Os dias se passavam rápidos, comuns, sem graça, sem emoção, apenas passando. Até que um dia recebi uma visita inesperada, inesperada porque a única pessoa que me visitava era Martha, minha única verdadeira amiga.
A campainha soou alta nos meus ouvidos cansados.
Abri a porta e me deparei com John e Ringo. Bem, eles não me fizeram nada, pelo contrário, ajudaram-me a cuidar de Martha no hospital. Deixei-os entrar e fomos tomar chá.
Conversamos normalmente sobre coisas irrelevantes como o tempo, até que John interrompeu:
- Temos um assunto importante para tratar com você.
- Fale. - eu já esperava que fosse algo relacionado a Paul.
- Tem a ver com o Paul.
- Eu já suspeitava, mas continue.
- Daqui a 15 minutos Michelle virá aqui e contará a verdade, você precisa abrir a porta e ouvir, somente isso.
- Ok.
- Ok? Só isso?
- É, só ouvir não custa nada. - na verdade minha vontade era mandá-los embora dali, mas eu tenho um pouco de educação.
- Ah, sim.
- Mas como conseguiu fazê-la vir aqui?
- Eu tenho meus poderes. - Disse John abrindo um sorriso torto, Ringo não aguentou e riu.
Passaram-se os 15 minutos e ouvi 3 batidas na porta, abri, Michelle entrou, sentou-se ao lado de John, eu servi chá em uma xícara pequena e a ofereci. Ela estava trêmula enquanto levava a xícara aos lábios. Pousou a xícara na mesa e começou a falar rapidamente:
- Eu vim aqui lhe pedir desculpas. A culpa é toda minha, eu droguei Paul e George.
- Você quer mesmo que eu acredite?
- Eu espero que sim. Tudo que eu queria era alguém como eu, e eu achei o meu cara ciumento, ele é perfeito pra mim.
John segurou a mão de Michelle e de repente eu entendi tudo. E eu sabia exatamente o que fazer.
Corri em direção contrária ao vento gelado das ruas de Liverpool.
Cheguei ao apartamento de Paul congelando, mas com uma esperança que mantinha meu coração aquecido.
Três batidas rápidas na porta e um Paul com um copo de whisky apareceu na porta.
- Lucy? O que faz aqui?
- Isso.
Chapei-lhe um beijo, o gosto de whisky era forte, mas não me deu vontade de parar, parei apenas quando o ar acabou.
- O que foi isso? - Disse Paul assustado.
- Isso sou eu pedindo desculpas por não ter acreditado em você.
- Então nós estamos bem de novo?
- Sim.
E Paul me calou a boca com outro beijo. Ficamos assim por vários minutos, até que Paul decidiu que íamos para a casa de Martha.
Paul demorou alguns minutos no quarto se arrumando para irmos. Quando chegamos lá Michelle e John, George e Martha, Mary e Ringo estavam na sala conversando. Bem... Eu deveria me acostumar com Michelle e Mary, já que estão namorando (seria a palavra certa?) meus amigos.
- Bem, eu tenho algo a dizer, bem, eu iria dizer isso na noite do meu aniversário, mas... disse Paul.
- A gente sabe que não deu pra dizer, agora fala. interrompeu John.
- Ok.
Paul tirou uma caixinha do bolso, se ajoelhou em minha frente e começou a falar rapidamente:
- Lucy, eu tenho certeza de que você é a pessoa com quem eu quero viver e morrer junto, eu te amo e quero que você case comigo. Você aceita?
- Sim, eu aceito. Disse eu com a voz trêmula mais que por reflexo do que por outra coisa.
Depois disso Martha trouxe champagne e todos nós bebemos moderadamente. Fomos para o jardim e lá passamos a noite toda.

Cinco anos depois
- Paul e Lucy McCartney, sejam bem-vindos. disse a recepcionista do pequeno restaurante onde estava ocorrendo uma reunião de velhos amigos.
- Vamos Lucy, disse Paul.
Fomos em direção à mesa onde nossos amigos se encontravam, no caminho vi uma Martha sorrindo e correndo em minha direção. Eu senti saudades daquele abraço. Faziam 2 meses que não nos víamos, porque ela e George foram passar férias na Índia.
- Como é bom te ver! Exclamou Martha sorrindo.
- Eu digo o mesmo. respondi também sorrindo.
Paul foi em direção a John e o abraçou, depois abraçou George, Ringo, Mary e Michelle. Fiz o mesmo depois de alguns minutos falando com Martha. Era realmente muito bom rever os amigos depois das férias que passei com Paul na Argentina. John continuava com o mesmo sorriso, George com o mesmo olhar reconfortante, Mary e Michelle continuavam lindas (éramos amigas agora, quem diria) e Ringo, ah, Ringo continuava com o seu nariz e seus olhos azuis brilhantes.
- Temos uma novidade. Anunciou George.
- Fale. Dissemos todos ao mesmo tempo.
- Eu estou grávida! Disse Martha.
- Que bela novidade. Disse Paul.
- Qual o sexo da criança? Perguntou John.
- Ainda não sabemos o sexo da criança, mas se for menina será Lucy e ser menino será James. Respondeu Martha.
- Ah, que bela homenagem. Disse eu.
- Fico lisonjeado, Martha. Disse Paul.
Depois disso ficamos conversando por várias horas, depois fomos para a casa de Martha e George, ficamos lá toda a noite, essa era a forma de felicidade para todos.
Paul e eu temos planos de ter filhos ainda nesse ano. Lucy McCartney, quem diria... Cinco anos e ainda não me acostumei com o sobrenome, nem com a situação. Afinal, a Lucy de cinco anos atrás é a mesma, só que hoje ela é feliz e tem um amor para toda a vida.