Eu havia conseguido juntar L.Joe e Chunji após meus úteis conselhos. Minha alegria era grande por vê-los tão felizes juntos, mas por que meu peito ainda doía? Será que era pelo fato de eu ainda não ter conseguido criar coragem para contar ao Ricky tudo o que eu sinto ao seu respeito?

Pudera eu ser capaz de juntar outras pessoas, mas não ser capaz de conseguir trazer meu próprio amado para junto de mim? A verdade era que eu estava perdidamente apaixonado por Ricky, mas não conseguia encontrar um meio de deixá-lo saber disso. O pior de tudo, era que algo me dizia que eu não seria correspondido.

Sentei no sofá da sala, olhei para o lado e vi um retrato de Ricky e eu brincando na neve no inverno passado. Me aproximei do retrato e fiquei observando bem de perto cada detalhe.

– Este dia foi mesmo divertido, não é? – Ricky apareceu de surpresa, abaixando-se para que também pudesse ver o retrato – Gostaria de entender porque nos afastamos tanto de uns tempos para cá – nem eu mesmo havia notado, mas minha insegurança gerada por meus sentimentos havia me afastado de quem eu tanto amava.

Ricky então sentou-se ao meu lado e passou a olhar diretamente em meus olhos – Fiz alguma coisa que o desagradou? – fiquei nervoso com a pergunta, realmente não sabia o que responder, não havia explicação para meu comportamento.

– De forma alguma! É só que eu- – já estava pronto pra colocar tudo para fora, mas o medo impediu que eu terminasse de falar.

– É só que você...? – Ricky me olhou com aqueles olhos fofos, com um olhar interrogativo.

– Nada não, melhor deixar para lá – me levantei do sofá e fui apressado para meu quarto.

Por que eu simplesmente não acabei com todo o meu sofrimento e contei logo pra ele? Sei que o fato de nós dois sermos garotos é estranho, mas eu o amo e não há jeito de mudar isso. Eu tentei por diversar vezes o esquecer, mas foi inútil. Ricky tem aquele jeito fofo, aquele sorriso meigo, aquele jeito de andar que me fascina, é impossível deixar de amá-lo.

Resolvi ir tomar um banho para aliviar a tensão, mas quando chego na porta do banheiro, me deparo com Ricky saindo de lá. Passei ao seu lado na porta, e de repente, não sei o que deu em mim, eu o puxei para dentro, trancando a porta e o colocando contra a parede.

– Changjo, o que você pretende?! – eu não sei como tomei coragem para fazer aquilo, mas eu estava disposto a acabar com aquela agonia, mesmo que ele não me amasse, eu ia me sentir aliviado por não ter mais que guardar aquilo para mim.

– Ricky, eu sinto muito por ter me afastado de você, mas isso foi por medo, não sei mais o que fazer, acho que estou enlouquecendo. Só tenho uma certeza, a certeza de que eu estou apaixonado por você – depois de falar tudo aquilo, respirei ofegante e mantive um olhar fixo para seu rosto.

Ele permaneceu em silêncio por alguns segundos, mas de repente, lágrimas começaram a rolar por sua delicada face – Seu idiota! Changjo, você é um grande idiota! – fiquei sem entender o motivo de sua fúria – Você tem guardado isso por todo esse tempo, mas nunca parou para pensar em como eu me sentia? Desde aquele dia no inverno passado eu tenho tentado fazer você ficar ao meu lado, fazer você gostar de mim! – em questão de segundos, fui dominado pelas lágrimas.

– Você acha que não foi difícil para mim também? Você tem alguma noção do quão enfeitiçado eu fico ao olhar para esse seu rosto perfeito? – estava me sentindo um besta por ter guardado aquilo para mim sem saber que ele sentia o mesmo.

– Então Changjo, eu não quero esperar mais – logo após terminar a frase, Ricky colocou seus braços ao redor de meu pescoço e beijou meus lábios ardentemente.

Seus lábios eram tão macios, o gosto de sua boca era algo que eu jamais havia provado antes. O peguei pela cintura, trazendo-o ainda mais para perto. Ricky morida meus lábios sedento de paixão, parecia que estávamos pegando fogo.

Quando estávamos no auge das carícias, Niel bate na porta – Tem alguém aí? Preciso usar o banheiro – bufei de ódio, abri a porta, puxei Ricky pelo braço até meu quarto. Niel ficou parado na porta do banheiro com cara de espanto. Minha vontade era de matá-lo por ter nos interrompido.

Entrando em meu quarto, Ricky me jogou na cama e se colocou por cima de mim. Nos beijamos e trocamos carícias a noite inteira, até que cansamos e resolvemos dormir. Ricky adormeceu primeiro, então fiquei acariciando seu rosto e observando seu sono, até que acabei por dormir também.

Acordei com meu amor fazendo carinho em meus cabelos. Era tão difícil de acreditar no que eu estava vivendo, abracei-o com força para ter certeza de que aquilo não era um sonho.

– Promete que de agora em diante nós não nos afastaremos nunca mais? – Ricky sussurrava em meu ouvido suavemente.

– Prometo, claro que prometo. A partir de hoje vai ser só você e eu, e nada vai fazer isso mudar – abracei ele com mais força.

Naquele dia fomos passear pelo parque, segurei sua mão, parei e sorri – Fica comigo para sempre? – Ricky ficou todo vermelho, era a coisa mais fofa que eu já havia visto.

– Fico, com certeza fico! – o beijei carinhosamente e o envolvi em meus braços. Mais tarde, voltamos para casa e tivemos a melhor noite de nossas vidas.

Hoje posso dizer que minha felicidade finalmente é completa, já que tenho o garoto dos meus sonhos junto comigo. Nada me faz mais feliz do que esse amor que temos um pelo outro. Já dizia o ditado "que seja eterno enquanto dure", e eu penso "e que dure para sempre".