Nesta noite sombria,

O luar se escondia.

Enterrada sob a cerejeira,

Mary Jane estava.

Jazia...

Sob a cruz solitária.

E nenhuma flor enfeita,

Sua mortalha.

Quem por ti chora?

Ninguém à vista.

Quem por ti ora?

Ninguém à espera.

Até ontem viva,

Hoje morta.

Triste alma,

Nada te consola.

Rosto de criança,

Com encanto de sereia.

Fostes linda...

Meia mulher, meia menina.

Quem assoprou tua vela?

Foi a suave brisa.

Quem invadiu tua cova?

O algoz que te tirou a vida.

Monstro! Deixe-a!

Pelo menos em sua paz velada.

Não sabes a dor profunda,

Da alma irada.

Com a sorte não contava,

Era uma nefasta fantasia.

Teu sangue derrama,

E teu corpo cai em chama.

Quem te vinga?

Eu mesma!

Quem te alivia?

A morte insana.

Nesta noite de lua,

Outra cruz brilha.

Enterrada sob a cerejeira,

Mary Jane gargalhava.