Arqueira perdida escrita por Clara Vorin


Capítulo 14
Capitulo 14


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora, tava sem criatividade pra escrever, espero que gostem.



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Hanna

Acordei e arrumei minhas coisas, na verdade tudo o que tinha era a roupa do corpo e meu arco e flecha. Peguei tudo e fui em direção a clareira. Estava meio relutante em fazer aquilo, apesar de saber que era o certo, mesmo assim eles eram meus amigos então me sentia na obrigação de avisá-los, então resolvi escrever um bilhete e deixei em cima da mesa onde tomávamos café, almoçávamos e jantávamos.

“não sei exatamente onde isso vai dar, mas infelizmente tenho que partir, não é pelo que descobri por vocês e sim o que descobri de vocês, sei muito bem em que companhia eu andava, é muito doloroso pra mim dizer isso em um bilhete, mas seria pior na frente de vocês, então é isso, foi um prazer te-los como amigos, abraços e beijos de sua amiga Hanna...

P.S: aconselho vocês a ficarem de olho na Lucy, pois ela não é o que parece ser.”

Sai de lá o mais silenciosa que pude e me dirigi à floresta.

— Estou aqui Will, pode aparecer.

— Finalmente você chegou! comecei a pensar que ia ter que te buscar, porque demorou tanto? Não avisou a ninguém onde estava, avisou?!

— Demorei, pois tive que distrai Meth, ela tinha levantado. – menti

— Pois bem, vamos então.

Caminhamos por bastante tempo o que pra mim pareceram horas, não estava cansada e mesmo que tivesse não diria isso a ele, sou um pouco orgulhosa sabe?! O silencio cortante em que permanecíamos estava me deixando nervosa, só se podia ouvir o barulho dos cascos dos cavalos em que estávamos, do vento e dos animais que caçavam de noite. Até que não aquentei mais e falei.

— Onde estamos indo?

— Em um lugar.

— A sério, se você não falasse nunca iria perceber!

Faltavam umas três horas para que o sol nascesse, caminhávamos silenciosamente, até que puxão e segredo (o cavalo baio que eu estava montada, não era meu, Will o trouxera para que eu o montasse, e de cara já gostei do animal) pararam bruscamente e balançaram as orelhas, parecia um aviso, pois Will de imediato puxou seu arco e posicionou uma flecha, eu fiz o mesmo por instinto.

— O que foi? – Perguntei sussurrando.

—shhh.

Ele fez um sinal com os dedos que eu entendi como um dos códigos que ele usava para não precisar falar e possivelmente alertar o desconhecido. incitamos Puxão e Segredo a continuarem a andar vagarosamente, mas eu e Will tínhamos descido dos cavalos, ficamos de costas um pro outro com o arco posicionado a 90°. Até que, em questão de segundos um bicho horrendo aparecera em nossa frente.

Nunca havia visto coisa mais feia do que essa. Tinha rosto de mulher, corpo de abutre e orelhas de urso, essa coisa começou a planar sobre nossas cabeças, girava em uma velocidade que podia nos deixar tontos, posicionei meu arco pra cima e antes de atirar ouvi Will praguejar.

— Droga! ela sabe.

E no mesmo instante soube do que ele estava falando, o bilhete que deixei pra Sam e Meth, ela vira, será que eles o leram também? Ou será que eu os coloquei em perigo? Seja lá o que for eu tinha que me concentrar, pois o monstro passara sobre minha cabeça e se não tivesse abaixado ele a teria arrancado.

— Essas flechas não vão adiantar nada, temos que correr!

Esse não era bem meu plano, mas depois de duas tentativas de atirar no bicho pensei que a alternativa de Will não seria tão ruim.

— O que vamos fazer? ­–perguntei enquanto corríamos em direção aos cavalos que estavam parados em uma arvore próxima.

— Não tenho a mínima ideia, – Disse Will montando em Puxão.– essa Harpia é bastante forte.

— Essa o que?

— Harpia, é um monstro mitológico bem difícil de derrotar.

— É, percebi a dificuldade, mas tenho certeza que correr também não é à melhor solução.

— Eu sei! só que enfrentá-la em um lugar aberto não nos dá vantagem então temos que ir até ali.

Ele apontou para um aglomerado de arvores mais ao longe. Fizemos Puxão e Segredo galoparem até aquela mata fechada. Quando chegamos até lá a ave tinha sumido, mas passados dois segundos ela reapareceu, e pra minha felicidade Will estava certo, a ave estava com dificuldades de penetrar a folhagem densa da floresta, então com esse pouco tempo que tinha perguntei.

— E ai qual é o plano?

— Se nos separarmos vai ser uma perda de tempo porque ela está caçando você então iria te achar de qualquer forma e sozinha não é a melhor forma de enfrentá-la. Então pensei que se usássemos nossas flechas reservas e mirássemos na garganta da Harpia ela cairia, então o outro usaria a flecha envenenada e cravaria bem no seu peito. E ai de acordo?

— Sim, só que você que tem que usar a flecha envenenada porque eu não tenho uma.

— Isso é irrelevante, então no três... um... dois... três

Ele nem havia me esperado concordar com plano, mas confiava nele o bastante para saber que daria certo.

No momento que falou o três mirei a flecha na garganta da Harpia, foi um pouco difícil, pois ela agora voltara a planar rapidamente sobre nossas cabeças, foi difícil, mas não impossível. Atirei a flecha e como um baque escutei-a atingir a garganta da Harpia, no momento seguinte que a Harpia caíra Will já havia desmontado de Puxão e estava com a flecha em seu peito e como magia a Harpia se desfez em pó.

— Cara! isso... Foi... De mais!

— É super demais! tirando o fato de que quase morremos, mas ta tudo bem.

E dizendo isso montou em puxão e saiu, montei em Segredo e fui logo em seguida atrás dele.

***

 Lucy

— Não acredito que aquela maldita tenha descoberto tudo, arrg!!

Sam e Meth saíram da barraca e rapidamente Meth cuspiu uma pergunta. Ai como aquela garota me tirava do sério

— Onde Hanna está?

Entreguei um bilhete a eles, não o que Hanna havia escrito e sim um que modifiquei.

— Não sei, ela só deixou esse bilhete.

“Queridos Sam e Meth fico feliz em dizer que abandonei vocês, não aguento mais olhar em suas caras, vocês são simplesmente patéticos, não sei como fui amiga de vocês há tanto tempo, e é por isso que fico feliz em dizer que estou indo embora. Com amor Hanna”

— O... O que é isso?

— Um bilhete obviamente. –respondi.

— É, eu sei que é um bilhete! mas porque ela escreveria isso? Sam porque ela escreveu isso?

— Não sei Meth, sinceramente que não sei.

Não queria fazer aquilo, me sentia suja os enganando daquele jeito, mas era preciso fazer alguns sacrifícios nessa vida. Tudo bem que não tinha nenhum amor por eles, e ainda tinha a parte do "teatro", isso me irritou bastante! Fiquei me perguntando como alguém poderia forjar a própria morte só pra se sair bem? Não importa, não podia pensar demais, então peguei minha besta que carregava embaixo da mesa.

***

Meth

Não acredito que Hanna fizera aquilo, como ela pode? Somos amigas a tanto tempo, é claro que virei amiga dela por outros motivos, mas ela não sabia daquilo, sabia?! E eu acabei realmente gostando dela de verdade.

—Lucy? O que é isso? pensei que você não tinha armas. –Ouvi Sam perguntar a Lucy.

— É só uma pequena surpresinha pra vocês, – A voz dela tremia, não parecia muito segura do que falava. – sabe já que sua amiguinha foi embora não preciso mais me fingir de boazinha.

Não entendia o que ela havia falado, mas mesmo que tivesse entendido, não ia ser por muito tempo, uma flecha pequena foi atirada em meu coração e apesar de pequena conseguiu perfurá-lo, não conseguia respirar, e então apaguei, só que dessa vez pra sempre.

***

Sam

— NÃÃÃÃO.

Não conseguia acreditar no que tinha acabado de ver, Lucy atirou em Meth, corri para segura-la, mas já era tarde de mais, ela se fora. Como Lucy pode fazer aquilo? Porque ela fez aquilo?

— O que você fez?!

Empunhei minha espada e sai correndo em direção a ela, não pensei direito e isso me condenou. Senti uma dor aguda se apossar de mim, uma dor inexplicável, quando olhei pra baixo uma pequena flecha jazia em minha barriga, pensei que não fosse o suficiente para me matar, mas me enganei a flecha estava envenenada pelo que parece.

Minha respiração foi vacilando, meu coração foi parando, até que não conseguia respirar e meus sentidos foram embora...

— Sinto muito Sam, não queria fazer isso, mas infelizmente tenho que fazer. 

***

Hanna

Fiquei olhando vidrada para um ponto das flores, Segredo continuava a andar e seus movimentos me faziam balançar na cela, só que por algum motivo eu não conseguia mais me mexer, um calafrio percorreu minha espinha, fazendo meus pelos da nuca se eriçarem. Will percebendo minha paralisação perguntou:

— Você está bem? Está vendo algum monstro?

— Não, não é isso, não tem nenhum monstro por aqui.

— O que foi então?

— Sabe quando você tem um mau pressentimento? Então eu estou com um.

— Ah Hanna, quando se é uma semideusa como você, maus pressentimentos sempre virão.

— Mas esse é diferente, tenho certeza que é.

— Vamos é melhor continuarmos.

Will deu um aperto com a panturrilha na barriga de Puxão e ele continuou a andar, continuei parada, mas vi que Will estava ficando distante e fiz Segredo andar em um leve galope para chegar ao meu companheiro, mas mesmo assim, não conseguia me sentir confortável.


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Notas finais do capítulo

e ai o que acharam, meio trágico não? pois é né... dizem o que acham em um review. bjs bjs