Konna ni hotto suru koto wa hajimete dakara

Sono nukumori o sotto Poketto ni tsume konde Aruite ikitai

Kotori POV’s

Mais trabalhos envolvendo decoração da escola... Dessa vez o tema será halloween... E mais uma vez estou fazendo com Hamano... Acho que acabei me acostumando com o jeito dele de largar as coisas e sair pra dar uma volta no meio do trabalho.

Eu estava colando algumas abóboras na parede, enquanto ele brincava com alguns morcegos, que eram pra estar pendurados já. Contei até dez lentamente para não perder a paciência de novo. Foi em vão. Peguei o morcego das mãos dele e comecei a discutir de novo.

- Hamano, temos que acabar isso logo! Temos outras coisas pra fazer! – Não agüentei. Realmente eu gosto das coisas todas certinhas.

- Calma Kotori-chan! Temos tempo para arrumar as coisas! – Hamano falou sorrindo pra mim. Aquilo me deixou um pouco sem graça.

- N-não temos muito tempo não! A festa de halloween acontecerá daqui a três dias! – Falei brava e corada.

- Mas... Decorar a escola deveria ser divertido! Por que não tenta se soltar um pouco? – Hamano perguntou tomando o morcego das minhas mãos e colou ele na parede.

- D-divertido? Isso vale nota Hamano! – Falei brava.

- Olhe a sua volta Kotori... – Ele falou.

Comecei a olhar. Realmente todos pareciam estar se divertindo muito. Não entendo... Os trabalhos não têm que ser muito bem feitos para ganhar notas? Os alunos estão... Brincando? Estão brincando enquanto enfeitam? Não entendo... Pra mim, trabalhos de escola são coisas sérias... Sempre me ensinaram assim... O que está havendo?

No fim, aabei deixando Hamano sozinho com a decoração e fui dar uma volta pela escola. Os alunos estavam enfeitando e se divertindo. Conversavam sobre vários assuntos, sobre as fantasias de halloween... Parando para pensar... Acho que estou sendo chata e perfeccionista demais... No fim, acho que Hamano está certo.

Andando ainda pela escola, encontrei Tsuki e Kurama enfeitando uma árvore, tentando deixá-la assustadora. Fui até eles para conversar.

- Yo Tsuki-chan, Kurama... – Falei um pouco cabisbaixa.

- Yo Kotori-chan, o que houve? – Ela perguntou, largando um morcego e indo falar comigo.

- Hamano está brincando de novo ao invés de te ajudar? – Kurama perguntou.

- Bom... Mais ou menos isso... – Falei olhando para a árvore.

- O que aconteceu então? – Tsuki perguntou.

- Tsuki-chan, Kurama... Como vocês... Conseguem se divertir enquanto fazer um trabalho? – Perguntei com as bochechas meio quentes.

- Hm... Ah! Bom, eu consigo me divertir porque... Fico pensando: “Isso não é um trabalho, isso não é um trabalho”, aí, eu consigo conversar, me divertir e decorar ao mesmo tempo! – Tsuki falou sorrindo pra mim.

- Eu já nem ligo... Afinal, minhas notas são ótimas sem eu precisar fazer esse tipo de trabalho... Só faço para ajudar a Tsuki-chan... – Kurama falou, dando de ombros.

- Então... É só fingir que isso tudo não vale nota? – Perguntei. Acho que não entendi direito.

- Kotori, você tem um professor e tanto do seu lado! Hamano é despreocupado pra caramba, aprenda com ele ao invés de dar broncas no coitado! – Kurama falou com uma gota enorme na cabeça.

- Eu tento não dar bronca nele! Mas... Ele brinca demais! – Falei com uma veia saltando.

- Então... Brinque com ele! – Tsuki falou sorrindo.

- B-brincar com ele? Não sei se consigo... – Falei encarando o chão.

- Pelo menos tenta! Ele vive falando que quer se divertir com você, mas... Você não dá chance! – Kurama falou pendurando algumas linhas pretas na árvore.

- Ok... Vou tentar fazer isso... Obrigada pelo conselho minna... – Falei e sai correndo para onde Hamano estava.

No caminho, encontrei Hayami, Tenma, Shinsuke, Kariya, Hikaru e Kirino enfeitando uma parede. Parei um pouco e fiquei olhando para eles, escondida, claro. Vi como eles se divertiam.

Tenma ajudava Shinsuke a colar uma abóbora em um lugar alto da parede, Kariya ficava atormentando Kirino, enquanto este pendurava linhas pretas na parede, Hikaru tentava fazer Kariya parar, porque viu que Kirino estava prestes a voar nele, Hayami olhava tudo com cara de “isso vai dar merda!”... Acabei rindo da cena. Realmente eu tenho que aprender a me divertir mais...

Voltei a caminhar. Quando cheguei no local em que eu e Hamano estávamos decorando, encontrei-o com dificuldades para pendurar as benditas linhas pretas na parede. Cheguei de mansinho lá e o assustei, apertando os dois lados da cintura dele.

Ele deu um pulo e acabou soltando as linhas. Aquilo foi engraçado! Comecei a rir que nem uma condenada. Quando consegui me acalmar, vi que Hamano me olhava estranho. O que eu fiz? Droga, acho que eu não devia ter assustado ele...

- Kotori? – Ele parecia meio surpreso.

- Eu! O que foi? – Perguntei curiosa olhando pra cara de espanto dele.

- É você mesmo Kotori? – Ele perguntou, me olhando de cima a baixo.

- Sou eu sim caramba! Por que a pergunta? E para de me olhar assim! – Falei brava e com as bochechas esquentando.

- Porque... Você nunca brinca em trabalho! E nunca me assustou e começou a rir! Assustei, só isso! – Hamano cruzou os braços e virou de costas.

- Hamano... Eu... Desculpe por ser tão chata... Vou... Tentar me divertir mais com você... – Falei virando de costas para ele também. Não queria que ele me visse corada do jeito que estava.

Não ouvi uma palavra sequer dele. Fiquei preocupada com isso, mas, segundos depois, senti ele me envolver em seus braços. Ele me abraçou e depositou um beijo em meu pescoço. Aquilo me deixou sem graça. Deixou-me mais corada do que já estava. Virei-me para ele e comecei a falar.

- H-Hamano! O-o que foi isso? – Falei brava e com o rosto queimando.

- Nada, nada! – Ele falou rindo.

- Humpf... Vamos continuar decorando, vai! – Falei e peguei a linha preta que ele tinha derrubado.

- Hai, hai, vamos continuar decorando! – Hamano falou, pegando a outra ponta da linha preta. Penduramos ela e continuamos colando os morcegos. Desta vez, tetei brincar um pouco quando Hamano fazia as graças dele.

Realmente foi divertido fazer isso. Tenho que ser menos chata e brincar mais... Fazendo isso, parece que fiquei aliviada. Eu levava os trabalhos tão a sério, que ficava tensa. Mas, agora, um alívio tomou conta de mim.

Os dias passaram rápidos e o dia da festa de halloween chegou. Eu não sabia o que vestir, afinal, eu usava essas festas para estudar em casa ou adiantar trabalhos. Sim, podem me chamar de chata e bitolada, mas eu sou assim, fazer o que? Perguntei para Tsuki o que ela ia usar.

Ela falou que ia de bruxa... Que novidade... Queria ir com algo diferente... Tipo... E se eu for de noiva cadáver? Acho que ninguém vai ter essa idéia, né? Fui até uma loja de fantasias e aluguei um vestido branco meio rasgado em alguns lugares.

Depois fui pra casa e comecei a me maquiar. Usei uma maquiagem forte. Sombras pretas, lápis de olho forte, batom roxo forte e lotei meu rosto de pó de arroz. Estava parecendo a noiva cadáver mesmo! Acabei me empolgando e passei pó de arroz nos meus braços também. Agora estava idêntica! Estava pronta pra ir.

-//-//-//-//-

Chegando à escola, algumas pessoas olhavam pra mim. Pareciam nunca terem me visto na vida. Aquilo me deixou um pouco desconfortável. Andei um pouco pela festa e encontrei Tsuki de bruxa e Kurama de bruxo. Fui até eles conversar.

- Yo minna! – Falei cumprimentando eles.

- Yo Kotori-chan! Sua fantasia ficou muito legal! – Tsuki falou me olhando de cima a baixo.

- Ficou mesmo! Ninguém aqui teve essa idéia pelo visto! Só vejo gatos pretos, bruxas, vampiros, lobisomens e múmias! – Kurama falou animado.

- Achei que ia ficar muito igual a todo mundo se eu viesse de vampira... Então... Resolvi me fantasiar de noiva cadáver e... – Fui interrompida por alguém.

- K-Kotori? – Virei-me para ver de quem era a voz espantada. Era de Hamano.

- Y-yo Hamano... – Falei.

Não consegui falar mais nada. Só consegui olhar pra ele. A fantasia dele combinava com a minha. Ele estava com uma camisa social, calça social e um paletó nas mãos. Tinha passado uma maquiagem forte no rosto também. Parecia... Um noivo... Nani? No que você está pensando Kotori? Ficou maluca?

Balancei minha cabeça freneticamente e o cumprimentei direito dessa vez.

- Yo Hamano! E aí, o que está achando da festa? – Perguntei tentando puxar assunto.

- S-sua fantasia ficou muito... Bonita... – Ele falou olhando pra mim.

- ... – Droga Hamano! Para de me deixar sem graça caramba!

- Bom... Quer alguma coisa pra beber? Vou pegar um refrigerante pra mim... – Ele perguntou, virando de costas pra mim.

- A-acho que vou querer um refrigerante também... – Respondi.

- O-ok! Vou lá pegar! – Vi que ele saiu andando rápido.

- E aí Kotori-chan? Quando vocês dois vão... Começar a namorar? – Tsuki me perguntou.

- N-nani? Somos só amigos Tsuki! Que idéia... Não temos nada a ver um com o outro! – Falei com o tom de voz um pouco alterado e corada.

- Nada a ver? Hamano vive falando de você... Tem vezes que isso até irrita! – Kurama falou cruzando os braços.

- F-falando de mim? – Aquela conversa estava me deixando meio sem graça.

- Hai, hai... A Kotori é muito fofa, a Kotori deveria se divertir mais, eu queria ter coragem de me declarar pra Kotori... – Kurama começou a falar.

- Kurama! – Ouvi uma voz atrás de mim. Era Hamano que tinha voltado.

- Ué, só estou falando a verdade! – Kurama falou.

- Droga... – Hamano falou, corando mais que eu.

- B-bom... Kurama-kun, que tal a gente ir pegar algo pra comer? Estou morrendo de fome! – Tsuki falou, puxando Kurama.

- Hai, vamos comer alguma coisa... – Kurama falou, olhando para Hamano.

Depois que eles saíram, ficou um silêncio entre nós dois. Eu não sabia o que falar e, provavelmente, ele também não sabia. Isso durou alguns minutos, até eu começar um assunto.

- Ãhn... Que tal a gente andar pela escola? – Perguntei sorrindo meio nervosa pra ele.

- Kotori... Preciso falar algo pra você... – Hamano começou a falar, encarando o chão.

- ... – Fiquei quieta, esperando ele continuar.

- S-sabe por que eu sempre faço os trabalhos com você? Sabe o porquê eu sempre te agüento dando bronca em mim em todos os trabalhos? – Ele começou a andar em minha direção. Aquilo me deixou com um pouco de medo, porque... Uma sombra cobria seus olhos.

- H-Hamano, está tudo bem? – Falei, recuando alguns passos.

- Está, está sim... Tudo muito bem... – Ele respondeu e continuou indo em minha direção.

- O que aconteceu com você? De repente ficou estranho... E está me assustando! – Falei ainda me afastando dele.

- Bom, é normal isso no halloween, não é? – Ele continuou andando em minha direção, até me encurralar em uma árvore.

- H-Hamano, para de me assustar! – Falei tremendo um pouco.

- Kotori... Gomen por fazer isso... – Hamano falou, acariciando meu rosto.

- Ãhn... P-por que está fazendo isso? – Ele prendeu meus pulsos na árvore e sorriu pra mim.

- Sabia que eu te amo Kotori-chan? – Ele sussurrou em meu ouvido. Aquilo me fez arrepiar.

- N-nani? – Corei na hora.

- Eu te amo Kotori-chan... – Ele falou, aproximando-se mais de mim.

- H-Hamano, eu... Eu... Eu pego no seu pé, brigo com você, mas... Gosto muito de você... – Falei, tentando não olhar nos olhos dele.

- Só gosta...? – Ele prendeu meus pulsos com uma das mãos e, com a outra, ergueu meu queixo para que eu o olhasse.

- E-eu... Eu te amo, satisfeito agora? – Falei fechando os olhos e brava.

Não o ouvi falar nada. Só senti seus lábios roçarem nos meus. Aquilo me assustou e eu abri os olhos. Quando abri os olhos, senti que ele deu um sorrisinho, depois disso, me beijou.

Eu não sabia se assustava ou se aproveitava o beijo. Foi tão de repente... Típico dele... Não quer me ajudar muito nos trabalhos, mas... Tem vezes que é impaciente.

Com o tempo, fui me acostumando e comecei a retribuir. O beijo foi longo e calmo. Ele não soltava meus pulsos, mas, com a mão livre, ele abraçou minha cintura. Eu só retribuía o beijo. Instantes depois, fomos ficando sem ar, tivemos que nos separar.

- Kotori-chan... Você é linda, sabia? – Hamano falou isso sorrindo pra mim. Ele não havia separado nossos corpos ainda.

- ... – Não consegui falar nada, só corar mais ainda.

- Que tal a gente se divertir na festa agora? – Ele falou, beijando minha testa e separando-se de mim.

- H-hai, vamos sim! – Falei seguindo ele.

Começamos a caminhar pela festa e aproveitamos o máximo dela. Foi a primeira vez que me diverti de verdade, e tudo isso graças ao Hamano. Tenho que aprender a ser mais brincalhona... Ser menos séria com as coisas... E sinto que, daqui pra frente, vou conseguir mudar, não é mesmo Hamano?