Arqueira perdida escrita por Clara Vorin


Capítulo 28
Como se fosse ontem...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Duas semanas haviam se passado após o ocorrido, Hanna insistia que estava bem, mas Will queria esperar mais alguns dias antes da missão. A cicatriz em seu rosto permanecera, e para ser sincera Hanna estava começando a gostar dela, Sam estava certo, ela adorava cicatrizes no rosto. Se levantou e foi lavar o rosto, olhou mais uma vez a cicatriz em seu rosto, passou a mão sobre ela e disse mais uma vez em voz alta:

– Até que você não é tão feia assim!

– Discordo. – Falou uma voz atrás de si. – Prefiro sem a cicatriz.

– A não ser que você volte no tempo, acho que vai ter que aprender a conviver com ela Emma!

As duas deram uma longa risada e logo em seguida sentaram na cama, Emma analisava a cicatriz de minuto em minuto e seu rosto ia criando uma expressão cada vez mais séria a proporção que o fazia.

– O que foi? – Perguntou Hanna!

– Nada, é que... Só acho que estamos perdendo muito tempo aqui, deveríamos partir logo, acho que nosso tempo esta esgotando.

– Eu sei, concordo com você, mas a menos que fugíssemos, não temos outra opção, Will não quer me deixar sair do quarto.

– Bem... Acho que é uma opção, e se fugíssemos?

– Mesmo assim, como encontraríamos a entrada para o submundo?

Aquela pergunta pegara Emma de vez, ela não tinha a mínima idéia de como achar o submundo sem o guia, pensou em “sequestrá-lo” e o obrigar a guiá-los ao submundo, mas ela nem sabia quem era esse guia, pensou também em pedir ao Barão ajuda, mas concluiu que ele discordaria, pois sempre concordava com Will. “Malditos arqueiros” pensou. Mas então uma idéia ocorreu-lhe a cabeça.

– Se você é filha de Hades, com certeza deve saber o caminho, tipo sentir o cheiro...

– Olha, em primeiro, eu não sou cachorro, e em segundo, essa idéia veio em minha cabeça também, mas acho que não é assim que funciona.

– E se nós dermos um jeito? – Fred e Jorge estavam encostados na porta e ao que parece estavam escutando.

– Sua mãe nunca lhes ensinou que é feio ouvir conversa alheia não? – Falou Emma.

– Pra falar a verdade não, ela nem lembra que é nossa mãe. – Respondeu Jorge brincalhão.

Depois daquela declaração Emma ficou em silencio.

– Fale então o plano de vocês. – Falou Hanna.

– Ora é bem simples. – Fred começou. – Nós perguntamos ao Barão quem é o guia e falamos que precisamos conversar com ele sobre algumas coisas...

– Tipo? Se você não se lembra ele não vai entrar ao submundo, só vai nos levar até lá!

– Nós sabemos. – Jorge tomou o rumo da conversa. – Nós vamos falar que precisamos que ele leve algumas coisinhas para nós, e que vamos entregar somente para ele! É o melhor que podemos fazer...

Depois de pensarem por um tempo as duas concordaram, mas Emma falou que era melhor que ela fosse falar com o Barão, por que ele não iria confiar em dois filhos de Hermes, ainda mais sendo gêmeos. Então naquela mesma tarde Emma foi falar com o Barão. Bateu a porta com os nós dos dedos, e foi atendida por Lot, o carinha enjoado.

– O que deseja?

– Preciso falar com o Barão Arald, assunto urgente.

– Infelizmente não pode minha cara, ele está resolvendo assuntos mais importantes no momento.

– Mas esse também é importante.

Ele ia dar outra resposta, mas foi impedido pela voz grave do barão pedindo para que Emma entrasse, essa entrou e sentou-se na mesma cadeira que sentara quando havia chegado ao castelo, só que havia somente aquela cadeira e não quatro. Falou o que precisava ao Barão, ele demorou um pouco para responder.

– Eu sei o que vocês querem fazer, e eu até permitiria, mas o guia é o próprio Will, ele é o único que sabe o caminho.

– Não existe outra pessoa? Olha barão não quero ser arrogante, mas o mundo corre perigo e se Will não quer salva-lo só por que tem medo de perder uma pessoa que ama logo ele perderá todas.

– Você só pensa em si mesma? – Disse Will saindo de um canto da sala. – Não posso deixar que Hanna faça isso, e se você a levar vou lhe apresentar algumas amiguinhas minhas! – E passou a mão em suas facas.

Diante daquela pequena ameaça Emma ficou calada, estava obvio pela sua cara que não percebera a presença de Will no aposento, mas não se deixou levar pelo medo, se levantou da cadeira e colocou o rosto bem próximo do arqueiro e disse com a voz mais potente que conseguiu encontrar.

– É, mas se você não deixar que Hanna vá, futuramente não vai haver ninguém a quem possa apresentá-las.

Will não recuou e muito menos mudou a expressão em seu rosto, mas sentiu o peso das palavras de Emma, ela estava certa, se eles não fossem, todos que ele amava correriam perigo, Alyss, Pauline, Horace, Cassandra... Todos eles, organizou os pensamentos em sua mente e por fim concordou com Emma, dizendo que iria levá-los ao submundo, mas que esperasse até amanhã, tinha que organizar as coisas. Diante dessa declaração Emma saiu do aposento ainda com sua postura, mas quando Lot fechou a porta atrás de si essa pensou “Pensei que eu iria conhecer as amiguinhas dele agora”.

Chegou ao quarto onde todos estavam, e contou as noticias, Hanna perguntara pra ela se tinha ficado doida a ponto de enfrentar Will e ela respondeu que não, que somente uma fúria inexplicável invadiu seu corpo e quando viu já havia feito e dito, mas confessou que ficou com medo de o arqueiro fazer algo com ela. Conversaram sobre as chances que tinham e como Jorge não perdia a oportunidade de ficar calado comentou:

– Somos quatro contra três, temos vantagem.

– É, mas o cabeça de bacalhau não considerou que as três são deusas e também não contou com Sam e Lucy. – Falou Emma.

– Esqueci desse detalhe...

– Percebemos.

– Pelo menos falei alguma coisa e não fiquei parado olhando pro nada...

– É, mas eu estava pensando então não vale e alem do mais...

Mas antes que ela pudesse terminar a frase Jorge se jogou em cima dela e lhe deu um grande beijo, Hanna e Fred ficaram sem saber o que fazer então Fred bateu palma e gritou:

– Finalmente, pensei que teria que mandar os dois fazerem isso.

Quando finalmente se afastaram as bochechas de Emma estavam vermelhas e as sardas de Jorge pareciam que iriam pegar fogo, Hanna não aguentou e começou dar uma enorme gargalhada, Fred a seguiu e logo em seguida Emma e Jorge...

– Atrapalho? – Perguntou Will escorado na porta. – Por que se sim posso voltar mais tarde.

– Não, não... – Falou Emma apressada. – Pode entrar.

Ele entrou puxou uma cadeira e disse que precisavam conversar e a expressão em seu rosto era bastante séria, Emma pensou que ele iria xingar ela mais uma vez, mas ele na o fez, tudo que ele disse foi:

– Quando entrarmos no submundo quero que fiquem todos juntos, não importa o que aconteça, me ouviram?

– Sim. – Responderam em uníssono.

Will ia se levantar para sair, mas Hanna o puxou e pediu que ficasse com eles, para se distrair um pouco, ela pediu que contasse sua trajetória para virar um arqueiro, ele parou um minuto parecendo pensar um pouco, mas logo começou.

– Quando eu era protegido do castelo, sempre quis ser um guerreiro, mas não me aceitaram na escola de guerra nem em nenhum outro departamento, então Halt falou que me queria como aprendiz dele, foi assim que me tornei um arqueiro, até já briguei com Horace por um tempo, mas sempre fizemos as pazes, ele e Cassandra se conheceram em uma missão nossa, só que como eu ele não sabia que ela era a princesa ela usou um nome falso Evanlyn...

Will ficou a tarde toda contando histórias de batalhas que ele e Halt travaram juntos, depois que terminou pediu café e mel para uma criada ali perto e todos tomaram, ficaram jogando conversa fora, mas uma coisa não saia da mente de todos, que iriam enfrentar uma grande coisa amanhã.


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Notas finais do capítulo

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