Hospital Horror escrita por Renan


Capítulo 2
Bebês e Bisturis




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 - O senhor está bem? - perguntou a moça.

 Depois de um tempo calado e respiradas fortes Rafael respondeu: 

- Você é real?

- E você é louco? Claro que eu sou real. Porque não seria. Sou Karina Strendnovv, neurologista daqui. Estou de folga, mas tive que resolver uns problemas. Você trabalha aqui né? Novo né? 

- Comecei hoje. Me desculpa você me lembra muito uma pessoa querida.

 - Todos nós lembramos alguém. Vai pra onde? Eu vou pegar o elevador... 

- Não entre lá. Tinha uma coisa. Um mulher com fogo... 

- Já botaram coisa na sua cabeça né. Isso só são histórias. Hospitais tem muitas coisas assim. Deve ter sido Laura que te contou. 

- Laura?

 - A garotinha. 

- Foi. Mas...

 - Ela gosta de histórias de fantasma. Uma boa menina, está aqui com agente faz um ano mais ou menos. Não tem família, ela mora aqui no hospital. Eles sofreram um acidente de carro, ela saiu ilesa, mas quando foi pedir ajuda foi atropelada por um motorista bêbado. Os pais dela morreram no acidente, ela ficou meia paranoica. Conta essas histórias pra se fechar no mundo dela. Ela diz que fala com os mortos, e por isso os pais estão com ela. Ela já te contou a historia do bebe maldito? 

- Não. 

- Essa boa, pede pra ela contar um dia. Thau.

 Karina entrou no elevador e Rafael ficou ainda meio sem entender. Era muito parecida com sua falecida esposa, absurdamente parecida. Naquela noite Rafael acordou tres vezes na madrugada. Na primeira havia sonhado com Karina e Maria, na segunda com a as coisas que a garotinha lhe falou e a terceira com a moça do elevador. Essa era a mais impressionante, estaria seu cérebro lhe pregando peças ou o que ele viu era real. A primeira coisa que Rafael fez quando chegou ao hospital foi procurar Laura na ala infantil. 

 - Dr. Vilaforte, não achei que iria encontrar o senhor por aqui. Achei que sua especialidade não era tão doce quanto cuidar de crianças, e sim mais nojenta. - Disse uma homem gordo, muito gordo 

 - Eu procuro uma paciente. -  olhou no crachá do homem - Dr. Niegra. Laura. Conhece?

- Quem não conhece Laura, e quem Laura não conhece Vilaforte. - O homem se inclinou bem perto do ouvido de Rafael  e disse baixinho - Ela sabe de coisas que tentamos esconder dos outros, coisas terríveis que fazemos. Mas ela não está aqui, esta num procedimento cirúrgico.

 - Niegra! - gritou Henrique Mondego - Vilaforte, não achei que estaria aqui. Niegra, rápido, aconteceu mais um. - e os dois saíram apressados. 

- Rafael, Rafael, venha. Venha até mim - disse uma voz estranha, pareciam duas vozes falando ao mesmo tempo, e com uma mistura de latidos e rosnadas de cachorro. Vinha de dentro de uns dos berçários. Rafael entrou no local, tinha 3 bebês, um ele só via o pé. Um pé enrugado com 7 dedos e unhas estranhamente afiadas. Foi chegando mais perto dando a volta na encubadora para tentar ver o bebê por completo.  Rafael caiu no chão de susto coma aparência daquela criança deformada. Tinha um enorme calombo na cabeça, a boca era quase na bochecha de tão torta, um olho era maior que o outro e tinha barba no lado esquerdo do rosto. O corpo era pior, tão feio e assustador que era impossível de descrever. Rafael se levantou e chegou mais perto, o bebê olhava fixamente pra ele. BUU!!! Gritou o bebê levando Rafael ao chão mais uma vez de tando medo. 

- Lhe assustei Dr? - Disse ele com aquela voz tripla

- Desculpe-me, não foi minha intenção. Você sabe porque está aqui Dr? Claro que não. Simples, bebês são criaturas puras Rafael, você não é mais um bebê, consequentemente não é mais puro. Todos pagam pelos erros Dr. Você pagara o seu?

 - O que faz aqui Dr?  - disse uma enfermeira entrando no quarto. - É hora do banho dos bebês, pode me dar licença. 

- Claro. - Rafael foi saindo, o bebê estranho seguiu ele com os olhos e quando ele estava saindo de vista deu uma risada igualmente feia. Rafael andou pelos corredores abobado. Não sabia se podia contar o que estava vendo pra alguém. De repente se sentiu guiado por algo, não era ele andando, alguém o conduzia em pensamento. Ele sentiu uma presença. Entrou no elevador e foi até o 16º andar do hospital. Agora se sentia no comando, mas porque ali. " Siga reto", disse uma voz feminina em sua mente. Seria Maria? Ele andou até ver Dr. Niegra vomitando na pia de um dos quartos, mas a frente estava Mondego e um policial perto a um corpo coberto. 

- O que aconteceu? - perguntou ele 

- Tá bom Vilaforte, você é novo aqui mas precisa saber. Faz um tempo que alguém anda matando pacientes do sexo feminino aqui no hospital. Não sabemos quem é, mas essa é a 14ª vitima, e um bilhete do assassino diz que ele vai matar 21 pra completar uma porra de um ritual. O corpo está retalhado, eu vou dar uma volta no corredor pra aliviar a cabeça. 

Rafael foi até o bebedouro do andar, encheu o copo de aguá mas ao levar a boca cuspiu fora. Tinha gosto de sangue. Olhou pro copo e o liquido era vermelho. Rapidamente tirou a capa do galão de aguá, e lá dentro viu uma mão decepada, um pé e até uma orelha. 

 - Agora são 15. - disse o policial. 

 Rafael se afastou um pouco. O policial foi até a porta e virou pra avisar Rafael que iria chamar Mondego. Nesse momento Rafael viu um homem todo de branco, com luvas, uma mascara de médico tapando o rosto e usando um chapéu azul de uniforme de centro cirúrgico. Não deu tempo dele avisar o policial, o homem lhe rasgou a barriga de baixo pra cima com um bisturi, o policial tentou pegar ainda pegar a arma enquanto seus órgãos caiam pra fora, mas com outro golpe o homem cortou a garganta dele e depois enfiou o bisturi no olho do policial e empurrou o corpo para a direção de Rafael que o segurou, ao voltar o olho pra porta o médico assassino havia fugido e deixou o corpo ensanguentado nas mãos de Rafael.


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