O dia amanhecera aberto com algumas pequenas nuvens na antiga cidade de Oxford, na Inglaterra, como toda manhã de verão inglesa.

Sentada em um dos vagões vazios do grande Hogwarts Express - Expresso que levava os alunos e professores de Hogwarts à Londres, e vice-versa - Estava Della Belmont . Uma jovem bruxa nascida-trouxa com seus onze anos de idade, que voltava de seu primeiro semestre na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Seus cabelos loiros platinados eram longos e lisos com leves ondulações nas pontas, brincavam com o vento frio que soprava da janela entre aberta do vagão. Seus olhos azuis turquesa faziam um belo contraste com suas bochechas e lábios levemente rosados. [...]
Os pais de Della moravam em uma casa singela na pequena rua 27 da cidade Inglesa, Oxford.

– Agradeço senhor... - A voz da menina saiu calma e doce enquanto pegava uma nota de cinquenta libras, entregando para o taxista - ... Pode ficar com o troco. - completou pegando sua bolsa e abrindo a porta do táxi.

O motorista saiu do carro e abriu a traseira do mesmo, entregando à Della seu malão com o brasão de Hogwarts. Della parou enfrente a casa branca com leves detalhes violeta nos esquadros das janelas. Por um momento ficou parada observando a pintura da casa e o belo jardim a sua frente, verde levemente colorido por flores diversas.

Olhou para trás e viu o carro seguir pela rua se distanciando da casa, se perdendo depois da curva ao final da rua. Sua rua era praticamente deserta, embora tivesse várias casas seguindo o estilo britânico. Uma do lado da outra, separados por pequenas e baixas cercas, geralmente de madeira pintada. A bruxa respirou fundo e um sorriso floresceu em seus lábios, estava em casa novamente.

Não sabia o que estava sentindo, estava feliz por estar em casa. Mas, parecia que alí já não era o seu lugar. Queria apenas sentir-se em casa, e foi assim que se sentiu. Entrou pelo pequeno portão e andou pelo caminho traçado de pedras entre as flores do jardim. Della sempre adorou aquele jardim! Brincava todas as manhãs nele quando era menor, sempre gostara de flores. Abriu a porta da frente e entrou , arrastando seu malão para dentro, colocando-o no canto do pequeno Hall , ao lado da escada.

– Mamãe ! Papai ! Cheguei ! - Com um sorriso estonteante, sua voz saiu animada ao depositar sua bolsa em cima do malão.
Della respirou fundo, sentindo o perfume da casa, nunca descobrira o que a mãe fazia, ou usava para deixar aquele perfume delicioso, semelhante a rosas , ou jasmins . Pela casa ser relativamente pequena o seu chamado ecoara por toda ela , estranhou que seus pais não estavam a esperando. Havia mandado uma carta, havia uma semana, dizendo que chegaria na sexta pela manhã. “Hoje é sexta”. pensou consigo mesma estranhando a situação.

Adentrou a casa indo até a cozinha, esperando que sua mãe estivesse lá, talvez, preparando algo para que ela comesse.Mas não estava lá , franziu o cenho estranhando mais uma vez , e foi até a sala . Nada! Seu coração deu uma leve aumentada no ritmo de seus batimentos, e o sangue correu mais rápido em suas veias. Logo em sua primeira volta ao lar depois de descobrir que era uma bruxa, seus pais não a esperavam? Era no mínimo algo curioso. Pensou ela em sua mente.

– Cadê os senhores Lively e Kevin ? Ela perguntou a si mesma, olhando a casa, como se esperasse que ela respondesse.

Della se virou bruscamente para a escada ao ouvir um barulho estranho vindo do andar de cima. Se apressou segurando o corrimão e subindo rápido como um foguete para o segundo andar. A Escada era estreita, e fazia com que a menina quase caísse da mesma .

– Mamãe ? Papai ? - sua voz ainda era animada e ansiosa para abraçar seus pais . Mas, não fora isso que encontrara , e sim sangue .
Havia sangue no chão . Seus olhos se arregalaram ao notar as gotículas vermelhas no chão . Caminhou em direção ao quarto de seus pais, para onde seguíam aqueles rastros de sangue . O grito de Della, ao abrir a porta do quarto, pode ser ouvido em Londres. A cama estava coberta por sangue, os corpos frágeis de seus pais, estirados sobre a cama, estavam ensanguentados e cordas os prendiam . Por um pequeno momento de fragilidade e espanto, não sabia o que faria, se pulava em cima dos corpos de seus pais, se checava se estavam mortos, ou se ficava onde estava.Ela se apressou subindo na cama aos prantos tocando-os, procurando pulso.

– Socorro ! Me ajudem ! - ela gritou pois não conseguiu saber se seus pais estavam vivos ou não .

Então, se pode ouvir a gargalhada, mais estonteante, sádica e maluca que o mundo bruxo e trouxa já ouvira, ecoar pelo quarto . Se virou para a porta escancarada, e a mesma fechou-se , revelando o autor da maléfica risada.

– Estão mortos ! - a mulher expressou um sorriso amarelo e sádico nos lábios.
A risada maléfica vinha de uma mulher alta, e levemente encorpada de cabelos negros, volumosos e cacheados . Mas, ela não estava sozinha. Entraram no quarto, dois homens altos, se vestiam como a mulher, de preto, com capas pretas e roupas escuras, porém os dois usavam máscaras. Della já ouvíra falar dela enquanto lia um artigo antigo do Profeta Diário, era uma das maiores e mais leais seguidora do Lorde das Trevas, Aquele que não deve ser nomeado.

– Bellatrix Lestrange ! - Seus olhos se arregalaram ao ver a mulher atrás da porta , e engoliu a seco .
– Olha , a sangue-ruim já sabe meu nome ... - a voz da Comensal saiu em um tom irônico e engraçado, fazendo os dois comensais debocharem, rindo.

– Sangue-ruim só por que você quer não é , Lestrange ? - Virou-se o terceiro comensal, o mais baixo dos dois, e comentou continuando a rir enquanto Bellatrix encarou-o com os olhos crepitando de raiva.

Não era necessário nada mais que um pequeno olhar de raiva para saberem que a mulher não estava brincando.

– Olhe para ela, não parece nem um pouco com você. - Completou o mesmo Comensal, parecendo não se importar com o olhar da bruxa morena.
Della arregalou os olhos sem entender a conversa dos dois, estava mais preocupada em chorar pela morte de seus pais . Sua cabeça estava totalmente bagunçada, “O que três comensais estavam fazendo em sua casa ? Por que assassinaram Trouxas inocentes ? Por que SEUS pais ?” Todas essas perguntas faziam uma verdadeira algazarra na cabeça de Della.

– Como pode isso querida Bella ? já que ela é sua filha Lestrange ? - a voz do Comensal era totalmente desafiante, e era fina como uma navalha .

"Sua filha", ela virou-se bruscamente para os três arregalando os olhos sem acreditar no que havia ouvido, e um clarão verde pode ser visto no quarto e o comensal debochado caíu sem vida no chão .
– Eu ? filha ... dessa aí ? - sua voz saiu trêmula e chorosa, em uma pergunta confusa. - Nunca ! Sou filha... de Lively West e Kevin Belmont ... que vocês assassinaram . - Della realmente não sabia com quem estava se metendo, sua voz saía com raiva e desesperada .

Os comensais apenas encararam a menina, Bellatrix olhava com os olhos saltando das órbitas, tamanho o ódio por ter seu segredo revelado, os dois apenas se transformaram em fumaças densas e negras, saindo pela janela a fora.
A jovem bruxa só conseguia chorar, abraçando os corpos de seus pais. Seu choro podia ser ouvido de fora da casa, não sabia fazer outra coisa a não ser chorar copiosamente por cima dos corpos de seus pais. Só o que desejava agora, era vingança . Della sentia nojo, repulsa, e ódio por Bellatrix Lestrange, mesmo sem saber se o que o comensal estava certo.

– Não posso ser filha daquela... desequilibrada, assassina. - disse chorando abraçando os pais, mortos.