Checkmate escrita por BubblesChan


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Sdds de atualizar no domingo. o/
Ah, meu recesso começa na semana que vem... Feliz feliz feliz ^^
Boa leitura!



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- Ele vem hoje? – Taemin perguntou ansioso.

- Pelo menos disse que vinha ontem. – Key respondeu enquanto servia o cereal para o mais novo.

- Como acha que as coisas estão agora?

- Bom, com ele eu não sei, mas aquela preta da Yuri me parece bem. – Sacudiu a cabeça e se sentou na cadeira ao lado de Taemin.

- Ela já tem alguém? – O mais velho assentiu com a cabeça. – Talvez Minho hyung só precise de alguém também.

- Eu acho isso um pouco assustador, eu não fazia ideia de que ele podia ser tão sentimental quanto o Jonghyun. – Key sentiu o celular vibrar. – É, falando nele... Dino não morre tão cedo. – Levantou-se e beijou a testa de Taemin. – Eu estarei lá em cima me arrumando se precisar de mim. – Saiu da cozinha recebendo um sinal positivo do menor.

- Aish, hyung... – Murmurou sozinho.

Taemin estava na sala de estar assistindo a reprise noturna de Sgt. Keroro, quando escutou o barulho de um carro do lado de fora. Olhou para trás, afastando a cortina da janela. Se apoiou de joelhos no sofá enquanto observava o carro estacionar na frente da casa.

- Minho hyung! – Seus olhos brilharam. Ajeitou a cortina rapidamente e sentou-se no sofá do mesmo modo que estava antes. A porta logo se abriu, revelando um Minho apressado e que também parecia estar bastante aflito.

- H-hyung? – O menor franziu a testa.

- Tae! Onde está o Key?! – Minho passou a mão pelos cabelos, estava visivelmente nervoso. Taemin percebeu que seu rosto também estava molhado e os olhos inchados.

- E-eu não sei... Acho que ele saiu com Nana unnie. – O mais velho deu as costas para Taemin, prestes a procurar Key pela casa. – Hey, hyung! – Disse o puxando pelo pulso. Minho agora não escondia mais as lágrimas que escorriam rapidamente de seu rosto. – Eu posso não dar conselhos tão bons como Key hyung, mas você sempre pode me contar as coisas. – O mais velho rendeu-se, abraçando Taemin.

- Tae... A-acabou. – Sua voz mal saía.

- Aconteceu algo com Yuri noona? – Taemin deslizava suas mãos rapidamente pelas costas do maior, procurando confortá-lo. Essa era a primeira vez que o via desse jeito, não sabia exatamente o que fazer, mas procurava se esforçar.

- Ela... Ela não gosta mais de mim, Tae. – Os olhos do menor se arregalaram.

- C-como assim? – Partiu o abraço, encarando-o confuso.

- Ela disse que as coisas não estavam fazendo o mesmo sentido de antes. Ela se apaixonou por outro!
(Ou por outra, essa Yuri total flex... –q) – Taemin estreitou os olhos, ele entendia o sofrimento do maior. Não fazia sentido algo assim acontecer, Taemin sempre via os dois tão apaixonados um pelo outro, principalmente Minho que sempre voltava radiante de cada encontro que tinham. – Eu não sei o que vou fazer sem ela... – O mais velho se sentou no sofá, suas mãos tremiam e piscava várias vezes. Para Taemin, essa foi a pior visão que teve de seu hyung.

Taemin se ajoelhou na frente de Minho e o abraçou, aos poucos sentiu as mãos do mais velho pararem de tremer e envolverem seu corpo.

- Você ainda tem a nós, hyung. – Partiu o abraço e acariciou o rosto do mais velho.

- E-eu sei... – Minho ainda chorava. Encarou Taemin e sentiu-se acolhido pelo olhar do menor. Ficou tanto tempo apenas o encarando que mal percebeu que seus rostos se aproximaram. – Tae...

Taemin travava uma batalha contra si mesmo internamente. Uma parte dele queria beijar seu hyung, por alguma razão. A outra estava hesitante, não sabia se isso era correto. Nunca havia sentido nada por Minho no sentido romântico da palavra. Talvez essa fosse a tal “atração”? Algo que Key hyung sempre tentou lhe explicar. Taemin era alguém extremamente confuso em relação aos seus sentimentos. Nunca se apaixonou, nenhum de seus relacionamentos passou pela amizade.

 E agora ele estava ali, diante dos lábios de seu hyung mais cuidadoso, talvez até mais que Key. Minho era quase como um irmão mais velho para Taemin. O menor era o filho único da família, saiu de sua cidade para morar com Key e Onew, amigos que fez no colegial. Dentre esses amigos estava Minho, o mais protetor deles. Naquele momento, todos esses anos e todos os momentos que viveram juntos passavam por sua cabeça. “Eu não posso fazer isso com Minho hyung.”

Taemin abaixou a cabeça timidamente e fez menção de se afastar. Deixou um suspiro escapar de sua boca quando notou os braços de Minho o segurarem em frente a ele. Encarou seu hyung um pouco chocado, os olhos de Minho transpareciam tanta confusão quanto os seus próprios. Logo seu hyung se aproximou lentamente e encostou seus lábios de leve. As bochechas do menor esquentaram, sentia seu corpo transpirar. Minho selou seus lábios um pouco mais, friccionando-os aos de Taemin, depois de um tempo os partiu rapidamente. O mais novo o olhou confuso.

- M-mianhae, Tae... Eu... Eu não sei o que aconteceu. – Levantou-se do sofá e se afastou, Taemin o olhava ainda ajoelhado. – Mianhae... – Sacudiu a cabeça e saiu porta afora. O menor sentou-se no chão e escutou o barulho do carro de Minho. Segundos depois só lhe restou o silêncio. Passou o dedo pelos lábios e suspirou. “Então é assim? As pessoas te beijam e depois vão embora?”

Taemin notou a secretária eletrônica piscando, deixou seu cereal de lado e apertou o botão para ouvir o recado.

- É... Tae? – O menor arregalou os olhos ao reconhecer a voz. – Key? Onew? Não sei quem deve estar escutando isso, mas é só pra avisar que eu não vou poder ir hoje. Talvez amanhã... Bem, é isso. Estou com saudades de todos, annyeong!

- Aish... – Taemin ajeitou os cabelos. Essa seria a primeira vez que se viam depois daquela noite. Voltou à cozinha e continuou seu café da manhã tentando pensar em outras coisas.

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Onew andava cabisbaixo pelo campus, olhando para os próprios pés. Já fazia algum tempo que não falava com Hyoyeon, ou pelo menos se privava a falar. Mesmo que os dois continuassem amigos era doloroso para Onew seguir as coisas do mesmo jeito que antes. Talvez um dia os dois voltassem a se falar, mas por enquanto preferia manter as coisas desse jeito até encontrar um modo de esquecer tudo isso.

O campus estava quase vazio, poucas pessoas circulavam por ali, ainda era bem cedo. Mesmo com todo esse silêncio, Onew ainda podia ouvir passos atrás dele. Mas talvez não fosse nada. Suspirou, será que depois de tudo isso ainda estava ficando louco? Os passos aumentaram, o som estridente dos pés no chão de concreto começou a incomodar Onew. Se fosse alguém com tanta pressa assim já teria passado por ele, mesmo assim seguiu sem olhar para trás.

Diminui o passo e sentiu a pessoa atrás de si fazer o mesmo. Aquilo já estava o incomodando. Dessa vez seguiu caminhando mais rapidamente, os passos aumentaram o ritmo em sincronia. Podia ouvir também uma respiração um pouco ofegante. Olhou para os lados sem mexer a cabeça, procurando por alguma janela ou algum reflexo. Nada. Céus, quem poderia ser? Continuou caminhando calmamente, decidindo parar de se preocupar com seu seguidor misterioso.

De repente, um barulho estranho e uma luz ao seu lado esquerdo. Uma luz que quase o cega. Na verdade, um flash. Onew esfrega os olhos e olha para o lado pronto para repreender quem quer que fosse.

- Mas o quê... – Enxergou uma Nana envergonhada atrás de uma câmera. – J-Jin... Digo, Nana?

- Oh, mianhae, oppa!! Eu não desliguei o flash. – Disse enquanto mexia na câmera, provavelmente procurando a foto de Onew. – Mas a foto ficou incrível! – Sorriu enquanto mostrava a foto pelo visor da câmera. Onew estava cabisbaixo, do mesmo jeito que antes, com as mãos no bolso da calça.

- É... Você costuma tirar fotos repentinas das pessoas assim? – Coçou a nuca.

- Ah... N-na verdade não. Mas é que você estava tão... Bonito, oppa... – A mais nova sentiu suas bochechas esquentarem. – Que eu tive que registrar isso. Você sabe, como uma boa fotógrafa... – Sorriu.

- Entendo. Mas da próxima vez me avise, você sabe, para que eu me prepare. – Imitou uma pose de capa de revista, provocando risos em Nana.

- É que... Essa não é a única foto que tenho sua, oppa. – Onew franziu a testa.

- Você tem mais? – Nana assentiu e sentou-se em um banco próximo, procurando pelas fotos na câmera. Onew sentou ao seu lado.

- Aqui. – Entregou a câmera para o mais velho. – Você pode seguir, tem... Mais. – Quanto mais Onew apertava o botão, mais fotos suas surgiam. Fotos dele nos corredores, no refeitório, bebendo água, jogando basquete, lendo um livro, conversando com os amigos.

- Isso... É um pouco estranho, Nana. Por que tira tantas fotos de mim? – A menor olhou para o chão, evitando contato visual.

- B-bem... É que... Você tem um estilo tão... Bonito, e d-diferente dos outros. E eu gosto de fotografar coisas... Únicas. – Sorriu amarelo.

- Então eu sou... Único? – Nana assentiu com a cabeça rapidamente. O mais velho sorriu, ainda achando estranho o “hobby” da loira. Passou a observar as fotos de novo. – Você é realmente uma boa fotógrafa. Olhe só, eu estou até bonito! – Nana riu.

- Não seja tão modesto, oppa... – Onew assentiu timidamente. Começou a notar o quanto a loira era realmente bonita.

- Pra onde fica o seu prédio, Nana?

- Pra lá. – Apontou para a esquerda, Onew sabia que era o prédio mais afastado.

- Quer que eu te acompanhe até lá? – Os olhos de Nana brilharam.

- S-sim! – Sorriu.

Onew levantou-se e ofereceu a mão para que Nana fizesse o mesmo.

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- Eu ainda não entendi, unnie. – Disse Krystal se encolhendo no banco de trás do carro, com os braços cruzados.

- E você acha que eu entendi? – Jessica se olhava no espelho do carro, no banco do carona. Yuri estava dirigindo até a escola de Krystal. – Eles provavelmente acham que você vai virar uma daquelas menininhas que tem gangues. E como eu sou uma ótima filha e irmã, vou ter que cuidar de você a partir de hoje, pra que eu te “eduque”. – Fez aspas com os dedos enquanto Krystal revirou os olhos.

- Por que você tinha que contar pra eles?! – A menor jogou os braços no ar.

- Eu não disse nada, Krys. O seu diretor que ligou pra eles. – Krystal suspirou. – Relaxa, aposto que vai ser mais divertido do que quando você era um bebê de colo. – A loira riu, contagiando a menor. Jessica desviou seus olhos para Yuri, que estava com a língua pra fora. A morena normalmente tinha esse hábito quando fazia algo que exigisse muita concentração. – Yuri-ah? – A morena virou-se para Jessica que apenas apontou para seu rosto.

- Ah... Sim. Obrigada. – Jessica riu da morena. No banco de trás, Krystal apenas observava as duas.

- Unnie? – Jessica gemeu em resposta, olhando para a irmã. – Eu queria perguntar uma coisa pra você e pra Yuri unnie. – Yuri desviou os olhos para a loira, que continuava com a mesma expressão.

- Pode perguntar. – A morena sorriu para menor no espelho retrovisor.

- Como vocês disseram o que sentiam uma pela outra? – Yuri arregalou os olhos e olhou para Jessica. A loira não mudou de expressão em nenhum segundo, apenas correspondeu o olhar. Yuri não fazia ideia de que Krystal soubesse de algo, principalmente porque ninguém sabia.

- Que foi? Eu disse que essa menina era esperta. – Disse Jessica, logo se virando para a irmã. – Sentimentos então?

- É... – A menor olhava para baixo, sem jeito. – O que vocês disseram? E como vocês disseram? – Yuri abriu a boca, mas logo foi interrompida pela namorada.

- Eu não disse nada. – Deu de ombros. Yuri sacudiu a cabeça.

- E o que fez, unnie?

- Eu a beijei. Simples. – Aconchegou-se no banco, sorrindo.

- Não tão simples assim... – Yuri disse, recebendo um olhar gélido.

- Por que não? – Krystal parecia bastante interessada.

- Você sabe que sua irmã não é muito boa com as palavras, não é? – Krystal riu enquanto concordava. Jessica cruzou os braços, apenas ouvindo a morena. – Bom, eu sugiro que se você gosta de alguém, vocês devem ter uma conversa sincera. Beijar de repente só deixaria a outra pessoa confusa. – Yuri sorriu vitoriosa para a loira, que ainda a olhava com a mesma expressão entediada.

- Ah, ok!

- Só tenha certeza de ter essa conversa antes que essa tal pessoa te convide pra um mena... – A morena tapou a boca da loira, aproximando-a de si.

- C-chegamos! – O carro já havia estacionado há algum tempo.

- Obrigada, Jessica unnie e Yuri unnie! Nos vemos depois. – Disse enquanto pegava suas coisas e saía do carro, Yuri acenou de longe e Jessica murmurava coisas entre a mão da morena.

- Aiii! – Yuri afastou a mão depois de ser mordida. – Sica-ah!

- Disse aquilo pra ela como se não tivesse gostado do que eu fiz nem um pouco! Se não fosse pelo meu beijo repentino você nem estaria nesse carro, Kwon Yuri! – A loira rosnou. Yuri apenas a abraçou, esperando até a loira a abraçar de volta. – Babo... – Murmurou, afundando a cabeça no ombro da morena.

- Então... Como está? – Perguntou partindo o abraço e apontando para a almofada embaixo da loira. Jessica lhe deu mais um olhar gélido.

- Yah! O que você acha?! – Deu um tapa no ombro de a morena, provocando risos na mesma.

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- Soo...

- O quê?

- As pessoas estão olhando... – Sunny escondia o rosto no ombro de Sooyoung enquanto a mais alta a carregava nas costas.

- Deixe que olhem, oras. Essas pessoas provavelmente não tem uma namorada tão prestativa, nem tão bonita também!

- Nem tão modesta. – A menor riu, Sooyoung apenas virou o rosto em sua direção e mostrou-lhe a língua. – É... Mas tem certeza de que isso é mesmo necessário?

- Claro que sim. Você consegue se firmar em pé?

- Não exatamente... Mas eu posso andar, Soo! Mesmo mancando. – A mais alta sacudiu a cabeça.

- Eu ficaria me sentindo muito pior se te visse por aí mancando, Bunny.

- E eu me sinto um estorvo... Acho que estou te cansando. – A menor fez beicinho. Sooyoung deu uma gargalhada.

- Fala isso como se tivesse 120 quilos, babo! – Virou a cabeça pro lado e depositou um beijo na bochecha de Sunny. – Você é mais leve que o Vade Mecum da Jessica, acredite.

- Soo! – A mais alta virou-se rapidamente para trás, fazendo com que Sunny se segurasse firmemente em seu pescoço.

- Taengoo! – Abaixou-se para beijar o rosto da menor, curvou-se mais ainda para que Sunny pudesse fazer o mesmo.

- O que houve com a danshin? – Taeyeon estreitou os olhos para o casal.

- Ela torceu o tornozelo.

- Omo... E ela não consegue andar?

- Não. – A shikshin respondeu naturalmente.

- Yah! Eu consigo sim!! – Sunny se pronunciou, dando um tapinha de leve no ombro da mais alta. Taeyeon observava a interação das duas com um sorriso no rosto.

- Fico feliz que não tenha acontecido nada de mais, mas como exatamente aconteceu?

- Ela invadiu o meu apartamento no meio da noite, e então a minha janela a puniu. – Sunny revirou os olhos enquanto Taeyeon ria da explicação. – Estávamos indo pro prédio de vocês, Tae. Quer vir com a gente?

- Ah, eu ainda tenho que esperar a Tiffany. – Coçou a nuca.

- Aish... Essas danshins que começam a namorar e se esquecem dos amigos. – Sunny sacudiu a cabeça em desaprovação. 

- Que bom que se incluiu nessa lista, Bunny-ah. – Taeyeon mostrou a língua para a menor, que repetiu o gesto.

- Ok, ok. Vamos lá antes que vocês duas travem uma batalha de aegyo. – A mais alta despediu-se. – Segure-se, Sunny-ah! – Sooyoung deu as costas para Taeyeon e começou a andar rapidamente, quase correndo.

- NÃO ME DERRUBE, SHIKSHIN! – Taeyeon ria das duas à distância. Olhou para os lados procurando por Tiffany. Suspirou ao não encontrá-la. Sentou no banco mais próximo e ficou à sua espera.

Taeyeon sentia seus olhos pesarem. A menor não havia dormido bem na noite passada, ocupada com um novo projeto. Deixou que seus olhos fechassem por um breve momento, queria apenas relaxar.

- Taeyeon-ah? – Tiffany parou na frente da menor que ressonava no banco. – Hey, Taeyeon- ah? – Sacudiu o ombro de Taeyeon lentamente. Não obteve resposta. Deixou sua bolsa no banco e subiu no colo da menor, deixando uma perna de cada lado do corpo da mesma. – Tae... – Sussurrou enquanto roçava seus lábios nos da namorada adormecida. Pressionou-os com mais força e sua língua invadiu a boca entreaberta menor. Aos poucos sentiu Taeyeon se movimentar em sua boca também, apoiou os braços no pescoço da loira, aproveitando o beijo. Sentiu as mãos da namorada invadirem sua saia, até que partiu o beijo relembrando-se onde estavam. – Taeyeon-ah!

- Hã... Ti-Tiffany?! – A menor abriu os olhos, um pouco surpresa pela posição da ruiva em si. – Q-quando você chegou? – Tiffany apenas riu.

- Você estava dormindo ainda, Tae! Estava sonhando comigo?

- Talvez... – Taeyeon corou, abaixando a cabeça. Tiffany a ergueu com a ponta dos dedos e lhe deu um selinho rápido.

- Vem, estamos atrasadas. – Disse saindo do colo de Taeyeon e puxando a mesma pela mão. A loira olhou em volta e constatou que o campus estava quase vazio novamente, ela realmente havia dormido demais.

----

Taeyeon aparentemente não era a única que não tinha dormido bem na noite anterior. Hyoyeon cochilava calmamente sobre os braços apoiados na carteira. A aula já havia terminado, Yoona foi acordar a loira.

- Hey, dorminhoca! – Cutucou a cabeça de Hyoyeon, fazendo a mesma despertar. – A aula já acabou.

- Ah, sim... – Espreguiçou-se e recolheu suas coisas, saiu da sala ao lado de Yoona. Sentiu seu celular vibrar. Uma nova mensagem.

“Me encontre na sala de música.” - Jing

Engoliu em seco. Yoona a olhava intrigada.

- É... Yoong, eu não vou agora. Tenho que fazer algumas coisas. – A menor estreitou os olhos, desconfiada.

- Ok, mas depois vai me contar todas essas “coisas”. – Fez aspas com os dedos. Hyoyeon despediu-se da mais nova e seguiu até a sala de música a passos largos. Estava um pouco nervosa, já fazia bastante tempo que não falava com Jiyoung, nem com Onew.

- Calma, Hyoyeon, calma. É só se lembrar de tudo que você tinha pra falar. – A loira conversava consigo mesma, tentando acalmar-se. Hyoyeon era uma pessoa que tinha constantes discursos na frente do espelho. Sempre que ela passava por alguma situação difícil ou tinha que falar com alguém, ela ensaiava. Ensaiou durante todas essas semanas e logo agora as palavras pareciam ter fugido de sua mente.

Quando deu por si já estava na porta da sala, com receio de abrir. Respirou fundo e prometeu a si mesma sair daquela sala com a amizade de Jiyoung reconquistada. Abriu a porta lentamente e colocou a cabeça para dentro, observando cada canto. Jiyoung estava sentada em um dos bancos do centro da sala, sorriu ao notar a presença da loira. Aquilo só deixara Hyoyeon mais nervosa ainda.

- Hyo unnie! – Fez sinal para que entrasse, e assim o fez. Caminhou hesitante até onde a mais nova estava e se sentou à sua frente.

- J-Jing... Eu... – Fechou os olhos tentando se lembrar de algo do que tinha pensado. Sentiu um dedo pousar sobre seus lábios.

- Você disse que queria me ouvir tocar, não é unnie? – Hyoyeon assentiu com a cabeça, Jiyoung sorriu de canto. – Bom, eu fiz melhor... Eu até compus uma música. – Mostrou a folha de papel contendo a letra para a loira.

-
Japonês... – Hyoyeon esboçou um pequeno sorriso. Ela havia ensinado japonês para Jiyoung no primeiro ano da faculdade, quando se conheceram. Dar aulas de japonês para a recém-chegada à Coréia era apenas um pretexto para construir uma amizade com a menor.

- Sim... Eu melhorei muito, unnie. – Sorriu. Tirou a folha das mãos de Hyoyeon delicadamente quando notou que a mesma tentava lê-la. – Bom, eu espero que você me perdoe caso eu desafine.

- Você tem uma voz linda, Jing. – Hyoyeon sacudiu a cabeça. Jiyoung apenas assentiu calada, pegou o violão do seu lado e o posicionou em seu colo. Olhou mais uma vez para Hyoyeon, que assentiu.

(N/A: Essa é a parte que eu recomendo do fundo do meu coração que você leia escutando a música. Japanese version, é claro. ^^ Se não quiser escutar tudo bem, não mando em vocês mesmo -q)
- “Yumemitai na, koi mo itsuka...” – Hyoyeon escutava a menor atentamente, admirando-se com a voz doce de Jiyoung. Ao mesmo tempo prestava atenção na letra e no modo como a mais nova cantava. A perfeição no modo como pronunciava cada palavra evidenciava a prática que teve. Hyoyeon começou a lembrar-se de quando se conheceram. Jiyoung era uma aluna nova, nova na cidade, nova no país. Hyoyeon passava boa parte de seu tempo com a mais nova naquela época, uma vez que Jiyoung não tinha parentes. – Ima demo kimi ga... Modotte kuru no. Negatte iru nante. Baka, mitai yo ne...”

A letra de fato era intensa, fez com que Hyoyeon sentisse algo estranho dentro de si. Ela conhecia aquilo. Culpa. Não era novidade para a loira que Jiyoung nutria sentimentos por ela, tanto quanto Onew. Através de cada palavra cantada por Jiyoung, Hyoyeon pôde conhecer cada sofrimento, cada noite mal dormida, cada tristeza mascarada pelas estrofes.

- All I wanna do, wanna do... Kimi wo wasureru. Kore ijou, namida... Kobosanai. All I wanna do, wanna do subete wasureru. Omotte mo, kimi ni, todokanai... Dakara...”- Hyoyeon sentia sua garganta se fechar. Tinha vontade de abraçar a menor naquele exato momento. Começou a pensar em Onew também e no quão negligente tinha sido com os sentimentos de ambos. A culpa corroía a loira por dentro, sentia-se extremamente fraca e envergonhada.

- “Kirai ni nareba, rakuna noni. Dekinakute, kokoro ga itai...” – Hyoyeon sentiu seu rosto molhado. Passou o polegar perto dos olhos, limpando as lágrimas insistentes. – “Ima  negau, koto ha Kimi he no kimochi.” – Jiyoung agora também chorava contidamente. – “Mou let it go, let it go… tebanashi te.”

- “All I wanna do, wanna do tsuyoku naru koto. Hitori demo, mae ni, susumitai... Dakara.”- Finalizou a canção em meio aos soluços. Olhou para Hyoyeon e sentiu um aperto no peito. No final, parece que conseguiu o que queria: Tocar o coração da loira. Colocou seu violão branco de lado e se aproximou de joelhos até a mais velha, que ainda a encarava com a mesma expressão triste. Envolveu a cintura de Hyoyeon em um forte abraço, fechando os olhos levemente. A loira correspondeu o abraço lentamente, na sala apenas seus soluços podiam ser ouvidos.

Jiyoung partiu o abraço para encará-la. Afastou os cabelos loiros de seu rosto, colocando-os para trás das orelhas. Se aproximou um pouco mais e beijou sua testa. Sorriu de canto. Levantou, recolhendo seu violão do chão. Deu mais uma última olhada para a loira e foi em direção à porta da sala. A deixou lá, sozinha. Acompanhada apenas de seus pensamentos. Assim que saiu da sala, as lágrimas deslizavam em seu rosto mais rapidamente. Ajeitou o violão em suas costas e foi embora dali.


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Notas finais do capítulo

Triste... T_T
Porééém, depois dessa OnHyoJing se resolverá, finally!!



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