Crepúsculo Da Eternidade escrita por Akiel


Capítulo 1
Branco




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Crepúsculo da Eternidade

Branco

Sob a luz da lua, ele andava sozinho pela floresta, os olhos claros observando atentamente as sombras que brincavam em meio ao verde e o marrom da natureza. Um brilho trêmulo chamou sua atenção e ele se aproximou lentamente, tomando o cuidado de não se fazer notar. Ele chegou até uma ampla clareira, onde uma grande fogueira havia sido colocada no centro. Curiosamente, o fogo que queimava a madeira era branco e não vermelho.

Vários mortais formavam uma roda ao redor da fogueira, jogando algum pó nas chamas e cruzando as mãos sobre o peito. Bruxas e bruxos, ele pensou, um sorriso nascendo em seus lábios. Em silêncio, ele circulou em meio aos mortais, pensando em como poderia usar qualquer um deles para aplacar sua fome. Ele se aproximou da fogueira e, por um momento, observou as chamas brancas tremularem ao sabor do vento. A brancura do fogo o levou até o azul dos olhos de uma mortal.

A pele pálida e os cabelos negros destacavam o tom escuro das íris azuis, que refletiam o brilho do fogo branco. Os olhos daquela mortal, para ele, pareciam como o céu sobre eles, belamente iluminado pela luz prateada da lua. Com passos lentos, ela se aproximou dele, estudando-o com olhos atentos. O tom de voz dela era baixo e suave, educado e sem medo, quando ela falou:

“O que deseja, forasteiro?”

Ele não respondeu imediatamente, aproveitando a proximidade para admirar um pouco mais a beleza da mortal. Ele notou como o vestido vermelho combinava com o tom dos lábios finos e o pensamento de quão docemente saboroso o sangue dela seria invadiu a mente do vampiro. Sobre o colo exposto, ele notou, descansava um pingente com a forma de uma estaca e feito, aparentemente, de rubi.

“Estava passando e essa sua fogueira chamou minha atenção” ele respondeu, olhando-a nos olhos, tentando hipnotizá-la, mas, para sua surpresa, falhando. A mortal virou o rosto, observando o fogo branco por alguns segundos.

“O fogo branco mantém os vampiros afastados” ela disse, sem olhá-lo. Ele, por sua vez, tentou suprimir o riso que ameaçava escapar de seus lábios. “Quem é você?” a pergunta foi acompanhada pelo retorno do olhar azul para ele.

“Damon” ele respondeu, sorrindo e pegando a mão da mortal, beijando-a. “E você?”

“Sophia” a mortal respondeu, afastando a mão “Deveria ir embora, Damon”

“Por quê?” o vampiro perguntou, notando a seriedade na voz e no olhar dela.

“Não demorará e os outros perceberão o que você é” Sophia respondeu “E vampiros não são bem vindos aqui”

A sombra da dúvida passou pelos olhos claros do vampiro, que estranhou o fato de Sophia reconhecê-lo como vampiro, mas não denunciá-lo ou atacá-lo, ela não parecia nem ao menos temê-lo.

“Você não parece se importar em conversar com um vampiro” Damon respondeu e suas palavras fizeram um sorriso nascer nos lábios vermelhos da mortal.

“Não tenho nada contra vampiros” Sophia disse, ganhando um olhar desconfiado do vampiro “Se não quiser ser caçado, vá embora, Damon”

“Por que se importa?” ele perguntou, mas o silêncio foi a única resposta que conseguiu. O vampiro deu de ombros, exasperado “Eu vou” ante as palavras de Damon, Sophia começou a se afastar, parando ao ouvi-lo voltar a falar “Mas o que garante a você que eu não vou voltar? O fogo branco não funciona contra mim” um sorriso acompanhou as palavras do vampiro.

“Eu não disse que o fogo branco afasta todos os vampiros” Sophia sorriu para ele e voltou a se afastar “Adeus, Damon”

“Até mais, Sophia” a resposta do vampiro não passou de um sussurro.

A mortal caminhou até a avó, sendo imediatamente envolvida em um carinhoso abraço. A jovem bruxa encostou o rosto no ombro da mais velha e ficou observando, em silêncio, enquanto o fogo branco subia ao céu, os dedos brincando com o pingente de rubi.

Um pouco afastado, escondido em meio às árvores, Damon permaneceu observando a mortal. Aquela, com certeza, não seria a última vez que a veria.


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