Levo Seu Coração Comigo escrita por Clara Nascif, mandaninis


Capítulo 1
Diário de Sophia


Notas iniciais do capítulo

Ola meninas, mas uma vez estamos aqui, com esse one short. Espero que gostem e que não nos matem ok? Comentem se gostarem, comentem se não gostarem. Criticas são bem aceitas, desde que construtivas. espero que amem isso aqui como eu amei u.u kkkkk então, não enrolo mais, beijo. Boa leitura e qualquer coisa estamos toda semana na nossa fic "Apenas mais uma" malikesses e horanhugs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/263387/chapter/1




POV Sophia
Eu vivia uma vida normal. Era uma garota comum, magra, cabelo longo castanhos claro, olhos grandes e castanhos escuros, e só vivia ouvindo musica. Era tranquila, quieta, animada ate. Mas depois de tudo que eu passei mudei. Sou impulsiva e meio triste, talvez melancólica? Ah enquanto ao fato de ser tranqüila? Não faço mais a mínima ideia do que é isso. No começo tudo era normal. Ele era uma pessoa comum que eu só cumprimentava por educação, encontrava uma vez ou outra na escola, em fim... Nada fora do normal. Ate que um dia, essa afinidade foi crescendo, começamos a nos encontrar mais, a nos aproximar mais, viramos amigos, quer dizer, andávamos com o mesmo grupinho, mais não existia uma relação paralela entre eu e ele. Bem, um dia isso mudou.
– Sophia? Sophia! Tira esses fones do ouvido garota. – Era a Isabella, ela odiava quando eu deixava de ouvi-la para ouvir musica.
– Calma, pronto, já desliguei.
– Então, Eu, a Isabella e o Harry, estamos marcando de sair na sexta à noite, você vai com a gente né?
– Ah não sei.... Talvez não seja uma boa ideia. – não que não fosse, ate era, o problema é que a Isabella e a Janaina namoravam, e não era nada bom ficar de vela.
– vem com a gente vai, é bom que você sai um pouco de casa. Vai ser divertido, você não tem nada a perder.
– Poxa Bela, mas você sabe...
– Sei de nada, está decidido você vem com a gente. Vamos aquela nova boate que abriu a The House of Night, dizem que é muito badalada. Os melhores Dj’s. – ela sorriu e me suplicou com os olhos.
E nesse exato momento o sinal bateu, e fomos todos andando enquanto Isabela comentava, toda animada de como essa boate era maravilhosa. Depois disso o resto da manhã foi normal, excerto pela aula de química, que o Murilo, todo atrapalhado, conseguiu derrubar varias substancias de vez dentro da lata de lixo, que na mesma hora começou a fumegar e a liberar uma fumaça, todos saíram correndo da sala enquanto a professora comunicava a direção. As 12:20, quando o sinal da ultima aula tocou, desci as escadas junto com as meninas, combinamos de nos encontrar de noite, às 9h, elas pediram pro Harry me dar uma carona, e cada uma ia com seu “par”.


* * * * * *
O som irritante. Era a buzina daqui de casa, deveria ser o Harry, já estava na hora, peguei minha bolsa e desci as escadas a mil, pela janela vi o carro dele, abri a porta e lá estava ele, todo arrumado, me observando com aqueles lindos olhos verdes.
–Oi – cumprimentei meio sem graça.
– Olá. – ele me deu um sorriso meio confiante e ao mesmo tempo timido. Não tive como não sorrir junto.
– Desculpa pela demora, quase esquecia a bolsa - nós dois sorriamos sem graça.
– sem problemas. Vamos?
– claro.
Entramos no carro em silencio, sem dar uma palavra, o único som que escutávamos era uma música tensa.”nova música de Neon Hitch - Love u betta” anunciou o rádio. De canto de olho, olhei pro Niall, que sorria e tentava espiar minhas pernas. Sorri boba e puxei a saia um pouco mais pra baixo.
Chegando lá, fiquei impressionada, o lugar era realmente incrível, não era a toa que todo mundo estava comentando, era um espaço gigantesco, com milhares de luzinhas, dando um efeito incrível. Parecia algo mágico. Entramos e logo vimos às meninas. A noite foi bem agradável, conversamos a maior parte do tempo. Até que começou a tocar uma musica lenta, todos foram pra pista de dança, o que significava, mais um momento de constrangimento, e total silencio. Tudo bem, já estava me acostumando. Foi quando ele me surpreendeu.
–Sophia?
– Sim?

– Quer dançar?
Eu sorri e sorri muito. Acho que ate estava ficando meio vermelha.
– ah, vamos lá, por favor, é só uma dança. Que mal pode haver nisso?
Realmente, é só uma dança certo? Nada de mais, só uma dança.
– vamos dançar então.
Bem, foi muito divertido, dançamos algumas umas musicas. Umas em ritmo lento, uma musica antiga, entre outras. Não importa nos divertimos de verdade, me diverti como não me divertia á algum tempo. Já era umas 4 da manhã quando resolvemos ir embora.
– Primeiro as damas
Ele abriu a porta do carro pra mim, dei um sorriso gentil para ele.
– Muito obrigada, cavalheiro.
E tanto eu quanto ele estava dando risadas, e voltamos assim, fazendo piadas bestas e rindo de tudo.
– Tchau, obrigada pela noite.
– Eu que agradeço.
Eu já me virava pra ir embora quando ele me chamou.
– Ei, posso passar aqui pra te pegar amanhas as 15:00? Para a gente dar um passeio, conversa, é que hoje foi tão divertido.
– Claro, eu ficarei a sua espera.
– Então, até amanhã.
– Até.
Subi direto pro meu quarto, tirei os sapatos, tomei uma ducha rápida, coloquei um moletom e adormeci, sem consegui pensar em nada.
– Sophia, acorda!
Ouvi alguém me chamar, como se cantarolasse no meu ouvido, abrir os olhos devagar e fui levantando lentamente, abri as cortinas e a luz invadiu o quarto tirando minha visão.
– Já esta tarde, vai tomar banho para almoçar menina.
– Já estou indo mãe.
Olhei no relógio eram 11:30, entrei no banheiro e tomei um banho quente e demorado, deixando a água escorrer pelo meu rosto, ainda estava com sono, mais sentia como se a água lavasse minha alma, me arrumei, desci e fui almoçar com a família. Depois do almoço, subi fiz toda a lição de casa e quando deu umas 14:00 comecei a me arrumar, pus um short jeans e uma blusa rosa e bege com uma menininha na frente, amava aquela blusa, achava tão simples e tão bonita. Escolhi uma sapatilha, um cinto pra não parecer tão simples. Pus meu cabelo pra trás e prendi em um rabo de cavalo, quando finalmente fiquei pronta já era cinco pra 15:00, arrumei a bolsa e ouvi o carro dele estacionar na frente de casa, desci as escadas pronta pra uma tarde maravilhosa.
– Mãe, estou saindo, mas tarde eu volto, estou com celular viu?
– certo.
Abri a porta e caminhei em direção ao carro. Não vou mentir, nesse momento varias coisas passaram em minha cabeça, varias possibilidades, para onde isso ia? Sei que era cedo, era besteira, mas e se...? Sei lá. Apenas sorri e o cumprimentei, entrei no carro e ele começou a dirigir.
– Então, pra onde o cavalheiro pretende me levar?
– Surpresa.
– bem, já que é assim, não pode dar nem uma pista?
– não, nem uma, surpresa mesmo.
– vai me deixar curiosa? – cruzei os braços e olhei-o indignada.
– mais essa é a melhor parte.- ele olhou pra mim e deu um sorriso torto.
Fiz ar de espanto e de quem tinha ficado chateada e ele dando risadas. E assim continuamos brincando por todo o caminho, ate que chegamos a um lugar que não consigo descrever perfeitamente, era um lugar lindo, não havia quase ninguém, mas havia uma vista e tanta, víamos a cidade toda de lá. Já tinha visto coisas assim em filmes, mas não imagina que poderia ser tão supreendente, tão lindo. Conversando pelo resto da tarde, quando a gente foi embora estava quase escurecendo, e vimos as luzes da cidade se acender, paramos pra beber um café em uma cafeteria qualquer, e conversamos mais tanto. Bem e foi assim que tudo começou de verdade.
Desse final de semana em diante éramos inseparáveis, melhores amigos, nos víamos todo dia, saiamos sempre, conversávamos sobre tudo, ficávamos horas a fio no telefone, ele sabia tudo sobre mim e eu sabia tudo sobre ele, ele era meu porto seguro, era meu tudo. E era isso, a coisa mais simples do mundo e a mais complicada também. Era algo perfeito, algo simplesmente complicado, que não precisava de um motivo, mais que tinha uma explicação.
Meu telefone tocou.
– ei, Sofie?
Não tinha como não sorrir quando ele me chamava por esse apelido.
– Diga meu anjo
–Vamos fazer aquele projeto de artes agora? Vem pra cá pra casa que já providenciei todo o material.
– Estarei ai em um segundo.
– quer que eu vá te buscar?
– Não precisa, é tão pertinho.
– certo, quando chegar é só entrar.
– certo.
Bem, o projeto era gigantesco, a gente tinha que fazer uma escultura de uns 2 metros, algo assim, algo que ia dar bastante trabalho. Troquei minha roupa, pra uma mais simples e fiz uma corridinha básica atéa casa dele. Que não durou menos de 15 minutos. Depois de um bom tempo por lá...
– heeey, vamos pintar aqui de amarelo?
–pode ser.
– qual sua cor preferida, Sofie?
– Laranja.
–huuum
De repente, senti algo molhado no meu braço e quando olhei, tinha uma faixa de tinta laranja gigante. Na mesma hora, rumei tinta azul, e assim começou a guerra. Um tempo depois, ele estava todo pintado de azul e eu completamente coberta de tinta laranja, e a escultura em três tons, pelo menos a escultura ficou de uma cor bonita.E o chão estava.. bem, como posso dizer, um estrago?
– é tem razão?
– razão em que Hazza?
– Você fica linda de laranja
Dei um sorrisinho, enquanto ele dava risadas cada vez mais altas.
– é você também fica lindo de azul, só faltou o verde pra combinar.
Nesse exato momento dei nele um banho de tinta verde. Melamos cada vez mais a casa e nossas roupas. Riamos como abestalhados.
Entre uma gargalhada e outra ele falou:
– ai já é maldade!
E ficamos lá, rindo, depois de arrumamos toda a casa. Demos sorte que era tinta removível, voltei pra casa, tomei um banho e fiquei observando a tinta descer pelo ralo, o resto da noite foi uma noite normal. Pela manhã, na aula, apresentamos o nosso trabalho (e a professora adorou!) e depois fomos pra casa. Mais tarde, nesse mesmo dia, marcamos de nos encontrar na praça, chegando lá conversamos por horas e horas,até que ele parou serio e me perguntou:
–Sophia?
– sim,
– Você já pensou em namorar já ?

– Toda garota pensa nisso. – revirei os olhos

– Como foi seu primeiro namorado? – era algo....sei lá...nao tinha como me definir como era ele me perguntando essas coisas, nunca tive um namorado.

–Ainda não foi. – respondi indiferente.

–Já se apaixonou? Ou amou?
Era algo estranho, ele me pergunta isso, ou o fato de ele me fazer esse “interrogatório”, ele sabia tudo sobre mim, só que desta vez fui pega de surpresa, isso encheu minha cabeça de duvidas. Como era amar alguém? Como eu saberia? Eu já amei alguém? Eu amava alguém? Já me apaixonei? Porque nunca Namorei? Ficamos lá em silencio por um longo tempo, enquanto minha cabeça se enchia de pensamentos, de duvidas, de medos. Um longo tempo depois eu respondi:
– Não sei, realmente não sei.
Nesse dia voltei pra casa pensativa, aquilo não saia da minha cabeça, aquela pergunta, ecoava na minha mente, “você já se apaixonou? Amou?” e eu não parava de me fazer milhões de perguntas, para qual eu não encontrava uma resposta, que dirás milhões de respostas. Refresquei minha cabeça, e mais tarde deitada na minha cama, peguei o telefone e disquei o numero dele.
– Oi
– Oi – ele respondeu meio indiferente
Silêncio, por um longo tempo.

– Como é esta apaixonada? Ou.....ou amar – eu perguntei, com tanto medo da resposta que já nem sabia, mas o que pensar.
Uma longa pausa, uns minutos de silencio que mais pareceram uma eternidade.
– Me disseram que era estranho,me disseram que era incerto, que doía, que era a doença e a cura, era como cair, como se esquecer...
Mais um tempo de silencio....
– E para você? foi assim?
Eu quase podia ouvir ele pensando, selecionando as palavras, buscando elas.
– Não. É realmente estranho, mas, para mim foi como se pela primeira vez eu tivesse tudo, como se pela primeira vez eu tivesse alguém. Foi a única certeza que eu já tive. Foi como se eu soubesse que não precisava ter medo, como se nada pudesse me derrubar,eu nunca me esqueci, so me via completo..
– Quem você ama?
Ouvi um suspiro, queria acreditar que aquele som não era o som de suas lagrimas, e naquele momento o silencio era vazio, era doloroso, era o pior grito..o grito da alma. Pude sentir a dor dele, a gente tinha uma conexão, ele sofria eu sofria e vice-versa. Não tinha como evitar. Silêncio. Novamente, e percebi que ele não me responderia. E finalmente ele desligou.E de repente eu estava sem chão, confusa e sem saber como me sentir ou o que pensar. Virei para o lado e me enterrei na cama, senti as lagrimas descendo e sabia que nada podia pará-las apenas abracei meu travesseiro. E foi nesse momento que eu percebi que não era o travesseiro que eu tinha vontade, vontade não, necessidade de abraçar. Eu não fazia idéia do que estava acontecendo, via meu mundo girar, sentia algo inexplicável, eu o quero aqui comigo, e o sentimento que imperava era o de que ele me pertencia, era meu, era a posse o ciúmes.. sentia uma necessidade enorme dele, uma vontade dele, algo incomum, algo novo. Essa necessidade dele quase fez eu me levantar para ir atrás dele,ou gritar seu nome no meio da rua, mandar milhões de torpedos, ligar para ficar ouvindo sua voz. então eu adormeci. Acordei no outro dia com olheiras pesadas e profundas, tínhamos combinado de nos ver , de sair pra ir no parque, eu estava tão animada com a ideia de vê-lo. Fiquei horas na frente do espelho, tentando disfarça, dando o melhor de mim. Fiquei uma hora esperando por ele, e nada. Ele não apareceu, não ligou, não mandou uma mensagem, nada. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, não podia acreditar que ele não estava ali. Ele não me pertencia de fato, e não tinha algo pior, eu estava perdendo meu amor e meu melhor amigo. Com quem eu fiz plano e promessas... Voltei pra casa arrasada, me sentindo muito mal. Cheguei em casa e corri pro quarto. Tudo que passava pela minha cabeça era que algo tinha acontecido, só podia ser isso. Ele não faria isso comigo, nunca. Liguei, chamou e nada. Tentei ligar pra ele varias vezes, ele não me atendeu. Mandei massagens. Fui dormi, chorei como uma criança, naquela noite, eu não sabia se chorava por mim ou por ele. Chorei pelos dois, chorei por mim, por ter errado. Por ele, por esta sofrendo e se afastando, quando deveria se aproximar.
Acordei de manhã e fui para a casa dele, a mãe dele me disse que ele tinha saído a algumas horas.
– E ele disse pra onde ele ia?
– não, saiu sem dizer uma palavra, já vai fazer uns 2 dias que ele esta assim.. Estranho. Estou preocupada. Você minha filha, está sabendo de algo? – ela me perguntou com uma ponta de esperança.
– Não, mesmo assim obrigada Dona Heloisa, se eu souber de qualquer coisa aviso a senhora.
– Obrigada minha querida. – acenei pra ela e sorri. Comecei a andar sem ter um lugar exato pra ir.
Foi então que me lembrei daquele lugar aonde eu havia ido com ele, onde passamos a tarde toda, onde ele me levou pela primeira vez. Chegando lá eu o vi sentado. Sempre que ele queria pensar ele ia para lá, ou quando ele não estava comigo ele estava lá. Nos primeiros instantes ele não me viu, eu fiquei tão aliviada por ele esta ali. Ele estava lá,eu iria abraça-lo e não iria soltar. Iria dizer que estava tudo bem, nos resolveríamos. Sempre foi assim não é mesmo? Mas foi então que eu percebi, ele estava lá, mas ele estava chorando. E aquilo foi o mesmo que enfiar uma faca em mim, eu não aguentava ver aquilo, eu queria correr para abraça-lo, dizer pra ele não chorar, para ter calma. Quando meus olhos começaram a encher de lagrimas também, ele me viu, eu estendi os braços e o chamei, ele fez que não. O que fez as lagrimas caírem mais e mais rápido. Então ele chegou perto de mim, a esse ponto eu já não entedia mais nada.
– A gente não deve mais se ver.
A voz dele estava tão rouca, aquilo tinha sido um sussurro, ele parecia tão fraco. Aquilo foi tão difícil de ouvir. Fiquei um tempo vendo aquilo na minha cabeça, tentando entender, raciocinar, aquelas palavras.
– Você não vai me ver mais. Eu te prometo.
Ele disse isso em um tom tão grosseiro, tão rude, tão frio, indiferente. Como meu mundo estava se despedaçando desse jeito? Mais havia algo na minha garganta, um nó.
– Não, por favor, por favor, eu não quero isso. Não!Eu não suportaria isso.
Tudo que saiu foi um sussurro, esse apelo desesperado, saiu de forma tão dolorosa. As lagrimas caiam, com ou sem permissão, estava tudo tão pesado, eu me agarrei a ele, e o abracei. O abracei forte.
Ele apenas ficou lá parado. Sussurrando:
– por favor, não faça isso.
Então ele desmoronou, caiu de joelhos, com os olhos cheios de lagrimas.
– Me diga o que esta acontecendo! Por que esta assim? Vamos, Vamos Harry, a gente pode resolver.
Eu o implorei. Eu não me importava, não me importava com mais nada, só o queria perto de mim, não queria saber suas intenções, eu só não queria perde-lo. Eu não o deixaria se afastar de mim. Eu seria sempre sua pequena, sempre sua Sofie,e ele seria sempre meu anjinho. SEMPRE.
– Eu quero te ajudar, me diga o que esta acontecendo, por favor. – A Esse ponto eu estava ajoelhada em frente a ele.
Continuei apelando, implorando, aquilo estava me matando. Ele só tentava conter suas próprias lagrimas.

– Eu preciso que você me conte, por favor. Por favor. Faça isso por mim.

Insisti.
Ele se recompões, me ajudou a levantar, me abraçou forte, parou por um estante, olhou nos meus olhos e apertou minhas mãos. Meu coração acelerou de tal forma que não consigo explicar, segundos depois ele parou, e acelerou novamente. Se um coração quando é partido ao meio emite algum barulho, deve ser esse, esse barulho horrível.De Despedida, de fim, e tragédia.
– Eu....amo você. Só estou aqui por você, mais não posso ficar com você, só peço que se afaste, por você, por mim...por nos
Eu não conseguia dizer uma palavra, estava imóvel, estatelada, sabe quando sua mente fica tumultuada? Com milhares de pensamentos? Como? Quando? Aonde? Por quê? Por que não me contou? Onde isso iria parar? Todas as perguntas possíveis e impossíveis passavam pela minha mente, e eu não conseguia pronunciar uma palavra. Estava perplexa de mais para isso. Acho que de certa forma, eu estava meio transparente, ele começou a me compreender, e começou a explicar todas as perguntas que eu fazia em silencio.
–Eu não sei como ou quando aconteceu, mas aconteceu, e agora eu estou aqui, te envolvendo cada vez mais nisso e te pedindo para se afastar de mim. Será melhor para você. Eu fui egoísta Sofie, não deveria ter deixado isso acontecer, deveria sofrer sozinho e não te fazer sofrer junto.
Eu respirei fundo, agora só havia uma pergunta na minha mente : “ porque ele estava dizendo aquilo?” se era eu que ele amava o tempo todo.... Finalmente o nó na minha garganta diminuiu, eu respirei e inspirei e finalmente consegui dizer:
– Você, não quer se afastar de mim..
Ele começou a chorar novamente.
– eu sei, e esse é meu lado egoísta, é o pior de mim.
Eu não aguentava, não queria ver ele daquele jeito, não podia. Tinha que fazer algo para conforta-lo. Eu ainda não entendia os motivos dele. Eu sentia uma vontade louca de sair correndo e me jogar dali de cima. Porque? Porque doía? Porque aquilo me matava? Porque eu estava me sentindo assim? Mais o que eu estava sentindo? E Porque eu estava sentindo aquilo? Eu o abracei novamente, com mais força, ele tentava sair dos meus braços, mais não! Eu não ia deixar! eu queria ele ali, comigo pra sempre, nos meus braços! Queria acalmar ele, queria fazer ele se sentir melhor! Desejei que ele nunca fosse embora, que ele nunca se soltasse de meus braços, que aquilo fosse pra sempre.
– Eu nunca vou te deixar, nunca! Entendeu seu idiota? Não vou deixar você ir assim, não vou te abandonar, não vou me afastar, NUNCA.
Ele não achou graça daquilo, não deu risada, não fez nenhum tipo de ironia, mais parou de tentar lutar, parou de querer sair dos meus braços. Eu nunca estive apaixonada antes, e se estive nunca fora daquele jeito, nunca foi tão forte assim, nunca havia sido tão forte ao ponto de me fazer chorar. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo comigo. . Olhou em meus olhos, o que me fez tremer. Segurou meu rosto entre as mãos, acariciando-o por um instante, depois aproximou seu rosto do meu. O contato de nossas peles me fez tremer. Segundos depois senti seus lábios nos meus; eram quentes e doces. O sabor mais doce entre todos os beijos. Não queria que aquele momento acabasse nunca. E quando se afastou, forçou um sorriso e disse, com a voz fina e baixa:
– Você lembra de quando eu te expliquei o verdadeiro significado de Adeus?- balancei a cabeça atordoada

– Lembra que eu disse que era quando a gente entregava a Deus aquilo que não podia mais cuidar, que não estava mais em nossas mãos?

–Sim

–Hoje eu entrego a Deus, Sofie. Adeus.... – e ele se foi
Eu não conseguia me virar, eu não conseguia gritar, não sabia mais como, como falar qualquer coisa, eu não o vi sair, minhas pernas estavam presas no chão. Eu me sentia impotente,queria correr atrás dele, mas eu me sentia uma criança, impotente que ainda não aprendeu a andar com as propias pernas, que não aprendeu a falar o que sentia ou como doía. Aquilo era errado, extremamente errado. Não deveria ter acontecido, depois de um tempo voltei para casa. Na semana que se seguiu não nos falamos, eu ligava ele não atendia, eu ia na casa dele mais não havia ninguém. Eu estava terrivelmente assustada, preocupada, me perguntando o tempo inteiro aonde ele poderia esta? Ele havia ido embora? Se mudado? Porque tinha feito aquilo comigo?Aquilo era tudo que ocupava minha mente, e eu estava lá, sentada na minha cama, quando minha mãe me chamou do quarto dela.
– Sophia, vem aqui rapidinho? – Fez um gesto para eu me sentar ao lado dela na cama. Fiquei imaginando o que poderia ser?
– o Harry, ele esta... Este internado em um hospital aqui perto. Esta com câncer, em um estado critico, a mãe dele me avisou a poucos minutos.
Quando eu ouvi essas palavras o meu corpo todo doeu, eu não tinha ouvido muito apenas “ele esta internado no hospital aqui perto” depois disso meu mundo desabou, doeu cabeça, doeu coração. Doeu tudo, dores diferentes, algo me corroia. Sentia como se eu tivesse tomado algum acido e ele destruía tudo por dentro. Assim, sem pensar em nada, disparei, puxei minha bolsa e sai de casa correndo, para o hospital, o único que eu conhecia que era perto daqui. Chegando lá, fui tentando me controlar e cheguei perto do balcão da recepção.
– Poderia me informa em que quarto o Harry Edward Styles se encontra?
– No 202,terceiro andar, talvez ela não possa receber visitas..
– obrigada.
Sai em disparada para o quarto dele, peguei o elevador enquanto milhares de coisas passavam pela minha cabeça. Eu não me importava com nada, precisava vê-lo. Pelo menos precisava tentar. Avistei o quarto, bati na porta uma vez, nada. Bati novamente, ninguém, ninguém abriu ninguém respondeu. Abrir a porta então. Quando eu olhei pra dentro do quarto não havia ninguém além dele. Ele estava de costas para mim, e olhou sobre o ombro.
– Sabia que você iria me encontrar. Uma hora ou outra.
Ele disse isso baixinho.
– Porque você esta aqui?
– Muitos motivos....

Parei para observa-lo, ele estava com o corpo coberto de hematomas, estava mais magro. Estava tão frágil, como se fosse quebrar ao meio a qualquer momento. Manchas escuras, olheiras. Ele não queria me dizer, mais talvez fosse melhor se eu ouvisse dele.
– Você não está bem não é?
Perguntei mesmo já sabendo a resposta.
Ele abriu os olhos e sorriu. O seu sorriso acendeu algo dentro de mim. Percebi que aquilo era vital para mim. Dei a volta e sentei ao seu lado na cama, fiquei observando ele, percebi que ele estava com a pele mais fria, e que respirava com uma dificuldade imensa. Eu não podia acredita nisso, por quê? Porque com ele? Eu fechei os olhos e deitei ao lado dele, passei a mão pela sua cintura ele segurou minha mão.
– Eu vou morrer
Disse ele completamente frio.
– não, eu não vou deixar isso acontecer.
Ele riu como se houvesse algo engraçado naquela situação. Eu estava chorando, de novo.
– Você vai ter que aprender a viver sem mim..
Ele estava rindo, como se achasse graça de tudo, de tudo aquilo. O que me fazia chorar mais ainda. Isso me irritou, mais não falei nada. O corpo dele enrijeceu, depois tremeu. Isso me assustou.
– é normal, acontece sempre.
– Foi por isso que você pediu pra eu me afastar de você não foi?
Ele não me respondeu. Havia um silencio doloroso, constrangedor. O único barulho que eu conseguia ouvir era o dos aparelhos ao seu lado. Queria poder gritar com ele, xingar ele, bater nele. E acima de tudo, tirá-lo dali e ficar com ele o máximo possível.
– Vou sair daqui amanhã.
Quase me animei, quase..
– Quero ir pra casa, ficar perto de minha família.
Ai eu entendi o que ele queria realmente dizer. Isso machucou. Eu apertei os olhos, e continuei abraçando dele. Fui embora a noite. No outro dia fui direto para a casa dele, e fomos ao parque. A gente continuou andando e brincando, só que não saia da minha cabeça. Eu passei a noite toda pensando nisso. Como eu viveria sem ele? Não conseguia imaginar isso. Ele era uma pessoa tão especial, tanta gente gostava dele. Parei para observá-lo e isso me fez percebe o quanto eu o amava. Mais naquela semana estávamos vivendo como antes, era como se aquele diz no hospital não tivesse existido, mas eu ainda chorava a noite por aquilo. Nos ainda éramos felizes, ainda xingavamos o gosto musical um do outro, ele ainda criativa meu cabelo que cobria meus olhos e brincava comigo. Acho que fomos levando a situação. Eu sentia que tínhamos um prazo de vida, tínhamos, porque pra mim não era só ele, era eu também, ou uma parte de mim. Um dia eu o peguei parado olhando pra mim, enquanto ouvíamos musica. Suas mãos ficaram tensas e foram de encontro a minha.
–Que foi anjo?
– vou sentir sua falta, de onde quer que eu esteja, vou esta com saudades.- Tive medo de chorar na frente dele, tive medo novamente de que poderia perdê-lo a qualquer momento.

–Não você não vai esta com saudades, porque onde quer que você esteja estará comigo, com uma parte de mim também. – Disse respirando fundo.

Cheguei um pouco mais perto dele e encostei meus lábios nos seus.
– Naquele dia, você não me deu a oportunidade de dizer, que eu também te amo. – Ele sorriu de uma forma que o deixou mais corado. Quando o olhei, meu coração se encheu de esperanças. Mas minha mente, sabia, que no fundo, que nada poderia mudar. Não mais. O Que matava era que eu não podia fazer nada, não tinha a chance de salva-lo nem de lutar para isso.
Sorri, e por mais que eu tivesse acostumada com as lagrimas, essas apertaram meu coração. Na manhã seguinte recebi um telefonema, era Dona Heloisa, me disse que ele tinha piorado e que tinha levado ele para o hospital de novo. Meu coração disparou. Quando eu o vi congelou. Ele mal podia falar direito. Fique lá, sentada, apenas falando com ele, sem esperar resposta. Ele fez um sinal de leve com a mão pedindo pra eu deitar com ele. Ficamos ali deitados. Eu o abraçando e fazendo carinho em sua mão. Parei pro um tempo para reparar no rosto dele. Absolvi cada linha de seu rosto, seus seu nariz, seus olhos, seus lábios, cada traço. Dei um beijo na testa, depois em seus lábios, ele apenas sorriu.
– Você fica linda de laranja
Eu sabia que ele tinha reparado, só não esperava que ele fosse comentar, eu apenas sorri.
–Pega aquele livro ali?
Eu olhei ao redor e em cima do criado mudo havia um livro, um romance, marcado com nas ultimas paginas. Eu não gostava daquele tipo de livro, muito menos naquele tipo de momento, mas eu abri e li. E Então ele apertou minha mão.

–Abre e lê esse papel.

Eu abri, La havia um papel, com umas letras rabiscadas, tirei e comecei a ler em voz alta.


Levo Seu Coração Comigo.


Eu levo seu coração comigo

Eu o levo no meu coração

Eu nunca estou sem ele

Onde quer que eu vá você irá, minha querida;

E o que é feito só por mim é seu feito, minha amada

Não temo da minha sina

Pois você é minha sina, meu doce

Não quero o mundo

Pela beleza de você ser meu mundo, minha verdade

E você é tudo o que a lua sempre representou

E tudo que um sol irá louvar será você

Eis o maior segredo que ninguém conhece

E eis a raiz da raiz e o broto do broto

E o céu do céu de uma árvore chamada vida;

Que cresce além do que a alma sonharia

Ou a mente poderia esconder

E este é o milagre que mantém as estrelas afastadas

Eu levo seu coração

Eu o levo no meu coração.

( E.E. Cummings )

De: Harry

Para: Sofie


Uma lagrima caiu do meu colho e eu sossurrei para ele .

–Essa é a verdade, meu anjo. Sei que você sente isso, porque eu também sinto. Eu levo seu coração comigo, eu o levo no meu coração.

Entao ele deu um fraco sorriso, se aconchegou nos meus braços,suspirou algumas vezes e fechou os olhos. Fechou e não abriu nunca mais. Lagrimas me invadiram e desceram violentamente, cheguei em seu ouvido e sussurrei “ Adeus meu amor...” No momento tudo que eu fiz foi chamar as enfermeiras, e chorar, não conseguia falar. Tinha um no, algo na minha garganta. Sai pelas ruas sem saber onde iria, acabei onde ele havia me beijado. Fiquei La a noite toda, pensando em tudo que aconteceu. Sei que a morte dele foi algo triste, mas de certa forma não foi. Eu sabia que o tinha entregado A Deus, tinha lhe dito isso, mas eu sentia como se ele tivesse vindo comigo, tivesse me acompanhando para sempre.Sabia que eu tinha o coração dele comigo, e o meu ainda estava com ele. Ele viveu comigo e quando ele precisou, eu estava La e acredito que quando eu precisar ele estará aqui também. Foi como se eu tivesse posto ele pra dormi em um sono profundo. Eu sei que ele estava feliz por esta em meus braços, e agora eu tenho ele sempre comigo. Eu sinto que ele ainda está em mim e sempre estará.
Mas eu nunca vou me esquecer de que houve um tempo em que eu acreditava em tudo, em mentiras, em promessas, em destinos, em estrelas cadentes, em sorte e azar.Acreditava que poderia manipular tudo, driblar qualquer coisa e esquecer o que achasse melhor. Acreditava que nosso destino era a gente que escolhia. Eu acreditava que a gente fazia o que queria, mas aprendi que nada é por acaso. Tudo acontece por uma razão, mas de certa forma as coisas simplesmente acontecem. Sei que ele foi feliz por me ter e eu ainda sou feliz por te-lo. Ele mudou tudo, me mudou, mudou minha vida. Mas eu tenho a certeza de que ele esta comigo e sempre estará.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Levo Seu Coração Comigo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.