O Impostor escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 10
Quando a coisa complicar, use um golpe baixo!




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Enquanto Shinpachi pisoteava já fulo da vida os seus “clones” em forma de óculos, os demais continuavam a luta contra os dorosei. Nenhuma baixa ocorreu para os dorosei, que causavam várias baixas nos adversários.

As katanas do Shinsengumi de nada adiantavam. Mesmo que fossem cortados ao meio, os dorosei conseguiam se regenerar em segundos. Outro problema é que agora eles não pareciam se cansar como antes, ao contrário de quem os enfrentava.

 - Do jeito que estamos – Shinpachi disse. – vamos ser derrotados em um instante!

- O problema é que a gente tá dependendo daquele estúpido! – Hijikata reclamou.

 - O Gin-chan vai conseguir derrotar aquele cara! – Kagura disse.

- Sei não. – o Vice-Comandante disse com ceticismo. – Ainda mais em se tratando de um cara tão babaca como ele.

*

Gintoki manteve a postura defensiva, já esperando o ataque do dorosei. Pôs a espada à sua frente, pronta para bloquear o golpe que estava por vir. Mas... Teria força suficiente pra isso, visto que seu clone era tão forte como um Yato?

Mas, ao contrário do que se pensava, o Yorozuya não bloqueou o golpe. Na verdade, nem tentou bloquear. Acabou foi se abaixando e, com a espada, acertou o provável ponto fraco do dorosei: as suas “kintamas”. Gintoki abriu os olhos (fechara ao aplicar o golpe) na hora que ouviu um grito de sua cópia que – claro – desabou, levando as mãos aos “países baixos” e rolando no chão devido à enorme dor que sentia.

Enquanto o dorosei rolava, perdeu a transformação, ficando novamente idêntico a Gintoki. Este apenas olhava a embaraçosa cena, levando a mão ao ombro ferido após colocar a espada no seu cinto. Seu clone, depois de rolar muito de dor, grunhiu:

- Você vai me pagar por isso, imbecil!

Gintoki fez a cara mais assustadora possível, acompanhada de uma aura assassina por trás e os olhos vermelhos cintilando, tocando o maior terror. Levantou o pé direito e com ele acertou com tudo os “países baixos” do dorosei... Que não viu outra alternativa a não ser gritar de dor e rolar de novo no chão.

- Fecha essa matraca, clone fajuto! – o Yorozuya murmurou. – Senão eu serei obrigado a fazer ovos mexidos só com a minha bota!

Agora não era Gintoki quem tinha medo do dorosei, mas era o dorosei que passava a ter medo de Gintoki. O albino de branco finalmente assumia o controle da situação. Enquanto isso, ele via que os outros dorosei começavam a perder a forma quando levavam algum golpe ou algum corte de espada. E, com um segundo golpe, eles voltavam à aparência gelatinosa que tinham originalmente e eram abatidos. Assim que eram derrotados, eles se derretiam e se misturavam à água empoçada da chuva.

- Eu vou me vingar, Sakata Gintoki... Espera só eu me levantar aqui... Ninguém vai atrapalhar a minha invasão e a expansão do meu povo!

Gintoki ignorou as palavras do dorosei e deu mais alguns pisões em suas “partes”, enquanto cutucava tranquilamente o nariz e jogava a caquinha fora.

- O que disse? – perguntou com sua típica cara de desatenção.

O dorosei não respondeu nada. Mas estava claramente “P” da vida por ter sido derrotado de forma tão absurda. Nisso, Gintoki prosseguiu:

- Eu queria dizer que isso iria doer mais em mim do que você, mas prefiro que não doa em mim... Prezo muito pela integridade do meu “lugar importante”.

O dorosei começou a se reverter à sua forma original, ao mesmo tempo em que começava a se derreter. Agora era oficial: Gintoki, finalmente, recuperara sua identidade. Novamente se tornara único, assim como os demais presentes ali na rua principal do distrito Kabuki voltavam a ser únicos.

- Seu maior erro – Gintoki finalizou, levando novamente a mão ao ombro ferido. – foi pensar que sairia ileso deste antro de malucos. Aqui você teve o seu fim e não conseguiu o que queria. Devo admitir que você foi um adversário formidável, mas isto tudo acaba aqui.

Por fim, o dorosei terminou de se derreter, misturando-se à água empoçada da chuva, que caía mais fraca. Tudo pelo o que Gintoki passara estava tendo um fim ali naquele instante.

A chuva finalmente cessou. Kagura, Shinpachi e os demais se aproximaram do Yorozuya, que estava com uma expressão cansada. Para falar a verdade, estava acabado. Assim que avistou o quarteto do Shinsengumi, disse:

- Ei, Okita-kun! Se você quiser seu rádio comunicador de volta, vai ficar sem... Afinal, dorosei derretido não paga conta!

Lentamente, a bagunça ali na rua principal do Distrito Kabuki ia se desfazendo. No mesmo ritmo, a tarde caía e ali permanecia apenas o trio Yorozuya e Sadaharu. Apesar do cansaço e de estarem ensopados, permaneceram juntos ali. Gintoki, mesmo com o ferimento no braço doendo bastante, exibia uma expressão de alívio. Afinal, conseguira recuperar sua vida. Era sua, e de mais ninguém.

O albino aspirou lentamente o cheiro de terra molhada e começou a caminhar para casa. Viu um guarda-chuva se abrir por cima dele. Olhou para o lado e viu Kagura, que sorriu para ele, que sorriu de volta. Sentiu puxarem sua espada de madeira, olhou para o outro lado e viu que Shinpachi fazia questão de carregá-la.

- Shinpachi-kun – disse. – Hoje você tá liberado, pode ir pra casa.

- Antes vamos cuidar desse ferimento, Gin-san. – Shinpachi respondeu. – A mana me deu uma pomada muito boa para esse tipo de emergência, e eu deixei lá na Yorozuya.

- E você já tomou chuva demais, não vou ficar cuidando de alguém gripado. – Kagura falou, enquanto tentava cobrir a altura de Gintoki com o seu guarda-chuva.

Gintoki nada respondeu, apenas sorriu com uma constatação que acabara de ter: a de que, por mais que alguém o copiasse, não conseguiriam copiá-lo por completo. Shinpachi e Kagura o fizeram perceber que, apesar de tudo, ele era único.

Nenhum dorosei conseguiria copiar isso. Além do mais, nada e nem ninguém poderia superar o original.

Afinal, ali só havia lugar para apenas um Sakata Gintoki.

Fim


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