Crepúsculo Da Eternidade escrita por Akiel


Capítulo 5
Bege




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Crepúsculo da Eternidade

Bege

Eu nunca vou esquecer aqueles olhos, aquele sorriso lindo

Eu ainda me lembro do jeito que você disse ''adeus''

Não importa o quanto eu tente não consigo esquecer

(Beautiful Girl - Broken Iris)

As palavras deixam os lábios da bruxa em um tom baixo, um sussurro rápido que comanda o caminho tomado pelo sangue no papel. Os olhos azuis acompanham a movimentação do líquido vermelho, as íris escuras refletindo o brilho do fogo das velas. O silêncio cai e o sangue para, espalhado sobre o mapa. Um suspiro exasperado escapa por entre os lábios de Sophia. Suas tentativas de achar os outros originais através do sangue que compartilham não estão dando certo.

A bruxa morde o lábio inferior e decide tentar mais uma vez, de um jeito diferente. Concentrando seu poder, Sophia faz o sangue sobre o mapa queimar, ao mesmo tempo as pálpebras se fecham sobre os olhos azuis. Os segundos passam em um silêncio imóvel até que uma forte energia corre pelo corpo da bruxa, fazendo-a tremer e bater as mãos na mesa, tentando manter o equilíbrio. Na mente de Sophia, imagens embaçadas se repetem e se misturam. Uma floresta, árvores de troncos altos e finos, uma casa abandonada. Um grito deixa os lábios vermelhos e o corpo cai, atraindo a atenção de um híbrido.

“Sophia!” Klaus chama, abraçando a bruxa e a ajudando a sentar no chão “O que aconteceu?”

A bruxa respira fundo e toca a boca, sentindo o gosto do sangue na língua, antes de responder: “Acho que encontrei seus irmãos”

“Onde eles estão?” a voz do original, séria e baixa, não esconde a ansiedade que o híbrido sente.

“Não tenho certeza” Sophia diz, se apoiando nos braços de Klaus e ficando de pé “Vou confirmar e então o aviso” ela dá um passo para trás, se afastando do mais velho.

“Eu vou com você” o híbrido diz decidido.

“Não” Sophia afasta o cabelo do rosto e anda em direção a saída “Eu vou sozinha”

Niklaus acompanha a bruxa com o olhar, a mente imaginando todas as coisas que ela poderia esconder dele.

xTheVampireDiariesx

“Agora você vai responder quem ela é?” Alaric pergunta enquanto observa o vampiro parado no meio da sala de estar da casa dos Salvatore.

“Ela...” Damon começa, mas para por um momento “Ela é uma bruxa que eu conheci há muito tempo”

“Ela disse que é uma bruxa e uma vampira” Bonnie comenta “Como você disse que ela poderia ser”

Uma fraca risada deixa os lábios do vampiro “Quando eu a conheci, ela era apenas uma bruxa. Uma bruxa humana”

“Você sabe qual é a conexão dela com Klaus?” o professor de História pergunta.

“Não” Damon responde “Na época, eu não sabia sobre os originais e ela nunca mencionou Klaus”

“Quando você a conheceu?” Elena pergunta em um tom suave, curioso.

“1897” o vampiro responde e, em sua mente, ele pode ver a fogueira branca, os olhos azuis de Sophia... “Eu estava sozinho na época e acabei indo parar na vila onde a família dela vivia. Uma vila de bruxas e bruxos”

“Eles não o atacaram?” Alaric estranha, sentindo-se curioso a respeito da história de Damon e da aliada de Klaus.

“Eles não perceberam” Damon diz “Pelo menos, não no começo”

“E ela?” Elena pergunta “Sophia não percebeu que você é um vampiro?”

“Imediatamente” o vampiro responde com um sorriso, lembrando-se da calma com que a bruxa falara com ele “Mas não se importou”

“Vocês eram amigos?” foi a vez de Bonnie perguntar.

“Não” o mais velho dos Salvatore responde pensativo “Não éramos nada” uma pausa “Nós apenas conversávamos”

“Só conversavam?” a voz Alaric soa desconfiada.

“Por mais difícil que possa ser acreditar, sim” Damon responde sorrindo para o amigo.

“Ela disse que é uma original” as palavras de Bonnie capturam a atenção de todos “Mas não como Klaus” ela continua “Acho que ela se referia ao fato de não ter mais de mil anos como os outros originais, já que você disse que quando a conheceu ela ainda era humana e isso foi há um pouco mais de um século”

“Se ela é uma original” Alaric começa “Mas não como Klaus, que tipo de original ela é?” o professor olha para o vampiro Salvatore.

“Nenhum” Damon responde “Sophia não é uma original”

“Como você pode ter tanta certeza?” Elena pergunta e o vampiro não responde “Damon? Como você pode saber?”

Em um rápido movimento, o mais velho dos Salvatore vira, ficando de frente para Elena e olhando-a nos olhos enquanto responde: “Porque eu a transformei”

“O quê?” a humana pergunta, levemente confusa e desconfortável com o olhar profundo do vampiro. Há algo diferente nas íris de Damon, uma sombra feita de dor e arrependimento.

“Eu forcei Sophia a tomar meu sangue e então quebrei o pescoço dela” Damon explica com um sádico e falso sorriso nos lábios.

“Por quê?” Elena pergunta, mas não obtém uma resposta.

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Sophia caminha pela cidade sendo guiada pela sensação de estar se aproximando ou se afastando daqueles que formam sua família. Não demora muito e a bruxa chega a uma área afastada, repleta de árvores iguais aquelas que o feitiço a mostrou. Ela caminha por entre as árvores procurando pela casa abandonada. Conforme seus passos a levam para mais perto de seu objetivo, Sophia sente uma forte energia tentando expulsá-la dali, afastá-la. E ela sabe que essa energia, essa magia pertence aos espíritos das antigas bruxas, pois há espíritos de bruxas em todo lugar, protegendo o que elas acham digno de receber sua proteção. E, por algum motivo, elas acham digno afastar Sophia e mantê-la longe de sua família.

Não se importando com o desconforto, a bruxa continua a caminhar até avistar uma mansão de paredes brancas e desgastadas, machucadas pelo tempo. A energia que a envolve fica mais forte nesse ponto e Sophia compreende que encontrou o lugar que procurava. Ela entra e anda pelos corredores tentando sentir, em meio ao sufocante toque da magia das bruxas mortas, a presença dos originais. A tarefa a leva até o porão, onde ela encontra os quatro caixões colocados lado a lado, apenas um estando deitado. Mas Sophia não tem muito tempo para admirar os caixões, pois logo um toque forte a empurra para a parede mais próxima.

“Você deve ser a bruxa que Bonnie falou” Stefan diz sem diminuir a força do aperto com que segura o pescoço de Sophia “Você não deveria ser capaz de ver os caixões”

“Você deve ser Stefan” a bruxa diz sem se abalar “E não sabe nada sobre mim”

Sophia segura o pulso do vampiro e, para surpresa de Stefan, o afasta com facilidade, empurrando-o em direção ao chão. O mais novo dos Salvatore se levanta rapidamente e pega um pedaço afiado de madeira, conseguindo afundá-lo no ombro da bruxa. Sophia sorri e volta a afastar o vampiro, retirando o pedaço de madeira do corpo em seguida.

“Se quer me matar, terá que usar uma estaca feita de carvalho branco, Stefan”

Estranhando o comentário, o vampiro tenta atacar mais uma vez, sendo impedido por uma forte energia que o envolve e o paralisa, fazendo-o cair ajoelhado no chão. Sophia morde o lábio inferior, contendo o desconforto que cresce com a utilização de seus poderes nesse lugar. A bruxa se aproxima do vampiro com passos lentos, agachando-se na frente de Stefan e olhando-o nos olhos.

“Ódio, dor, solidão” Sophia diz como se estivesse listando o que vê no olhar do vampiro “A mesma sombra que eu via nos olhos dele” com uma mão, a bruxa toca o queixo de Stefan e com a outra, o pescoço.

“Nos olhos de quem?” Stefan pergunta com um pouco de dificuldade.

“Seu irmão” Sophia responde e, antes que Stefan possa dizer algo, quebra o pescoço do mais novo dos Salvatore.

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“Se isso é verdade” Alaric diz “Se você a transformou, por que Sophia diria que é uma original?”

“Para nos confundir” Damon responde dando de ombros “Para acharmos que há outro tipode original que não o que estamos acostumados”

“Ela pareceu bem certa do que disse” Bonnie comenta.

“Mas é claro!” o vampiro diz “Se ela não aparentasse certeza, nós não acreditaríamos e o plano dela não daria certo, não é?”

“Ela disse que não conhece você” Elena diz, observando a face de Damon e notando quando a sombra nos olhos do vampiro se torna mais densa.

“Claro que disse” Damon assente “Eu a transformei na última coisa que ela queria ser, é mais do que natural que ela tenha feito o que pôde para me esquecer”

Elena faz menção de continuar a falar, mas o barulho do celular de Damon a silencia. O vampiro pega o aparelho, vendo que há uma mensagem do irmão. Ele a lê e se despede, saindo rapidamente da casa, aliviado de não ter que continuar a falar sobre Sophia.

Enquanto vai de encontro ao irmão, Damon não consegue apagar de sua mente a imagem de Sophia morta em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem comentários. Críticas e sugestões são sempre bem vindas. Obrigada.



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