Capítulo 25 A Oferta De Bianca – POV Leo

Leo achava que Eric era um idiota, como poderia ele ser amaldiçoado apenas por ser filho de Hefesto? Claro que ele havia gosta de Quione, mas a deusa era simplesmente uma princesa, Thalia era simplesmente radical, Calypso era simplesmente perfeita a sua maneira, até Jason e Percy já haviam sentido algo por ela, não era sua culpa, porém havia algo de verdadeiro nisso, o que cada uma dessas garotas tinham em comum era ser visivelmente muito para ele.

Enquanto seguiam Calypso ele era o mais atrapalhado, se sentia péssimo, como se uma maldição estivesse para guiar toda sua vida e ele não podia fazer nada além de ver seu coração ser dilacerado por dezenas de garotas que iria se apaixonar e que não pudesse conseguir.

Enquanto viram Calypso conversar com aqueles semideuses ouviu Percy dizer “Bianca”, era obvio que ele conhecia a líder daqueles outros meio sangues, e eles davam uma impressão sinistra.

Eles se afastaram, talvez tenha sido uma sorte Piper ser uma filha de Afrodite, pois mesmo aquela distancia ela pode repetir baixinho o que Calypso dizia.

– Vocês de novo –Piper repetira imitando Calypso.

– Queremos que lute por Gaia, oferecemos a vingança por seu pai – disse Bianca.

– Quantas vezes tenho que repetir? Eu não quero vingança, apenas uma vida pacifica – disse Calypso

– Você diz isso, mas vive ajudando os filhos dos deuses!! – rugiu um terceiro meio sangue.

– Não fale de minha antiga maldição como se pudesse entender! – disse Calypso parecendo furiosa – como eu poderia recusar ajudar alguém que aparece em minha porta, ferido e indefeso? Acha que sou algum monstro?

– Silencio – ordenou Bianca para seus companheiros – você diz que não pode recusar ajuda a quem precisa, mas ainda assim se recusa a nos ajudar, você é nossa sobrinha filha de Atlas. Nos deixe usar sua ilha como base! ! Com sua ilha fantasma como cede usaremos a diferença do tempo a nosso favor! Ela seria muito útil, daqui montaríamos um grande exercito capaz de esmagar facilmente as forças do acampamento meio sangue e do acampamento Júpiter! Lute ao nosso lado!

– Não adianta quanto vocês insistam minha resposta permanece a mesma – disse Calypso fazendo pé firme.

– Calypso você já esteve do lado perdedor antes, viu o que aconteceu com você – disse Bianca cutucando a ferida – quantos séculos os deuses te mantiveram aqui presa? Dez? Vinte?A é, eu esqueci o tempo passa diferente para você não é? Milênios talvez?

– Tanto tempo que nem mesmo eu posso contar – fungou Calypso.

– E quantos heróis viu partir? Milhares talvez? – disse Bianca, os olhos de Calypso ficaram marejados como se ela se lembrasse de todas as suas dores – pense bem, você já esteve do lado perdedor uma vez, não fique uma segunda. Voltaremos amanhã com a mesma oferta.

Eles já iam se retirar quando, Bianca parou sua marcha e se virou para Calypso com um sorriso maligno.

– Você parece mais radiante que o normal – disse Bianca – recebeu alguma visita?

– n... não – disse Calypso gaguejando, ainda abalada pelas palavras de Bianca.

– Mesmo? Parece que algo foi arrastado da praia para dentro da ilha – disse Bianca – algo grande, talvez um navio voador? Recebeu a visita de sete meio-sangues recentemente?

– Como você pode saber? – perguntou Calypso com as mãos na boca, era tão incomum ver uma deusa demonstrando fragilidade daquela forma, Leo queria saltar entre eles e protegê-la daquela garota cruel.

– Eu não sabia, os criados invisíveis que você criou fizeram um bom trabalho em cobrir os rastros, porém é impossível cobrir totalmente a trila pela mata, gera muitos galhos quebrados, então resolvi chutar, mas agora eu sei –disse Bianca maliciosamente – que tal nos deixar passar a noite também, é sempre uma grande viajem vir aqui te visitar, estamos exaustos.

– Vocês não são bem vindos, se quiserem ficar aqui terão que me enfrentar – disse Calypso recuperando a compostura.

– Com prazer – disse uma voz masculina, Léo achou que haveria uma luta, porém a garota que se chamava Bianca deu um soco no estomago do homem fazendo ele se curvar, o som do impacto lembrou o de uma marreta colidindo com uma parede de tijolos.

– Ninguém faz nada sem as MINHAS ordens Tompson – disse Bianca -, como eu disse Calypso queremos você do nosso lado, você parece muito agressiva para uma pacifista não é? Iremos cercar sua ilha, nossa próxima visita será a ultima. Espero uma resposta a nosso favor.

Então Bianca e seus dez comparsas saíram, deixando Calypso sozinha, os sete voltaram para a mansão, pois sabiam que ela os procuraria lá e ainda não sabiam o que fazer.

– Quem são aquelas pessoas? – perguntou ele, estava se sentindo furioso por ameaçarem uma garota tão legal quanto Calypso.

– Os outros não sei, mas a garota se chama Bianca di Angelo e é uma filha de Hades – disse Percy perturbado, então o filho de Poseidon contou a todos a historia da garota e como ela devia estar morta e reencarnada.

– Os outros são meio-sangues, filhos de gaia com humanos, são denominados por ela de Arautos – disse Eric sentado no sofá, todos olharam para ele esperando mais informações, mas o garoto apenas balançou os ombros como se disse que não interessava.

– Tudo faz sentido agora! A fúria no acampamento disse que algo foi roubado de meu pai! Foi Bianca, posso ate imaginar Gaia trazendo minha meia irmã de volta a vida! – disse Hazel – deve ser assim que ela sequestrou Nico! Ele é muito poderoso, mas é muito apegado a irmã!

– Mas porque ela está lutando por Gaia agora? Ela devia estar do nosso lado e tudo, ela é uma caçadora de Ártemis e filha de Hades! – disse ele.

– Você ficaria surpreso com as maneiras que Gaia tem de tirar a memória das pessoas – disse Eric sombriamente – consigo pensar em seiva do rio Letes, talvez uma maldição... trazer a garota de volta a vida, apagar a memória, fazer uma lavagem cerebral, isso é fácil para Gaia.

Leo não pode afastar a idéia de que Eric sabia mais sobre isso do que dizia e Piper, Percy, Hazel e Frank se olharam com uma cara como se tivessem acabado de adicionar mais uma peça a um grande quebra-cabeças.

Calypso entrou na casa de súbito, acabando com qualquer chance de continuarem trocando informações sobre o assunto, eles tinham agora uma decisão pela frente, deviam contar a ela que a seguiram? O que deviam fazer? E se ela decidisse que queria seguir Gaia e vingar seu pai, teriam que enfrentar a deusa?

– O que vocês estão fazendo acordados? Já é tarde, amanhã vocês tem que colocar o Argo para funcionar, ou os reparos terminaram? – perguntou Calypso com sua voz doce.

– Calypso... – começou Leo, porém a deusa o interrompeu.

– Vocês me seguiram não é? – perguntou ela parecendo chocada – Eric eu achei que podia confiar em você! Por que você foi mostrar a eles minha conversa?

– Nada pessoal – disse Eric indiferente – eu apenas não confio em ninguém, você não é exceção.

– Como você soube que nós te seguimos? – perguntou Leo.

– Eu sei dos poderes de Eric sobre as sombras e sou uma deusa! – disse ela recuperando parte do sorriso jovial – tenho minhas maneiras de saber.

– Calypso obrigado por nos proteger – disse Percy, ele parecia incapaz de fazer a pergunta, se ela ia se juntar a Gaia.

– Eu lamento que vocês tenham visto aquilo, tenho recebido visitas diárias desde o fim da guerra dos titãs – disse ela -, mas eu não quero mais lutar. – ela parecia prestes a chorar, Leo pode imaginar quantas ameaças Calypso já devia ter recebido.

– Se você não quiser lutar eles não podem te obrigar! – Leo havia dito aquilo para parecer legal e também porque era o que ele sentia, o lado bom foi que Calypso sorriu.

– Sempre gentis, todos vocês – disse ela, porém parecia se referir aos meio sangue em geral – eu não pretendo lutar por Gaia, apenas quero levar minha vida em paz, porém estou torcendo pelo sucesso de vocês.

– Aquela garota, Bianca, a líder o que você sabe sobre ela? – perguntou Hazel insensivelmente.

– Não muito, ela assumiu a liderança dos Arautos há algum tempo, mais ou menos desde o fim da guerra dos titãs – disse Calypso – vocês já se meteram muito nos meus assuntos, agora vão dormir – disse ela quase como uma ordem.

Na manhã seguinte, recuperam a antiga rotina, Eric acompanha Calypso, a deusa parecia não se importar que havia revelado seu segredo, porém Leo achava que o garoto merecia ser jogado ao Tártaro por ter traído a deusa, ele não faria isso se estivessem em diferentes situações.

Naquele dia ele terminou todos os reparos, porém ainda precisava de mais peças e o lixo de Hefesto não era capaz de suprir tudo que precisava, porém achava que o navio aguentaria os levar por mais algum tempo, só não sabia dizer quanto tempo e disse a todos sobre isso, deviam saber que embarcavam em um navio voador que não tinha garantias de voar.

Reuniram-se perto do navio com Calypso para se despedir.

– Acha que não precisa de ajuda? – perguntou ele para Calypso, se ela pedisse ele ficaria para protegê-la, pois ela parecia precisar de Proteção.

– Não – disse a deusa parecendo lutar contra todos os seus instintos. – cuidado meus bravos, eles disseram que iriam cercar a ilha, isso é impossível, Orgigia é uma ilha fantasma, Gaia não tem poder aqui, mas por via das dúvidas tentem voar alto e rumem para o norte, podem conseguir o metal para reparar o que falta do navio com Adamantis, mas cuidado ele tem feito armas para suprir os exercito da deusa da terra.

Ele ficou pálido, a historia de Adamantis era muito conhecida entre seus irmãos, ele havia assumido que era apenas uma lenda, porém se ele realmente existia e trabalhava por Gaia significava problema, devia compartilhar com seus amigos o que sabia mais tarde.

Eles embarcaram no navio e voaram, o Argo foi mais devagar do que devia, ouviram a voz de Calypso “Eric eu guardei seu segredo e continuarei a guardar, viajem com cuidado”, então subiram acima das nuvens e Orgigia sumiu de vista.

– Segredo? – Leo se virou para Eric.

– Sim, é quando você tem algo que não quer que os enxeridos saibam – disse Eric rispidamente, eram aquelas situações em que dava vontade de jogar o garoto do Argo.

– Por que vocês acham que Gaia quer Calypso do lado dela? Ela não parece muito lutadora, se ela quer a ilha poderia facilmente toma-la com um exercito – disse Piper.

– Ahahah! Não poderia – disse Frank – minha avó me contou tudo sobre Calypso, ela foi uma heroína quando lutou ao lado dos titãs, assim como Pã foi para os deuses, seus servos invisíveis eram oponentes formidáveis e ela é mais poderosa do que parece! Muitos acreditam que se ela tivesse continuado na primeira titanomaquia os titãs teriam vencido.

– Você está inventado – disse Leo, Calypso era uma moça bela e delicada, não tinha como ela participar de uma guerra.

– Você está se deixando levar pelas aparências! Imagine ela com uma armadura e uma maça na mão! Dizem que sozinha ela fez exércitos caírem – disse Frank – e sua ilha era uma fortaleza para os titãs que eles usavam para reagrupar sempre que precisavam! Ela tornou os exércitos deles quase imbatíveis, então os deuses se reuniram e quando ela estava cansada de uma batalha contra os autômatos de Hefesto, eles a emboscaram na ilha e aprenderam, então depois disso Zeus libertou os Ecatonquios, o exercito titã ficou enfraquecido e os deuses mais fortes, foi aí que houve nossa vitória!

Leo não conseguia imaginar Calypso lutando em uma batalha, porém não teve tempo de imaginar, uma poderosa nevasca cercou o Argo e uma risada feminina, gelada como a neve encheu o ar.

– Nos encontramos novamente meu rival! – era a voz de Quione.