– Obrigada pela carona, Yuri-ah. – Disse a loira adentrando ao veículo e batendo a porta do mesmo.

– Sem problemas, Sica. – Yuri sorriu, observando a mais velha corar. – E-eu posso te chamar de Sica, né? – Coçou a nuca sem jeito, talvez estivesse forçando intimidade demais com a loira.

– Pode, claro que pode. – Jessica sorriu, tranquilizando Yuri. – Pensei que o seu namorado iria junto. – Puxou assunto.

– É, na verdade, eu também pensei. – Disse divertida fazendo a loira rir também. – Ele me disse que ia pra casa do Taemin, um dos amigos dele. – Jessica assentiu com a cabeça.

– Que curso ele faz?

– Ah, meu deus... Eu esqueci o nome do curso dele, que tipo de namorada eu sou?! – Aproveitando que o carro parou no sinal vermelho, colocou as mãos no rosto, fazendo Jessica rir. – Só sei que tem a ver com computadores.

– Ciência da computação?

– Isso! Esse mesmo. – A morena deu um soco no ar, como se estivesse comemorando. – Thanks, Sica. – Disse sorrindo com seu sotaque arrastado, cativando a loira.

– Tenho uma amiga que faz esse curso. Eles devem ser colegas. – Disse com um sorriso no rosto. Jessica com certeza encheria Taeyeon de perguntas amanhã.

– Aish, e ele esqueceu a mochila dele lá em casa. – Jessica praguejou mentalmente ao ouvir isso. Então ele passava a noite com ela? – Você não se preocupa se a gente passar no meu apartamento pra pegar? Fica bem no caminho, é só eu dobrar naquela rua. – Apontou para a esquerda.

– N-não, tudo bem. – Sorriu e recebeu uma piscada da morena, o que a fez corar violentamente.

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Taeyeon’s POV on

– Obrigada mais uma vez por me acompanhar até em casa, Tae. – Ela disse, dando aquele sorriso lindo.

– Tudo bem, Fany-ah. – Será que ela percebeu que eu tentei imitar o sorriso dela agora? É, acho que não. Não ficou tão bom assim.

– Apesar de que nem está tão tarde assim. – Eu insisti para fazer companhia a ela na volta pra casa, mesmo que eu more muito longe de sua casa.

– Está tarde sim, Fany-ah! Já está escurecendo e essas ruas são perigosas. – São sete horas, não tem mais sol. Onde que essa menina pensa que ainda é cedo?!

– Perigosas? – Assenti com a cabeça, ela riu. – Que tipo de perigos? – Vejamos... Estupradores? Ladrões? Drogados? Aquele velho babão que olhou pra sua bunda na última esquina?

– Ah, Tiffany. Coisas perigosas que acontecem à noite. Você não tem medo de voltar sozinha? – Desconversei.

– É que eu raramente volto sozinha, o... Hae... Ele sempre me leva até em casa. – É, tava demorando. Ainda sim não respondeu a minha pergunta, dona Hwang.

– Ah, sim... – E então seu eyesmile morreu e foi substituído por um sorriso sem graça. Droga, Kim Taeyeon. Quando vou aprender a parar de estragar o clima?

– Chegamos. Quer entrar um pouco, Tae? Eu posso te apresentar o Romeo. – Tinha um olhar pedinte em seu rosto. Eu não teria motivos mesmo pra não aceitar o convite. Assenti com a cabeça e entramos.

POV off

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Poucos minutos depois já estavam saindo do estacionamento do prédio de Yuri, entraram no mesmo e foram até o elevador. Yuri morava no oitavo andar.

– Desculpa por ficar te atrasando, Jessica. – Disse enquanto clicava nos botões o número de seu andar.

– Não, tá tudo bem, Yuri. Eu não tenho pressa de chegar em casa. – Jessica sorriu, a mais alta correspondeu o sorriso automaticamente. Ficaram olhando-se durante um tempo, involuntariamente. Permaneceram assim por longos minutos, até que Jessica começou a ficar envergonhada pelo fato da morena não tirar os olhos dos seus. Olhou para baixo.

– Aconteceu alguma coisa, Yuri-ah? – Torcia com todas as forças para não estar corando de novo. Em vão, é claro.

– Não, não aconteceu nada. Só fiquei te observando, desculpe se te assustei. – A mais alta agora também encarava o chão. Jessica a olhou, havia ficado visivelmente sem graça.

– Ah, tudo bem. Pensei que tinha algo de errado com o meu rosto. – Riu fazendo Yuri sorrir em resposta.

– Não tem nada de errado. Você é muito bonita, Jessica. Principalmente quando fica envergonhada. – Yuri carregava um sorriso bobo em seu rosto, parecia estar gostando de deixar Jessica sem jeito. A loira ficou confusa com as palavras da morena, até que tudo ficou escuro, antes que pudesse perguntar qualquer coisa.

– Ai, meu deus. NÃO VAI ME DIZER QUE EU DESMAIEI LOGO AGORA?! – Jessica gritou no meio da escuridão, ouvindo risos altos ao seu lado.

– Não, Sica. Não desmaiou não. – Tentava conter as risadas. – Acho que o elevador parou de funcionar. – A loira podia ouvir Yuri caminhando em sua volta, tateando na parede. Jessica se afastou, por impulso.

– Cadê você? – Jessica se encostou na parede. Era difícil para ela admitir isso, mas tinha medo do escuro.

– A-aqui. – Falou baixo, quase sussurrando. Ouviu mais alguns passos vindo em sua direção, até sentir dois braços envolvendo sua cintura.

– Rá, te achei. – De repente o sorriso no rosto de Yuri se iluminou. Uma luz azulada e fraca pairava no teto do elevador, fazendo Jessica olhar para cima.

– O que é aquilo? – Tentava sem sucesso não demonstrar medo em sua voz.

– Ah, é a luz de emergência. Nunca ficou presa num elevador antes? – A distância entre seus rostos era mínima, Jessica sentia o hálito quente de Yuri contra sua pele, o que a causava arrepios.

– Nunca. – Abraçou Yuri, transparecendo o pavor que estava sentindo.

– Você tem medo do escuro, Jessica?

– Se eu disser que tenho, você vai rir?

– Não. – Afagava os cabelos da loira.

– Então eu tenho. – Escondeu o rosto no ombro de Yuri, fazendo a mesma rir. – BABO! Prometeu que não ia rir. – Deu um tapa no braço esquerdo da mais alta.

– Mianhae. – Yuri apertou o abraço e encostou Jessica na parede, deslizando lentamente para baixo.

– O-o que você tá fazendo, Yuri?! – A loira exclamou segundos antes de sentar no chão, com Yuri à sua frente.

– Só desci, oras. Acho que vai demorar um pouco até consertarem isso. Você vai cansar se ficar em pé, não é? – Disse enquanto se acomodava ao lado de Jessica.

– É, realmente. – Sorriu para a morena, timidamente. O que era uma raridade, se tratando de Jessica Jung.

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– Yoona? Ainda tá aí? – Sooyoung batia na porta do banheiro, chegou em casa meia hora atrás. Encontrou a luz do banheiro acesa e a porta trancada. – Não quer abrir pra mim? Podemos conversar, se quiser. – Sooyoung esperou por mais alguns segundos, estava quase desistindo quando ouviu o barulho da fechadura, revelando Yoona com os olhos avermelhados.

– Eu... Odeio... Aquela garota. – Não chorava mais, tinha uma expressão vazia em seu rosto. A mais alta a abraçou, ajeitando seus cabelos logo depois.

– Sei que vocês duas tem suas desavenças, mas mesmo assim não tem como culpá-la. Ela não sabe de nada, eu nunca contei.

– Ela sabe sobre a Yuri? – Sooyoung negou com a cabeça. – Ela realmente gosta dela?

– Creio que sim. – A mais alta coçava a nuca e encarava o chão, estava ficando apreensiva com o jeito que Yoona lhe olhava, até que a mesma a abraçou.

– Desculpa por ter corrido. Eu só fiquei com tanta raiva que achei melhor sair dali antes que eu fizesse algo pior. E-eu... – Os soluços voltavam – realmente pensei que ela soubesse, pensei que só estivesse me provocando. Como sempre.

– Ela não sabia, mas depois disso talvez eu tenha que contar. – Afagava os cabelos de Yoona. – A menos que você não queira.

– Não. – A olhou sem partir o abraço. – Faça isso, vai ser melhor. Eu preciso superar isso de algum jeito um dia, Soo. – A mais velha sorriu ao ouvir aquilo, deu um beijo na testa de Yoona e a guiou até a sala de estar. Até que as luzes se apagaram.

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Taeyeon’s POV on

– AISH, DROGA! – Quantos dedos eu iria queimar até conseguir acender aquela maldita vela?!

– Calma, Tae. – Tiffany iluminava minhas mãos com a luz do celular. – Quer ajuda? – Sem que eu pudesse responder, Tiffany colocou o celular apoiado na mesa e tomou de mim a caixa de fósforos, acendendo um sem muita dificuldade. Aproximei o pavio da vela (que era rosa, por sinal) perto do fogo e comemoramos a nossa primeira vela acesa rindo.

– Pronto, agora só falta mais algumas. – Já ia procurando outra vela na gaveta quando ela pegou minha mão. Sim, ela realmente pegou a minha mão. E entrelaçou nossos dedos. Eu quase deixei a vela cair no chão...

– Não precisa, Tae. A gente acende depois. – Sorriu.

– Tudo bem então, desde que você me ilumine com o seu sorriso. – Ah, droga. Eu falei isso? AISH, KIM TAEYEON, SUA MULA! Não acredito que acabo de passar essa cantada de pedreiro logo agora!

– Eu posso fazer isso se você quiser. Sem problemas! – Sorriu ainda mais. Céus, ela gostou? Ou tá sendo gentil? Me puxou pela mão e me levou até o sofá.

– Será que tem luz na sua casa? – Ri da pergunta.

– Se não tem luz nem aqui no centro da cidade, com certeza lá não deve ter.

POV off

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– E aí? Duvido acertar esse. – Yuri e Jessica brincavam de fazer sombras com as mãos. A loira repousava a cabeça no ombro da mais alta, lutando para não adormecer.

– Parece... Um jacaré. – Yuri riu.

– Não, é um coelho.

– Yah! Tá me enganando de novo. – Jessica fez biquinho enquanto cruzava os braços.

– Não estou, é sério! É um coelho. – Os risos de Yuri a denunciavam.

– Seu coelho é deficiente, babo. – Riu da morena, entrando na brincadeira. Abraçou a cintura da mesma aconchegando a cabeça em seu ombro novamente. Jessica tinha que admitir que a intimidade entre as duas parecia ter subido vários pontos desde que entraram no elevador. E no fundo, Yuri não se incomodava com isso. Estaria mentindo se dissesse que queria que a luz de volta agora.

Jessica pulou, sentiu algo lhe cutucar e logo depois cair no chão. Olhou mais de perto e percebeu que era seu celular.

– Yoboseyo? – Atendeu rapidamente sem olhar o visor.

– Jessie!

– Taeyeon?

– Eu mesma. Hey, tem luz aí?

– Não. – Respondeu automaticamente, olhando para Yuri que parecia curiosa.

– Ah, sim. Tudo bem, era só isso. Até mais! – Desligou na cara da loira antes que ela pudesse questionar.

– Taeyeon? KIM TAEYEON?!! – Olhou para o aparelho e depois para Yuri. – E-ela desligou na minha cara! – A mais alta riu.

– Não ria! Eu vou tentar ligar de novo. – Até que o celular avisou falta de bateria, antes de apagar por completo. – DROGA!

– Calma, é só um celular. – Yuri franziu a testa.

– Mas não é por isso, eu podia ter dito pra ela que estamos presas, ela viria pra nos resgatar. Ou pra avisar alguém ou sei lá. Esse prédio não devia ter um gerador ou algo assim? – A loira jogou os braços no ar.

– Deveria, eu acho... – Yuri baixou a cabeça, talvez estivesse incomodando Jessica agora.

– O que foi, Yuri-ah? – O tom de voz de Jessica agora tinha voltado ao de minutos atrás.

– Sei lá... – Coçou a nuca. – Achei que quisesse sair daqui porque eu estou te irritando ao algo assim.

– Não, não. Não é isso, Yuri. Você não me irrita, na verdade você conseguiu me animar. E muito. – Sorriu levantando o rosto da mais alta com as mãos, tranquilizando a mesma.

– Você quer sair logo daqui?

– Bom, uma hora nós vamos ter que sair. Já faz umas três horas desde que entramos aqui. V-você... Não quer sair? – Olhou pra baixo.

– Quero. Só acho que não me importaria de passar a noite aqui. – Sorriu fazendo Jessica corar.