Arqueira perdida escrita por Clara Vorin


Capítulo 20
Acima de tudo amigas


Notas iniciais do capítulo

Sim, sim pessoas que lêem minha fic, mais um capitulo novinho em folha pra todos vocês, espero que gostem bastante (mudei o acampamento um pouco, pois naquela época era diferente hahaha)... vejo vocês lá em baixo.



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Havia se passado um ano depois da luta de iniciação de Hanna e ela nunca se sentira tão bem em toda sua vida, tirando claro o fato de dormir sozinha em um chalé enorme e escuro, a escuridão não era o problema e sim a solidão que sentia dentro daquele enorme aposento.

Por um lado ela havia conquistado a confiança de Emma, por outro, as pessoas não paravam de evitá-la, uma vez Jorge disse o seguinte:

— Não ligue pra eles, só estão com inveja porque você é filha de um dos três grandes.

— Pare de iludi-la Jorge. – cortou-lhe Emma. – Sem ofensa, mas eles não se aproximam dela porque sentem medo.

— Como assim medo?

— É bastante obvio não?! Tipo você é filha do deus dos mortos.

— Aah.

E com aquele pensamento que não saia de sua cabeça foi tentar dormir, seu chalé ficava mais sombrio à noite, chamas verdes saiam de um grande cálice no centro do aposento, o que deixava o ambiente bruxelante. Seus olhos não fechavam nem por decreto, até que a imagem de Will apareceu diante de si, não sabia se era ilusão ou se já estava sonhando, então se deu um beliscão e percebeu que sim, estava acordada.

— Will?

— Ah Hanna, graças aos deuses! sinto falta de você.

— Também sinto sua falta. – Disse aproximando da imagem – Mas o que diabos você está fazendo aqui?

— Desculpe só queria te visitar, e te desejar um feliz aniversário, afinal não é todo dia que se faz dezessete anos, mas já que não sou bem vindo, estou indo então.

Ela se esquecera que se passara um ano que estava ali e que hoje era aniversário dela, sim estava fazendo dezessete anos, não percebera o quão rápido o tempo passara, mas agradecia por ter ficado ali e não no castelo. Aquele lugar era incrivelmente incrível.

— Não, espera, eu não quis dizer isso, só queria saber como você apareceu nisso.

— Depois te explico, não tenho muito tempo, só vim dizer que eu e Alyss estamos esperando um filho!

Ela queria comentar: "Você demorou mais um ano pra criar coragem? Meus Deuses"

Mas ficou calada. Seguiu-se uma pausa bastante dramática, o rosto de Hanna já estava quase brilhando de alegria, claro que Alyss tinha aceitado, não podia dizer não, mas a expressão no roso de Will mudou completamente sua conclusão.

— O que foi? Já esta desesperado com a paternidade?

— Não. – Falou abrindo um grande sorriso no rosto. – É só muita coisa pra digerir.

— Seu louco, quase me mata de susto, nunca mais faça isso ok?! Mas e ai? Ela esta de quantos meses?

— 4 meses, talvez até ele ou ela nascer as coisas já tenham melhorado.

— Como assim melhorado?

— Você vai descobrir com o tempo, tenho que ir agora, até mais minha querida madrinha.

Com um grande sorriso no rosto Will se despediu de Hanna e sua imagem radiante desapareceu do quarto. Com essa noticia, de um bebê chegando mesmo com “as coisas que estavam acontecendo” sejam lá o que for Hanna, não conseguia disfarçar o contentamento que sentia por seu mentor e amigo estar finalmente tendo um filho.

— Acho que agora vou conseguir dormir.

Quando caiu no sono mais um pesadelo veio para atormentá-la, estava vendo um belo homem no altar, baixo com barba torta e com um lindo sorriso no rosto, Hanna estava ao seu lado esperando possivelmente uma noiva, foi então que ela veio, um vestido maravilhoso, branco tomara que caia e um cinto de pedras prateadas. A noiva estava coberta por um véu, chagava cada vez mais perto do altar, segurando um lindo buquê de açucenas vermelhas. Então quando finalmente chegou ao altar e seu véu foi despido, sou rosto estava desconfigurado, saia sangue de seus olhos, mostrando uma aparência tristonha e medonha.

Will pareceu não ligar para aquilo, pois se virou para Hanna e começou a gargalhar, uma gargalhada do mal, uma gargalhada que fez os pelos da nunca de Hanna eriçarem. Sem saber o que fazer ela virou pra platéia, e para seu assombro todos estavam com rostos pintados de preto e branco, o lado branco escorria sangue dos olhos o preto estava rasgado. Então todos começaram a falar em uníssono.

— Você vai morrer, você vai morrer.

— Não, não NÃO.

Pulou da cama, estava totalmente suada, de seus olhos escorriam lágrimas e somente pra conferir passou a mão sobre elas para ver se não era sangue, não eram, mas em sua cabeça não parava de aparecer àquela imagem.

— Não, isso foi só um pesadelo, nada de mais, nada de mais.

Olhou pra fora e percebeu que já era dia, estava na hora do café, se perguntou por que diabos ninguém a acordara, ai se lembrou que hoje era domingo, e todos estavam ocupados arrumando os chalés para a inspeção.

— Ai meus deuses, esqueci da inspeção.

Viu a posição do sol e concluiu que ainda eram sete horas, e a inspeção era daqui uma hora, mas não podia ficar ali parada tinha que começar a arrumar. Pulou da cama e começou, por ser somente dela, o chalé não era tão bagunçado quanto o dos outros, ela precisava somente arrumar a cama, colocar suas roupas no lugar, varrer, guardar seu arco e flecha, tirar os objetos de debaixo da cama, trocar de roupa e esperar do lado de fora. Quando deu sete e cinqüenta e cinco havia terminado.

As inspetoras chegaram e olhavam cada lugar meticulosamente, sem deixar passar nem um centímetro, depois de conferir que estava tudo o.k elas saíram e deixaram Hanna novamente sozinha, sentando em sua cama e colocando seus pensamentos em ordem e mexendo no pingente de folha de carvalho de ouro que Will lhe dera, já fazia um ano que eles não se viam . Não sabia por que teve aquele pesadelo horrível, não queria de maneira alguma que aquilo acontecesse de verdade. Então seus pensamentos foram interrompidos por alguém batendo na porta.

— Ah não, será que elas se esqueceram de olhar alguma coisa? – Disse levantando da cama.

— Oi Hanna, bom dia pra você.

— Ah Fred é você, entra ai. E ai, tudo bem?

— Sim, sim maravilhosamente e com você?

— Nossa o que te deixou tão feliz assim?

— Nada de mais, só que criei coragem pra chamar uma garota pra sair.

Uma pequena queimação tomou conta de Hanna, não sabia o que era, mas teve que se controlar bastante pra não expulsá-lo do chalé, tomou o maior controle possível de sua voz e perguntou:

— E quem é ela? Posso saber?

— É a Lyanna do chalé de Afrodite.

— Nossa, chamar uma filha de Afrodite pra sair não é nada fácil, e o que ela disse?. – Tentou ao máximo parecer interessada no assunto.

— Ela disse que iria pensar.

— Tomara que ela diga não. – Respondeu baixinho.

— O que disse, não ouvi.

— Nada não, então vamos tomar café?

— Vamos.

A vontade dela era de voar no pescoço de Fred, mas se controlou bastante pra não fazer isso, (sim depois de um ano ela conseguiu suprir alguns sentimentos pelo ruivo de olhos verdes) o que os outros iriam pensar disso? Uma garota atacando um garoto provavelmente por sentir ciúmes dele. “Que filho da mãe” o máximo que ela podia fazer era falar mal dele mentalmente, porque não tinha ninguém pra conversar, ainda estava naquela de vai não vai com Emma, raramente conversavam. Isso provavelmente pelo mesmo motivo que Hanna estava com raiva de Fred, ciúmes. Porque pelo que parecia Emma gostava de Jorge, mas o sentimento não era mutuo, pelo menos por enquanto.

Chegaram ao pavilhão de refeitório, e cada um sentou em sua devida mesa, Hanna como sempre ficava sozinha, por que não podia se juntar a mesa de outros Deuses que não fossem seus respectivos pais. Sentia raiva por essa regra idiota, pra que isso?

— Mais uma vez sozinha com meus pensamentos.

Então começou a comer, se sentia triste, pois ninguém se lembrara do aniversario dela, mas deixara isso de lado. Jogou parte de sua comida na fogueira como oferenda a seu pai. O café estava muito bom, quando terminou ficou uns dez minutos na mesa esperando Emma levantar para poder acompanhá-la, vendo que isso não iria acontecer se levantou e foi treinar arco e flecha, não com o seu e sim com um que achou onde ficavam as armas. Achou o melhor que tinha, e foi treinar, não precisava, mas o fez, pois estava entediada, acertou vinte vezes o mesmo alvo bem no centro, se cansando disso foi treinar esgrima, chegou lá e deparou justamente com Jorge. Ia dar meia volta quando ele falou:

— Aonde você vai? Não quer treinar comigo?

A grande vontade dela era responder não, pois sabia que Emma iria aparecer e ficar com raiva dela, impossibilitando de virarem amigas.

— Claro, mas só por alguns minutos o.k?

— O.k

Desembainhou a espada e começou a luta, Jorge era realmente muito bom, sabia como golpear e Hanna havia ganhado um bom progresso com os treinamentos, não chegava a ser um espadachim, mas era boa o suficiente pra deixar seu oponente no chão. A cada golpe que Jorge dava ela defendia, e a cada defesa tentava desferir um golpe, quando percebeu que iria ser impossível, tentou mudar a tática, iria deixar ele cansado para poder atacar. Passaram-se cinco, dez, quinze minutos e Jorge nem suava ou via alguma dificuldade.

Até que Hanna percebeu um ponto fraco nele, a cada golpe ele parava seu braço por menos de dois segundo, mas era tempo suficiente pra Hanna acertá-lo, esperou o próximo golpe e dessa vez conseguiu o resultado, quando ele jogou a espada para bater na cabeça de Hanna ela defendeu, largou a espada e começou a fazer cosquinha em Jorge. Era um golpe baixo, mas funcionou.

— Isso... Não, vale... PARAAAA – Falou Jorge em meio aos risos.

— Só até você dizer que eu sou boa em esgrima.

— É... É Feio mentir. PARAA POR FAVOR.

— Eu sei, mas quero ouvir assim mesmo.

— Ta... Bom, você é muuuito boa em esgrima.

— Assim é bem melhor. – disse parando com as cosquinhas.

Então tudo aconteceu mais rápido do que imaginava que poderia acontecer, quem estava vigiando eles? Isso mesmo Emma.

— Atrapalho alguma coisa?

— Claro que não, quer treinar com a gente? – O tom de Jorge foi tão descontraído, que Emma saiu correndo aos choros. – O que eu disse?

— Nada de mais, imagina.

Hanna saiu correndo atrás de Emma, não achava ela em lugar algum, nem mesmo em seu chalé, não sabia o que fazer. Não deveria ter aceitado o pedido de Jorge, não devia mesmo. Até que passando pela Praia dos Fogos viu Emma sentada em uma pequena pedra, não sabia se poderia falar com ela, não sabia qual iria ser sua reação, até que chegou perto dela e disse.

— Sinto muito, não quis que você interpretasse aquilo mal.

— Só que você não conseguiu isso.

— Emma, por favor, eu não gosto do Jorge, não mais do que amigo, não mesmo, nunca em toda minha vida iria fazer isso com você, apesar é claro de não sermos grandes amigas, mas eu tenho um código de honra comigo mesma.

— E qual seria ele?

— Nunca, em hipótese alguma machucar alguém enquanto eu puder evitar. E afinal gosto de outra pessoa.

Ele deu um risinho e enxugou as lágrimas com as costas das mãos, parecia ter melhorado com aquele comentário. E fez uma coisa que Hanna nunca imaginaria que ela fizesse. Emma virou o rosto pra ela e envolveu-a em um grande abraço de urso. E disse bem baixinho, quase como um sussurro.

— Feliz aniversário.

Hanna ficou surpresa com aquilo e quando ia ceder ao abraço ela a largou e perguntou.

— Posso saber quem é? – Perguntou Emma.

— Quem é o que?

— Quem é a pessoa que você gosta.

— Nunca falei isso pra ninguém, e pra ser sincera nunca me imaginei falando isso justamente pra você.

— Tudo bem eu entendo. – Emma estava se levantando, só que Hanna puxou-a pelo braço.

— Eu disse que nunca imaginei contar isso pra você, não que não ia contar.

— Então...

— É o Fred, mas parece que ele não está nem ai pra mim.

Hanna percebeu Emma reprimir um pequeno risinho, ficou irritada com aquilo, desejou mesmo não ter contado aquilo a ela, nem se conheciam direito. E se ela saísse espalhando pra todo mundo o que ela acabou de falar?

— Por que você está rindo?

— É sério que você acha que o Fred não está a fim de você?

— Claro, ele até convidou uma filha de Afrodite pra sair. Ah, como odeio elas.

— Somos duas.

Elas começaram a rir, e foi então que Hanna percebeu que conseguira conquistar a tão difícil confiança de Emma, ficaram ali contemplando o por do sol, e conversando sobre todo tipo de coisa. Até que uma coisa chamou a atenção de Hanna, a espada que Emma usava era a mesma de Meth.

— Onde você conseguiu essa espada?

— Meu pai que me deu.

— Que dia ele te deu ela?

— Já faz quase um ano, ele disse que quando sua dona morreu, ela voltou pro dono, que é meu pai, então ele me entregou.

— Tenho que ir. Com licença.

Hanna saiu o mais depressa que podia daquele lugar. A espada que Emma usava era a mesma que Meth usava, será que é por isso que Hanna pensou tê-la visto quando chegou no acampamento? Será que uma parte dela ficou na espada?

— Não isso não é possível, Meth está morta, não é possível. – Falou consigo mesma ao entrar no quarto e se largar na cama.

Nem parecia que estava fazendo aniversário, não era a mesma coisa, não tinha seus amigos para comemorar com ela e não se sentia bem o suficiente para comemorar.

Estava quase fechando os olhos (passou o resto da tarde deitada) quando ouviu passos a distancia, não sabia quem era, mas eram de três pessoas no minimo, conseguia ouvir xingamentos baixinhos, se levantou da cama e foi em direção a seu arco, mas não conseguiu chegar a tempo, pois as três pessoas já abriam a porta e adentravam no quarto, pra sua surpresa era Emma, Fred e Jorge e eles seguravam um pequeno bolo com várias pequenas velas em cima.

— Feliz aniversário... – Falaram os três juntos.

— Sopre as velas Hanna e faça um pedido. – Falou Jorge

Hanna ficou tão espantada que demorou um pouco para andar e ir apagar as velas, mas o vez e fez o pedido mais recente em sua cabeça. "Espero estar viva para conhecer o fillho de Will". Seus amigos aplaudiram e Fred em um impulso deu um beijo na bochecha de Hanna que imediatamente ficou vermelha, e ela agradeceu por estar escuro.

— O que vocês fazem aqui? Se Quiron ver vocês...

— Não se preocupe, viemos escondido, ele não vai saber. – Falou Emma. – Afinal, não é todo dia que se faz dezessete anos.

Como vocês sabiam?

— Quiron nos avisou.

— Hmmm

Eles sentaram um uma mesinha de centro no meio do chalé e dividiram o bolo entre si, jogaram conversa fora e Hanna decididamente pensou "Realmente, esse é meu lugar"


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Notas finais do capítulo

e ai? mereço comentários? não consegui descrever o vestido como queria então: (http://weheartit.com/entry/58472188/via/kotowe)



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