No capítulo anterior …

Olhei em volta, à sua procura, até que o encontrei no extremo oposto ao sítio onde estava anteriormente, tinha percorrido praticamente sessenta metros num tempo impossível. Deu um sorriso irónico e arreganhou os lábios, deixando-me ver os seus dentes pontiagudos, dei um passo para trás, assustada com o que se estava a passar, Edward viu e o seu sorriso tornou-se sarcástico. Então, respirando fundo, soltou um rosnado, não muito alto, apenas o suficiente para me pregar mais um belo susto, parecia o rosnado de um animal.

Na minha cabeça, apenas uma palavra rondava …

… vampiro

P. O. V. Bella

Dei mais um passo para trás assustada, mas acabei por trocar numa raiz de uma árvore que me fez cair no chão, imediatamente vi Edward aproximar-se de mim para me ajudar mas levantei uma mão impedindo-o de se aproximar.

– Não, não me toques. – pedi num impulso.

Vi nos seus olhos o quanto as minhas palavras o magoaram, um lado meu sentiu vontade de se levantar, ir ter com ele e pedir-lhe desculpa mas por outro lado estava assustada, não é todos os dias que se descobre que seres mitológicos afinal existem e que estão mesmo à nossa frente e como se não bastasse ainda há o facto de que o vampiro em questão é o nosso namorado.

Encostei a cabeça aos joelhos por um momento a regularizar a respiração, passado uns minutos quando já estava mais calma levantei a cabeça e encarei-o. Edward estava com uma expressão de dor enquanto olhava para mim.

– Eu não compreendo Edward, sempre me disseram que os vampiros não existiam e eu acreditava mas agora tu chegas e provas que tudo era mentira, eu não entendo. – disse num sussurro. – Mas sabes isso nem é o pior, o pior mesmo é que me mentiste, quantas vezes eu pensei que já não havia mais segredos entre nós e tu confirmavas isso quando na verdade, escondias o que realmente és. Porque é que não me contaste logo Edward?

Edward respirou fundo antes de me responder.

– Bella, desde o início que eu te quis contar mas não podia. Tu tens de perceber que o meu mundo tem regras e mais importante delas é o silêncio, nenhum humano pode saber que vampiros existem, o resultado da quebra dessa regra é uma das punições mais duras.

– Então porque é que me contaste?

– Porque, tu podes não acreditar, mas eu amo-te, tu és tudo para mim Bella, desde o inicio que te quis contar a verdade mas não podia, não só por causa da regra mas porque tive medo.

– Medo?

– Sim, não pela punição que iria receber claro mas da tua reação. Não fazia ideia de como irias reagir, na verdade ainda não sei como no final desta conversa as coisas entre nós vão ficar, mas desde o início que tenho medo que te afastes de mim agora que já sabes, tenho medo que passes a odiar-me, que já não me queiras na tua vida, que já nem sequer me queiras ver. Bella, naquele dia quando te conheci fiquei fascinado por ti mas mesmo assim tentei afastar-me, não era seguro para ti envolver-me contigo, mas com o passar dos dias percebi que seria impossível esquecer-te, tu não me saias da cabeça, cada pensamento era povoado por ti e quando dei por mim estava a passar o dia à porta da tua casa, apenas para ter a oportunidade de te ver. Depois quando nos conhecemos e começámos a namorar, todos os dias era uma batalha interna, era como se tivesse um anjinho num ombro a mandar-me contar-te tudo e acabar com este segredo todo de uma vez por todas mas no outro ombro lá estava o diabinho a mandar-me continuar calado, que assim seria melhor para todos e durante todo este tempo preferi dar ouvidos ao diabinho porque pensei que era o que estava certo por enquanto mas naquele noite em que descobriste tudo, percebi que durante aquele tempo tinha estado errado, que tinha feito tudo errado, que tinha dado ouvidos ao lado errado.

Fiquei em silêncio a absorver as suas palavras, era demasiada informação de uma só vez. Passados mais uns minutos olhei para ele e perguntei-lhe:

– Qual é a punição para quem infringe a regra do silêncio?

– É a morte, não só do vampiro mas como do humano a quem foi revelado a nossa existência. – respondeu simplesmente.

– Tu podes ser morto por me teres contado?- perguntei assustada e ele deu um sorriso mínimo.

– Isso é tão teu, tão altruísta. Eu digo-te que eles matam o vampiro e o humano e a única coisa com que te preocupas é comigo, em vez de te preocupares com a tua própria segurança.

Desviei o olhar do dele.

– Eu não conseguiria ficar em paz se soubesse que tinhas sido morto por minha causa. Edward mesmo depois dito tudo eu ainda te amo. – confessei.

No instante a seguir a ter pronunciado aquelas palavras senti os seus braços gelados à minha volta.

– Desculpa. – disse largando-me. – Mas não consegues imaginar a felicidade que é ouvir essas palavras vindas de ti depois disto tudo. – o sorriso que ele tinha no rosto fez-me sorrir também, mas logo voltei a ficar séria.

– Edward, mesmo assim eu preciso de ter certeza que os segredos entre nós acabaram-se, compreende que se há coisa que odeio são mentiras ou segredos, preciso que confies em mim tal como eu confio em ti, e que me contes tudo sem esconder nada porque só assim a nossa relação vai funcionar, não há base de mentiras mas sim de honestidade. – falei olhando nos seus olhos de modo a mostrar-lhe que estava a falar muito a sério.

Edward pegou-me no rosto com cada uma das mãos de um lado e respondeu encarando-me.

– Eu prometo que nunca mais haverá uma mentira, um segredo entre nós, estarei ao teu lado sem nada entre nós por todo o quanto tempo me quiseres.

– Então é melhor começares a preparar-te, porque eu vou querer-te sempre.

Então, num impulso juntei os seus lábios aos meus