Your True Colors escrita por Cicy


Capítulo 1
True colors are beautiful like a rainbow




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You with the sad eyes, don't be discouraged.

(Você com olhos tristes, não fique desanimado.)

Oh I realize, it's hard to take courage in a world full of people.

(Eu sei, é difícil criar coragem num mundo cheio de pessoas.)

You can lose sight of it all

(Você pode perder tudo de vista)

And the darkness inside you can make you feel so small.

(E a escuridão dentro de você pode te fazer sentir tão insignificante.)


Completamente acabado, mental e fisicamente, o louro jogou-se sobre a cama macia e muito bem arrumada de seu quarto quase silencioso, se não fosse pela chuva forte acompanhada de trovões e relâmpagos do lado de fora. Inspirou todo o ar que pode e soltou-o numa lufada. Ele passou um bom tempo naquela posição, olhando para o teto branco, como se houvesse algo muito interessante, que fosse realmente apreciável. Mas tudo o que havia era um teto branco, tedioso, chato e sem graça. E assim Bill Kaulitz definia também sua vida naquele momento. Ele não diria. Ninguém tinha nada a ver com aquilo, seja lá o que fosse. Afinal, Bill não tinha a menor ideia do que, exatamente, entediava sua vidinha de rico em Los Angeles. Ele tinha tudo! Dinheiro, carros, lugares lindos para ir, mulheres se quisesse, um emprego... E nem era sozinho, Tom estava com ele todo o tempo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. Até que a morte os separasse. E ainda morreriam juntos, pois um seria incapaz de viver sem o outro. Bill sorriu brevemente cogitando a ideia louca de oficializar de uma vez Tom como marido, por que né? Ele estava se saindo um ótimo parceiro.

– Que absurdo. – o Kaulitz mais novo comentou consigo mesmo em voz alta. Fez uma careta estranha quando seus pensamentos o levaram a cenas mais... Quentes. – Será que o Tom seria... A mulher? – se perguntou pensando na hipótese. Enfim arqueou sua sobrancelha esquerda perfeitamente, desacreditado. – Nunca! – e revirou os olhos conseguindo até imaginar a cara do gêmeo se fosse colocado nessa situação. – Mas eu também não seria. – afirmou ainda, agora mirando sua mão esquerda. Mais especificamente a tatuagem nesta. – Teria que me obrigar. – até que não seria um fetiche ruim, certo Bill? – O que eu ‘to pensando!? – o louro levou às mãos a testa, desesperado com seus pensamentos. – Ele é meu irmão gêmeo!

Deu um meio sorriso, mas não estava de fato feliz. Arfou novamente e sentou-se. Mirando dali, através do vidro da janela, a chuva ainda caía violentamente. Bill detestava dias assim, aparentemente tão tristes. Só o deixava mais... Triste.

Baixando o olhar vagamente para o chão, notou dois sacos pretos e enormes, transbordando em envelopes. Eram algumas das muitas cartas de fãs que ele juntara por tempos a fim de lê-las. Então, sem mais nada para fazer, engatinhou até o outro lado da cama e, debruçando-se sobre a ela, se esticou puxando um dos sacos para perto. Seus dedos gélidos tocaram algumas cartas de cima, afastando-as na difícil decisão de escolher uma para começar. Enfim, decidiu fechar os olhos e levando o braço por entre os envelopes, para o fundo do saco, puxou uma das cartas. Era como a maioria das outras – branca, com alguns desenhos e/ou adesivos de coração e outros colados ao redor. Cauteloso para que não rasgasse muito, Bill abriu o envelope e após tirar de dentro uma folha de papel, finalmente começou a ler.


Show me a smile then, don't be unhappy.

(Mostre-me um sorriso então, não fique infeliz.)

Can't remember when I last saw you laughing.

(Não me lembro de quando foi à última vez que te vi sorrindo.)

If this world makes you crazy and you've taken all you can bear,

(Se este mundo te deixa louco e você aguentou tudo que consegue tolerar,)

You call me up because you know I'll be there.

(Me chame porque você sabe que estarei lá.)


Ér... Oi?

Eu nunca soube direito escrever cartas e fico aqui imaginando como começar uma que se destaque entre outras, que seja diferente, ou até única para você. Mas acredite, é difícil ter uma boa ideia considerando que você tem – sim, eu posso afirmar – milhões de cartas de fãs de todo o mundo. Quais seriam as chances da minha carta ser a escolhida? De você lê-la atentamente e absorver cada palavra aqui escrita, arrancadas do fundo do meu coração, inspiradas pelo mais lindo sentimento? Não Bill, eu não estou me referindo ao mesmo blá-blá-blá de sempre de “eu te amo desesperadamente e preciso de você aqui, me amando intensamente e sentindo da forma mais pura o que eu sinto por você”. Eu imagino que é isso o que você imagina quando vem uma doida do outro lado do mundo se declarar por uma carta.

Bill, na verdade ando estranhamente preocupada com você. É difícil explicar, mas sinto falta do seu sorriso. Daqueles enormes que provavelmente deixavam suas bochechas doloridas. Que transbordavam uma felicidade irradiante, tão real que contagiava até quem estava vendo a distancia. Inúmeras vezes eu não fazia ideia do porque que você estava tão feliz, rindo tanto, mas, mesmo assim, eu sorria junto, porque vê-lo assim me fazia bem. Me faz bem. E eu não vejo mais isso. Você está sempre tão sério, ou, então, se escondendo. E quando há um semblante feliz em seu rosto... Sei lá... Parece, no mínimo, momentâneo. Como se você não tivesse mais um motivo para ser feliz.

O que aconteceu?

Acredito que não sou bem digna de ter satisfações suas, mas não fique triste. Eu imagino que seja difícil, mas mostre esse seu sorriso lindo ao mundo, a quem queira e não queira ver. Mostre-me seu sorriso contagiante e feliz. É complicado nesse mundo cheio de gente boba querendo se aproveitar de todos para o próprio bem. Mas quando se sentir só, triste, desprotegido, feche os olhos e, no silêncio, escute como o meu coração, e de milhões de outras garotas em todo mundo, bate junto ao seu. Imagine todos os nossos braços envolvendo você calorosamente a fim de protegê-lo de qualquer coisa que tente te ferir. E se um dia olhar em volta e não achar mais ninguém, ainda assim não estará sozinho, porque “se quiser é a mim que vai ver. Não importa longe ou perto, eu posso te apoiar quando me procurar”. Essas palavras lhe são familiar? Faça delas minhas para você agora.

Esse é meu desabafo Bill. Saiba que alguém aqui, fora desse seu mundo, te vê, te admira e se preocupa muito com seus sentimentos. Claro que você é humano e isso te dá todo o direito de nem sempre estar bem, mas não deixe que nada te derrube, e se isso acontecer, não desista de você mesmo. Levante e volte mais forte. Porque eu sei que você pode, eu vejo que você consegue. Eu posso ver suas cores quando o resto do mundo está cinza.

Nunca se esqueça disso Bill. Você é precioso para mim e eu te amo verdadeiramente, independente do que você pense sobre isso. Fique bem e aguardo ansiosamente pelos seus sorrisos enormes de doerem às bochechas.

Kisses.


But I see your true colors shining through.

(Mas eu vejo suas cores reais brilhando por dentro.)

I see your true colors and that's why I love you.

(Eu vejo suas cores reais e é por isso que eu te amo.)

So don't be afraid to let them show. Your true colors.

(Então não tenha medo de deixá-las aparecerem. Suas cores reais.)

True colors are beautiful like a rainbow.

(Cores reais são lindas como um arco-íris.)


O louro fungou sentindo os olhos transbordarem as lágrimas acumuladas durante a leitura. De alguma forma aquelas palavras sinceras tocaram seu coração. Ele sentia que tudo o que lera era verdadeiro. Saber que alguém o amava, preocupava-se com ele e o conhecia tão bem a ponto de, mesmo sem conviverem juntos, notar sua tristeza, o deixava... Feliz. Bill queria muito abraçar a tal fã da carta, agradecê-la infinitamente por fazê-lo tão bem. Mas ela nem disso saberia.

– E no fim de tudo – Bill falou encarando a carta, cada letra caprichosa. – sua carta foi à escolhida. – e brotou-lhe nos lábios, quase sem que percebesse, um enorme sorriso que fez com que suas bochechas até doessem de tanta felicidade. Distraiu-se então ao ouvir duas batidinhas de leve na porta apenas encostada. – Entra. – e tratando de recompor-se, sentou na cama, levou a outra mão ao rosto, perto dos olhos, e secou-os.

– Bill? – a voz do gêmeo mais velho fez-se presente. – Você está bem? – Tom pareceu preocupado em sua pergunta. Talvez ele tivesse notado que o irmão estava chorando. Ou fosse alguma coisa louca entre gêmeos.

– ‘To. – e mesmo com os olhos ainda brilhantes por causa das lagrimas, Bill afirmou sorrindo-lhe muito largo. O moreno retribuiu-lhe o sorriso da mesma forma, adentrando o quarto.

– Então ‘ta.

Tom caminhou até a janela e foi aí que Bill notou que não chovia mais como antes. Levantou e dirigiu-se até o irmão, parando ao seu lado, e passou a analisar o tempo. A chuva forte havia se transformado em uma garoa persistente. Mas o que chamou a atenção não só de Bill, como também de Tom, é que fazia um sol de fim da tarde. O céu estava claro, alaranjado e com algumas nuvens, de onde vinha à garoa.

– Olha Bill!

Ao ouvir o irmão, notou-o apontar para o lado de fora e, quando olhou, viu metade de uma faixa colorida. Sim, era um arco-íris. Suas cores ficavam cada vez mais fortes e aquela imagem parecia colorir a alma do mais novo. E novamente ele sorriu. Bill simplesmente não conseguia parar. Como estava feliz.

O de dreads mirou o irmão, reparando em seu sorriso, e sorriu também, de novo. Suspirou chamando a atenção do gêmeo que corou violentamente ao notar Tom encarando-o tanto.

– O que foi? – perguntou franzindo a testa, não entendendo o porquê de tanta observação.

– Eu gosto de te ver sorrindo assim. – disse ainda atento ao semblante mais alegre de Bill. – Fica tão cheio de cor.

– Cheio de cor? – o mais novo questionou tímido. Ouviu um risinho vindo do de dreads.

– É, cheio de cor. Como um arco-íris.

Então Bill, sorrindo, para variar, envolveu o gêmeo pela cintura, abraçando-o fortemente, e ao deitar a cabeça no peito deste, sentiu-o aconchega-lo nos braços em retribuição. Um beijo foi deixado no topo de sua cabeça e dali os dois miraram por longos minutos o arco-íris, até que ele de dissipasse e a noite caísse.


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Notas finais do capítulo

Bem simples e bobinha, mas espero que tenham gostado. Por favor, se encontrarem algum errinho maldito que passou despercebido por mim, me avisem.
E aí? Mereço review? rs.
Beijos.