Seohyun estava inquieta ao lado de YongHwa. O braço direito do rapaz repousava em seus ombros, enquanto ele encarava a vela em cima da pequena mesa do lado esquerdo do sofá. As mães de ambos conversavam animadamente, no outro sofá da sala de estar. Seus pais estavam sentados em uma mesa mais afastada, iluminada por mais uma vela. Conversavam sobre negócios, futuros investimentos. Seohyun digitava em seu celular continuamente, não se importando com que o rapaz notasse isso.

 “Sobre o que falam?”-
 
 -“Sobre nada, oras. Já disse que não temos assunto, unnie TT_TT”-

“lol não, Seo, vcs não”-
“Seus pais”-

 -“Sobre negócios, e nossas mães sobre... Casamentos.”

  “PQP D:”-
  
 -“Algumas vezes eles param e ficam nos olhando. Isso é vergonhoso, unnie.”

 “Seo, lembra o q eu te falei sobre beijo técnico?”-

 -“Sim”
 -“Mas o que tem isso?”

“Talvez vc deva tentar.”-

Seohyun corou fortemente, cobriu o celular com a palma da mão e olhou para o lado disfarçadamente. Por sorte, não estava sendo observada.

 -“Por que, unnie??? o_o”

“Pq se não fizer isso”-
“eles vão fazer perguntas.”-
“Você quer responder perguntas, Seo?”-

Engoliu seco. Estava visivelmente nervosa.

—“Mas unnie...”
—“Como faço isso?”

“É que nem nos filmes, Seo.”-
“Só encostar e fingir.”-
“Você não quer ser uma atriz? XD”-

 -“Isso é embaraçoso, unnie. TT_TT”

“Eu sei :S”-

—“Mas...”
—“Vai ser meu primeiro beijo”
—“E eu não quero que seja com ele”
—“Isso é desonesto, unnie!”

“LOL”-
“Claro que não, Seo.”-
“Isso nem conta como um beijo de verdade”-

—“Não conta? o_O”

“Não ^^”-
“Eh só fazer isso, pra que eles não fiquem te enchendo depois”-

—“Unnie... E se ele tentar algo?”

“Eu espanco ele ò_ó”-
“Lembre-se: Fique paradinha, eh só encostar os lábios”-
“Nada além disso”-

—“E o que faço depois?”

“Depois vc se afasta”-

—“Mas vou ter que encostar por quanto tempo?”

Hyoyeon riu internamente da inocência da amiga.

“Uns 30 segundos”-
“E eh só isso ^^”-

—“Ok, unnie. Eu vou tentar >—<”

“Não se esqueça de fechar os olhos, ‘kay?”-

—“Isso também? D:”

“Kekeke.”-
“Sim, também.”-
“Estarei esperando ;*”-

Seohyun prontamente afastou seu celular, chamando a atenção de YongHwa. Encarou-o por um tempo, o rapaz sorria de leve. Então pousou seus lábios sobre os dele.
Primeiramente ele se assustou, pensou em recuar, mas depois desistiu. Fechou seus olhos lentamente e pediu passagem. Porém, sua língua foi barrada pelos dentes de Seohyun. Isso o deixou confuso, tentou abrir a boca mais um pouco e nada. Investiu mais algumas vezes até que desistiu por completo. A menina permanecia estática. Depois de poucos segundos se afastou, com um sorriso vitorioso no rosto, confundindo YongHwa mais ainda.
Seus pais assistiram toda a cena completamente surpresos, disfarçando quando foram pegos olhando.

 - Umma, appa. Não acham que já está bem tarde? – Seohyun quebrou o silêncio.

— Oh, sim. Nós vamos indo agora. – Seu pai levantou-se, cumprimentando o Sr. Jung.

Já do lado de fora, o celular de Seohyun vibrava no bolso.

“E aí????????”-

—“Unnie...”
—“Ele passou a língua no meu dente TT_TT”

Hyoyeon ria tanto que mal conseguia digitar.

—---

— Você não acha que ficou um pouco curto, Fany-ah? – Taeyeon puxava a barra da camisola rosa – que mal cobria suas pernas – para baixo.

— Não consigo ver muita coisa nesse escuro, Tae. – Olhou para as pernas de Taeyeon, que corou um pouco. – Mas se você quiser trocar, eu posso procurar outra coisa.

— Não, tudo bem. – Disse um pouco envergonhada.

Tiffany sorriu em resposta e cobriu-se com o cobertor, virando-se para o lado oposto ao da menor.

— Tae? – Chamou quando percebeu que a mesma não havia se deitado.

— Sim?

— Não vai se deitar? – Virou a cabeça na direção de Taeyeon.

— Eu? Ah, sim. Eu vou. – Deitou-se na cama e ajeitou as cobertas, olhando para Tiffany que ainda lhe observava. Sorriu para a ruiva.

— Boa noite, Tae. – Inesperadamente beijou a bochecha de Taeyeon, deixando a mesma vermelha.

— Boa noite... T-tiffany. – Disse enquanto a ruiva se virava.

Taeyeon’s POV

Droga, droga, droga. Mil vezes droga. Cadê o maldito sono na hora em que eu preciso dele? Talvez se eu ficar de lado ele venha mais rápido. É, isso mesmo, eu sempre durmo melhor nessa posição. Ai, droga. Lado errado, Kim Taeyeon, lado errado! Ela tá de costas pra mim. Isso não é nada bom, quer dizer, bom é. A visão é bem interessan... DROGA, O QUE EU TÔ PENSANDO?! Fechar os olhos, eu preciso fechar os olhos... Tá, ok, não vai funcionar. É melhor virar pro outro lado mesmo. Isso, aqui parece bom.
 
Mas e se a minha bunda encostar na dela no meio da noite? Seria... Bem embaraçoso. Ok, distância, Kim Taeyeon, distância. Ótimo, agora nada de pânico. É só fechar os olhos e dormir. Só Isso. Será que ela tá olhando pra minha... NÃO! Claro que não, aish. Ela não é nenhuma pervertida. Afinal, por que raios ela escolheu a roupa mais curta que tinha pra me emprestar? Será que ela já usou isso? Ai, meu deus. E se ela já usou isso com aquele... AI MEU DEUS, será que ela já dormiu com o namorado nessa cama?! O que eu tô fazendo aqui?

Isso foi... Um gemido? Um suspiro, sei lá. É assim que ela dorme? Céus, que barulho foi esse? Tá, foco, Taeyeon, foco! Será que ela ronca? Não, isso não foi um ronco. Um gemido, com certeza foi isso. Mas ela já tá dormindo? Droga, eu devia estar fazendo o mesmo. Ela ainda não virou de volta, droga, agora eu não posso virar pro outro lado. Não consigo dormir com ela de costas nem de frente pra mim. Droga, eu sou uma idiota. Ai meu deus do céu, o quê que é isso que tá encostando em mim?! Distância, Taeyeon, distância. Mas que droga, eu devo estar atrapalhando o espaço del...

— TAE?! Cê tá bem? – Mas nem cair no chão sem fazer barulho eu sei?

— E-eu? Ah, eu tô. Eu só... Acho que caí. – Ri tentando disfarçar.

— Vem cá. Você se machucou? – Estendeu a mão pra mim.

— Não, nem tá doendo, Fany-ah. – Tá doendo pra burro.

— Mas... O que aconteceu? Eu te empurrei? Acho que meu braço encostou em você. – Disse me puxando para o meu lugar na cama. Ah, aquilo era um braço?

— Não, você não me empurrou. Eu só acho que fiquei muito na beira da cama, só isso. – Sorri, fazendo ela sorrir de volta.

— Tudo bem então. Não precisa ficar na beira, tem espaço o suficiente. – Eu não sei o que brilha mais, os seus olhos ou o seu sorriso. Céus, eu ainda tenho que sobreviver até amanhã de manhã. – Boa noite, Tae. – Fechou os olhos. É, hora de virar pro outro lado e fechar a PORCARIA dos meus olhos também.

— Boa noite, Fany-ah...

Taeyeon’s POV off

—---

— Senhoritas? Ei... Ei, senhoritas! – Uma voz tremida acordou Yuri, que lentamente abriu os olhos. Olhou em volta, ainda estava no elevador, com Jessica em seu colo. Olhou para os lados procurando a origem daquela voz.

— Deus?! – Perguntou, arregalando os olhos, escutando uma risada logo depois.

— Não, não. Sou apenas um guarda, moça. – Olhou para o lado e notou que a voz saía de uma espécie de caixa de som. – Já amanheceu, estamos resolvendo os problemas técnicos que prenderam vocês duas. Em breve as tiraremos daí, ok?

— Ah, sim. Obrigada, senhor! – O interior do elevador agora estava iluminado. – Você ouviu, Jessica? Vamos sair daq... – Olhou para baixo, a loira ainda dormia tranquilamente. Balançou seu ombro levemente. – Jessie. Ei, Jessie... Já amanheceu. A luz voltou. – Sussurrou.

— Hã? O quê? Ah... Oi, Yuri-ah. – Olhou para a morena e sorriu, espreguiçando-se. – Bom dia.

— Bom dia. – Sorriu de volta.

— E digamos que foi isso que aconteceu, e a queda de luz ajudou bastante. – O guarda, um senhor de idade de cabelos grisalhos, dava explicações às meninas.

— Deixa eu ver se entendi. Então quer dizer que ninguém trabalha no final de semana?! Ficamos presas lá por horas! – Jessica tinha os braços cruzados e uma expressão nada amigável.

— Nossos funcionários realmente são dispensados depois das seis. Pedimos desculpas pelo incômodo, só notei que vocês duas estavam presas quando fui olhar as câmeras de segurança hoje mais cedo.

— Tinha uma câmera lá? – Jessica olhou para Yuri e depois para o guarda, que confirmou. A loira corava levemente.

— Parece que vocês tiveram a má sorte de pegar o elevador mais velho do prédio. Instalamos um novo no início do ano passado, devido a esses problemas.

— Ah, então o prédio tem dois elevadores? – A loira tinha um olhar inquisidor para Yuri, que coçava a nuca envergonhada.

— Sim, e uma escadaria. Bom, agora eu tenho que ir. Minhas desculpas, mais uma vez, pelo incômodo. – O senhor despediu-se das meninas e seguiu seu caminho.

— Bom, agora eu posso te levar pra casa? – Riu, olhando pro chão.

— Pode sim.

— Desculpe por ter pego o elevador mais antigo, eu realmente costumo usar o outro. Não sei o que me deu dessa vez. – Yuri parecia realmente arrependida.

 - Não, tá tudo bem.  Até que foi divertido. – Sorriu para a morena, fazendo a mesma retribuir.

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Taeyeon’s POV

Nossa, que claridade. Pelo visto a luz já voltou. M-mas... Mas o quê? Por que eu não consigo me mexer? Ah tá, é só a Tiffany... Não, pera... TIFFANY?! Quê que ela tá... Ai meu deus. Quando que ela dormiu abraçada em mim?! Pelo amor de deus, Kim Taeyeon, o que foi que aconteceu ontem? O que foi que EU fiz ontem? Nessa posição parece até que nós... Tá, só parece. Eu não bebi, eu tenho certeza. Eu estava completamente lúcida ontem. Não aconteceu N-A-D-A. E a camisola só subiu porque é curta demais. Sim... Foi isso. Claro que foi. Que perfume será que ela usa? É realmente muito bom, eu não me importaria de fingir que estou dormindo pra que ela continue desse je... AISH, mente pervertida do inferno!

— Tiffany? Já acordou, meu bem? – Que voz grossa é essa? Peraí, a Tiffany não mora sozinha? A não ser que seja... Não, Taeyeon. Cachorros não falam. Então deve ser o namorado dela... AI DROGA, É O NAMORADO DELA!

— Tiffany, Tiffany, Tiffany, Tiffanyyy... – Acorda logo, acorda logo, ACORDA LOGO.

— Hã? O que foi, Tae? – Menina, não chegue tão perto assim de meu rosto. Aish, foco, Taeyeon! Sua pele corre perigo.

— Tiffany? Tá no banho?

— Oh god, é o Donghae! – Deu um pulo na cama e me olhou assustada.

— Tá, eu pulo pela janela. – Me levantei mais do que rápido e já ia em direção à janela, até que ela me puxou pelo pulso. Droga, Tiffany. Sebo nas canelas, conhece não?

— Não! Não, a janela não. – Sussurrou.

— Quer que eu fique aonde?! – Respondi no mesmo tom.

— Tiff, tá tudo bem aí? – Vai ficar tudo bem desde que você não entre nesse quarto, seu cara de peixe.

— TÁ TUDO BEM, HAE. EU TÔ ME VESTINDO!  - Levantou da cama ainda com a mão em meu pulso. – Ali, no armário!

— Quer que eu me esconda ali? – Irônico isso, hein? E olha que eu nem fiz nada demais ontem à noite. Que eu lembre, é claro.

— Sim. Só até eu conseguir me livrar dele. – Tentei conter o riso com essa frase. – Ele com certeza vai querer entrar aqui.

— Ok, ok. – Tiffany abriu a porta do armário e eu entrei, me acomodando entre suas roupas. Acho que essa foi a primeira vez que agradeci por ser tão pequena.

— Tiffany! – Ouvi a voz dele de novo e Tiffany fechou a porta rapidamente. Ai, bem nas minhas costas ainda por cima. Vou sair dessa casa toda arrebentada, pelo visto.

— Hae! – Sons de beijos. Ah, por favor, vamos logo com isso. Tem uma danshin com falta de ar presa no seu armário, mulher.

— Oh, comprou roupas novas, Tiff? - Abri uma pequena fresta entre as portas. Droga, eram as minhas roupas no chão.

— Ah... É... Comprei sim. – Coçou a nuca, vez ou outra olhava pra trás. O guarda-roupa ficava de frente pra cama. – Mas o que veio fazer aqui tão cedo, Hae? À recém são nove horas.

— Vim ver como a minha princesa suportou a falta de luz. – Se sentou na cama e a puxou para seu colo. Ah, que ótimo. Já vai começar a melação.

— AI! – Droga, o que é isso que caiu aqui?! Ops, acho que gritei.

— O que foi isso? – Disse ele olhando pro guarda-roupa com uma cara desconfiada. Kim Taeyeon, sua babo... Mas por que carambas Tiffany tem que guardar os sapatos aqui em cima?!

— Ah, n-não foi nada, Hae. – Fez menção de se levantar quando Tiffany pulou em cima dele, fazendo-o deitar. Ok, Tiffany, eu entendi que vocês namoram, NÃO PRECISA ME LEMBRAR DISSO.

— Não, sério. Eu escutei alguma coisa. – Empurrou Tiffany e se levantou. Não, espera, eu vi direito? Você empurrou a Tiffany? Ela sobe no seu colo e você a empurra assim? Que tipo de homem é você, cara? Abre essa porta logo que eu quero encher essa sua fuça de tapa!

— Eu não ouvi nada, sério. Acho que você anda ouvindo coisas. – A expressão no rosto de Tiffany mudou completamente, olhava para o chão e parecia irritada. Isso era bem visível no seu tom de voz.

— Mas... Eu pensei ter... – Ela o interrompeu, levantando-se.

— Olha, Hae. Eu acho melhor você ir, eu ainda tenho que me arrumar e já tô atrasada. – Abriu a porta do quarto. Ai meu deus, eu nunca vi ela assim antes.

— Atrasada? Mas hoje é domingo.

— É, eu sei. – Olhou pra baixo, parecia estar procurando uma desculpa. – Mas Michelle me ligou hoje mais cedo e nós vamos sair e eu preciso me arrumar. – Tinha uma expressão séria no rosto. Me lembrava a Jessica, só que um pouco mais doce.

— M-mas ... Pensei que eu pudesse esperar no seu quarto. Desculpa, Tiff, eu te irritei? – Se aproximou dela, ia beijá-la, mas ela pousou o dedo sobre seus lábios, o afastando logo depois. Omo! Eu estou quase rindo disso.

— Depois conversamos. – Deu um meio sorriso e apontou pra porta com a cabeça, ele ia começar a falar quando ela arqueou uma sobrancelha, calando-o. É, se eu fosse ele eu teria medo.

— Ok então. – Ele baixou a cabeça e saiu, ela fechou a porta logo em seguida, encostando-se na mesma. Mordeu o lábio e olhou pra cima. Talvez estivesse tentando conter uma lágrima. Senti algo ruim dentro de mim, nunca gostei de ver ninguém triste, mas aquilo parecia diferente. Como se eu me sentisse mal por ela. Se afastou da porta e sentou na cama, passando a mão pelos cabelos.

— TaeTae? – Virou em direção ao guarda-roupa.

— Sim? – Abri um pouco a porta e coloquei a cabeça pra fora, fazendo-a sorrir levemente.

— Pode sair agora. – Sai de dentro do guarda-roupa cuidadosamente e me sentei de frente pra ela na cama. Por impulso, a abracei, inalando seu perfume. Ela passava as mãos por minhas costas, fazendo um carinho agradável.

— Você se machucou dentro do guarda-roupa? – Riu contra o meu pescoço.

— É, digamos que um sapato seu me atacou. – Fiz beicinho.

— Isso me lembra que eu tenho que arrumar esse armário. – Passou a mão pelo rosto, depois ajeitou minha franja, sorrindo. Talvez eu estivesse corando.

— Bom, acho que eu vou me vestir e vou indo. – Olhei para as roupas.

— Tome café comigo. – Pediu fazendo aegyo. Não tem como dizer não.

— Ah... Tudo bem então. – Cocei a nuca.