SE NÃO ENTENDEU AINDA LEIA AS MINHAS NOTAS ACIMA!!!!

♫Todo dia acordo cedo
Moro longe do emprego
Quando volto do serviço
quero meu sofá!♫

Já se passara 3 meses desde do inicio das aulas e Ana continuava fechada em seu mundinho. A mesma rotina de sempre: acordar, tomar banho, comer uma barrinha de cereal, aula até 12:45, almoço, trabalho na biblioteca – onde também estuda -, trabalho em restaurante, voltar para o quarto as 7:50, fazer os deveres, estudar, ir ao refeitório comer algo as 10:20, tomar banho e dormir as 11:35.

A cada dia ela ficava com mais olheiras em baixo dos lindos olhos castanhos. Realmente era difícil estudar e trabalhar, sem contar o fato de se passar ainda por homem. Mas para se manter naquele internato, mesmo com a bolsa de 40%, ela teria que ralar muito.

Hoje, final de semana, ela recebeu seu salário e quando voltou para o internato, fora chamada pelo reitor. Estranhou. Seria a primeira vez que iria revê-lo depois de tanto tempo.

Bateu hesitante na porta e depois de autorizada ela entra.

Dentro da sala estava o próprio Walter junto com sua esposa e única filha.

- Ana! Quanto tempo querida! –diz ele sorrindo.

-Muito! Como o senhor está? –pergunta ela também sorrindo.

-Ótimo! Bom... Vou lhe apresentar: Carmel, minha esposa e Caroline, minha filha. - elas se cumprimentam e ele prossegue:- Por favor! Todos aqui sabemos que você é Ana! Tire esse seu disfarce!

Ela tira o capuz assim como o boné, liberando seus longos cabelos castanhos arruivados. Depois o moletom, revelando sua regata com alças a barra de renda azul-marinho, o amarra na cintura, ajeita o cabelo e coloca o boné novamente, só que dessa vez sem esconder o cabelo.

-Eu não disse que ela era linda?-pergunta Walter baixinho para suas familiares.

-Perfeita! –diz Carmel.

-Estava certíssimo!-fala Carol com sinceridade. Ela realmente achava Ana magnífica por abandonar tudo pelos os estudos.

-Então Walter, o que houve para o senhor me chamar?

-Eu sei que você trabalha em dois lugares diferentes de segunda a sábado para pagar a mim, sem falar que deve estudar muito para conseguir todos esses 10 e 9 que estão em seu boletim...

-Minha querida, por que você sacrifica tudo isso?! É muita coisa! –exclama Carmel querendo entender o que acontecia na mente da estudante.

-Eu e minha família não temos muito dinheiro, então o único modo de eu ir às faculdades que quero é por bolsas. -responde.

-O que você vai fazer? –pergunta Caroline.

-Quero fazer medicina, engenharia e literatura.

-Tudo isso?- pergunta Carmel.

-Sim.

-Qual primeiro?

-Meu plano é fazer todas juntas para ingressar no mercado mais rápido. –diz simplesmente. Todos ficam impressionados com a determinação daquele ser de apenas 16 anos.

-O que você diria se eu conseguisse um trabalho para você aqui mesmo no campus, te desse uma bolsa de 100% e um salário de 200 dólares? –se manifesta Walter depois de muito tempo.

-Perguntaria se o senhor estivesse sóbrio. –responde meio atordoada e todos na sala riram.

-Pode tirar o meu sangue se quiser porque o que eu falei foi serio. Você é a pessoa mais inspiradora, corajosa, determinada e inteligente que eu já conheci em toda a minha vida! Sacrificou tanta coisa para ser alguém na vida, e merece algo em troca. Então o que me diz? –pergunta ele sorrindo com expectativa.

-Serio mesmo? –pergunta ela olhando para ele se acreditar.

-Nunca falei tão serio.

-Claro que sim! –diz ela o abraçando. Ele retribui e Ana se senta.

-Seu trabalho será de professora do sétimo ano daqui. A professora se aposentou e não temos com quem contar. Você seria uma perfeita professora de ciências.

-Não tenho como agradecer!

-Nem precisa minha querida! –diz Carm emocionada pelo brilho dos olhos da jovem.

-Você merece! –continua Caroline.

-Quando começo? –pergunta animada.

-Segunda.

-Ok.

Eles conversam mais um pouco e ela vai embora, mas dessa vez sem um peso nas costas.