Arqueira perdida escrita por Clara Vorin


Capítulo 8
Levo um tiro




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POV Meth

Eu estava lá sentada à beira de uma colina, até que Hanna chegou e sentou-se ao meu lado, seus cabelos longos sendo levados pelo vento. E os meus curtos nem se movimentavam.

— O que foi que houve lá atrás? – disse ela.

— Ah, nada não só não gostei muito do jeito que ela falou aquilo.

—Meth pare com isso, eu te conheço desde pequena e sei muito bem como você se comporta com uma coisa que te deixa triste.

— Aé, então como eu me comporto?

— Você fica séria, tenta mudar de assunto toda hora e tenta disfarçar.

— Nossa, falando assim você esta parecendo a Lucy. Não fui nem um pouco com a cara daquela nojenta.

— Você esta me comparando com aquela ruiva idiota? Sério isso Meth?! É só porque eu te conheço muito bem, é igual ao Sam, só que às vezes prefiro não saber o que ele está sentindo.

— Sei bem como é isso. –disse com um sorriso no rosto.

— Dá pra você parar com isso ou ta difícil?!

— Ta difícil.

Nós duas começamos a rir e eu até tinha esquecido o que acontecera lá atrás, não que eu esqueça as coisas tão facilmente, mas como Hanna me disse, tento mudar de assunto sempre que algo me chateia.

— Então, não estou com vontade de voltar, mas vamos? –disse.

— Vamos, mas pra te dizer a verdade eu também não sei se quero ver a Lucy e o Sam se agarrando.

—Ta com ciúmes é?

— HA-HA, até parece, é porque eu odeio abraços e ver pessoas se abraçando.

Então só para provocar, como sempre faço tentei abraça-lá, mas ela me empurrou e saiu correndo, e eu sai atrás dela. Quando chegamos lá, o jantar estava quase pronto, nos sentamos e começamos a conversar. A conversa não era nada interessante, mas ao longo do tempo percebi uma coisa muito estranha, Sam estava de mãos dadas com Lucy, Hanna parecia ter notado também, mas não demonstrou nada. Como aquele troglodita podia fazer aquilo com minha melhor amiga? É muita idiotice pra uma pessoa só.

— E ai, o que tem pro jantar? –perguntei tentando quebrar o clima.

— Cozido de galinha. –respondeu Lucy.

depois disso fiquei super sem assunto, não sabia o que falar, eu odeio ficar sem assunto com os outros! Até que Hanna finalmente quebrou o silencio.

—Você treina com alguma arma Lucy?

— Treinar? como assim?

— Meu Deus, você não gosta de nenhuma arma? arco-e-flecha, espada, adaga, qualquer coisa? Nunca treinou nadinha de nada?

— Não, e nem me interesso, não gosto de machucar as pessoas.

Depois de ouvir isso eu e Hanna nos olhamos meio que ao mesmo tempo, e eu sabia exatamente o que ela estava pensado e eu também pensava o mesmo. "caramba mais que menina fresca" começamos a rir, e Sam pareceu não gostar nem um pouco disso.

— Ei, de que vocês estão rindo? Posso saber?

— Nada... Não – respondi em meio ao riso.

— Isso não é nada delicado da parte de vocês duas. –disse ele bravo.

— Está tudo bem Sam, já estou acostumada a esses comportamentos. –disse Lucy meio chateada.

Depois de um tempo nossas risadas pararam e eu me senti meio constrangida por ter feito aquilo. Mesmo não indo com a cara dela me parecia errado rir da cara de quem havia nos hospedado. Mas parecia que ela nem tinha ligado mesmo.

— Nos desculpe por isso. –disse por fim– é porque, eu e Hanna fomos criadas assim, vendo pessoas lutando umas com as outras por motivo nenhum, é por isso que rimos, essas coisas já se tornaram tão comuns para nós que as vezes nos esquecemos que tem pessoas que não nasceram para lutar, assim como você. Não é Hanna?

— É... Claro.

Ela estava tão distraída que acho que nem ouviu o que eu disse, mas isso era bem normal pra ela e pra mim também, cresci aprendendo que Hanna é um pouquinho sem atenção para as coisas que aconteciam ao redor dela. Mas na maioria das vezes era porque algo importante estava acontecendo.

— Hanna o que ouve? –perguntei

— An? Nada não, está tudo... ééh bem, eu acho.

Ela pronunciou aquilo com certo tom de duvida, então do nada se levantou e saiu andando, todos olharam pra ela, e como por um impulso pegou seu arco e flecha e o apontou para a floresta, mas antes que ela pudesse fazer algo, algum objeto me atingiu em cheio e eu atordoada cai no chão de joelhos, apertando o ferimento na intenção de fazer ele melhorar ou parar de sangrar, mas claro, como sempre não adiantou e eu desmaiei... E a ultima coisa que eu ouvi foi o meu nome gritado por Hanna

—Meth, NÃO!!!


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