenho culpa se ela escolheu ser isso.

- O pior é que você... Argh! – levantei os braços indo em direção a saída. Pude ouvir seu riso atrás de mim. Ele me parou colocando o braço em minha cintura e me puxando mais pra perto de seu corpo. Respirei fundo. Toda raiva que sentia se desfez.

- Eu estou com você, não estou?

- Eu não sei – falei tentando soar o mais fria possível.

- Eu estou – ele falou, fazendo os pelos da minha nuca se arrepiar.

- N-não sei – tentei não gaguejar, mas foi uma tentativa sem sucesso.

- Tem certeza? – ele continuou se aproximando e me deixando, literalmente, caída em seus braços.

- Talvez... – murmurei ainda olhando em seus olhos castanhos, ele deu sorriso tipo Bad Boy de sempre, e me deixou livre, mas ainda em seus braços.

- Vamos pra praia? – ele prosseguiu, agora com um sorriso dócil no rosto.

- De novo? – tentei argumentar pra não ir. Tudo bem que superei boa parte de meu trauma, mas sinceramente, parte de mim nunca superaria aquilo. Não tão rápido.

- Sim – ele falou me soltando e me surpreendi quando entrelaçou sua mão na minha. Olhei pra ele o interrogando, tal olhar foi totalmente ignorado.

Xx

Chegamos na praia e pude sentir o vento frio e acolhedor bater em meu rosto, senti meus cabelos esvoaçando e o cheiro de mar me preencheu totalmente, nunca pensei que sorriria tanto ao perceber onde estava.

- Vem – Justin me puxou me fazendo correr em direção a areia, ele tirou seu supras e eu tirei meu all star, ele segurou minha mão me puxando pra mais perto da água. A areia estava tão gelada e boa de se pisar que seria um crime dizer que não estava gostando de estar ali. Hoje era lua cheia e foi o suficiente pra me fazer sentir, pela primeira vez em minha vida, totalmente bem.

Justin abriu os braços onde sua camisa ficou flutuando junto com seu cabelo. Parei de observar a margem e olhei pra ele. Pensei que não havia percebido, mas foi ao contrário, pois veio até mim me fazendo ficar na sua frente. Seus braços envolveram minha cintura, me fazendo ficar mais perto de si.

- Talvez seja cedo demais pra isso, mas eu não me importo – ele falou em meu ouvido o que foi suficiente pra ficar atenta no que ele falava, continuei mirando a lua e sei que Justin fazia o mesmo.

- Continue – pedi ao ver que ele havia hesitado.

- Eu acho que te amo – ele falou, apoiando sua cabeça em meu ombro, senti seu coração pulsar mais acelerado que o normal.

Eu deveria falar algo? Eu não sei.

A verdade é que eu não sei o que sentia por ele, não sei se deveria falar isso sem ter a certeza de que o amava. Mas, na realidade, o que é amor? É você passar uma semana com alguém retrucando cada patada, ou talvez passar o dia trocando palavras de carinho e gestos de afeto? O que é amor de verdade? Amor pode ser definido por querer alguém do seu lado o tempo todo ou pode ser simplesmente aquela vontade louca de sair de perto dele, mas quando ele realmente for embora, seu coração apertar e você sentir uma vontade mais louca ainda de pedir pra ele ficar do seu lado? Amor... O que é? Eu não sabia qual a definição do amor, não sabia. Mas se amor fosse algo que te fizesse pensar em alguém metade do seu dia, ou ás vezes, o dia todo. Se amor fosse mesmo algo grandioso ao ponto de te fazer sonhar e fugir desse mundo injusto... Eu amava ele. E mesmo que não fosse amor o que eu sentisse, chegava bem perto.

Abri a boca pra falar algo, mas hesitei antes de emitir algum som, antes de falar qualquer coisa, parei. Respirei fundo e me ajeitei em seus braços. Eu estava em dúvida, e em questão de dúvida, o melhor a fazer é permanecer calada.

xx 


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Notas finais do capítulo

Então, esses dias ou semanas, tenho postado raramente, e prometo que vou mudar isso, não quero perder leitoras, ao contrário, quero ganhar e tô vendo que meu comportamento diante da fic não é um dos melhores e a tendência é que vocês me abandonem... Desculpem por isso, desculpem mesmo :( vou tentar mudar e obrigada por continuarem comigo até aqui! ♥