Without You! escrita por kaulitz girl


Capítulo 53
Capítulo 52




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Permaneci calado. Virei a cara para o fim da rua aplanada e elevei um som mais grave às cordas.
Eu – Ninguém. – Respondi por fim.
Tom – Aprendeste sozinho?
Eu – O que lhe interessa? – Arquejei colérico.
Ele encolheu os ombros e sorriu. Fiz um esgar entre dentes. Porque estaria ele a sorrir numa altura destas?
Eu – Eu vi o vídeo. – Admiti provocante. – Eu vi a maneira como olhava para a minha mãe. – Ele olhou-me de lado. – Mas ela ficou com o meu pai e isso irrita-o, não é? – Sorri estridentemente.
Tom – Nunca te ensinaram que não deves mexer nas coisas dos outros sem autorização? – Ironizou.
Eu – O que faz aqui a estas horas, Tom Kaulitz?
Tom – E o que fazes aqui, a estas horas, Ryan? – Inquiriu no mesmo tom que eu.
Eu – Não gosto de Ryan. – Admiti aborrecido.
Tom – Não fui eu que te dei esse nome. – Soprou. – Não tenho culpa. Apenas tenho de te chamar pelo nome que tens.
Eu – Ryan. – Relancei.

Tom – Como… - Suspirou. – Como… - Voltou a dizer. Sorriu e baixou a cabeça abanando-a ao de leve. – Como foi a tua infância? – Ignorou a minha contestação face ao meu nome.
Franzi a testa. Achava-o o louco. Certas atitudes recentes. As frases que ele entendia como as mais adequadas para mim ou para os outros. Parecia um ser… diferente.
Eu – Lá por ser da minha família, não quer dizer que lhe vá contar sobre a minha vida. Até por mais, para lhe ser sincero, eu não vou lá muito com a sua cara.
Tom – Gostas de ser superior, não gostas? – Perguntou num tom áspero.
Eu – Dos outros não. Apenas de si.
Tom – Competição? – Arqueou o sobrolho.
Eu – Eu vou tirar-lhe o lugar de melhor advogado. – Parei de tocar. – Isso enerva-o. Eu já reparei isso.
Tom – Não. – Discordou - Não me enerva, dá-me orgulho.
Ri-me sarcasticamente e olhei para ele.
Eu – Toque. – Estendi-lhe a guitarra. Tom nem se mexeu. – Eu sei que toca guitarra. – Alertei. – Ou tocava.
Tom – Prefiro escutar-te. – Recusou a oferta.
Eu – Eu prefiro ouvi-lo. – Insisti colocando a guitarra sobre as suas pernas. – É a minha guitarra, a minha melhor amiga, é bom que se sinta privilegiado, é dos poucos que já pegou nela. Nem o meu pai toca numa corda sequer da minha schecter. – Ri-me.
Tom – Já te disse que não toco.
Eu – Vejamos. Não toca há muitos anos, é isso? – Anuiu. – Saber tocar guitarra é algo que nunca se esquece.
Tom – Não me apetece tocar agora. – Sentiu-se tentado. – Pelo menos… agora. – Olhou a guitarra.
Eu – Toque. – Ajeitei a guitarra nos seus braços. – Estou há espera.
Tom – Puto, já te disse que n –
Calou-se ao ouvir o som que provinha das cordas da minha guitarra. Por momentos cheguei a pensar que ele ficara incrédulo com o que acabara de fazer. Depois começou por descontrair o corpo. Era ágil. Sabia tocar. Agradava-me.
Deixei-me levar à balada da melodia e comecei por fazer ritmos nas pernas e no chão.
Eu – “Now I Pray
Heart's Been Slayed
Tears Come Down
I'm Broken Down “ – Ele olhou para mim. Depois continuou a tocar à medida que eu avançava com os ritmos e voz.
A nossa noite foi passada assim. O sol não tardou em surgir. A brisa matinal era fresca, a humidade caía sobre nós. O ar estava ténue, não havia comparação com a noite de ontem. Estava diferente.
Por momentos achei-me adormecido. A olhar o tecto do alpendre com a guitarra sobreposta sobre a minha barriga, com os dedos a passear ao de leve sobre as cordas sem criar qualquer tipo de som. As costas doíam-me, mas isso não parecia importar-me. Estava mais preocupado em saber onde estava Ally. Ela não era o tipo de rapariga de sair sem avisar ou escapulir de uma forma estranhamente invisível. Ela ama-me. Fugir de mim porquê? E para quê?
Tom – Acho melhor voltarmos para dentro. – A sua voz há muito silenciosa balbuciou entre os silêncios exteriores.
Eu – Pensava que já tinha ido para dentro. – Comentei.
Tom – Acho que adormeci. – Desculpou-se. – Ou então não adormeci.
Baralhou-me. Levantei a cabeça de forma a formar um ângulo de 20º e arqueei o sobrolho.
Depois, lembrei-me. Os momentos em que eu ficava deitado na cama a pensar que estava a dormir e afinal continuava de olhos abertos. Era como se a minha mente oscilasse e eu não existisse. Apenas mantinha o meu corpo presente, mas em vez disso, a minha mente vagueava por recordações, sonhos ou até mesmo pesadelos. Eu estava noutra dimensão. Acordado ou a dormir. Pouco importava.
Eu – Vai procurar a Ally? – A curiosidade falou mais alto que a minha sanidade.
Tom – Vou. – Assentiu. – Ela pode estar a precisar de mim… - Murmurou.
Eu – Sim senhor. – Gozei. – Nem estou a reconhecer o doutor Tom Kaulitz.
Tom – Nem eu. – Passou a mão pelo peito e levantou-se. – Vou fazer café. – Entrou dentro de casa.
Eu – Vou fazer café. – Tentei imitar a sua voz e levantei-me contrariado.
Entrei novamente dentro de casa. A diferença de temperatura era notória. Eu estava em pele de galinha. Suspirei. Onde estaria Ally? Eu estava irreverente face à situação. Talvez por ainda não ter acreditado ou não querer acreditar que a Ally me tinha deixado. Mas, teria ela deixado realmente?
Tom – Toma. – Estendeu-me uma caneca de café.
Aceitei. Deixei-me deliciar pelo odor quente que a caneca emanava e comecei por dar um gole. Estava delicioso. Com bastante açúcar, como eu gostava.
Eu – Escusa de ser demasiado simpático. – Aqueci as mãos em volta da caneca e olhei de lado para Tom.
Tom – Espero que o café esteja do teu grado.
Eu – Está. – Anuí.
Tom- Vou-me vestir e já volto!- contemplei o café e pensei na confusão em que ia a minha vida até que o ouço outra vez a descer as escadas agora vestido.
Eu- Rápido!- senta-se em frente a mim.
Tom- Sê-me sincero!
Eu- O que quer saber?
Tom- Tu não sabes mesmo da Ally?- aproximei a minha cara da dele.
Eu- Acha que se eu soubesse dela, estava neste momento a olhar para si, quando podia estar abraçado a ela ou até mesmo a fazer amor com ela!- os olhos de Tom fulminavam-me.
Tom- Não sabes do que falas!- deu um gole no seu café.
Eu- Sei melhor que você, que não soube lutar por quem amava!
Tom- Não sejas insolente, rapaz!
Eu- É verdade, alguma vez amou a mãe dos seus filhos? Pelo que vi o brilho dos olhos dela quando namorava com o meu pai desapareceu!
Tom- Nem sempre se pode ter o que se quer!
Eu- Alias, voces os 4, viveram a vida toda numa mentira, não sei o que se passou com a Ally, mas quando souber vou fazer de tudo para não ter uma vida como a vossa!- Sara desce as escadas.
Sara- Estás aqui, vamos!?
Tom- Vamos!
Eu- Onde vão?
Sara-Procurar a nossa filha, devias fazer o mesmo!
Tom- Sara, Ally não quer ser encontrada!
Sara- Não interessa, é minha filha, não vou desistir! Já pensaste Tom, pode ter-lhe acontecido alguma coisa, podem ter feito algum mal à nossa menina!- Sara limpa a lagrima que lhe caía.
Tom- Calma, nós vamos encontra-la, e vais ver que ela está bem!
Sara- Se eu sabia não me tinha mexido, tinha deixado fugirem juntos, a está hora não estava assim!
Tom- Não digas asneiras, sabes perfeitamente que não podem!
Eu- Importam-se!? Não podemos porquê? Por sermos primos? E daí, qual é o mal?
Tom- Nenhum, alias todo! Diz ao teu...pai que a seguir ao almoço voltamos para Hamburg, ela pode ter voltado para casa!-sairam e deixaram-me a olhar para a porta.
Eu- Anda tudo tolo.- disse para mim mesmo.
- porque dizes isso?
Eu- Nada!- disse rispidamente.
Bill- Vais continuar assim comigo?
Eu- Talvez!- disse no mesmo tom.
Bill- Não vamos voltar ao mesmo!
Eu- O senhor seu irmão, Dr. Tom Kaulitz, pediu para o informar de que a seguir ao almoço vai voltar para Hamburg!- ele encheu uma caneca com café.
Bill- E a Sara, vai ou fica?
Eu- Para que quer saber? Ela está casada com o seu irmão!
Bill- Importas-te Ryan, podes parar de falar assim comigo?
Eu- Sinceramente, tanta merda, tantas lições de moral! Tu trais-te o teu proprio irmão! Mais, tu fingiste que não tinhas familia, escondeste-nos este tempo todo a existencia de uma avó, um tio e primos! Nunca pensei que fosses desiludir tanto!
Bill- Ryan... como...como sabes isso tudo?
Eu- Eu vi um video de à 20 anos atrás! Vi como voces eram unidos, e sabes que mais, tu parecias gostar mesmo da mãe da Ally, e a mãe!? Como é que ela foi capaz! Vocês criticam-me, mas o que fizeram foi muito pior! Eu amo a Ally, de verdade, de uma maneira que nunca pôde imaginar, nunca a faria sofrer, eu dava a minha vida por ela! Mas vocês!? Não passam de um bando de hipócritas, mentirosos, pessoas sem sentimentos e que fingem ter! Tu eras o meu idolo, aquilo que me dizias, que me fazias acreditar! Afinal era tudo mentira!- levantei os braços e voltei a baxa-los, a pessoa a quem chamava de pai olhava incrédulo, incapaz de pronunciar uma palavra, sai daquela casa e meti-me no carro, disposto a encontra-la, quando olhei o ponteiro vi que ia quase a 250 km/h.
O mundo que me rodeava parecia querer escondê-la, mas afinal de contas, Ally podia estar em qualquer lado. Enquanto eu continuava a conduzir que nem louco procurando alguma coisa que fosse que para levar até si.
Senti-me colérico. O sabor a metal surgia por baixo da minha língua. Estava com náuseas. Acelerei ainda mais. Por momentos cheguei a pensar numa morte rápida. Desisti.

 

[Isa]
A cabeça latejava por batidas constantes. O quarto permanecia escuro. Não tinha capacidade nem vontade de abrir as janelas, de deixar que os raios solares penetrassem pelo quarto. Queria continuar a dormir. Coisa que não fazia, mas estava deitada. Sem ninguém.
Soltei um suspiro. Então, a escuridão foi rompida por uma frecha de luz proveniente da porta. Voltei a cabeça e tentei decifrar a silhueta pela escuridão.
Julia – Já acordaste? – Era a minha mãe. Aquela voz já tão bem conhecida. Não respondi deixando-me sorrir fracamente. – Isa… - Os passos arrastaram-se até mim.
Abri melhor os olhos adaptando-me à sua figura.
Eu – Estou a pensar se me levanto ou não. – Relembrei os tempos de infância. Ouvia sorrir. Passou a mão pela minha testa e beijou-a demoradamente.
Julia- Acho que o que farias melhor era ires tomar banho e tomares um pequeno-almoço digno.
Eu – A Selena? – Levei a mão à cabeça tentando comprimir a dor.


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