Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 27
Capítulo 27 . O anel




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Capitulo 27

O Anel

Enquanto me dirigia ao salão principal do castelo, onde me iria encontrar com Caius, mil e uma perguntas atravessavam a minha cabeça. O que será que ele quer? Porquê Caius e não Aro a chamar-me? Será que descobriu o que se passou entre mim e Jayden?

Desejei que o meu caminho fosse mais longo, pois, quando dei conta, já estava à entrada das grandes portas. Estas estavam entreabertas pelo que primeiro espreitei. Caius estava de costas para mim, com um ar pensativo.

– Posso entrar? – Perguntei com mais formalismo do que pretendia. «Descontrai, Caroline» pensei para mim.

– Claro! – Nesse momento virou a sua atenção para mim. Entrei fingindo uma segurança que não sentia.

– Queria falar comigo? – Parei a alguma distância dele.

Caius semicerrou ligeiramente os olhos, um acto que teria sido discreto se eu não estivesse tão nervosa e atenta a pormenores.

– As notícias do México já me chegaram…

«Oh bolas, ele sabe. Vai-me confrontar sobre o facto de dormir com um capa maia clara».

– …os meus parabéns. Lidaste muito bem com a situação, eliminando a velhota que tinha visto o rosto dos vampiros e eliminando-os. Queria saber como se comportou o Jayden e o que achaste do seu poder!? – Senti-me relaxar, expiraria profundamente se me tivesse lembrado de inalar algum ar. Os meus ombros baixaram significativamente.

– O Jayden portou-se muito bem. Foi ele quem eliminou os dois vampiros recém-nascidos, sem qualquer ajuda minha, mostrando uma boa capacidade de combate. Utilizou o seu poder para fazer com que a «velhota» se suicidasse, o que revela um óptimo controlo e sangue frio. - «Já para não falar daquele corpo incrível que tive a oportunidade de experimentar na cama, o que revela que também é óptimo a entreter» pensei.

Caius demorou alguns segundos a pensar no que lhe tinha dito, como se estivesse a tirar algumas notas mentais.

– Muito bem, podes ir. – Despediu-se.

Fiz uma vénia e virei costas, mas não tardei a virar-me de frente para Caius.

– Mestre? – Voltou a levantar o olhar na direcção do meu. – Eu gostaria de ser a tutora do Jayden, se mo permitir.

– Não vejo porque não. Afinal, o seu poder é óptimo e ninguém melhor do que tu para andares com ele. Vai dar jeito aos dois. Fico contente por finalmente teres aceite um aluno.

Já tinha recusado outros vampiros jovens por achar que eles nunca seriam tão bons quanto os capas negras. Em alguns enganei-me, estavam agora mais perto da Guarda Real, outros tinham sido descartados. Estaria a mudar alguma coisa em mim para de repente ter sido eu a pedir para ficar com um capa clara?

Angel estava à minha espera no mato, no sítio onde nos encontrávamos muitas vezes, perto de um grande e velho carvalho que lançava os seus ramos compridos por cima da nossa cabeça fazendo uma sombra esplêndida. Até mesmo de dia se poderia estar ali debaixo que os raios solares não chegavam à nossa pele.

– Porque demoraste tanto? – Perguntou-me quando me viu aproximar.

– O Caius queria um relatório sobre Jayden. – Respondi enfadada depois de ter dado um abraço ao meu melhor amigo.

Sentamo-nos encostados ao tronco onde lhe falei sobre os Cullen e sobre Edward. O quanto me lembrava do seu pedido de casamento e juntos fizemos o jogo do polegar e da lua, confirmando que onde quer que estivéssemos, era sempre do mesmo tamanho. Falei-lhe de Jayden e do que se tinha passado entre nós. Angel ouviu tudo, acenando com a cabeça e fazendo comentários curtos. Agradeci-lhe por não me julgar de maneira nenhuma. Por fim, falei a Angel sobre a minha teoria do anel de casamento.

– Eu lembro-me de Edward me pedir em casamento o que quer dizer que tem que existir um anel.

Angel desviou o olhar para o lado contrário e não me respondeu.

– Devo tê-lo perdido quando ainda era humana. Ou talvez na transformação, quando caí. – Tentava manter o meu tom de voz o mais neutro possível mas estava a franzir o sobrolho ao meu amigo. Parei de falar e o silêncio prolongou-se durante mais uns minutos. Angel ainda não me fitava.

– Angel, sabes alguma coisa do meu anel? – Lancei a pergunta porque era o que sentia.

Finalmente o seu olhar prendeu-se no meu. Abri a boca de espanto.

– Tu sabes! – Afirmei.

– Sei. Fui eu que fiquei com ele. – Confessou.

– O quê? Porquê? – Virei todo o meu corpo na direcção de Angel.

– Quando te encontrei naquele passeio, depois de me ligaram para te ir buscar e tratar de ti durante a transformação, tu ainda tinhas o anel no dedo. Levei-te para a cave onde decorreu todo o processo, mas tu não te mexias. Não é normal a transformação ocorrer sem gritos lancinantes de dor e convulsões do corpo devido à agonia. Mas ali estavas tu, imóvel e sem respirar. Pensei que te tinha perdido. Retirei o anel do teu dedo para saber a quem poderia ocorrer a tua morte, a quem poderia entregar o corpo, mas nesse momento tu começaste a acordar. Guardei o anel no bolso, porque naquele momento a minha prioridade eras tu, como irias acordar e com o que teria que lidar. – Fez uma pausa como que a recordar cada momento. – Quando me apercebi que não tinhas memória, achei por bem falar primeiro com Aro, Marcus e Caius antes de te dar algumas pistas sobre a tua vida humana.

– Vocês…vocês conspiraram contra mim! – Falei atónita.

– Não. Não, Caroline. – Angel pegou na minha mão tentando acalmar-me. – Quando nos apercebemos do teu poder e o quanto isso iria beneficiar todos os Volturi achamos por bem adiar mais um pouco a tua descoberta.

– Adiar mais um pouco? Passaram-se mais de cem anos, Angel! – Larguei a sua mão e levantei-me num salto. O tom da minha voz elevou-se. – Quando é que achavam por bem devolver-me a minha memória? Quando eu não tivesse mais uso para vocês? Quando encontrassem alguém mais poderoso que me poderia substituir?

– Caroline, por favor, estás a distorcer tudo. – Angel também se levantou e tentava novamente agarrar-me para me chamar à razão.

– Não me toques! – Afastei-me dele. – Neste momento não consigo olhar para ti.

Desatei a correr pelo meio do mato. Corri sem pensar para onde me dirigia, apenas sabia que tinha que me afastar de todos. Quem é que eles pensam que são para decidir o que quer que seja da minha vida? Isto não estava correcto, esconder-me coisas do meu passado. Ainda para mais Angel, sabendo o quanto eu sofria por não saber quem era. Nesse momento senti uma pontada de dor no meu peito.

– Como é que foste capaz? – Perguntei por entre dentes enquanto pensava em Angel.


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